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Tema 1
Como tal, será fácil compreender que os conceitos relacionados com a inclusão estão em
permanente evolução, nomeadamente em Portugal que contempla legislação diversa
sobre este tema e em diversos contextos.
Por exemplo, na Constituição da República Portuguesa, aprovada em 1976, no seu artigo
71º refere "Cidadãos portadores de deficiência", contudo, esta terminologia tem sido
substituída pelo termo "Pessoas com deficiência".
Assim, nas páginas seguintes são apresentados os conceitos atuais de acordo com a
legislação e tratados mais recentes.
Desenho Universal
O Design Universal diz respeito ao desenho, conceção e composição de um ambiente
para que possa ser acedido, compreendido e usado na maior medida possível, por todas
as pessoas, independentemente da sua idade, tamanho, capacidade ou incapacidade.
Assim, o objetivo do design universal é simplificar a vida de todos, tornando produtos,
comunicações e os ambientes edificados mais usáveis e pelo maior número possível de
pessoas sem que isso implique custos extra, beneficiando pessoas de todas as idades e
habilidades.
Para tal, foram definidos 7 princípios que devem ser seguidos para que se cumpra com
este objetivo:
1: Uso equitativo - o design é útil e comercializável às pessoas com habilidades diversas.
2: Flexibilidade no uso - acomoda uma ampla gama de habilidades e preferências
individuais.
3: Simples e intuitivo - uso do design é fácil de entender, independentemente da
experiência dos utilizadores, conhecimento, competências linguísticas ou nível de
concentração atual.
4: Informação perceptível - o design comunica eficazmente as informações necessárias,
independentemente de condições ambientais ou das habilidades sensoriais dos
utilizadores.
5: Tolerância de erro - o projeto minimiza os riscos e as consequências adversas de
ações acidentais ou não intencionais.
6: Baixo esforço físico - o design pode ser usado eficiente e confortavelmente e com um
mínimo de fadiga.
7: Tamanho e espaço para aproximação e uso - tamanho e espaço adequado que
permite uma abordagem, alcance, manipulação e uso independentemente do tamanho
do corpo do utilizador, postura ou mobilidade.
Usabilidade
De forma simplista podemos dizer que usabilidade está relacionada com o uso.
De acordo com Nielsen Norman Group "Usabilidade é um atributo de qualidade que
avalia a facilidade de uso das interfaces do utilizador. Este atributo de qualidade é
definido por 5 elementos: aprendizagem, eficiência, memória, erros, satisfação. A
palavra "usabilidade" também se refere a métodos para melhorar a facilidade de uso
durante o processo de design.
Acessibilidade
De acordo com o Instituto Nacional de Reabilitação "A acessibilidade pode ser descrita
como a característica de um ambiente, equipamento, produto, objeto ou serviço que
Resumo – Acessibilidade em Educação e Formação
Um ambiente acessível é bom para todos, não apenas para pessoas com determinadas
características físicas, pois oferece qualidade de vida, segurança e permite a convivência e a
interação entre diferentes.
Vida Independente
• As pessoas com deficiência é que sabem o que precisam para ter melhor
qualidade de vida;
• Suas necessidades variam, como as de qualquer ser humano e, por isso, só
podem ser atendidas por uma variedade de serviços e equipamentos;
• A tecnologia assistida pode significar a diferença entre a dependência e a
independência, em determinadas situações;
• As pessoas com deficiência devem viver com dignidade, integradas em suas
comunidades;
• A cidadania não depende do que uma pessoa é capaz de fazer fisicamente, mas
sim das decisões que ela puder tomar por si só;
• A pessoa com deficiência é que deve ter o controle de sua situação;
• A autodeterminação, a auto-ajuda e a ajuda mútua são processos que liberam as
pessoas com deficiência para controlar suas vidas;
• A integração entre pessoas com diferentes deficiências facilita a integração entre
pessoas com e sem deficiência;
• Vida Independente é um processo onde cada usuário ajuda a moldar e mantê-la
e não um produto para ser consumido indistintamente por diversos tipos de
usuários.
Acessibilidade e Inclusão
O conceito de inclusão é recente na nossa cultura. Envolve praticamente todas as
esferas sociais, apontando para as necessidades de repensar, alterar hábitos, posturas,
atitudes, começando por cada pessoa individualmente. Abrange o acesso aos bens
sociais, culturais, económicos, saúde, educação, trabalho, tecnologia.
Para que as pessoas com deficiência sejam incluídas nas escolas, igrejas, cinemas,
empresas, é preciso que eles sejam acessíveis, se não elas não conseguem entrar, e
como estar incluída estando do lado de fora?
A sociedade acessível garante qualidade de vida para todos, portanto é um
compromisso que deve ser assumido por todos nós, em nossas respetivas esferas de
ação e influência.
Resumo – Acessibilidade em Educação e Formação
Deficiência / CIF
O conceito deficiência foi evoluindo ao logo dos tempos em sintonia com a própria
mentalidade. Isto verifica-se inclusive nas diversas alterações da Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde(CIF) que, face aos avanços
científicos e tecnológicos, obrigam a uma constante actualização de terminologia e
campos de actuação.
• A CIF pretende estabelecer uma linguagem comum uniformizando conceitos,
taxionomias e terminologias que sejam aplicados em todos os domínios (na
saúde, na economia, na política, em contextos sociais e na investigação). Na
última edição da CIF (2004), o termo deficiência é praticamente abolido, dando
ênfase à “funcionalidade” e “desempenho” dentro de contextos específicos.
As definições apresentadas na CIF (2004:13:Tabela 1), no contexto específico da saúde
são:
Estas dificuldades podem resultar de uma deficiência congénita (manifesta-se até aos 3-
5 anos de idade) ou adquirida devido a uma doença ou acidente e que poderá originar
uma incapacidade temporária ou permanente.
Importante saber:
➢ Tipos de deficiência/doenças que podem originar essa incapacidade;
➢ Que produtos de apoio podem ser utilizados por pessoas com essa
incapacidade (caso se aplique);
❖ Dificuldades visuais
Tipos de doenças que originam problemas/ doenças oculares
- defeitos Refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia, retinopatia
diabética)
Resumo – Acessibilidade em Educação e Formação
- Não reconhecer o meio ambiente, não conseguindo andar nas ruas sem
acompanhamento ou sem o auxílio de uma bengala ou cão guia.
O W3C (World Wide Web Consortium) tem como objetivo assegurar a compatibilidade
e definir protocolos entre as empresas do setor informático.
Em 2018 a versão é WCAG 2.0
Perfil de utilizador – são as características individuais de interação entre a pessoa e a
máquina. Estas características são de ordem tecnológica, fisiológica e psicológica.
A interação depende da tecnologia que cada um utiliza para comunicar com o
computador e com a web, assim como das condições físicas e psicológicas de cada
indivíduo ou se tem algum tipo de incapacidade ou não.
De acordo com o W3C, existem diversos perfis de utilizadores que podem encontrar
barreiras na web e que podem estar relacionadas com:
- Dificuldade de ordem visual;
Incapacidade Visual
Barreiras Necessidades
Imagens, controlos e outros elementos
estruturais que não têm equivalente textual
alternativo.
Gráficos e imagens complexas indevidamente
descritas.
Conteúdo de vídeo que não tem alternativas de
áudio ou texto, ou uma faixa de audiodescrição.
Formulários e tabelas complexas que não
permitem uma leitura linear ou perdem o sentido.
Texto, imagens e layouts de página, que não
podem ser redimensionadas, ou que perdem Ampliar ou reduzir o tamanho
informação quando redimensionado. do texto e imagens.
Falta de pistas visuais e não visuais de Personalizar as
orientação, estrutura da página e outras ajudas à configurações de tipos de
navegação. letra, cores e espaçamento.
Mecanismos de navegação e funções de página Ter acesso ao texto de
inconsistentes, imprevisíveis e excessivamente síntese do conteúdo.
complexos.
Vídeos com audiodescrição.
Sites, navegadores e ferramentas de autor que
Leitura do texto em Braille
não fornecem o suporte total por teclado.
Ferramentas de autor ou navegadores que não
utilizam programas ou aplicações com interface
normalizado dificultando a leitura e interpretação
ao leitor de ecrã.
Texto e imagens com contraste insuficiente entre
combinações de cores de primeiro plano e plano
de fundo.
Sites, navegadores da web e ferramentas de
autor que não permitem personalização de cores
ou não suportam ferramentas de alto contraste.
Resumo – Acessibilidade em Educação e Formação
❖ Os Princípios
- Princípio 1 – Percetível: Os utilizadores têm de ser capazes de perceber
a informação apresentada e o funcionamento da interface (tem de estar
visível a todos os seus sentidos).
❖ As Diretrizes
Podem ser entendidas como os pontos fundamentais que compõem cada
princípio.
2.3 Ataques epiléticos (não criar conteúdos de uma forma conhecida por
causar ataques epiléticos)
2.4 Navegável (fornecer formas de ajudar os utilizadores a navegar,
localizar conteúdos e determinar o local em que se encontram).
Percetível
Alternativas em texto
Multimédia baseada no tempo
Adaptável
Discernível
Operável
Acessível por teclado
Tempo suficiente
Ataques epiléticos
Navegável
Compreensível
Legível
Previsível
Assistência de entrada
Robusto
Compatível
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