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Deficiência ou Incapacidade,

Assistência Pessoal e Promoção


da Autonomia
Módulo III
Competências Esperadas
• Reconhecer a evolução de paradigmas e práticas sociais, incluindo os
princípios da promoção para a vida independente;
• Distinguir as diferenças entre as práticas e as da promoção para a Vida
Independente – Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI)
• Identificar as necessidades de apoio que promovem o bem-estar e
autonomia;
• Reconhecer a importância da elaboração conjunta e do cumprimento das
ações planeadas no Plano Individualizado de Assistência Pessoal (PIAP);
• Ser capaz de aplicar em contextos as competências comportamentais
previstas para o/a Assistente Pessoal, através da tradução de
procedimentos e comportamentos éticos.

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Deficiência ou Incapacidade
Evolução de Paradigmas e Práticas Sociais; Diversidade de Características e
Necessidades de Apoio

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Conceito Deficiência
• Considera-se deficiência a ausência ou a disfunção de uma estrutura
ou função psicológica, fisiológica ou anatómica que produza
incapacidade de desempenhar atividades, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano. (OMS, 2003),
• Refere-se, portanto, à biologia do ser humano.
• A deficiência pode ser de origem congénita ou adquirida, e de caráter
permanente ou temporário.
• A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a
qualquer pessoa que vivencie uma deficiência continuamente.

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Conceito de Incapacidade
• Carateriza-se a incapacidade como a consequência da deficiência do
ponto de vista de rendimento funcional, ou seja, no desempenho das
atividades essenciais à vida diária, e handicap (desvantagem) no que
diz respeito à adaptação do indivíduo ao meio ambiente, resultante
da deficiência e da incapacidade.

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Deficiência ou Incapacidade
Modelos/Paradigmas
• Modelo Médico:
• O modelo médico ficou conhecido no mundo ocidental no início da década de
60 do século XX.
• Representa o enfoque da deficiência como uma experiência do corpo que
deve ser “combatida” com tratamentos na área da saúde.
• O modelo médico parte da premissa implícita de que quanto mais perto do
bom funcionamento estiverem a visão, a audição, o intelecto e o sistema
motor de uma pessoa, mais direitos ela vai adquirindo como cidadão/ã.
• Ainda segundo este modelo, quanto mais comprometido física, intelectual ou
sensorialmente estiver uma criança, um adolescente ou adulto, menos
direitos humanos e constitucionais ele ou ela pode ter e exercer.

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• Sob a perspetiva do modelo médico, as lesões e as limitações são a única
causa dos processos de discriminação enfrentados pelas pessoas com
deficiência. Não importa a forma pela qual o meio ambiente lida com essas
lesões e limitações, o que desresponsabiliza por completo a sociedade na
criação de mecanismos de luta contra a descriminação ou de desconstrução
dos múltiplos preconceitos existentes e relativos a esta população.
• Em suma, o Modelo Médico (ou Individual) vê as pessoas com deficiência
como pessoas que têm problemas físicos que precisam ser curados. Isto
impele as pessoas com deficiência para o papel passivo de pacientes. O
objetivo desta abordagem é “normalizar” as pessoas com deficiência, o que
naturalmente implica que sejam, de um modo ou de outro, “não normais”. A
questão da deficiência fica limitada à problemática individual: é a pessoa com
deficiência que precisa ser mudada, não a sociedade ou o ambiente à sua
volta.

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• Importa ainda referir, que este modelo tem fortes implicações na forma como
a pessoa com deficiência se vê, pois muitas delas interiorizam a ideia de que
tendo uma deficiência, não podem ter livre acesso e/ou participação nas
atividades sociais. Esta atitude pode tornar as pessoas com deficiência menos
susceptíveis de desafiarem ou de se insurgirem contra a sua exclusão da
sociedade ou contra comportamentos de natureza discriminatória que as
impede de conquistar formas de vida mais autónomas e independentes.

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Deficiência ou Incapacidade
Modelos/Paradigmas
• Modelo Social:
• O modelo social surgiu como alternativa ao modelo médico da deficiência.
Entre o modelo social e o modelo médico há diferença na lógica de
causalidade da deficiência. Para o modelo social, a sua causa está na estrutura
social. Para o modelo médico, no indivíduo.
• Em síntese, a ideia básica do modelo social é que a deficiência não deve ser
entendida como um problema individual, mas uma questão da vida em
sociedade, o que transfere a responsabilidade pelas desvantagens das
limitações corporais do indivíduo para a incapacidade da sociedade em prever
e se ajustar à diversidade da condição humana. A compreensão mais
aprofundada sobre o tema poderá contribuir fortemente para a inserção
familiar, laboral e social da pessoa com deficiência e melhorar sua qualidade
de vida.

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• Nesta perspetiva, a incapacidade não é necessariamente o resultado de uma
condição de saúde, mas encontra-se relacionada com a influência e efeitos de
fatores sociais, psicológicos e ambientais. Em contraposição ao modelo médico,
não é a incapacidade que prediz a interação social, mas o contexto social que dá
significado à incapacidade (Fine M., Asch, 1998).
• Assim sendo, a incapacidade não é algo que a pessoa tem, mas alguma coisa
que acontece em algum momento de sua vida, daí o seu caráter emergente e
temporal. Em síntese, a incapacidade é uma forma de opressão social,
discriminação e exclusão, isto é, são as barreiras atitudinais e sociais que
incapacitam o indivíduo com deficiência.
• O modelo social constituiu uma discussão extensa sobre políticas de bem-estar
e justiça social para as pessoas com deficiência.

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• Este modelo, desenvolvido por pessoas com deficiência em oposição ao
modelo médico da deficiência dos anos 60 do século XX, teve como principal
objetivo denunciar as desigualdades e a exclusão social, que acompanhavam
o quotidiano da vida das pessoas com deficiência.
• Com a adoção do modelo social, a deficiência deixou de ser um problema
trágico, de ocorrência isolada de alguns indivíduos menos afortunados, para
os quais a única resposta social apropriada era o tratamento médico (modelo
médico), para ser abordada como uma situação de discriminação coletiva e
de opressão social, para a qual a única resposta apropriada era a ação política
e social. Essa mudança de perspetiva não significou, no entanto, que os
teóricos do modelo social não reconhecessem a importância dos avanços
biomédicos para o tratamento ou melhoria do bem-estar das pessoas com
deficiência. Ao contrário, novas técnicas de tratamento proporcionadas pelos
avanços biomédicos foram reconhecidamente, bem-vindas.

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• Assim este modelo, conferiu um novo sentido à deficiência, na
responsabilização da sociedade em geral e dos seus diversos agentes, na
consagração de situações incapacitantes.
• Nos fundamentos deste modelo, coube à sociedade o dever de sofrer
alterações, através da eliminação das barreiras arquitetónicas,
comunicacionais e atitudinais, na aceção de que são estas que previnem a
participação igualitária na vida em comunidade e não propriamente as
caraterísticas biológicas e as funções do corpo de cada indivíduo com
deficiência.

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• No campo da terminologia inglesa, também este modelo defende a alteração
do uso da palavra “deficiência”, proposta pelo modelo médico, centrada nas
funções e caraterísticas biológicas individuais, em comparação com a
generalidade das pessoas, e propõe a sua substituição pela palavra
“incapacidade”, considerando que as pessoas se tornam incapacitadas, pelo
contexto social em que se encontram inseridas face à sua deficiência e neste
contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou para publicação
em 2001, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) que apresentou um modelo baseado na junção dos modelos
médico e social.

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• Uma abordagem biopsicossocial é usada para se obter uma integração das
várias dimensões da saúde (biológica, individual e social).
• A funcionalidade e a incapacidade humanas são concebidas como uma
interação dinâmica entre as condições de saúde (doença, trauma, lesões,
distúrbios) e os fatores contextuais (incluindo fatores pessoais e ambientais).
• Ainda assim, e na continuidade da denúncia feita aos limites do modelo
médico de deficiência, o aparecimento desta Classificação continuou a ser
fortemente criticada e contestada pelos defensores do modelo social, que
afirmam que esta continua a centrar-se nas consequências das condições
médicas, perspetivando os aspetos sociais da deficiência apenas por
referência aos fatores ambientais da mesma (Barnes, Mercer e Shakespeare,
2000; Pfeiffer, 2000).

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• Em suma, o modelo social da deficiência tem vindo a argumentar o papel dos
diversos agentes sociais na criação de situações de incapacidade, de exclusão e de
desigualdade social, no quotidiano das vidas das pessoas com deficiência.
• Rejeitando o modelo médico, dos anos 60 do século XX, baseia-se na
responsabilidade social perante a problemática da deficiência, fundamentando-a
numa questão de direitos humanos.
• No decurso deste pensamento, desde o século XXI, a Europa, abriu-se a estas
reivindicações, dando orientações aos seus Estados-membros para agirem a favor da
inclusão social, rumo a uma sociedade sem barreiras.
• No seguimento dessas orientações, Portugal produziu legislação específica para a
participação plena dos cidadãos com deficiência e encontra-se agora a dar os
primeiros passos para a criação de orientações nacionais sobre a autonomia e vida
independente das pessoas com deficiência.

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Movimento Vida Independente,
Assistência Pessoal, Autonomia
Enquadramento de Conceitos

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Enquadramento da Vida Independente
• A desinstitucionalização é a forma motriz que se encontra por detrás
do movimento de vida independente suportada, assim, por uma
atitude focada na independência, mobilidade, individualidade,
autodeterminação e capacitação e integração das pessoas com
deficiência em lógicas sociais de mainstreaming (Schoenfeld, 1975).
• Processo que defende a permanência das pessoas com deficiência ou
incapacidade na comunidade, reduzindo assim, a dependência por via
da criação de programas ajustados às inúmeras necessidades de
caráter desenvolvimental, bem como, a criação de infraestruturas, em
particular dirigidas a pessoas com deficiência mais severa, para que
estas possam beneficiar dos serviços que necessitam, em contextos o
menos restritivos possíveis (Wright, 1980).
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Enquadramento da Vida Independente
• O movimento da vida independente nasceu nos EUA
entre os anos 60 e 70 do séc. XX com a constituição do
primeiro centro de vida independente em Berkeley.
• O mentor deste movimento foi Ed Roberts, aluno
universitário, a quem o acesso à Universidade da
Califórnia foi vedado inicialmente por ter deficiência.
• Ed Roberts com a ajuda do irmão, que acabou por assumir
a função de seu assistente pessoal, conseguiu ultrapassar
as dificuldades relativas à acessibilidade, bem como, a
Universidade acabou por aceder à sua entrada,
providenciando cuidados médicos no campus ajustados às
suas necessidades.
• Os irmãos constataram na altura, que as principais
barreiras não eram de carácter individual, mas sim,
barreiras impostas por fatores ambientais e atitudinais.

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Enquadramento da Vida Independente
• Ainda nos finais dos anos 60 do século XX, os alunos
com deficiência que estudavam em Berkeley
organizaram-se e constituíram um grupo designado
The Rolling Quads.
• O seu objetivo era funcionarem como um grupo de
pressão junto da Universidade, de forma a que esta
se tornasse mais acessível e procedesse à remoção
de barreiras ambientais no espaço e zona envolvente
à Universidade.
• Procuraram também obter serviços de apoio e
assistência pessoal que permitissem aos estudantes
com deficiência usufruir de uma vida mais
independente.
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Enquadramento da Vida Independente

Ao reconhecer a importância deste


tipo de apoio, Ed Roberts e os
colegas acabaram por em 1972
fundar o primeiro Centro para a
Vida Independente – CIL
Tinha na sua base de
funcionamento essencialmente os
seguintes valores: dignidade,
direitos civis, pares de apoio,
autorrepresentação e igualdade de
oportunidades.

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Enquadramento da Vida Independente
• Outros países acabaram por criar e implementar os
Centros de Vida independente.
• Esta foi uma luta e uma conquista de pessoas e não de Finlândia
organizações.
Holanda Inglaterra
• Pessoas com deficiência que deram a voz para
fundamentar a reivindicação dos seus direitos, que
foram conquistando por via da autodeterminação. Centros de
Vida
Canadá Independente Suíça

Alemanha Suécia

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Vida Independente na Europa
Esta conferência cujo foco eram as questões
Criação da Rede Europeia para a Vida
ligadas ao transporte, educação, emprego,
Independente das Pessoas com Deficiência –
acabou por abordar questões importantes
ENIL, após realização da primeira conferência europeia
sobre a vida independente que decorreu em 1989 no como a autodeterminação e a vida
Parlamento Europeu, em Estrasburgo - França independente, tendo Adolf Ratzka na sua
intervenção, referir a importância de todos
estes aspetos, cruciais para a melhoria da
qualidade vida das pessoas com deficiência
na medida em que estes promovem a
autonomia e vida independente das mesmas,
imperando a necessidade de a nível europeu,
quer os profissionais, quer as organizações
deixarem de tomar decisões pelas pessoas
Adolf Ratzka
(Pioneiro da Vida Independente e Membro fundador da ENIL – com deficiência sem a sua participação e
European Network on Independent Living)
auscultação.
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O que é a Vida Independente?
• O conceito de vida independente um conceito multidimensional que
começa com a “libertação” de pessoas que se encontram em contextos
mais institucionais ou que se encontrem impedidas de exercer a sua
vontade própria em várias áreas, mas vai muito para além disto.
• Por via da conceptualização sobre vida independente, percebemos que
esta não é somente um processo, mas também um resultado.
• As competências que conduzem à autonomia e autodeterminação das
pessoas com deficiência focam-se essencialmente na quebra de
dependências existentes em contextos mais institucionalizantes e nos
profissionais que aí desempenham funções de apoio e na certeza de que
por via da formação e capacitação, estas pessoas são capazes de assumir
responsabilidades relativas à sua própria vida.

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O que é a Vida Independente?
• Stoddard (1978) refere o conceito de vida independente como a
capacidade que as pessoas com deficiência têm para participar em
sociedade – ter um emprego, ter uma casa, criar a sua própria família
e partilhar as alegrias e responsabilidades da vida em comunidade.
• Vida independente representa liberdade face ao isolamento e
institucionalização; representa capacidade para tomar decisões
relativamente ao sítio onde querem viver e como viver; representa a
capacidade destas pessoas desenvolverem atividades da vida diária
que as pessoas sem deficiência têm como garantidas.

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O que é a Vida Independente?
• Assim, o conceito de vida independente pode ser definido enquanto
capacidade que a pessoa com deficiência tem para desenvolver
atividades e participar no processo de autodeterminação num
ambiente o menos restritivo possível. O termo independência refere-
se mais comummente ao viver em comunidade e não em contextos
mais institucionalizados, como sejam os promovidos pelas instituições
que prestam apoio e serviços às pessoas com deficiência.
• A somar a estes aspetos, a vida independente é uma atitude, uma
ideologia e um movimento sociopolítico com dimensões globais. A
filosofia da vida independente procura honorar os direitos à
igualdade de oportunidades, capacitação e respeito pelas pessoas
com deficiência.
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O que é a Vida Independente?
• Tornamo-nos independentes quando alcançamos condições para ter a
nossa própria casa ou quando deixamos a família nuclear para ir viver
noutro espaço, com outra(s) pessoa(s), assumindo uma vida com
riscos pessoais, com acesso a um emprego que nos permita ter um
rendimento suscetível de pagar as nossas despesas, fazer os gastos
que queremos em função do que gostamos.
• Independente é também todo aquele/a que consegue ter e manter as
suas próprias opiniões e decisões.
• Cada pessoa pode e tem o direito de decidir sobre o que quer ser, o
que quer ter, onde quer estar e com quer viver.

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O que é a Vida Independente?
• É importante referir que da mesma forma que cada pessoa tem o direito a
todas estas coisas, também tem o direito de poder escolher que outras
pessoas possam tomar decisões por si, decidindo que não quer ser
independente.
• A filosofia da vida independente procura firmar os direitos das pessoas
com deficiência no que diz respeito à igualdade de oportunidades,
capacitação e autorrespeito, dimensões que se encontram em congruência
com os pressupostos que esta mesma determina, ou seja, que as pessoas
com deficiência são as mais habilitadas no que se refere á determinação
das suas necessidades pessoais, tendo o direito de assumir total controlo
das suas próprias vidas. O principal objetivo da filosofia da vida
independente é garantir que estas pessoas tem os mesmos direitos e
opções que as pessoas sem deficiência (Nosek, 1997; Ratska, 1997).
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O que é Assistência Pessoal?
• A Assistência Pessoal é um serviço especializado através do qual é
disponibilizado apoio à pessoa com deficiência para a realização de
atividades que, em razão das limitações decorrentes da sua interação
com as condições do meio, não possa realizar por si própria. As
atividades a serem objeto de apoio junto de cada pessoa com
deficiência resultam da sua escolha pessoal ou, nos casos de tutela,
da escolha de quem legalmente as representa.
• O estipulado no ponto anterior deve ser garantido, com evidências,
pelos CAVI (Centros de Apoio à Vida Independente) através de um
Plano Individualizado de Assistência Pessoal.

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O que é Assistência Pessoal?
• Existem muitas pessoas com deficiência que podem ultrapassar as
dificuldades que enfrentam por via do recurso a ajudas técnicas, no
entanto, e sempre que estas ajudas não estejam disponíveis ou não
sejam ajustadas ás necessidades de determinadas pessoas com
deficiência, podem recorrer à figura do Assistente Pessoal para
desenvolver as suas atividades diárias.
• Torna-se importante salientar que este serviço assume um papel
determinante para que estas pessoas possam ter uma vida mais
autónoma e independente possível, assegurando-lhes tanto quanto
possível, um certo nível de qualidade de vida.

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O que é Assistência Pessoal?
• Segundo os contributos dados por Adolf Ratzka a partir do modelo Sueco e
exemplos provenientes do Reino Unido, Holanda, Alemanha, entre outros,
o objetivo da Assistência Pessoal é capacitar a pessoa com deficiência de
forma a promover a melhoria da sua qualidade de vida por via da
independência relativamente às suas famílias, da desinstitucionalização e
favorecimento da inclusão social.
• As pessoas com elevados níveis de dependência precisam de ajuda na
realização de inúmeras tarefas do dia-a-dia tais como: higiene pessoal,
vestir e despir, cozinhar, fazer compras, limpar, atividades fisiológicas, entre
outras. Embora já existam serviços que ajudam a desenvolver estas tarefas,
nomeadamente o apoio domiciliário, não se faz substituir pela figura do
assistente pessoal na medida em que este, apoia a realização de atividades
fora da habitação: apoio ao trabalho, apoio nas atividades de lazer e tempo
livre.

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O que é Assistência Pessoal?
• O serviço de Assistência Pessoal serve inclusive, para apoiar a vida
independente de pessoas com deficiência grave no sentido de permitir que
estas possam realizar atividades da vida diária sem dependerem
constantemente da família, de um amigo, voluntário ou da mera
solidariedade de quem quer que seja.
• A dependência da intervenção voluntária de outras pessoas para que as
pessoas com deficiência possam realizar as suas atividades básicas da vida
diária torna-as vulneráveis socialmente, na medida em que são entendidas
como pessoas incapazes de cuidar de si próprias.
• Esta ideia vem ser completamente refutada pela adoção/implementação
do modelo que suporta a vida independente e que defende que as
capacidades das pessoas com deficiência devem ser reconhecidas pela
sociedade implicando por isso, uma mudança radical das atitudes da
mesma face a este tipo de população.
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O que é Autonomia?
• O conceito de autonomia foi analisado na literatura das mais diversas
formas. Sendo um conceito universal, varia em função do seu sentido
e interpretação.
• O conceito de Autonomia na sua forma mais simples, pode ser
definida como um estado de independência ou de
autorrepresentação (Atkins, 2006).
• Sendo uma palavra com origem grega, Autonomia vêm da palavra
“eautos”, que quer dizer “o próprio” combinado com a palavra
“nomos”, que significa, regra, governância, lei.

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O que é Autonomia?
• Autonomia é então, uma palavra usada para descrever a capacidade
de uma pessoa para expressar livremente a sua capacidade e
liberdade de ação numa sociedade em particular. Assim, e com
relação às pessoas com deficiência, autonomia pode ser definida
como a capacidade de tomarem as suas próprias decisões, utilizando
a informação que lhes é disponibilizada, é a capacidade que têm de
autorrepresentação.
• No âmbito da Vida Independente, o conceito de Autonomia que
prevalece, é o que determina a capacidade do indivíduo para tomar
as suas decisões, sem quaisquer restrições à sua liberdade de escolha
e sem quaisquer interferências por parte dos profissionais (Atkins,
2006).
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O que é Autonomia?
• Atkins considera assim, que o conceito defendido por Meyers é muito mais
realista na medida em que esta defende que a autonomia depende de um
conjunto de competências práticas, de natureza social com relação à
autodescoberta, autoconhecimento, autodefinição e autodireção (Atkins,
2011), isto faz com que a escolha individual seja uma peça fundamental da
autonomia constituindo-se como elemento fundamental da vida ética.
• O autor acredita assim, que para uma pessoa compreender efetivamente o
conceito de autonomia tem de ter autoconhecimento e uma compreensão
sobre o seu futuro e sobre as decisões a tomar com relação à sua própria
vida. Para isto, a pessoa deve ter necessariamente um plano de vida e ser
capaz de tomar decisões que sejam do seu melhor interesse, tem de ter
capacidade crítica e de auto-compreensão das suas próprias conceções que
determinam, por sua vez, certas tomadas de decisão.
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O que é Autonomia?
• Uma pessoa autónoma pode agir, tomar decisões e pensar como
quiser (Leino-Kilpi et al., 2000), no entanto, é importante salientar
que independentemente de poder determinar o curso da sua vida, só
o pode fazer até ao limite do que pode constituir uma restrição á
autonomia dos outros.
• Em 2002, Vaughan and Leddy descreveram Autonomia como o direito
à autogovernação, liberdade pessoal e liberdade de escolha face á sua
própria vontade. Constata-se assim, que autonomia é um construto
complexo que envolve aspetos filosóficos, humanistas, pessoais e
sociais e mesmo culturais, no entanto, o respeito pela autonomia
do(s) individuo(s) representa, sem sombra de dúvida, um desafio e
um princípio ético fundamental.
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Vida Independente em Portugal
• Em Portugal a orientação política oficial, no que diz respeito à criação de
melhores condições de vida para as pessoas com deficiência, tem passado
pela delegação das responsabilidades do Estado nas famílias que integram
pessoas com diversidade funcional, ou pela sua institucionalização.
• Resulta desta política uma degradação da situação familiar do ponto de
vista económico e psicossocial, pois um dos elementos (normalmente a
mãe) é obrigado a desistir de uma carreira profissional para assumir o
papel de cuidador.
• Isto tem implicações negativas para a economia familiar (diminuição de
recursos), para o cuidador (condicionamento da realização pessoal) e para
a pessoa com diversidade funcional.
37
Vida Independente em Portugal
• Criam-se relações de dependência mútua entre o cuidador e a pessoa
com diversidade funcional que são prejudiciais ao seu
desenvolvimento psicossocial e a uma relação familiar saudável. Não
é raro esta situação conduzir a situações de violência física e/ou
psicológica.
• Atualmente, a única alternativa existente a esta situação, de
dependência familiar, é o recurso ao internamento das pessoas com
deficiência em instituições, lares de terceira idade, unidades
residenciais, residências autónomas (com monitorização
permanente), etc.

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Associação CVI
Centro de Vida Independente

Associação Centro de Vida Independente (CVI)


Assente no lema
“nada sobre nós sem
5 Delegações:
Instituição Particular nós”, sob forma de
Constituída e dirigida Vila Real;
de Solidariedade Criada em 2015 ação conjunta de
unicamente por Porto;
Social, sob a forma de pessoas que
Sede em Lisboa pessoas com Leiria;
associação, sem fins trabalham pelos
diversidade funcional Lisboa;
lucrativos direitos humanos e
Algarve
civis das pessoas com
diversidade funcional.

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Missão

Implementação, divulgação e manutenção da Filosofia de


CVI Vida Independente;

Promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas com


deficiência em Portugal;

Atuar como promotor de mudança social a favor dos direitos


das pessoas com diversidade funcional na sociedade.

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Princípios
Independência
• Direito a decidir sobre si próprio;

Inclusão
• Eliminação de barreiras sociais e físicas à inclusão das Pessoas com deficiência;

Equidade
• Criação de condições para que seja possível atingir os mesmos objetivos;

Dignidade
• Tratar as Pessoas como Pessoas (independentemente da condição);

“Empowerment”
• Capacitar as pessoas para se autorrepresentarem e gerirem as suas próprias vidas

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Objetivos
Fomentar a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com
diversidade funcional, através do recurso a assistência pessoal;

Promover cursos sobre assistência pessoal para utilizadores e assistentes


pessoais.

Proporcionar informação, consultoria, mediação e formação sobre vida


independente e assistência pessoal.

42
Objetivos
Esclarecer a comunidade sobre os direitos das pessoas com diversidade
funcional.

Promover a filosofia de Vida Independente entre as pessoas com diversidade


funcional, público em geral, decisores políticos e administrações central,
regionais e locais.

Contribuir para a criação de Centros de Vida Independente e estimular a


solidariedade e o estabelecimento de redes entre eles;

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Atividades
Gerir sistemas de Vida Independente (garantindo a sua sustentabilidade através da procura de fontes de
financiamento)

Divulgar e disseminar a Filosofia de Vida Independente;

Contribuir para a definição de políticas públicas referentes às pessoas com deficiência e monitorizar a aplicação das
mesmas;

Fomentar o diálogo, apoio e aconselhamento interpares;

Promover e/ou apoiar estudos na área da deficiência;

Sensibilizar/formar e prestar consultoria na área da deficiência, em geral;

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3 dezembro 2014 dezembro 2015-2018
Inicio do Projeto 5 beneficiários;
Piloto Vida 25 Assistentes Pessoais;
Independente 10251 horas de Assistência Pessoal;
Lisboa (PPVILx); 3 habitações acessíveis - CML
26 maio 2015 29 novembro 2017
Data da Fundação do CVI Constituição das três delegações:
Algarve
Leiria
Porto/vila real

12 dezembro 2017
Constituição do CVI
enquanto IPSS
12 de Março de 2018
Reconhecimento, pelo INR,
do CVI enquanto CAVI

DL Nº 129/2017 –
INR – INSTITUTO
MAVI – MODELO ASSISTENTE
NACIONAL DE CAVI PIAP BENEFICIÁRIO
DE APOIO À VIDA PESSOAL
REABILITAÇÃO
INDEPENDENTE
11 de dezembro de
2018
Aprovação da candidatura
do CAVI-CVI Algarve

01 de março de 2019
Início do funcionamento do
CAVI-CVI Algarve
Modelo de Apoio à Vida
Independente - MAVI
Assistência Pessoal

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VÍDEO 5

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Modelo de Apoio à Vida
Independente - MAVI
Mudança de Paradigma nas
políticas públicas de inclusão
das pessoas com deficiência

MAVI Diminuir a
Assistência Pessoal institucionalização e a
(Decreto Lei n.º 129/2017, 9 de (CAVI’S)
outubro) dependência da família

Favorecer a implementação
de um modelo de vida
Estruturas de gestão,
independente
coordenação e seleção de
assistentes pessoais

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• O Governo cria o programa MAVI, que assenta na disponibilização de
assistência pessoal a pessoas com deficiência ou incapacidade para a
realização de atividades de vida diária e de mediação em contextos
diversos e visa contribuir para efetivação do direito das pessoas com
deficiência a viver de forma independente.
• Com a aprovação do Decreto-Lei n.º 129/2017, de 9 de outubro,
pretendeu-se promover uma mudança de paradigma nas políticas
públicas de inclusão das pessoas com deficiência, invertendo a
tendência para a institucionalização e para a dependência familiar,
favorecendo a implementação de um modelo de vida independente.

52
• De acordo com o estabelecido no referido Decreto-Lei, a
implementação do MAVI concretiza-se através da disponibilização de
“Assistência Pessoal” a pessoas com deficiência ou incapacidade,
através de Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI), as entidades
responsáveis pela operacionalização dos respetivos projetos-piloto,
cofinanciados no âmbito dos Fundos Estruturais e de Investimento
(FEEI) – Programas Operacionais do Portugal 2020.

53
CAVI-CVI ALGARVE

Assistentes
CAVI Beneficiários
Pessoais

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CAVI É a estrutura de gestão do Apoio à Vida Independente, que é responsável
pela disponibilização da assistência pessoal às pessoas com deficiência ou
incapacidade, através da seleção e recrutamento de Assistentes Pessoais.

Tem por missão assumir funções de gestão, de coordenação e de apoio dos


serviços de assistência pessoal.

A equipa do CAVI é constituída por técnicos e técnicas com habilitações de


nível superior, nomeadamente nas áreas de estudo e formação de
psicologia, sociologia, gestão e administração, serviço social e reabilitação.

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Destinatários de Assistência Pessoal
São todas as pessoas com deficiência ou incapacidade que necessitam de apoio para prosseguir a
Elegibilidade vida de forma independente.

Pessoas com deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, e que tenham,
cumulativamente, idade igual ou superior a 16 anos.

A incapacidade deverá estar certificada por Atestado Médico de Incapacidade Multiuso ou Cartão
de Deficiente das Forças Armadas.

As pessoas com deficiência intelectual, as pessoas com doença mental e as pessoas com
Perturbação do Espetro do Autismo, com idade igual ou superior a 16 anos, podem ser
destinatárias de assistência pessoal, independentemente do grau de incapacidade que possuam.

Também as pessoas com deficiência de idade igual ou superior a 16 anos que se encontrem
abrangidas pela escolaridade obrigatória podem beneficiar de assistência pessoal, mas apenas
fora das atividades escolares.

56
Destinatários de Assistência Pessoal
Direitos
• Ser tratada com dignidade, respeito e correção;
• Ver salvaguardado o seu conforto, bem-estar e segurança, em total
respeito pelas condições determinadas pelo próprio, e respeitada a
sua integridade psicológica, psicossocial, física, ética e moral;
• Ver garantida a confidencialidade dos elementos e informações
constantes do seu processo individual;
• Ter acesso total e incondicional ao seu processo individual e a poder a
qualquer momento solicitar alterações ao mesmo, apresentando para
o efeito a respetiva justificação, sem prejuízo da salvaguarda de
eventual informação confidencial relativa ao/à assistente pessoal;
57
Destinatários de Assistência Pessoal
Direitos
• Elaborar, com a colaboração do CAVI, o plano individualizado de
assistência pessoal;
• Alterar o plano individualizado de assistência pessoal de acordo com
as suas decisões, vontades, preferências, prioridades ou
necessidades;
• Participar ativamente no processo de seleção dos/as assistentes
pessoais, designadamente através da realização de entrevistas
conjuntas;
• Propor ou designar o/a assistente pessoal a contratar;

58
Destinatários de Assistência Pessoal
Direitos
• Apresentar críticas e sugestões relativas ao funcionamento da
assistência pessoal;
• Conhecer de forma acessível e compreensível o regulamento interno
do CAVI;
• Fazer cessar a assistência pessoal no caso de quebra da especial
relação de confiança com o/a assistente pessoal.

59
Destinatários de Assistência Pessoal
Deveres
• Tratar com respeito e correção o/a assistente pessoal;
• Não utilizar a assistência pessoal para fins estranhos aos estabelecidos
no plano individualizado de assistência pessoal;
• Prestar toda a colaboração necessária ao desempenho das funções
do/a assistente pessoal;
• Monitorizar e avaliar o desempenho do/a assistente pessoal.

60
Assistência Serviço especializado de suporte, através do qual é disponibilizado apoio à
pessoa com deficiência ou incapacidade, para a realização de atividades
Pessoal que esta, em razão das limitações decorrentes da sua interação com as
condições do meio, não possa realizar por si própria.

A solicitação de assistência pessoal decorre da iniciativa da pessoa com


deficiência ou incapacidade, expressa pela própria ou por quem legalmente
a represente, através de manifestação de interesse formal junto de um
CAVI, e é traduzida num plano individualizado de assistência pessoal.

O apoio da Assistência Pessoal realiza-se através da disponibilização de


horas de apoio, estabelecidas e organizadas de acordo com as necessidades
identificadas no plano individualizado de assistência pessoal.

61
Assistente Pessoal (AP)
• O/a assistente pessoal é a figura que
contribui para que a pessoa com
deficiência ou incapacidade tenha
uma vida independente, apoiando-a
na realização das atividades.
• Os/as assistentes pessoais não
podem ter, nem nunca ter tido,
qualquer relação jurídica familiar de
casamento, união de facto, adoção,
parentesco ou afinidade até ao
segundo grau da linha reta, ou quarto
grau da linha colateral, com a pessoa
destinatária da assistência pessoal.

62
Atividades de Assistência Pessoal
• Domínios da higiene, alimentação, • Frequência de ensino superior e de
manutenção da saúde e de cuidados investigação;
pessoais; • Cultura, lazer e desporto;
• Assistência doméstica; • Procura ativa de emprego;
• Deslocações; • Criação e desenvolvimento de
• Mediação da comunicação; redes sociais de apoio;
• Contexto laboral; • Participação e cidadania;
• Frequência de formação profissional; • Tomada de decisão, incluindo a
recolha e interpretação de
informação necessária à mesma.

63
Assistente Pessoal
Direitos
• Ser tratado/a com respeito e correção pela pessoa destinatária da
assistência pessoal ou por qualquer membro do seu agregado
familiar;
• Ver salvaguardada a sua segurança e respeitada a sua integridade
física e moral;
• Ver garantida a confidencialidade dos elementos e informações
constantes do seu processo individual;
• Apresentar críticas e sugestões relativas ao funcionamento da
assistência pessoal;

64
Assistente Pessoal
Direitos
• Ser tratado/a com respeito e correção pela pessoa destinatária da
assistência pessoal ou por qualquer membro do seu agregado
familiar;
• Ver salvaguardada a sua segurança e respeitada a sua integridade
física e moral;
• Ver garantida a confidencialidade dos elementos e informações
constantes do seu processo individual;
• Apresentar críticas e sugestões relativas ao funcionamento da
assistência pessoal;

65
Assistente Pessoal
Direitos
• Conhecer de forma acessível e compreensível o regulamento interno
do CAVI;
• Frequentar a formação definida no artigo 18.º;
• Conhecer e compreender a informação constante do plano
individualizado e assistência pessoal com relevância para o
desempenho das suas funções;
• Prestar as atividades para as quais foi contratado/a.

66
Assistente Pessoal
Deveres
• Ser assíduo/a e pontual e empenhado/a no cumprimento de todos os
seus deveres no âmbito das atividades em que presta apoio;
• Respeitar e fazer respeitar a dignidade da pessoa com deficiência ou
incapacidade destinatária da assistência pessoal;
• Respeitar as preferências e necessidades da pessoa com deficiência
ou incapacidade em termos de conforto, segurança e bem-estar, e
contribuir para a sua efetiva autonomização nos termos e condições
que lhe forem indicados;

67
Assistente Pessoal
Deveres
• Ser flexível e adaptar -se, dentro dos limites razoáveis, aos
imprevistos que surjam na vida da pessoa com deficiência ou
incapacidade a quem presta apoio;
• Tratar com respeito e correção a pessoa destinatária da assistência
pessoal e os membros do seu agregado familiar;
• Guardar lealdade para com a pessoa destinatária da assistência
pessoal e todos os membros do seu agregado familiar;
• Prestar auxílio e assistência à pessoa destinatária da assistência
pessoal, sempre que necessário;

68
Assistente Pessoal
Deveres
• Zelar pela preservação, conservação e asseio da casa de morada da
pessoa destinatária da assistência pessoal, fazendo uso correto das
instalações, mobiliário e equipamentos;
• Não captar sons ou imagens, ainda que involuntariamente, suscetíveis
de colocar em causa a honra, reputação ou simples decoro da pessoa
destinatária da assistência pessoal ou do seu agregado familiar;
• Respeitar a reserva da vida privada e familiar, o domicílio e as
comunicações da pessoa destinatária da assistência pessoal e do seu
agregado familiar.

69
Competências do Assistente Pessoal
ESSENCIAIS

• Relacionamento interpessoal e conduta ética


• Capacidade de comunicação e empatia
• Capacidade de tolerância à frustração

MUITO IMPORTANTES

• Capacidade de realização e iniciativa


• Responsabilidade e compromisso com o serviço

IMPORTANTES

• Capacidade de adaptação e de melhoria contínua

70
Competências Essenciais do AP
Relacionamento Demonstra uma conduta integra, idoneidade na relação com o
interpessoal e beneficiários e com os seus bens e equipamentos;
conduta ética

Interage de forma respeitosa e cordial, harmonizando


consenso;

Gere com bom senso os conflitos de interesses;

71
Competências Essenciais do AP
Capacidade de Demonstra habilidades na escolha de comunicação eficaz de mediação
comunicação e da comunicação, de acordo com as caraterísticas de cada pessoa;
empatia
Demonstra habilidades de escuta ativa, de compreender dificuldades,
sentimentos e emoções;

Compreende e desconstrói com bom senso os estados emocionais das


outras pessoas;

Demonstra assertividade na comunicação para garantir a eficácia do


processo de apoio.

72
Competências Essenciais do AP
Capacidade Demonstra tolerância e respeito pelas diferenças e respetivos
de tolerância ritmos;
à frustração
Apresenta um comportamento resiliente, superando situações
difíceis ou adversas;

Demonstra comportamentos com flexibilidade, proatividade,


persistência e de não acomodação.

73
Competências Muito Importantes
do AP
Capacidade Revela organização e método de trabalho;
de realização
e iniciativa Realiza com rigor e eficácia as tarefas contratualizadas;

Coopera na definição de prioridades de apoio a realizar;

Antecipa e previne situações problemáticas e age em


conformidade;
Demonstra autonomia e atua sem necessidade de supervisão
em situações quotidianas.
74
Competências Muito Importantes
do AP
Responsabilidade Revela espirito de missão para o exercício das funções
e compromisso
de serviço
Respeita a dignidade e os direitos da pessoa, da
confidencialidade e o consentimento mútuo;

Cumpre com a assiduidade e pontualidade o exercício da


sua função;

Cumpre as regras regulamentares de apoio à prestação do


serviço.

75
Competências Importantes
do AP
Capacidade de Demonstra flexibilidade de se adaptar em situações distintas e variadas
com diferentes pessoas ou grupos diversos;
adaptação e de
melhoria
Compreende os motivos que exigem uma mudança e ajusta a sua
contínua situação a esta;

Reconhece os pontos fracos agindo no sentido da sua correção;

Procura atualizar-se e aperfeiçoar-se profissionalmente.

76
Diferenças do papel do
Assistente Pessoal e do Cuidador
• Um dos princípios de base e de suporte para o exercício da assistência
pessoal e para a promoção da Vida Independente, é o princípio da
autodeterminação, que preconiza o direito da pessoa com deficiência
a viver de forma independente e o direito a decidir sobre a definição
e condução da sua própria vida.
• Nesse sentido, o apoio da Assistência Pessoal distingue-se do apoio
de cuidadores, pois pauta-se pela mudança de paradigma, na medida
em que a pessoa com deficiência passa de sujeito passivo para uma
situação em que escolhe, decide e tem o controlo da sua vida,
definindo os apoios que necessita.

77
Conceptualização

CUIDADOR INFORMAL ASSISTENTE PESSOAL


• É alguém que auxilia outrem, com • É alguém que desempenha funções
limitações de autonomia, a realizar similares, mas que ao invés do
as atividades de vida diária. cuidador, que lidera a relação com a
• Familiar pessoa de quem cuida, está
subordinado e exerce as tarefas que
• Acumulação de apoios lhe são definidas pela pessoa a
quem presta serviço.
• Não familiar
• Não pode acumular apoios*

78
PIAP – Plano Individualizado de
Assistência Pessoal

O QUE É?
O plano individualizado de assistência pessoal é o documento-
programa concebido em conjunto com a pessoa com deficiência ou
incapacidade destinatária de assistência pessoal, resultante de uma
planificação centrada na sua pessoa, em que o poder de decidir cabe à
própria ou a quem legalmente a represente, e cujo conteúdo é
decidido em função da sua visão de futuro, motivações e desejos.

79
PIAP – Plano Individualizado de
Assistência Pessoal

PARA QUE SERVE?


O plano individualizado de assistência pessoal documenta as
necessidades de assistência pessoal da pessoa destinatária, o modo
como se desenvolvem as atividades de apoio à vida independente, o nº
de horas necessárias e a monitorização da sua operacionalização.

80
Modelo do PIAP
• Os dados de identificação da pessoa com deficiência ou incapacidade destinatária
da assistência pessoal;
• Os dados de identificação do representante legal, quando aplicável;
• Grau de incapacidade constante do Atestado Médico de Incapacidade Multiuso
ou Cartão de Deficiente das Forças Armadas;
• Identificação dos fatores do contexto que funcionam como facilitadores ou como
barreiras à atividade e participação da pessoa com deficiência ou incapacidade;
• Definição da execução da assistência pessoal a prestar;
• Número de horas atribuídas e distribuição horária das diferentes atividades
previstas, assegurando a flexibilidade necessária;

81
Modelo do PIAP
• Identificação do/a assistente pessoal;
• Definição do processo de monitorização e avaliação da execução da assistência
pessoal;
• A data e assinatura dos/as participantes na respetiva elaboração;
• Compromisso ético celebrado entre o/a assistente pessoal e a pessoa destinatária
de assistência pessoal;
• Declaração sob compromisso de honra do/a assistente pessoal, do cumprimento
da condição estabelecida no n.º 3 do artigo 15.º;
• Declaração sob compromisso de honra da pessoa destinatária de assistência
pessoal do cumprimento das regras estabelecidas no artigo 38.º.

82
PIAP - Identificadores Individuais

Necessidades Contextos Apoios


Higiene Doméstico Pessoais
Domésticos
Alimentação Profissional
Deslocações
Manutenção de Saúde Académico Vida Ativa
Redes Sociais
Cuidados Pessoais Social
Cultura/Lazer/Desporto
Comunicação Cidadania Participação de Cidadania

83
PIAP – Eixos Fundamentais

Bem-Estar Participação

Segurança

84
Eixos Fundamentais
da Assistência Pessoal SEGURANÇA

QUALIDADE DE
EMPOWERMENT VIDA E BEM
ESTAR

ASSISTÊNCIA
PESSOAL

AUTODETERMINA
AUTONOMIA
ÇÃO

85
Muito obrigada!
86
FIM DO MÓDULO III

87

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