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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

Davi Butignon Galdeano Araujo

Gustavo Bento Martins Mendonça

Vinícius de Novaes Santana

Processos de Produção – 1º semestre

A SEMANA DE ARTE MODERNA

Seus antecedentes e o desenvolvimento do novo estilo literário

SÃO PAULO

2022
Pré-Modernismo

O Pré-Modernismo compreende um período de transição literária brasileira que


ocorre do ano de 1902 a 1922, quando começa a Primeira Geração do
Modernismo. No continente ocidental, o período que antecedeu ao
modernismo fora denotado pela tensão política entre as pátrias imperialistas e
o surgimento dos movimentos de vanguarda, sendo marcada também pela
Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

- Contexto histórico:

No Brasil, a mudança do século XIX ao século XX marcou a transição do regime


monárquico para o republicano, sendo conhecido como período da República
Velha, ou até mesmo de forma comumente de “República do Café com Leite”,
promovida pelos grandes latifundiários dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Ao longo deste período, foram os responsáveis por decidir os rumos partidários
e econômicos do Brasil.

A burguesia industrial e o Exército possuíam grande influência entre as


classes dominantes, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com o
aumento da urbanização e consequente mudança do modo de produção
industrial brasileiro, houve a criação de novos extratos sociais, contendo o
proletariado e o subproletariado. Além desse cenário, a cultura de cana-de-
açúcar se declinava no Nordeste brasileiro, posto que as elites paulistanas e
mineiras se enriqueciam com a economia cafeeira.

A chegada de imigrantes europeus e asiáticos em território brasileiro para


substituir a mão de obra escrava, recém-abolida pela Lei Áurea, promoveu o
êxodo dos negros alforriados, juntamente com os de classe baixa, para as
regiões periféricas, pois não tiveram qualquer direito à integração cidadã. Esse
pilar social constituiu, então, uma base ao racismo estrutural, bem como suas
desigualdades sociais.

No Nordeste, o motivo da miséria era contestado pela seca que, diante do


ambiente de desesperança, surgiu um líder, o beato Antônio Conselheiro (1830-
1897), que meio de suas profecias sobre o fim do mundo conseguiu juntar
diversos seguidores. Essas pessoas, diante da árdua realidade, só tinham de
recorrer à fé. Esse cenário, mais tarde, levou à Guerra de Canudos (1896-1897).

- Características do Pré-Modernismo:

O pré-modernismo compreende a transição entre o Simbolismo e o


Modernismo, sendo possível encontrar nas obras dessa época as características
de estilos literários passados, como o Parnasianismo, Realismo, Naturalismo e o
Simbolismo.

Além disso, os autores desse período impunham em suas obras elementos que
antecipavam o Modernismo, como o nacionalismo crítico, que julgava as
desigualdades sociais, evidenciando um Brasil miserável e marginalizado. Além
de uma renovação da linguagem literária, visto que os autores optaram pela
utilização da linguagem coloquial, repleta de regionalismos, expressões
populares, neologismos e gírias.

- Pré-Modernismo na Europa:

Os movimentos de vanguarda, que antecederam o modernismo europeu,


marcaram o surgimento de muitas inovações tecnológicas, principalmente no
que diz respeito à Segunda Revolução Industrial, passando por grandes
mudanças na vida cotidiana.
Esse período marcou o surgimento de algumas correntes teóricas e físicas,
como a psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, e a teoria da relatividade,
de Albert Einstein.

Diante desse contexto, alguns artistas notaram que a arte também


precisava de uma renovação voltada para a velocidade de caráter transgressor.
Surgiram, assim, as vanguardas europeias, que também marcaram o período da
Belle Époque.

- Autores e principais obras do pré-modernismo no Brasil:

Euclides da Cunha (1866-1909)

O início do Modernismo brasileiro ocorre com a publicação da obra Os


Sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), escritor do jornal O Estado de S.
Paulo. O livro busca compreender as razões que levaram à Revolta de Canudos,
baseado em um olhar jornalístico e científico. O romance é dividido em três
partes:

1ª A terra: “descrição detalhada e científica do sertão nordestino.”

2ª O homem: “apresentação do sertanejo pela visão naturalista, que defendia


a influência do meio e da raça sobre o indivíduo.”

3ª A luta: “narração da luta entre as tropas do governo e os seguidores de


Antônio Conselheiro.”

Fonte: português

Lima Barreto (1881-1922)

“Nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881, e ficou órfão de mãe aos 7


anos. De origem humilde, foi jornalista e também funcionário público. Sua vida
pessoal foi tumultuada e atormentada pelas dificuldades em ser mestiço, pobre
e produzir literatura no meio intelectual fluminense. Acometido por crises de
depressão e alcoolismo, foi internado duas vezes no Hospício Nacional, onde
escreveu uma de suas grandes obras, Cemitério dos Vivos.”

Publicada em 1915, sua obra mais famosa é Triste Fim de Policarpo Quaresma,
cujo enredo se baseia na trajetória de um protagonista patriota que, entre outros
arroubos de nacionalidade exacerbada, aprende tupi e defende que seja essa a
língua oficial brasileira. No entanto, diante de sua postura quixotesca, seu fim
coincide com a desilusão de que a pátria pela qual tanto sonhou nunca existiu.

Graça Aranha (1868-1931)

“Natural de São Luís (MA), João Pereira da Graça Aranha nasceu em 21 de junho
de 1868. Foi romancista, ensaísta e magistrado, um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras e um dos mais influentes e comprometidos
escritores no que diz respeito à renovação artística nacional."

O seu primeiro romance, Canaã, lançado em 1902, Graça Aranha retrata a


imigração de alemães para um povoado capixaba, cujas personagens possuem
concepções divergentes sobre a vida. “Graça Aranha levanta, por meio das
interações do romance, questões como o colonialismo agressivo e imperialista,
o pacifismo, o evolucionismo e o racismo, sendo precursor de questões
importantes do Brasil do século XX.”

Augusto dos Anjos (1884-1914)

“O paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 20 de


abril de 1884, em Engenho Pau d’Arco. Filho de um bacharel, estudou Direito
em Recife, mas nunca exerceu a profissão: viveu publicando artigos em jornais
da Paraíba e lecionando Língua Portuguesa e Literatura, não só em seu estado
natal, como também no Rio de Janeiro, para onde se mudou em 1910.”
Durante sua vida, publicou a poesia intitulada EU (1912), sendo
extremamente criticada pelo público, visto que apresentava características mais
pessimistas em relação à humanidade. Augusto dos Anjos possuía um
vocabulário rebuscado, composto de uma mistura de termos científicos e uma
adjetivação singularíssima, o poeta mesclou em seus versos tendências do
parnasianismo, do simbolismo, do naturalismo e do expressionismo.

Monteiro Lobato (1882-1948)

“José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, em 18 de abril de 1882.


Herdou a fazenda do avô, mas sem saber administrá-la, vendeu-a e comprou a
Revista do Brasil, mudando-se para São Paulo. A empreitada como editor
também não foi bem-sucedida, levando Lobato a mudar-se, em 1925, para Nova
York, onde trabalhou como adido comercial. Retornou para o Brasil em 1931 e
fundou a Companhia Petróleo do Brasil.”

Admitia uma postura totalmente nacionalista, conservadora, polêmica e


tampouco receptiva às propostas modernistas da Semana de 22. Em uma de suas
maiores obras, Urupês (1918), Monteiro Lobato demonstra a figura de Jeca Tatu,
uma mera representação regionalista do de um caboclo do interior paulista que,
diferentemente dos sertanejos, o caipira é repleto de defeitos, dentre eles, a
preguiça.

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