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ARTE
ARTE MODERNA, SEMANA DA ARTE
MODERNA
Mirna Schwantes
Professora – Tatiana Brocardo de Castro
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso (PED 486) – Prática do Módulo VI
09/06/2014

RESUMO

A Semana da Arte Moderna apresentou um lado político de ataque a aristocracia e a


burguesia de visão academicismo. A arte moderna abrange toda a produção artística
que se iniciou no fim do século XIX e acabou nos anos de 1970. No Brasil a arte
moderna deu-se em 1922 na Semana da Arte Moderna realizada no Teatro Municipal
de São Paulo, em que diversos artistas e escritores apresentam uma nova forma de
expressão da arte baseada nos valores da cultura Brasileira. A aceitação desses
artistas pelos críticos foi difícil já que todos estavam acostumados com padrões
estéticos diferentes e bem definidos como o academismo e neoclassicismo, mas aos
poucos conseguiram ser aceitos através do entendimento de suas obras. O que de fato
desencadeia mudanças na pintura Brasileira é a exposição de Anita Malfatti em 1917
nos seus quadros as cores, vibram as figuras são tortuosas e os traços vigorosos. Em
1922 é lançado o marco decisivo na luta contra o modernismo, a Semana de Arte
Moderna. Durante a semana pintores, poetas, escultores, músicos e escritores chocam
o público apresentando uma arte livre das convenções acadêmicas. Os versos não são
mais metrificados (Manuel Bandeira – Os Sapos) a música aceita a dissonâncias (Vila-
Lobos – Trenzinho Caipira), a pintura não busca reproduzir o real, e o teatro (Mario
de Andrade – Macunaíma). A semana foi antes de tudo uma declaração de princípios.
Abrindo para a pintura novas possibilidades, que seriam desenvolvidas durante a
década de 20. A arte moderna luta por espaços institucionais. Em 1930 no RJ o
arquiteto Lúcio Costa é nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes, reduto da
arte acadêmica, ele abre o salão da Escola para diversas tendências realizando o
polemico Salão Revolucionário de 1931 pela primeira vez a arte moderna consegue
penetrar em uma exposição oficial sendo lançado para o país, mas antes mesmo do
final da exposição pressionado pelos acadêmicos, Lúcio Costa se demite. Em 1932 é
fundada a Sociedade Pró Arte Moderna. Lasar Segall é a sua figura de destaque.

Palavras-chave: Arte. Arte Moderna. Semana da Arte Moderna.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo dissertar brevemente sobre a história e o contexto
político econômico e cultural esboçando o conceito da palavra Arte Moderna, sendo
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como foco o movimento modernista no Brasil, e quais os fatores que o levaram ao seu
desenlace da Semana de Arte Moderna acontecido em 1922.
O objetivo era aproximar artistas modernistas e o público por meio de
exposições, conferencias, e reuniões literárias.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A HISTÓRIA ARTE MODERNA


A partir de 1870, os grandes cafeicultores paulistas começaram a tornar-se
firmes adeptos da causa republicana, por eles identificada ao livre ingresso no país dos
imigrantes requeridos pelas plantações.
Nas cidades começaram a surgir pequenos estabelecimentos, que reuniram
poucos trabalhadores, desbravando os caminhos da sociedade industrial. As fábricas de
fundo de quintal empregavam, sobretudo trabalhadores imigrantes, gente com
experiência dos conflitos entre capital e trabalho.

3.1 A ARTE DOS NOVOS TEMPOS

O processo político foi à aclimatação, no Brasil das ideias anarquistas e


socialistas que então floresciam na Europa. A preocupação da literatura e das artes
plásticas em retratar a nova realidade urbano-industrial. Os artistas brasileiros
começaram a se insurgir contra os padrões acadêmicos da pintura, da música e da
literatura, que não correspondiam ao mundo em transformação.
3.2 O CONFRONTO
O avanço industrial já contrariava a imagem de um país “essencialmente
agrícola”. São Paulo habituara-se as divergências e mesmo aos conflitos de interesse
entre cafeicultores e industriais emergentes, e entre estes e trabalhadores fabris.
Em 1913, o pintor russo Lasar Segall, radicado em São Paulo, já inquietava o
público ao apresentar telas que mostravam uma nova realidade, calcada nos movimentos
de vanguarda europeus. A grande manifestação desse conflito de visões de mundo,
porem, foi o escândalo provocado, em dezembro de 1917, pela exposição da jovem
pintora Anita Malfatti. Recém-chegada da Europa, Anita estudara os expressionistas
alemães, deixando-se influenciar por suas concepções e linguagem formal.
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A exposição de Anita foi muito criticada na época, inclusive pelo escritor


Monteiro Lobato que também era crítico de arte. Porem, toda esta crítica serviu como
ponto de partida para o Movimento da Semana de Arte Moderna de 1922.
Monteiro Lobato, publicou o artigo “Paranoia ou Mistificação?”,
atacando a arte de Anita.
A seguir, fragmentos do artigo denominado “Paranoia ou Mistificação?”, de autoria
de Monteiro Lobato, sobre a exposição de Anita Malfatti:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas [...]
A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à
luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá
como furúnculos da cultura excessiva. [...] Embora eles se deem como novos
precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica:
nasceu com a paranoia e com a mistificação. [...] Essas considerações são provocadas
pela exposição da senhora Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagancias de Picasso e companhia”.
A defesa de Anita Malfatti foi, na verdade, o meio de sensibilizar os intelectuais
e artistas plásticos em torno de uma nova proposta: a partir de 1917, os modernistas
passaram a lutar pelo abrasileiramento da arte, pela liberdade de criação e captação das
contradições da moderna sociedade urbana e industrial. Esta tomada de posição liquidou
com o Parnasianismo. Em 1916. Oswald de Andrade escreveu o romance Memorias
Sentimentais de João Miramar, de estilo experimental, enaltecendo o dinamismo das
cidades. Sob as mesmas influencias, surgem, os livros de poesia Juca Mulato, do
paulista Menotti del Picchia, Os Sapos, do pernambucano Manuel Bandeira, Oswald de
Andrade e outros intelectuais preparam um ciclo de comemorações para divulgar as
novas ideias, marcadas para 1922 coincidindo com o centenário da Independência .
Em 1921, os modernistas de São Paulo desenvolvem intensa campanha nos
jornais e estabelecem contato com intelectuais e artistas de outros Estados, convidando-
os a participar do movimento.
O movimento ganha grande impulso com a chegada ao Brasil de Graça Aranha,
pertencente à Academia Brasileira de Letras, escritor consagrado em obras de molde
tradicional, mas aberto a propostas inovadoras, e é ele quem vai emprestar o prestígio de
seu nome aos jovens modernistas.
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4.1 A SEMANA

O escândalo provocado pela Semana logo ultrapassou os limites de São Paulo.


Gradativamente, porem, os ideais modernistas de livre criação nas artes, de
funcionalismo e de simplicidade na arquitetura e de uma literatura vinculada à realidade
brasileira infiltram-se em nossa cultura, mudando seus caminhos. .
A partir da Semana de Arte Moderna, divulgou-se cada vez mais a poesia livre
do metro e da rima, com temas novos, e a prosa preocupada com o novo rumo.

4.2 A SEMANA DE ARTE MODERNA

Após a Semana de Arte Moderna, os renovadores foram fortalecendo e


progressivamente conquistando adeptos. Para defender e explicar os ideais modernistas,
que variam de artista para artista.
O escritor e poeta e ensaísta, Mario de Andrade revelou-se a maior figura do
movimento modernista, sua obra esta escrita numa linguagem coloquial brasileira, que
rompe com as tradições portuguesas, autor de Macunaíma, retrato do brasileiro
inspirado no folclore indígena e traçado sob efeito corrosivo da sociedade urbano-
industrial.
Em 1924, Oswald de Andrade lança o “Manifesto Pau-brasil”, preocupando-se
com defender um tipo de poesia exclusivamente brasileira, pregando uma volta ao
primitivismo e as raízes de nossa sociedade, em rompimento com todos os padrões
estabelecidos. Essa poesia inspira-se no Dadaísmo, Futurismo, Surrealismo e outros
movimentos de vanguarda europeus, utilizando-os como meios para chegar a uma visão
de mundo genuinamente brasileira.
A seguir, Oswald de Andrade lança o “Manifesto Antropofágico” em protesto
contra a desumanização provocada pela indústria e pela técnica:
“Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. (...)
Tupy or not tupy, that is the question. (…)
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. (...)
Contra as elites vegetais. Em comunhão com o solo. (...)
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto
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a felicidade. A alegria é a prova dos nove. (...)


A peste dos chamados povos cultos e cristianizados. É contra ela que estamos agindo”.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Semana de Arte Moderna na época não era muito valorizada, mas hoje
sabemos que ela foi um acontecimento que trouxe várias visões, seja ela na arte,
literatura, musica arquitetura e teatro. A Semana de Arte Moderna trouxe críticas por
vários artistas. Monteiro Lobato foi um deles fazendo uma critica demolidora as obras
de Anita Malfatti .A falta de um ideal comum entre os artistas da época na Semana de
Arte Moderna não garantiu a importância, mostrando várias formas de fazer e não
apenas uma .Hoje a arte vem se modernizando.

REFERÊNCIAS

ENCICLOPEDIA ILUSTRADA DE PESQUISA CONHECER 2000. História Brasil.


São Paulo Ed. Nova Cultura Ltda.
BUENO Eduardo. História do Brasil. Zero Hora/ RBS Jornal
SILVEIRA Taiana dos Santos da; Metodologia do Ensino da Arte. Indaial Ed. Grupo
UNIASSELVI, 2012.

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