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Monografia
Autismo
Psicologia da Educação II .
São
Carlos
2015
Sumário
1.
Resumo....................................................................................................................3
2. Introdução.................................................................................................................3
3. Histórico....................................................................................................................4
5. Alguns Tratamentos do
Autismo...............................................................................9
7. Autismo infantil e
Epidemiologia..............................................................................12
8. Inclusão
Escolar......................................................................................................13
10. Conclusão.............................................................................................................18
11.
Referências...........................................................................................................19
RESUMO
INTRODUÇÃO:
HISTÓRICO:
“… Imagine chegar em um país onde você não entende a língua e não conhece os
costumes – e ninguém entende o que você quer ou precisa. Você, na tentativa de se
organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentará comportamentos que os
nativos acharão estranhos…” (citação retirada do Manual de Treinamento ABA – Help us
learn – Ajude-nos a aprender.)
Esta frase pode ser utilizada para compreender a maneira de uma criança portadora
do Transtorno de Espectro Autista pensar, sentir e se comportar. Muitos dizem
realmente que o autista constrói para sí uma realidade paralela, alheia a nossa, e
por viver “lá dentro” não consegue se comunicar com os outros que vivem no mundo
“real”.
A palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para sí mesmo”.
A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler para se referir
a um dos critérios adotados em sua época para a realização de um diagnóstico de
Esquizofrenia. Estes critérios, os quais ficaram conhecidos como “os quatro ‘A’s de
Bleuler, são: alucinações, afeto desorganizado, incongruência e autismo. A palavra
referia-se a tendência do esquizofrênico de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao
mundo social – fechando-se em seu mundo, como até hoje se acredita sobre o
comportamento autista, ou seja a alienação ao mundo em sua volta.
Em 1943 o psicólogo norte americano Leo Kanner estudou com mais atenção 11
pacientes com diagnóstico de esquizofrenia. Observou neles, o autismo como
característica mais marcante; neste momento, teve origem a expressão “Distúrbio
Autístico do Contato Afetivo” para se referir a estas crianças. O psicólogo chegou a
dizer que as crianças autistas já nasciam assim, dado o fato de que o aparecimento
da síndrome era muito precoce. A medida em que foi tendo contato com os pais
destas crianças ele foi mudando de opinião. Começou a observar que os pais destas
crianças estabeleciam um contato afetivo muito frio com elas, desenvolvendo então
o termo “mãe geladeira” para referir-se as mães de autistas, que com seu jeito frio e
distante de se relacionar com os filhos promoveu neles uma hostilidade inconsciente
a qual seria direcionada para situações de demanda social. Após algumas reflexões,
este mesmo autor, em 1949, define o autismo infantil precoce, caracterizando-o por
dificuldade profunda no contato com as pessoas, um desejo obsessivo de preservar
as coisas e as situações, uma ligação especial aos objetos e a presença de uma
fisionomia inteligente, além das alterações de linguagem que se estendiam do
mutismo a uma linguagem sem função comunicacional, revelando inversão
pronominal, neologismos e metáforas. O autismo infantil precoce ainda está
intimamente relacionado à esquizofrenia infantil, podendo ser uma manifestação
prematura desta patologia.
Naquela época a busca pelo tratamento psicanalítico era muito intensa. Muitas
vezes as crianças passavam por sessões diárias, inclusive no domingo. O preço
pago era muito alto. Muitas famílias vendiam seus bens na esperança de que aquele
método as ajudasse a corrigir o erro que haviam cometido na criação de seus filhos.
Por fim já no século XXI, espectro autista, também referido por desordens do
espectro autista (DEA, ou ASD em inglês) ou ainda condições do espectro
autista (CEA, ou ASC em inglês) foi elaborado. Ele nada mais é que um espectro de
condições psicológicas caracterizado por anormalidades generalizadas de interação
social e de comunicação, e por gama de interesses muito restrita e comportamento
altamente repetitivo. Basicamente as três formas principais de DEA são autismo,
síndrome de Asperger e PDD-NOS, que se uniram formando um simples
diagnóstico.
Talvez você já tenha visto algum filme com pessoas autistas e tenha ficado com a
ideia de que são “muito inteligentes” ou “fechados em seu próprio mundo”. Isso não
reflete toda a realidade.
A maioria das crianças chegam a idade de dois anos meio que se expressando
através de um vocabulário razoável, fazem pedidos aos pais, perguntam e
respondem a questões simples como “qual é seu nome?” ou “quantos anos você
tem?”. Algumas porem, ao chegar nessa idade deixam de falar, evitam o olhar das
outras pessoas ou passam a exibir movimentos ritmados, como balançar as mãos
ou o corpo. Agem como se fossem surdas em alguns casos e, em outros
conseguem captar um pequeno ruído, como uma agulha caindo ao chão. Tendem a
ficar longos períodos sozinhas às vezes em frente à televisão. Algumas leem
palavras soltas ou até mesmo frases em revistas, que dá impressão de serem
superdotadas. Na maioria dos casos já mostrava movimentos repetitivos e tinha
vocabulário limitado, mas sem se destacar das outras crianças. Só com o passar do
tempo essas características são percebidas. Basicamente o autismo exibe uma
característica de euzismo (egoísmo) frente a sociedade.
Através disso o espectro autista engloba diversos sintomas que podem ser desde os
mais simples até os mais complexos, juntando os sintomas do autismo, Síndrome de
Asperger e também PDD-NOS. Esse termo pode ser entendido como diversas
formas e estágios do próprio autismo.
Esse tratamento é visto como de primeira linha, principalmente para crianças que
possuem TEA no início da infância. No entanto existem contradições, pois estudos
mostraram que crianças mesmo depois de dois anos da intervenção ainda possuíam
TEA, salvo algumas exceções obviamente. Com isso criou-se uma estratégia
chamada Intervenção Comportamental Intensiva Precoce (EIBI) no qual seria uma
evolução no modelo ABA. A EIBI utiliza abordagens de ensino operantes para
reduzir problemas comportamentais e formação de julgamento discreto para
desenvolver novas habilidades, como atenção, imitação, recepção, etc.
Diante dessa experiência feita por Simon podemos destacar a importância dessas
pessoas na área de exatas, para o aprimoramento e desenvolvimentos de novas
tecnologias, teorias cientificas e diversos outros fatores devido a um quociente maior
de inteligência.
“Ou poucos alunos com autismo estão matriculados em escolas, sejam elas regulares ou
especiais, ou muitos alunos com autismo foram enquadrados em outras categorias, como a
de condutas típicas, que representa 12,4% das matrículas, ou mesmo na de deficiência
mental que representa 43,4%. As duas hipóteses são bastante viáveis, considerando que a
complexidade da condição do autismo pode ser um fator que dificulte a entrada de pessoas
com esse diagnóstico em escolas. Por outro lado, a falta de diagnóstico diferencial mais
preciso pode levar ao enquadramento dessas pessoas na categoria de condutas típicas,
devido a presença de comportamentos típicos no autismo, ou ainda na categoria de
deficiência mental, em função da alta porcentagem de deficiência intelectual associada ao
autismo (GOMES e MENDES, 2010 apud MENEZES, 2012, p. 49).”
Esses são motivos importantíssimos para que as pessoas não se tornem alienadas
em relação ao assunto e com isso ocorra um investimento por parte do governo em
relação a demanda de mais profissionais qualificados para a inclusão escolar. O
importante disso tudo é que os alunos estejam sendo incluídos da melhor maneira
possível e desenvolvendo como consequência a superação de suas dificuldades
pessoais. Meneses em um trecho mais uma vez sinaliza questões importantes para
a qualidade na pratica da inclusão:
“É preciso então analisar a forma como a inclusão está sendo implementada, se está ou não
gerando aprendizagem e se vem se configurando como uma experiência positiva, não só
para os alunos, mas também para os demais envolvidos com a proposta (familiares,
professores do ensino comum e especial), levando em consideração o momento em que a
inclusão com frequência no espaço da escola comum será iniciado, além de outras variáveis
(2012, p.51)”.
Atualmente foi sancionada uma Lei n 12.764 pela presidente Dilma Rousseff que
institui “Política Nacional de Proteção dos Direitos de Pessoas com Transtorno do
Espectro Autista”. A medida faz com que passem a ser considerados oficialmente
pessoas com deficiência, tendo direito a todas políticas inclusivas do país, entre
elas, a educação. O texto estabelece que o autista tem direito de estudar em escolas
regulares, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Profissionalizante, e, se
preciso, pode solicitar um acompanhante especializado. Ficam definidas, também,
sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência. A
punição será de três a 20 salários mínimos e, em caso de reincidência, levará à
perda do cargo. Visto que existem casos mais extremos de autismo no qual devem
ser tratados como exceções. A Educação Especial pode até acolher melhor e ter
métodos interessantes, mas o deficiente só convive com semelhantes. O autista tem
problemas com a socialização e a convivência. Ao colocá-lo em contato com outros
alunos, é possível puxá-lo da zona de conforto e ajudá-lo a conviver em sociedade.
Não adianta mantê-lo em uma bolha.
A pesquisa realizada por eles foi feita com 24 crianças portadoras de autismo e 25
que não apresentavam o transtorno. Foi observado que as crianças com autismo
bocejaram menos quando comparadas com as outras crianças ao assistirem vídeos
em que adultos aparecem bocejando. Teoricamente, isso aconteceria porque o
bocejo “contagioso” e a empatia entre os indivíduos apresentam mecanismos
neurológicos similares, e o autismo é um transtorno que prejudica a interação social
e a habilidade de comunicação dos portadores.
Aplicativo destinado a crianças autistas: Trata-se do “Look At Me”, que tem como
objetivo ajudar crianças com autismo e suas famílias a aprofundarem suas relações,
onde, ao mesmo tempo melhora a interação com o mundo que os rodeia. O
aplicativo funciona como um jogo que ensina as crianças a terem um maior contato
visual e a ler as emoções nas expressões faciais, aproveitando assim a facilidade
destas crianças em interagir com dispositivos inteligentes. O dispositivo se utiliza de
uma câmera de smartphone, onde a partir deste a criança autista pode sim aprender
a identificar o rosto de uma pessoa ou até tirar fotos de si mesma, exibindo assim
diversas emoções e poses diferentes além de identificar o humor de outras pessoas.
Assim a pessoa autista desenvolve suas habilidades de comunicação.
Conclusão:
O autismo pode ser considerado um transtorno e não uma doença, visto que o
desenvolvimento de vias de pesquisa tem sido implantadas e aprimoradas na busca
de uma resposta na questão diagnostica. Ao mesmo tempo no entorno de
compreensões cientificas, temos também o entendimento de reflexões realísticas
que devem buscar o entendimento dessa população afetada, da maneira pela qual
as mesmas veem o mundo a sua volta, e assim ajuda-las da melhor maneira
possível, nesse sentido, destaca-se a ação da escola e de professores qualificados.
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