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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE
ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO PEDAGÓGICA E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

Ivonete André da Lapa

APORTES TEÓRICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO


PSICOPEDAGOGO; ASPECTOS DA NEUROCIENCIA

Rio de Janeiro
2
2015

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA


PRÓ-REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE
ESPECIALIZAÇÃOEM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E EDUCAÇÃO
ESPECIAL

APORTES TEÓRICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO


PSICOPEDAGOGO; ASPECTOS DA NEUROCIENCIA

Projeto de Pesquisa apresentado por


Ivonete André da Lapa à Pós-
Graduação da Universidade Veiga de
Almeida, como um dos requisitos
para a obtenção do título de
Psicopedagogia Institucional e
Educação Especial
Orientador: Profª Dr. Marcelo
Castañeda de Araújo

Rio de Janeiro
3
2015

APORTES TEÓRICO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO


PSICOPEDAGOGO; ASPECTOS DA NEUROCIENCIA

Projeto de Pesquisa apresentado


por Ivonete André da Lapa à
Pós-Graduação da Universidade
Veiga de Almeida, como um dos
requisitos para a obtenção do título
de Psicopedagoga Institucional e
Educação Especial.

Aprovado em __ de __de 20__ pela banca examinadora

______________________________________

Profª Me Maria Tereza de Mendonça


Universidade Veiga de Almeida

______________________________________

Prof. Dr. Marcelo Castañeda de Araújo


Universidade Veiga de Almeida

______________________________________

Profª Profa. Dra. Margareth Maria Neves dos Santos de Oliveira Banca de
Psicopedagogia
Universidade Veiga de Almeida

Rio de Janeiro
2015
4

1.INTRODUÇÃO

No campo educacional muito se fala dos efeitos da perspectiva


educação tradicional. Proposta reflexiva que concebe o educador como o
detentor do saber e o aluno é comparado a uma tábua rasa, que vem ao
mundo vazio. Precisa ter acesso à escola para ser preenchido dos conteúdos
assimilados ao longo da história. Esse perfil de educação deixou marcas
profundas na sociedade, produzindo pessoas passivas, sujeitos incapazes de
ser protagonistas de sua história. Um levantamento histórico feito pelo INEP
em outubro de 2003 e IPEA em 2011 revelam que a maioria das instituições
acadêmicas não estão aptas a formar docentes para atender as demandas e
especificidades dos alunos de hoje. O fazer pedagógico nas salas de aula de
nosso pais precisa ser repensado, reorganizado para atender as
particularidades inerente ao aluno. Os autores que militam nas áreas de
políticas públicas em prol da qualidade do ensino no Brasil argumentam que
muitas escolas não estão dando conta de atender as demandas educacionais
dos alunos.
Estudos como o de (FERNANDES, 2012) indicam que um dos aspectos
da raiz do problema está na má formação dos docentes. Vejam os argumentos
da pesquisadora (FERNANDES, 2012, P. 94) para a revista Nova Escola³:

“Nos últimos tempos, o acesso à educação cresceu, a despeito


desta boa notícia, a qualidade do ensino não melhorou; a uma
década, a porcentagem de cidadãos considerados plenamente
alfabetizados permanece inalterada: 26%, segundo o indicador
de alfabetismo funcional (Inaf), realizado pelo instituto Paulo
Montenegro e pela Ong Ação Educativa, em São Paulo. O
levantamento avalia, por meio de uma prova, as habilidades de
leitura e escrita e matemática da população entre 15 e 64
anos. Evidentemente, resolver o problema da qualidade do
ensino não é simples. São muitas as variáveis que fazem a
situação atual estar longe do ideal. Segundo o Instituto Paulo
Montenegro, 8% dos que concluíram o ensino médio são
classificados como analfabetos funcionais, como demonstra o
indicador de 2012...é preciso ampliar e melhorar a gestão dos
recursos, valorizar a carreira docente, criar currículo nacional.
Aperfeiçoar a formação inicial e continuada dos professores,
garantir infraestrutura. ”
5
O psicopedagogo é um dos agentes na equipe educacional da escola
que vai deparar com estas questões, ele é a pessoa responsável na instituição
para cooperar no sentido de ajudar a escola minimizar as dificuldades na área
da aprendizagem, propor e atuar para que os alunos se desenvolvam em seu
processo de aprendizagem . A psicopedagogia auxilia na qualidade do ensino,
que vem crescendo no âmbito escolar, atendendo em especial os problemas
de educação no Brasil. Na escola o psicopedagogo utiliza instrumentos
específicos de avaliação e estratégias capazes de atender os alunos em sua
individualidade e auxiliá-los na produção escolar e para isso os coloca em
contato com suas reações diante da tarefa e vínculos com o objeto do
conhecimento, resgatando assim o ato de aprender.

“Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no


sentido de alertá-la para o papel que lhe compete, seja
redimensionando o processo de aquisição e incorporação do
conhecimento dentro do espaço escolar, seja reestruturando a
atuação da própria instituição junto a alunos e professores e
seja encaminhado a alunos e outros professores” (Bossa,
2007, p.67).

O psicopedagogo deve ser capaz de investir em sua formação pessoal


de maneira contínua e significativa, estando apto a desenvolver um papel
profissional inovador, no qual quem ensina deve ter aprendido e vivenciado o
que vai ensinar. Partindo do princípio de que a psicopedagogia está passando
por um processo de evolução, este trabalho procura explorar e apresentar um
pouco sobre a importância e necessidade da formação continuada do
profissional de psicopedagogia, o psicopedagogo. Acredita-se que as bases do
desenvolvimento morfofuncional do cérebro conferem ao psicopedagogo
conhecimentos sólidos para intervenção pedagógica. Argumentos de autores
como Maia (2011), e Relvas (2009, 2010, 2012), defendem ser necessário aos
profissionais de que limitam no campo da educação, entender que as
interações perpassam por aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala
de aula as novas tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do
comportamento dos alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos
estudos neurocientíficos, diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser
amenizados ou superadas.
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2. JUSTIFICATIVA

Nesta pesquisa pretende-se abordar aportes teóricos para a formação


continuada do psicopedagogo, atribuindo-lhe a função de sujeito articulador e
formador de ações transformadora no espaço escolar. No campo educacional
ainda muito se fala dos efeitos da educação tradicional, conteudista,
classificatória. Onde o educador é percebido como o detentor de todo o saber.
O aluno é apontado como um ser luz, vazio, que precisa ter acesso à escola
para ser preenchido dos conteúdos assimilados ao longo da história. Esse
perfil de educação deixou marcas profundas na sociedade, produzindo
pessoas passivas, sujeitos incapazes de ser protagonistas de sua história. Um
levantamento histórico feito pelo INEP em outubro de 2003 e IPEA em 2011
revelam que a maioria das instituições acadêmicas não estão aptas para atuar
em prol da formação docente. No processo de formação continuada o
psicopedagogo precisa encontrar conteúdos inovadores para aprofundar em
sua área de competência ampliando suas habilidades para apoiar o trabalho
dos profissionais e alunos que dele venha depender. Atualmente várias
pesquisas na área da psicologia cognitiva tem apontado para a importância da
parceria entre educação e neurociências como ferramentas afins para ampliar
o olhar sobre a forma como o cérebro se constitui e funciona. Neste trabalho
pretende-se apresentar as contribuições da neurociência como conteúdos
necessários à formação continuada do psicopedagogo. A atribuição deste
profissional não está diretamente ligada à sala de aula, porém, é este
profissional que está à frente dos professores, e lida diretamente com as
especificidades de aprendizagens dos alunos. E com os aportes teóricos da
neurociência este profissional terá mais acesso formação mais ampla para
lidar com as demandas do ato de aprender dos alunos e profissionais da
instituição que nele venha se apoiar.
O desenvolvimento atual das Neurociências é verdadeiramente
fascinante e gera grandes esperanças de que, em breve, tenhamos novos
7
tratamentos para uma grande gama de distúrbios do sistema nervoso, que
debilitam e incapacitam milhões de pessoas todos os anos. (BEAR, 2008, p.
21). Para os profissionais do ensino, isso é de fundamental importância, pois a
existência do cérebro é um acontecimento maravilhoso, que tem por função
aprender a mudar o meio ou adaptar-se a ele em tempo curto, e, para tanto, só
é preciso que ocorra alguma aprendizagem. O educador precisa conhecer e
reposicionar-se frente aos novos estudos e descobertas a respeito da mente e
da inteligência humana. Só assim ele vai conseguir desenvolver seu trabalho
na perspectiva de atender às individualidades e atingir o maior número
possível de educandos.

3. OBJETO DE ESTUDO

 Os fundamentos da Neurociência e sua contribuição para a formação


continuada do psicopedagogo.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Conhecer os fundamentos da neurociência e sua contribuição para


instrumentalizar psicopedagogos.

 Identificar ações neuropedagógicas para viabilizar a atuação dos


profissionais envolvidos com a aprendizagem dos alunos em contexto
institucional.

 Apresentar fundamentos neuropedagógicos para aperfeiçoar a


competência dos psicopedagogos ao lidar com problemática da
aprendizagem.

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 AS ATRIBUIÇÕES DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO


ESCOLAR
8
Antes de apresentar o referencial teórico desta pesquisa faz-se
necessário entender qual é o papel do psicopedagogo na instituição escolar.
Dos autores lidos para esta pesquisa são unanimes em aferrar que a atuação
do psicopedagogo é uma ação preventiva e terapêutica, desempenha uma
prática docente envolvendo a preparação de profissionais da educação dentro
da escola. E detecta possíveis perturbações no processo de aprendizagem
dentre outras promove o processo de integração e troca entre a comunidade
escolar e seu entorno. Segundo (BOSSA, 1994):
Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais
perturbações no processo aprendizagem, participar da
dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração,
promovendo orientações metodológicas de acordo com as
características e particularidades dos indivíduos do grupo,
realizando processos de orientação. Já que no caráter
assistencial, o psicopedagogo participa de equipes
responsáveis pela elaboração de planos e projetos no
contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo
com que os professores, diretores e coordenadores possam
repensar o papel da escola frente a sua docência e às
necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da
própria ensinagem. (BOSSA, 1994, p 23).

Os pesquisadores, (SOARES & SENA, 2010), apresenta o psicopedagogo


como um agente extremamente importante na instituição escolar. Segundo
eles, este profissional estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o
estabelecimento de vínculos, a aplicação de métodos de ensino coerentes com
as mais novas concepções a respeito desse processo. O psicopedagogo
procura interagir com a equipe escolar, ajudando-a aprofundar o olhar em
torno dos discentes e das circunstâncias de construção do conhecimento,
facilitando ao aluno a superar os obstáculos que impede o pleno domínio das
ferramentas primordial à leitura do mundo. Portanto, o profissional da
Psicopedagogia propõe e auxilia no desenvolvimento de projetos favoráveis às
mudanças educacionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das
capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os aprendestes
sejam capazes de olhar esse mundo em que vive de saber interpretá-lo e de
nele ter condições de interferir com segurança e competência.
Segundo Bossa (2000), a presença de um psicopedagogo no contexto
escolar é fundamental, ou seja, ele tem muito que fazer na escola. A sua
intervenção inclui:
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• Orientar os pais;
• Auxiliar os educadores e consequentemente à toda comunidade
aprendente;
• Buscar instituições parceiras (envolvimento com toda a sociedade);
• Colaborar no desenvolvimento de projetos (Oficinas psicopedagogias);
• Acompanhar a implementação e implantação de nova proposta
metodológica de ensino;
• Promover encontros socializadores entre corpo docente, discente,
coordenadores, corpo administrativo e de apoio e dirigentes.

4.2 FORMAÇÃO CONTINUADA DO PSICOPEDAGOGO;


FUNDAMENTOS DA NEUROCIENCIA

Acredita-se que os aspectos que fundamentam a neurociência


contribuem para uma nova definição no olhar no educador enquanto agente
facilitador da aprendizagem. Um levantamento histórico feito pelo INEP em
outubro de 2003 e IPEA em 2011 revelam que a maioria das instituições
acadêmicas não estão aptas para atuar em prol da formação docente. Poucos
cursos de graduação apresentam subsídios para que o futuro professor possa
entender como se processa a aprendizagem e como seu aluno aprende. O
estudo da neurociência instrumentaliza o professor para atuar com as
especificidades educacionais do seu aluno ajudando-o a entende-lo pautado
em questões biológica para compreender o comportamental favorecendo a
utilização de estratégias de ensino mais adequadas. Conforme, Rodrigues e
Ciasca (2006):

Estudar a relação entre o cérebro e o comportamento é o


principal objetivo da Neuropsicologia. É por meio dessa área
de atuação que se pode entender como diferentes áreas
cerebrais atuam em conjunto para produzir comportamentos
complexos, tal como é o caso da aprendizagem. Problemas
em qualquer área do sistema nervoso central podem gerar
disfunções e prejudicar o aprendizado. Depreende-se, então,
que o profissional que lida com a criança deve ter
conhecimentos básicos sobre a neuropsicologia, de modo a
compreender as funções mentais. (Ciasca, Rodrigues, 2006,
p. 102).
10
A pesquisadora Cavada (2008), propõem que, a capacidade para de
movimentar, perceber as sensações, de se comunicar, ri, chorar é antigo no
homem. A relação desses fenômenos com o sistema nervoso muda com o
passar dos tempos até o aparecimento de um conjunto de doutrinas que fixou
em desvendar a estrutura e funcionamento do sistema nervoso. Observando
esta estrutura conceitual apresentado abaixo aspectos dos marcos
Fundamentais na evolução deste campo de conhecimento. A maioria dos
autores começam a estudar histórias sob o desenvolvimento da neurociência a
partir do século V ac. Cavada e Silveira (2008) concordam em seus artigos
apresentando o estudioso Alcmaeon de Crotona como o responsável pela
descoberta dos nervos ópticos. Em suas pesquisas e dissecações propôs que
o cérebro era a sede do pensamento e do sentimento. Esta ideia revoluciona o
pensamento intuitivo grego que atribuía estas funções ao coração. Aristóteles
pai do pensamento grego também apresentava que a função do cérebro era
esfriar o sangue aquecido pelo coração, portanto, para ele a sede do
pensamento e dos sentimentos estava no coração. O discípulo de Hipócrates
Galeno, trabalha as diferenças estrutural do cerebelo e cérebro. Ele difundiu
que, o cerebelo era responsável pelas funções dos músculos e o cérebro pelos
os sentimentos e memórias. Versálius ampliando a concepção anatômica do
cérebro apresenta o conceito de localização da função cerebral ventricular
que permaneceu até o Renascimento. Observando o comportamento dos
animais René Descartes (1596 – 1650) a teoria mecanicista para explicar o
funcionamento do cérebro. Cavada (2008) afirma que:

Para Descartes, esta teoria não explica a complexidade do


comportamento humano, para o homem, ao contrário dos
animais, tem um intelecto e uma alma dada por Deus. Assim,
Descartes acreditava que o cérebro controla o comportamento
humano no que ele tem de Animal e habilidades especiais
que residem fora do homem, na mente ("l'esprit"). Descartes
começa duas linhas de pensamento extraordinariamente
influente hoje. Para um lado a filosofia mecânica,
desenvolvida principalmente por seus sucessores, que
argumenta que
estão começando a conhecer a máquina bem, fisicamente,
incluindo o corpo humano e do cérebro, chegar saber todos
os meandros do mundo. Além disso, Descartes é o pai dos
problemas mente-cérebro, que é atualmente objeto de debate
acalorado entre muitos neurocientistas.(Cavada, 2008, p. 92).
11

Esta autora amplia sua pesquisa apontando que, com o


desenvolvimento do microscópio e as técnicas de coloração do tecido do
sistema nervoso o estudo da neurociência experimentou um avanço que
culminou com a grande obra Santiago Ramon e Cajal (1852 – 1934). Já outro
estudioso da época Italiano Camillo Golgi (1843-1926), formulou a doutrina
Cajal-neuronal do sistema nervoso. Conforme afirma Cavada (2008):

Para Camilo Golgi o sistema nervoso são células


independentes, neurônios, que contatam entre si em locais
específicos, e construiu um grande corpo de doutrina
neuroanatomical. Cajal foi um cientista moderno, não apenas
descrever estruturas estáticas, mas perguntado sobre os
mecanismos que governar. Suas contribuições para os
problemas de desenvolvimento, degeneração e regeneração
de sistema nervoso permanecem atuais.( Cavada, 2008, p.
95).

As pesquisadoras Rodrigues e Ciasca (2006) dizem que apesar dos


avanços propiciados pelos estudos anatômicos, o século XVIII ainda foi
marcado pela visão do cérebro como um órgão homogêneo, cuja função era
distribuir energia para todo o corpo, segundo a vontade do indivíduo. Elas
ainda destaca que é também nesse século que as teorias localizacionistas
começaram a ganhar força, merecendo destaque a de Albrecht von Haller
(1707-1777). Este autor afirma que, a origem da sensação e do movimento
estaria na substância branca do cérebro e do cerebelo. Elas ainda afirmam
que:

Em se tratando de teorias localizacionistas, Franz Gall (1757-


1828) é, sem dúvida, aquele que melhor representa essa
corrente de pensamento. No século XIX, quando as tentativas
de se explicar o intelecto pela fisiologia dos sentidos eram a
tônica, Gall lançou o que veio a ser denominado mais tarde de
Frenologia. Segundo o autor, o cérebro seria constituído por
35 regiões, que conteriam as faculdades intelectuais e os
comportamentos emocionais (tais como generosidade,
coragem, instintos matrimoniais, amor sexual, etc). O maior
desenvolvimento de um (ou mais) desses comportamentos
resultaria em proeminências no cérebro que, por sua vez,
possibilitaria identificar as diferenças individuais. ( Rodrigues,
Ciasca, 2006, p. 132)
12
Na mesma época, Gall teve uma pesquisadora Marie Jean Pierre
Flourens (1823) que se opôs a sua tese apresentando a teoria que veio a ser
conhecida como teoria do Campo Agregado. Ela fez experimentos em animais
utilizando o método de ablação. Ela conseguiu comprovar o papel do cerebelo
nos movimentos motores. E que todas as regiões do cérebro participariam de
cada função mental, em especial as regiões cerebrais do telencéfalo. Essas
duas correntes ganharam adeptos e permanecem até o século XX.

Ainda no campo histórico da neurociência cognitiva, outro estudioso,


Ventura (1999) diz que a Psicologia é uma das principais disciplinas no
desenvolvimento da neurociência. Apesar de toda a tradição filosófica
ocidental, desde os gregos até hoje foi questionado sobre a natureza da mente
e do comportamento humano. Os estudo científico de Charles Darwin (1809-
1882), sobre a evolução da espécies, abriu o caminho para a Psicologia
Experimental, que se dedica a estudar o comportamento no laboratório, e
etologia, que estuda o comportamento no ambiente natural. As observações
de Darwin também implicou que é possível correlacionar os resultados do
estudo do comportamento do sistema nervoso ou dos animais comportamento
e do sistema nervoso humano. Para Ventura (1999):

No século XIX, um problema fundamental surgiu na história


da neurociência: a localização da função no cérebro. A
convergência de Neuroanatomia e Neurofisiologia é evidente
em todo o localizacionista estudo apresentados abaixo:
O médico austríaco e neuroanatomista Franz Joseph Gall
(1757-1828) propôs que as funções de espírito tem um
biológico, cérebro, especificamente base. Ele postulou que o
cérebro não é um único corpo, mas é pelo menos de 35
centros, cada um dos quais diz respeito a uma função mental.
Além disso, Gall pensava que cada centro iria desenvolver e
aumentam de tamanho quando trabalhadas, da mesma
maneira que o comprimento dos músculos aumenta com
exercício. Crescimento causaria centros protrusão no crânio,
e, portanto, a localização de relevos cranianos e estimar seu
tamanho revelar personalidade indivíduo. As ideias de Gall
foram altamente controverso, não só por causa da dificuldade
de confirmar a dados, mas também porque implicavam uma
concepção materialista da mente, afirmando que determinadas
partes do cérebro regulam as funções como especificamente
humanos, tais como esperança, generosidade e auto-estima.
(Ventura 1999, p.45).
13
O professor Sabatini (2012), conclui que no início do século XX, uma
nova escola surgiu na Alemanha em torno da ideia de localização cortical,
liderado por Vladimir Betz anatômica, Theodore Meynert, Oskar Vogt e
Korbinian Brodmann. Esta escola tenta distinguir diferentes áreas funcionais
no córtex cérebro com base na sua citoarquitetura. Usando este método,
Brodmann (1868-1918) descreveu cinquenta duas áreas do córtex humano e
sugeriu que cada um tem uma função específica. Outra particularmente
adequado para ilustrar a convergência das disciplinas caso, levando a
Neurociência moderna é o desenvolvimento de estudos sobre a linguagem, a
função cognitiva especificamente humana. Já o cirurgião francês Pierre Paul
Broca (1824-1880) descreveu em 1861 o caso de um paciente Eu poderia
entender a linguagem mas não consegue falar. Seu cérebro tinha uma lesão
na parte posterior lobo frontal esquerdo, o que agora é conhecido como a área
de Broca. Além de apresentar as suas conclusões, Wernicke propôs uma
nova teoria da função do cérebro, chamada conectivismo. Segundo ela,
apenas as funções mentais mais básica, como atividades motoras perceptivas
ou simples, a sua localização uma única região do cérebro. As conexões entre
as diferentes áreas de ativar as funções intelectual complexa. A introdução de
modernas técnicas de mapeamento cerebral funcional resultou neste campo,
como em muitos outros, um novo caminho para a compreensão da função
cerebral mais complexa, principalmente do especificamente humano. O efeito
fundamental da neurociência atual encontra-se na abordagem multidisciplinar
para todos questões relacionadas com o mais complexo, esplêndida e
admirável corpo da natureza do sistema nervoso. Como bem destaca Lent
(2001), contudo:

Desde o século XIX os materialistas apresentaram melhores


argumentos e suas teses constituíram explicações mais
sólidas para os dados obtidos pela experimentação científica.
Entre essas teses, destaca-se a teoria da localização cerebral
das funções mentais que em síntese, admite que todas as
funções mentais, das mais simples as mais complexas, são
originadas da atividade cerebral e estão localizadas em
regiões cerebrais específicas. (Lent, 2001, p. 68).
14
Portanto, conforme conclui Metring em sua pesquisa, aos profissionais
do ensino é condição “sine qua non” estudar neurociência cognitiva para
compreender a aprendizagem ou suas dificuldades, enquanto a necessidade
de análise das funções mentais, particularmente das superiores (linguagem,
atenção, memória, planejamento, julgamento, etc.) envolvidas neste processo,
que estão relacionadas à organização funcional do cérebro, condição
primordial para que a aprendizagem simbólica (formação de conceito, escrita,
leitura etc) se realize.

Conforme o professor Sabatine (2012), a neurociência é um campo


novo que possui influências de longas datas históricas; pautada em estudos
científicos e não científicos que são descritas desde a filosofia grega até os
modernos exames de imagens atuais. Em seu relato ele divide a história de
neurociências em períodos:
Período Neolítico:

Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media

Trepanações cerebrais para expulsar os demônios do corpo. Era


utilizado um trépano (uma ferramenta de pedra) para cortar fora uma seção do
crânio da pessoa, supostamente para fazer sair do corpo os espíritos malignos
que causavam transtorno.

4.000 a.C. – Nossos ancestrais já realizavam a forma mais


antiga de cirurgia no cérebro, a trepanação. A técnica consistia
em perfurar à mão um buraco de 2,5 cm a 3,5 cm de diâmetro
no crânio de um homem vivo, sem anestesia ou assepsia, por
30 a 60 minutos. A trepanação foi realizada ao longo de
praticamente todas as eras. (ARAUJO, 2012, p. 4)
Grécia:
15

Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media

Surgem as perguntas mais sistematizadas sobre onde está a mente e


como ela interage com o corpo. Demócrito (460 – 370 AC)  e Hipócrates
sugerem que a mente está no cérebro e que os nervos são ocos. Essas
intuições filosóficas foram baseadas na instrumentação clínica, pois à época,
não se dissecava os cadáveres. Hipócrates (460 – 379 AC) acreditava que o
cérebro estava envolvido com as sensações e que era a sede da inteligência.

O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do


cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a
tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então,
de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e
conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e
o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o
que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos-nos loucos
e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas
essas coisas provêem do cérebro quando este não está
sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro
exerce um grande poder sobre o homem.” (Hipocrates, Da
Doença Sacra, IV A.C)

Ciência Neural
Esta visão, no entanto, não era universalmente aceita. O filósofo
Aristóteles (384 –322 A.C) acreditava que o coração seria o centro da
inteligência. Ela acreditava que o cérebro seria apenas um radiador para
esfriar osangue sobre-aquecido pelo coração. O temperamento racional era
então explicado pela capacidade de resfriamento do cérebro.

Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que


o cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola
mais influente era a de Hipocrates (460 –379 A.C), pai da
medicina ocidental, quem estabeleceu a crença de que o
cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações,
mas também seria o local onde a inteligência se
assentaria. (ARAÚJO, 2012, p.5)
16

Aristóteles (384 – 322 AC) propôs que o coração era a sede da


inteligência e o cérebro, uma espécie de radiador responsável pelo
resfriamento do sangue. Pelo coração ter alterações durante eventos
emocionais, só podia ser nele a origem da mente. Ele tinha essa ideia por
observação, pois uma pessoa com uma emoção forte fica com o coração
acelerado, por exemplo. Disso ele fez a associação inversa de causa e efeito.
Essa constatação Aristotélica tem heranças até hoje. Por exemplo, quando
falamos que decoramos um texto de cor, significa que decoramos o texto de
coração, situando a memória também no coração e não no cérebro.

Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que o


cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola mais
influente era a de Hipocrates (460 – 379 A.C), pai da medicina
ocidental, quem estabeleceu a crença de que o cérebro não
apenas estaria envolvido com as sensações, mas também
seria o local onde a inteligência se assentaria.(ARAUJO, 2012,
p.5)

Idade Média

Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Galeno pela primeira vez refuta o que diz Aristóteles a partir da


dissecação de animais. Na época, o animal que ele tinha como escolha era o
Boi. Galeno (130 – 200 DC) aceitou as idéias de Hipócrates - sugeriu que o
cérebro fosse responsável pelas sensações e o cerebelo pelo controle dos
músculos; Galeno associou a imaginação, a inteligência e a memória com a
substância cerebral, atribuindo ao cérebro o papel fundamental de sede de
todas as faculdades mentais.
17
A figura mais importante durante o Império Romano foi Galeno
(130 –200 D.C), quem abraçou a visão de Hipócrates de
funcionamento do cérebro. Galeno era o médico dos
gladiadores, e deve, por tanto, ter vivenciado as
consequências de danos na espinha ou no cérebro. No
entanto, sua opinião sobre o cérebro foi mais influenciada
pelas dissecações de animais. As duas partes mais evidentes
seriam o cérebro e o cerebelo. O primeiro macio e o segundo
mais duro. Dessas observações Galeno sugeriu que o cérebro
fosse o recipiente das sensações e o cerebelo deveria
comandar os músculos. (ARAUJO, 2012, p. 8)
Raio X:
Poucos acontecimentos na história da ciência provocaram impacto tão
forte quanto a descoberta dos raios X, por Wilhelm Konrad Roentgen,
professor de física na Universidade de Würzburg. A 22 de dezembro de 1895,
Roentgen obteve a primeira chapa radiográfica da história: a mão de sua
mulher.
Tomografia Computadorizada:
Em 1972, a primeira máquina de tomografia é criada, que é um método
de imagem que utiliza raios-x para captação de imagens de estruturas crânio-
encefálicas. Em vários congressos, a palavra Neurociência começa a surgir.
Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons:
Em 1973, o primeiro PET, porém, devido o alto preço, seu uso ficou
limitado até 1990. Também conhecida pela sigla PET, é um exame
imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um
positrão no momento da sua desintegração, o qual é detectado para formar as
imagens do exame.. A PET é um método de obter imagens que informam
acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico
como as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens
em 3D ou imagens de "fatia" semelhantes à tomografia computorizada.

As técnicas de imagem mapeamento desenvolvidas nos


últimos anos tornaram possível a visualização dessas
estruturas cerebrais humanas na pessoa viva. Cada um
desses territórios neurais teve demonstrada, por muitos
métodos experimentais, sua capacidade de desempenhar
funções específicas. Como resultado, a ideia de que as
diferentes regiões são especializadas para diferentes funções
é, atualmente, aceita como um dos pilares da ciência do
cérebro. (ARAÚJO, 2012, p. 21)
18

www.grupopsicopedagogiando.com.br

Década do cérebro:
Em 1990, Bush declara que estamos, oficialmente, na década do
cérebro. A partir daí vários projetos de pesquisa iniciaram-se com o objetivo de
mapear o cérebro, pois a pesquisa e o interesse em neurociências tem
crescido em resposta à necessidade de, não somente entender os processos
neuropsicobiológicos normais, mas também ajudar àqueles que sofrem de
distúrbios neurológicos.
Projeto Conectoma:
Termo criado em 2005, por Olaf Sporns, professor da Universidade de
Indiana – USA. Trata-se das pesquisas científicas realizadas na tentativa de se
mapear a rede neural (o conjunto das ligações entre os neurônios) do cérebro.
Conforme Primo (2013), a história da fisiologia do sistema nervoso em
qualquer país confunde-se com a própria história da Fisiologia, a disciplina da
Biologia que estuda o funcionamento dos seres,  segundo a acertada, mas
pouco conhecida e ainda menos acatada definição de Jean F. anunciada no
século XVI. Essa vinculação resulta do fascínio que o sistema nervoso exerceu
e exerce sobre cientistas e leigos, a ponto de que todos os fisiologistas do
passado terem se interessado pela neurofisiologia, ao menos em alguma
etapa de sua vida profissional.  No século V a.C. Alkmaeon, discípulo de
Pythagoras na região da Magna Grécia que é a Calábria italiana, descobriu o
nervo óptico e chegou ao avançado conceito de que o sistema nervoso,
particularmente o encéfalo, é a sede das sensações e da atividade mental. Na
mesma época, outro grande grego, Hipócrates, fundador da medicina objetiva,
expressou conceito semelhante ao afirmar que "é no encéfalo (enkephafon), e
19
somente nele que nascem nossos prazeres, alegrias, os risos e as graças,
assim como as tristezas, angústias e o pranto. É por ele que pensamos,
vemos, ouvimos e distinguimos o feio do belo, o mau do bom, o agradável do
desagradável.

No Brasil, o estudo experimental e sistemático da Fisiologia


começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de
Almeida, no Rio de Janeiro, os quais também iniciaram
(principalmente Miguel Ozório) as pesquisas em
neurofisiologia. Membros de uma família de alto gabarito
cultural, os dois irmãos montaram um autêntico Instituto de
Fisiologia em casa, na qual inventaram a Fisiologia brasileira.
(PRIMO, 2013, p. 10).

A Neurociência busca compreender o funcionamento do sistema


nervoso, integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção,
pensamento etc). Compreender como o sistema nervoso - e em particular o
córtex cerebral – funciona é um importante passo para aperfeiçoarmos suas
diversas funções, intervindo de forma eficaz no processo de aprendizagem.

4.3 FORMAÇÃO CONTINUADA DO PSICOPEDAGOGO; ASPECTOS DO


DESENVOLVIMENTO MORFOFUNCIONAL DO CÉREBRO

Segundo pesquisa da pesquisadora Hennemann (2012), Durante as


últimas décadas, com o avanço de equipamentos que permitem mapear o
cérebro com maior riqueza de detalhes, os estudos médico-científicos tiveram
um aumento significativo procurando entender com maior clareza de que forma
a atividade cerebral influi no nosso comportamento.
Dentro desta análise pode-se dizer que a Neurociência procura estudar
as variações entre o comportamento e a atividade cerebral. Porém trata-se de
um campo interdisciplinar que abrange várias outras “disciplinas’: -
neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genética,
neurologia, psicologia, psiquiatria, pedagogia. 
Todas essas ciências reunidas formam a Neurociência e juntas
procuram investigar o sistema nervoso procurando entender como ele se
desenvolve, como ele é parecido ou diferente entre indivíduos e entre espécies
ou como ele deixa de funcionar. As Neurociências nos revelam como o cérebro
20
produz nosso comportamento, porque nos emocionamos, porque precisamos
comer, dormir, de que forma tomamos decisões, enfim como somos e o que
somos.
Antes das invenção do microscópio composto, no século XVIII,
o tecido neural era considerado como tendo função glandular
–ideia que pode ser rastreada até a Antiguidade e a proposta
de Galeno de que os nervos seriam condutos que levariam os
fluidos secretados pelo cérebro e medula espinhal para a
periferia do corpo. ( ARÚJO, 2012, p.14)

Através das Neurociências procura-se perceber a individualidade de


cada um, e a partir disso, entender como as lesões no cérebro interferem no
modo de ser dos indivíduos. Através dos estudos de Luria, que durante a
Segunda Guerra Mundial, desenvolveu um estudo de indivíduos portadores de
lesão cerebral, no qual catalogou cada paciente, mapeou as respectivas
lesões cerebrais e anotou as alterações no comportamento, tendo como
objetivo específico o estudo das bases neurológicas do comportamento,
ocorreram mudanças significativas no experimento médico-cientifico,
modificando muito dos tratamentos que era ofertado aos pacientes com lesões
cerebrais, pois durante vários anos as doenças mentais eram incompreendidas
e vistas numa dimensão mais psicológica, conforme relato abaixo:

No período de 1940-1970, muitos psicanalistas americanos


começaram a afirmar que todas as doenças mentais, incluindo
a esquizofrenia e as doenças maníaco-depressivas, eram
causadas por conflitos psicológicos que podiam ser
amenizados por meio da psicoterapia psicanalítica. Com
freqüência os pais, e principalmente as mães, eram acusados
pelos transtornos mentais dos seus filhos. Era particularmente
cruel o conceito da “mãe esquizofrenogênica”, que propunha
que a esquizofrenia era causada devido a mãe rejeitar a
criança de forma inconsciente, embora parecesse amá-la. Em
uma série de livros bastante divulgados, Bruno Bettelheim
teorizava que o transtorno autista era causado pela rejeição
parental e que somente a “parentectomia” (isto é, retirar a
criança do lar) poderia levar à cura. Aqueles que defendiam o
conceito de que as doenças mentais têm causas estritamente
“ambientais” ou “psicológicas” sentem com freqüência que
estão em um patamar moral superior – defendendo o paciente
contra uma teoria biológica determinista. Em geral não
conseguem ver que as suas próprias teorias da doença
mental, na ausência de provas, culpam os pais e as famílias
pelo problema de uma criança e, assim, causam dor e
sofrimento enormes. Isso seria o equivalente a negar a
21
natureza biológica do câncer e dizer aos pais de uma criança
com leucemia que foi o fracasso deles em ter um
relacionamento amoroso com ela que levou à doença. 
(PLISZKA, 2004, p. 13 -14 )

 Na atualidade, estudos significativos já proporcionaram mudanças no


tratamento de pacientes com necessidades educacionais especiais, incluindo
os indivíduos com deficiência mental ou intelectual. Indivíduos que antes eram
retiradas do convívio de seus familiares, uma vez que se acreditavam que
estes não teriam condições de reabilitação, hoje, através da Neurociência,
sabe-se que existe a plasticidade cerebral e que a mesma necessita de muito
estímulo daqueles que estão próximos a estes indivíduos.
Para estudiosos que fazem uma relação da área da biologia cerebral
com o contexto escolar, conhecer e entender os processos da aprendizagem
tornou-se um grande desafio para os educadores da atualidade. Segundo
(RELVAS, 2009), é necessário entender que as interações perpassam por
aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala de aula as novas
tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do comportamento dos
alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos estudos neurocientíficos,
diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizados ou
superadas. Para realizar uma abordagem mais aprofundada do tema em
pauta, percebe-se a necessidade de fundamentar os argumentos tendo por
base uma breve explanação dos aspectos morfofuncionais do desenvolvimento
do sistema nervoso, cérebro e a aprendizagem. Consenza (2011), afirma que o
sistema nervoso se modifica durante toda a vida, mas dois momentos são
particularmente importantes ao longo do seu desenvolvimento. O primeiro
corresponde ao período em torno da época do nascimento, quando ocorre, um
ajuste quanto ao número de neurônios que serão realmente utilizados nos
circuitos necessários à execução das diversas funções neurais. O segundo
corresponde à época da adolescência, quando um grande rearranjo tem lugar,
havendo um acelerado processo de eliminação de sinapses, um
“desbastamento sináptico”, que ocorre em diferentes regiões do córtex
cerebral. Além disso, há um notável aumento da mielinização das fibras
nervosas em circuitos cerebrais, tornando-os mais eficientes. As modificações
que ocorrem na adolescência preparam o indivíduo para a vida adulta. O
22
aumento da conectividade entre as células corticais é progressivo durante a
infância, mas declina na adolescência até atingir o padrão adulto, o que reflete,
provavelmente, uma otimização do potencial de aprendizagem. Nessa fase da
vida diminui a taxa de aprendizagem de novas informações, mas aumenta a
capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido. Dentre os vários autores
que se debruçaram sobre este assunto (MAIA; THOMPSON, 2011), classificam
a estrutura do sistema nervoso em: sistema nervoso central, periférico 1 e
autônomo. Segundo eles, o sistema nervoso central é formado pelas estruturas
que compõem a calota craniana e anatomicamente a coluna e o encéfalo.
Segundo os autores (ALBERTO, STEFANINI, VICENTINI,( 2012), apud, ARCE,
MARTINS, 2012, P. 123).

http://www.ufrgs.br/auladeembrio/ppts/desenvhum2_2.pdf
“O encéfalo compreende o cérebro, cerebelo e o tronco
encefálico. Desde o período pré-natal até o adulto, observa-se
um rápido e intenso crescimento do encéfalo que praticamente
triplica seu peso em relação ao da época do nascimento. Esse
crescimento rápido do encéfalo é resultado de mielinização
que ocorre nos dois primeiros anos de vida assim como

1
Nos vertebrados, a distinção entre as duas divisões do sistema nervoso adulto é simples: o
sistema nervoso central (SNC) compreende todo o tecido nervoso encontrado dentro de
caixas ósseas (o crânio e a coluna vertebral), enquanto o sistema nervoso periférico (SNP)
compreende todo o tecido nervoso restante, situado fora do crânio e da coluna vertebral -
portanto, todos os nervos e gânglios do corpo.
23
aumento dos tamanhos dos neurônios, do numero de células
da neuroglia e da complexidade dos processos neuronais”.

Fonte: http://www.anatomiahumana.ucv.cl/efi/modulo21.html

O sistema nervoso periférico é o responsável por conduzir os reflexos e


nervos que fazem o sistema nervoso central funcionar. Já o sistema nervoso
autônomo representa as estruturas centrais e periféricas relacionadas com
controle das funções involuntárias e orgânicas. Sob este víeis os autores traz
uma relevante contribuição para a educação quando afirmam que, o sistema
nervoso é o grande responsável pela vida mental de relação das pessoas bem
como o bom funcionamento de outros órgãos. Para eles (MAIA; THOMPSON,
2011 p. 21) as funções primordiais do sistema nervoso são:

“Funções cognitivas (pensamento e emoção), motricidade e


equilíbrio, sensibilidades (tato, dor temperatura, pressão
vibração), sentidos (visão, audição, gustação, olfato) e
controle do meio interno (respiração, circulação, liberação
hormonal). Segundo elas, o cérebro, como estrutura mais
desenvolvida e complexa dentro do sistema nervoso central,
tem atribuições mais complexas dentre as supracitadas,
incluindo a projeção sensorial e cognição, planejamento e
iniciação de movimentos voluntários, processos mentais
complexos (pensamento, raciocínio), compreensão e
expressão da linguagem, memoria e aprendizagem,
experiências emocionais e motivacionais”.
24

Fonte: http://www.tdtonline.viewtopic.php

Segundo estes autores a parte mais desenvolvida do sistema nervoso


central é o cérebro, é formado por dois hemisfério com 4 lobos cada um:
frontal, parietal, temporal e occipital e é dividido em: córtex e substancia
branca. O córtex é responsável pelos neurônios e a substancia branca, os
axônios prolongamentos dos neurônios. Os autores, (MAIA; THOMPSON,
2011 p. 22), defendem que:
“Os neurônios do córtex são superespecializados, sendo
setorizados por áreas funcionais. Tais áreas recebem
informações de várias outras áreas do próprio córtex e de
diversas outras estruturas cerebrais e periféricas, formando
uma grande rede conectiva. Por meio do cérebro o individuo
conhece o mundo e age nele, graças as funções coordenadas
dos recursos cognitivos e as conexões que o cérebro tese
entre os dois hemisférios e no interior de cada hemisfério
formando uma rede ordenada e complexa”.

Hennemann (2012), concorda com os referidos autores acima quando


diz que o córtex cerebral é a fina camada de substância cinzenta que recobre
o cérebro. Ele é uma das regiões mais importantes do Sistema Nervoso
Central (SNC). Ele recebe impulsos de todas as vias da sensibilidade, sendo o
responsável pela interpretação e resposta de todas essas informações. Dele
são transmitidos impulsos que iniciam e controlam os movimentos voluntários.
Além disso, o córtex cerebral também está relacionado com os fenômenos
psíquicos. Por muito tempo não se aceitou que certas áreas do cérebro estão
relacionadas a funções específicas. Atualmente, no entanto, sabe-se que
existem regiões no córtex cerebral que são mais especializadas na realização
de algumas funções. Além de se localizar em uma região específica, uma
25
função pode também se lateralizar para um hemisfério cerebral, havendo uma
dominância de um hemisfério sobre o outro. Isto é bem visível nos casos da
linguagem, da gnose (interpretação de estímulos sensoriais) e a práxis
(realização de atos motores complexos). Anatomicamente, o cérebro é dividido
em lobos, sendo eles: frontal, temporal, parietal, occipital e a ínsula. Porém,
essa divisão não representa uma segregação funcional do cérebro:

O córtex cerebral divide-se em 5 lobos, sendo que cada um


tem sua função diferenciada e especializada. Os lobos
cerebrais são designados pelos nomes dos nossos ossos
cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo
frontal localiza-se na região da testa; o lobo occipital, na
região da nuca; o lobo parietal, na parte superior da cabeça;
o lobo temporal, nas regiões laterais da cabeça, por cima das
orelhas e por fim, o lobo da ínsula (que também é conhecido
como ilha de Reil), se localiza na profundidade dos lobos
frontal, parietal e temporal. (HENNEMANN, 2012, P.12)

Fonte: http://www.islam-guide.com/pt/ch1-1-
d.htm

A autora (ARCE, 2012), produz uma contribuição significativa para


compreensão dos aspectos morfofuncionais do desenvolvimento do sistema
nervoso, cérebro e aprendizagem. Segundo ela, (ARCE, 2012, p.26-28).

Aparentemente, o cérebro do recém-nascido é estruturalmente


semelhante ao do adulto. Todas as regiões corticais e
subcorticais já estão constituídas e no número de células não
se altera. Com o desenvolver da idade, o desempenho
encefálico pós-natal passa por vários estágios gradualmente
complexos. No primeiro estágio, que compreende o período de
zero a dois anos de idade, o latente desenvolve a percepção
do meio ambiente. Entre dois a cinco anos de idade, período
do segundo estágio, a criança usa a linguagem como um
sistema de sinais simbólicos. O córtex associativo processa
26
as informações, ou seja, discrimina os estímulos recebidos e
os compara com aqueles pré-existentes. No terceiro estágio,
entre cinco a oito anos a criança torna-se consciente de que
não está sozinha e passa a interagir com o meio. No quarto
estágio, entre sete a doze anos de idade, a criança reconhece
as relações entre e objetos e compreende seus valores
relativos.

Segundo autores citados (ARCE, MARTINS 2012), estudos de imagem


funcional do cérebro revelaram que a estimulação precoce aumenta a função
encefálica, ao passo que a ausência de estimulação precoce leva a perda de
função encefálica. Pesquisas sobre desenvolvimento mostraram que existem
janelas desenvolvimentais de oportunidade para diferentes funções
encefálicas. Consequentemente as janelas de oportunidade são de 0 a 2 anos
para o desenvolvimento emocional, 0 a 4 anos, para matemática e lógica, 0 a
10 anos, para linguagem e de 3 a 10 anos para música. E finalmente, elas
apontam o fato de que o desenvolvimento encefálico não é linear, mas sim
episódico, com janelas de oportunidades a serem utilizadas. E ainda sob este
mesmo enfoque Luria (1980), citado por Freitas (2006), afirma que os
processos mentais, que incluem sensações, percepção, linguagem,
pensamento e memória não podem ser considerados simples faculdades
localizadas em territórios corticais restritos do cérebro, mas sistemas
funcionais complexos, que fazem do ser humano único em sua construção
morfo funcional e comportamental. Quanto ao paralelo do sistema
nervoso e a aprendizagem, Metring (2011) enfatiza que, não há possibilidades
de ensinar sem o conhecimento de como funciona o cérebro, como ele recebe
e processa os conteúdos. Citando Sampaio (SAMPAIO, apud, 2010, p.33), ele
diz que cada criança é um ser diferente e único, e cada aluno tem sua forma
diferente de aprender e não aprender. Frente á mesma forma de ensinar
alguns aprendem e outros não. Para Metring, o problema é exatamente este, a
mesma forma de ensinar para todos os alunos, como se todos fossem iguais.
Os docentes precisam de formação adequadas para ensinar a cérebros. Cada
um dentro do seu jeito e nível de desenvolvimento.
Araújo (2012), argumenta que, a linguagem e outras funções cognitivas
também ficam localizadas no córtex cerebral, segundo ele Wernicke formulou
um modelo coerente para a organização da linguagem. Segundo esse modelo,
a percepção inicial, auditiva ou visual, da fala é formada em áreas corticais
27
sensoriais distintas, especializadas para informações auditivas ou visuais. As
representações neurais dessas percepções seriam, então, transmitidas para
uma área cortical associativa, especializada para informações auditivas e
visuais (o giro angular). As palavras faladas ou escritas seriam transformadas
em representação neural comum, um código partilhado pela fala e pela escrita.
Do giro angular, esse código é transmitido para a área de Wernicke, onde seria
reconhecido como linguagem e associado a um significado. Esse código neural
comum seria, em seguida, transmitido para a área de Broca, onde seria
transformado de uma representação sensorial (auditiva ou visual) em
representação motora, que pode desembocar em linguagem falada ou escrita.

http://www.danieleassesgestante.com.br

O cérebro se desenvolve da medula para as áreas frontais,


mais nobres, quando nascemos, nascemos com o cérebro
inteiro, porém, não desenvolvido, ou seja, ainda não estão
formadas as redes neuronais que nos darão a competência
ao final dos 20 ou 21 anos de vida para lidarmos com o meio,
produzindo comportamentos adaptativos inteligentes ou
planejados. (METRING, 2011, p. 96)

Outro autor que contribui para a uma melhor compreensão desse


assunto é, (ALMEIDA, 2012, p.45), segundo ele:

O cérebro é dividido por uma fenda em dois hemisférios, que


são segmentados em lobos , regiões demarcadas sem muita
nitidez. As informações captadas pela visão, pela audição,
pelo olfato, pelo paladar e pelo tato provocam impulsos
elétricos e reações químicas em lobos diferentes e não são
guardadas da maneira como foram captadas. Elas são
fragmentadas e hierarquizadas.
28

Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&rlz=1T4LGEL_pt-

Metring diz que a área mais antiga do cérebro (occipital, pariental e


temporal), começa seu processo de mielinização primeiro, nesse período o
cérebro está preparado para se envolver com as questões que envolvem a
sensibilidade antes de estar pronto para pensar de forma abstrata. Ou, seja a
principio conforme teoria piagetiana, o cérebro esta apto para as funções
motoras, ampliando se para as funções mais complexas. Conforme outros
autores citados por Metring, (apud, MIRANDA & MUSKAT, 2004, SAMPAIO,
2011 p. 35-36):
O padrão de reflexos da lugar a movimentação mais dirigida
com integração entre áreas sesoriais e motoras que permitem
a coordenação dos movimentos, mãos na boca, mão objeto a
partir do terceiro mês de vida. A partir do sexto mês de vida,
inicia-se o desenvolvimento das áreas motoras corticais
relacionadas á prensão manual e ao equilíbrio estático. A
partir do segundo ano de vida, ocorrem o desenvolvimento da
fala e da organização das sequencias motoras. A partir do
terceiro ano, a criança já imita movimento das mãos do
observado (abrir e fechar), mas não realiza movimentos ainda
inteligentes. A partir do quarto ano de vida, com um
desenvolvimento ainda rudimentar dos lobos pré-frontais, a
criança começa a programar algumas atividades com maior
precisão. A partir do quinto ano de vida consegue imprimir e
reproduzir ritmos complexos com as mãos. A partir dos seis ou
sete anos de idade começa a ter maior desenvolvimento das
noções de lateralidade, movimentos alternados e simultâneos.
A partir dos decimo ano, inicia-se o desenvolvimento cortical
que permite o predomínio das funções simbólicas e motoras, e
o pensamento abstrato começa a aparecer com alguma
independência. A partir dos 14 anos de idade, ocorre maior
associação entre regiões pré-frontais e sistema límbico.
29
Metring diz que estas informações auxiliam aos docentes no
entendimento de que não adianta promover uma pratica de ensino que não
seja útil ao aluno. A ação dos docentes precisar atender os alunos nas suas
especificidades de desenvolvimento do cérebro, ou seja, o educador precisa
respeitar a condição que o cérebro precisa para realizar determinado
aprendizado. Segundo ele, (METRING, 2011, p.98)
:
Os professores não podem ignorar a zona de desenvolvimento
proximal pregada por Vygotsky. Todos temos uma base que
nos permite uma zona de desenvolvimento real, e Vygotsky
bem mostrou que, quando somos estimulados a partir dela,
certamente alcançaremos resultados satisfatórios de evolução.

Segundo o autor, na pratica educativa, esta questão é comprovada


quando um aluno que sabe menos aprende com uma criança que sabe mais.
O fracasso dos educadores enquanto professores é trabalhar o conceito de
ZDP muito longe da ZDR do educando. Para ele o cérebro sempre recebe
melhor aquilo que está mais próximo do que já domina. Ele diz que:

Nosso cérebro nasce com poucas conexões sinápticas, e


somente a estimulação adequada é que vai permitir uma
formação ótima dessa rede neuronal. A rede neuronal é que
determina a capacidade de armazenamento e evocação de
dados, sem os quais não podemos pensar em memória, e,
portanto, não haverá aprendizagem”. (METRING, 2011, p. 98)

Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp.blo
gspot.com

Cardoso e Teixeira vão dizer que, (CARDOSO, 2000, in TEIXEIRA, 2004


P. 90), Há uma grande diferença entre o cérebro de um recém – nascido e um
30
adulto, o primeiro com 400g e o segundo com 1300g, e que uma grande
quantidade de interconexões se desenvolve ao longo da vida, mediante a
estimulação do encéfalo que resulta em uma rede complexa. Segundo os
autores de nada serve uma enorme quantidade de informações sem sentido,
porque as sinapses se fortalecem na medida em que a informação para aquela
rede neural seja significante. As alterações sinápticas e nova formação na rede
neuronal também provoca mudanças no cérebro. Portanto, o cérebro funciona
melhor a partir das suas tendências, os profissionais de educação não podem
ignorar que os alunos tem tendências e interesses. E o conteúdo a ser
apresentado precisar observar estas especificidades inerente a seus
aprendizes.

METODOLOGIA

A proposta deste estudo visa investigar novos conhecimentos que


contribuam para elevar a qualificação e desempenho de docentes frente a
contextos educacionais como o profissional de psicopedagogia. O objetivo
geral desta pesquisa é, Conhecer os fundamentos da neurociência e sua
contribuição para instrumentalizar o psicopedagogo.
Para responder esse objetivo acima, foram traçados alguns objetivos
específicos, são eles: Identificar ações neuropedagógicas para viabilizar a
atuação dos profissionais envolvidos com a aprendizagem dos alunos em
contexto institucional. Apresentar fundamentos neuropedagógicos para
aperfeiçoar a competência dos psicopedagogos ao lidar com problemática da
aprendizagem. Para responder esses objetivos este projeto propõe a
investigação das atribuições do psicopedagogo na instituição escolar, os
fundamentos da neurociência e os aspectos morfofuncional do cérebro como
aportes teórico para a formação continuada do psicopedagogo.
Esta pesquisa será realizada através de pesquisa bibliográfica, sites da
internet e pesquisa de campo como; leitura de livros, jornais, revistas, internet
e questionários.
A neurociência no Brasil está representada principalmente pela
Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), que
congrega a pesquisa básica da área. A pesquisa em neurociência tem sólida
31
tradição e ampla representação em nosso país (Silveira, 2004; Timo-Iaria, s.d.;
Ventura, 1997, Relvas, (2009), Lent, (2008), Maturama (2002), Huzel (2005),
Kandel (2000), Izquierdo, (2002) e outros e aprofundaremos na pesquisar a
seguir.

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