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PSICOLOGIA DA

REABILITAÇÃO
Superior do Conselho Nacional de
Educação

REVISÃO V1

Ms. Ingrid Borges


Aspectos históricos da
reabilitação
• Num passado recente os hospitais eram orientados no sentido da
especialização e dentro do conceito restrito a cura. O hospital não restituía
o paciente, de modo a estabelecer bem estar de sua família e de seu grupo
social.

• À reabilitação nasce a partir da necessidade do trabalho integral voltado


para o paciente, e assim criou-se à quarta função da medicina, depois da
promoção, prevenção e do tratamentoentromédico propriamente dito.
Universitário
Aspectos históricos da reabilitação
• O interesse mundial pela Reabilitação ocorreu principalmente por quatro
acontecimentos históricos: as duas grandes guerras mundiais, processo
acelerado de urbanização e industrialização, favorecendo a propagação de
epidemias e aumento de acidentes de trabalho .

• Assim, nasce à necessidade de restituir essas pessoas, quanto às capacidades


individuais e sociais.

• No Brasil as instituições de atendimento a pessoas com deficiências, datam


de períodos históricos diferentes e adotam modelos também diferentes de
acordo com as circunstâncias e agentes de sua constituição, bem como com o
entro
tipo de deficiência a que se destinam reabilitar.
Universitário
Aspectos históricos da
reabilitação
CONCEITO

Reabilitação é um processo educativo e assistencial, multiprofissional, que


prima pela busca compartilhada do desenvolvimento das capacidades
remanescentes, prevenção do agravamento de incapacidades e do
aparecimento de complicações. É compartilhada porque envolve o paciente, o
cuidador familiar e o profissional especialista em reabilitação.
entro
Universitário
Problematizando o conceito de deficiência a
partir das noções de autonomia e normalidade
• O olhar ampliado sobre a deficiência retirando-a de uma descrição que
a reduza à doença. Para tanto, são apresentados os Modelos Médico e
Social da Deficiência e problematizamos os conceitos de autonomia e
normalidade.

• A deficiência constitui um campo crescente e heterogêneo de ativismo


político e investigação no Brasil e no mundo. No final dos anos
sessenta, surgiram em diversos países ocidentais movimentos sociais
que reivindicavam os direitos de grupos específicos, como mulheres e
negros e, neste contexto, a politização das pessoas com deficiências
ganhou força.
entro
• Questão de direitos humanosUniversitário
e não apenas biomédica.
Problematizando o conceito de deficiência a
partir das noções de autonomia e normalidade
• Apesar das conquistas sociais e dos avanços no que diz respeito aos
direitos que estão sendo assegurados aos deficientes nos parece
importante manter e aprimorar as críticas sobre os enfoques médico e
social da deficiência.

• Em termos éticos e políticos, o sujeito com deficiência não deve ser


ajustado à norma social, mas deve ter o direito de normalizar por si
mesmo sua própria vida de acordo com suas potencialidades.

entro
Universitário
Reabilitação, ética e técnica

• O artigo baseia-se no trabalho com deficientes visuais num contexto conhecido


como “reabilitação integral”, que é caracterizada pela atuação de profissionais
de diversas áreas em trabalho conjunto – neste caso, uma equipe
interdisciplinar.

• Os profissionais de diferentes áreas e especialidades têm de estabelecer algum


tipo de parceria em torno do trabalho de reabilitação.

• Há aspectos implicados em diferentes níveis: educacional, de saúde (orgânica e


psíquica), emocional, ocupacional, socioeconômico etc., o que exige o trabalho
de mais de um campo profissional.
entro
• Assim, na reabilitação tomadaUniversitário
como um tipo de trabalho interdisciplinar,
sempre haverá uma diversidade de técnicas e condutas em diálogo.
Reabilitação, ética e técnica

• Faz necessário pensar uma conduta minimamente coerente entre os


profissionais, e que, afinal, diz respeito a coisas que não se esgotam numa
discussão estritamente técnica – há situações sociais, questões de ordem
familiar ou econômica, escolhas, direcionamentos e condutas que são mais
bem compreendidas no campo da ética, esta tomada como uma radical
condição humana, que nos posiciona ante o outro e nos impede de sermos
indiferentes a sua presença, seus apelos, “suas necessidades”.

entro
Universitário
Experiências da equipe de centro de reabilitação
– o real trabalho como questão

• A Deficiência tornou-se parte da condição humana, uma vez que este é um


termo amplo, que aborda diversas formas de deficiência; e quase todas as
pessoas terão algum tipo de deficiência temporária ou permanente em algum
momento de suas vidas.

• O presente estudo apresenta um recorte de uma pesquisa que se focou não na


deficiência em si, mas sim nos profissionais que atuam diretamente com
pessoas deficientes físicas em um cenário institucional especifico - um Centro de
Reabilitação.

• Discussão das principais questões éticas/bioéticas que permeiam o cuidado ao


entro
deficiente a partir da experiência dos trabalhadores da equipe de saúde de um
Universitário
centro de referência em reabilitação física. Buscando identificar a intensidade e
frequência de estresse dos participantes no desempenho das atividades diárias
no serviço.
Experiências da equipe de centro de reabilitação
– o real trabalho como questão

• O real do trabalho como objeto da reflexão ética quando se buscou identificar as


principais questões éticas presentes na prática assistencial ao deficiente a partir
das experiências dos profissionais, esperava-se encontrar relatos de situações
vivenciadas e relacionadas à condição de vulnerabilidade do deficiente, falta de
acessibilidade ou então a falta de autonomia do usuário na tomada de decisão.
Ao contrário do que se esperava, predominaram relatos negativos com relação
às condições de trabalho vivenciadas pelos profissionais.

• A técnica não é separada da competência ética e esta exige um novo tipo de


compromisso e sensibilidade, que parece ainda ser negligenciado nos processos
formativos e de trabalho, especialmente quando a atuação profissional, como
no caso da equipe de reabilitação, entro
se volta para pessoas com vulnerabilidades
especificas. Universitário
Humanização e o processo de trabalho em
reabilitação

• Para (OMS), deficiência é a diminuição ou ausência da capacidade para a


execução de atividades dentro da margem considerada normal para as pessoas
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).

• Já o (IBGE) a define como a ausência ou mau funcionamento de algum órgão


ou Sistema (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012).

• Estatísticas com relação as pessoas que estão em processo de reabilitação, os


acidentes de trânsito representaram 49,45%.

• A desvantagem gerada pela deficiência dentro da coletividade, desde


atividades mais simples, como a locomoção, o acesso em vias públicas, o vestir-
se, alimentar- -se, entre outras, até as mais complexas, como trabalhar etc; Cabe
entro
à sociedade prover, por meio de políticas públicas, as condições necessárias
Universitário
para que os desiguais tenham as mesmas possibilidades de viver com
qualidade e dignidade.
Humanização e o processo de trabalho em
reabilitação

• A Política Nacional de Humanização (PNH), criada em 2003, é uma prática social


ampliadora dos vínculos de solidariedade e compartilhamento de
responsabilidades dos diversos atores sociais envolvidos no cuidado, nos
espaços da gestão, do cuidado e da formação de pessoas e coletividades.

• Preconiza a ampliação do objeto de trabalho, o diálogo entre profissionais e


destes com os usuários e familiares, com novas interações. Tem como princípios
a valorização das dimensões subjetiva e social, o fortalecimento do trabalho em
equipe e o protagonismo dos usuários, entre outras (BRASIL, 2010a).

entro
Universitário
Humanização e o processo de trabalho em
reabilitação

• Para realizar o cuidado a essas pessoas é necessário que os profissionais de


saúde estejam capacitados.

• Cada indivíduo responde de forma diferenciada, independente da gravidade de


sua condição.

• A reabilitação fornece às pessoas as ferramentas que necessitam para atingir a


independência e autodeterminação.

entro
Universitário
TRÊS EIXOS

PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Criação:
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional
de Educação PROCESSO DE
TRABALHO

entro HUMANIZAÇÃO
Universitário
A reabilitação da
Criação: pessoa com
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de

deficiência é
Educação Superior do Conselho Nacional
de Educação

humanizada?
entro
Universitário
Tal questionamento resultou no objetivo de conhecer se o
processo de trabalho num centro referência estadual em
reabilitação é humanizado. A partir de estratégia adequada
Criação:
para investigar o processo de trabalho em sua dinamicidade,
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
utilizando variadas
Educação Superior técnicas
do Conselho para acesso a fontes de evidências,
Nacional
de Educação
como documentos, entrevistas e observações.

entro
Universitário
Com o objetivo de investigar a
humanização no processo de trabalho em
reabilitação,
Criação: foram elencadas categorias
prévias: acolhimento,
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional clínica ampliada e
de Educação
compartilhada, práticas coletivas de
gestão e avaliação da assistência.
entro
Universitário
Vivências do luto e seus estágios em pessoas amputadas

• A amputação de um membro corporal causa impactos na vida da pessoa


envolvendo mudanças afetivas (tristeza, sensação do membro-fantasma e
luto).

• O Criação:
sujeito passa a sentir medo diante da nova imagem corporal, receio de não
ser aceito pelo o outro e as limitações da nova realidade devido a perda.
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional
• são defatores
Educaçãoque causam imenso sofrimento para o sujeito, pois embora a
amputação seja algo ocorrido no corpo físico, há também questões
psicológicas envolvidas, dessa maneira o sucesso e o insucesso em lidar com a
situação vai depender de fatores individuais, sociais, apoio familiar, condição
social, ou seja vai variar de caso para o caso.
entro
• Na vivência de uma amputação há alterações biopsicossociais, além de possuir
Universitário
estigmas referentes a deficiência devido a perda do membro.
Vivências do luto e seus estágios

Sobre os estágios do luto:

1) negação e isolamento – defesa inicial ao se recusar a aceitar a perda ou até


mesmo falar sobre o assunto;

2) raiva – sentimento de raiva e ira como sinais de agressão ao meio externo


ou a si próprio para tentar compensar a perda;

3) negociação – início da aceitação da perda ao tentar negociá-la e ter esperanças


de procrastinar a morte;

4) depressão – compreensão da morte ou perda como uma certeza e tristeza em


encarar a real situação;
entro
Universitário
5) aceitação – aceita a questão da mortalidade ou das limitações, compreensão
da perda.
Vivências do luto e seus estágios

Sensação do membro fantasma e a dor no membro fantasma

• Quando a perda de uma parte do corpo é negada, é comum surgir relatos do


membro fantasma, no qual o membro perdido continua presente na vida do
amputado através da sensação, é uma maneira de restaurar a parte que falta.

• O membro fantasma é a relação entre o que se vê e sente no corpo e o que é


percebido no psiquismo. O membro fantasma acaba sendo efeito de uma
tentativa de readaptação da mente à ausência de uma parte do corpo que
antes era completo, ou seja, uma representação do membro amputado no
córtex cerebral, e consequentemente, a sensação corporal.

• A dor no membro também aparece, causando muito incômodo e desconforto,


que passa a ser frequente e persistirentro
depois de anos.
Universitário
Enfrentamento e adaptação de pacientes na
amputação

• O termo enfrentamento tem sido empregado em psicologia da saúde


referindo-se a forma como o indivíduo administra uma situação adversa ou
estressora

• Apontou que os sujeitos que receberam preparo psicológico utilizaram ,maior


número de estratégias de enfrentamento adaptativos.

• Os estudos apontam uma maior utilização do enfrentamento focalizado na


resolução do problema e uma menor utilização do enfrentamento focalizado
na emoção. entro
Universitário
A reconstrução dos contornos do eu:
Um olhar psicanalítico sobre a amputação

• A amputação é um evento que fragiliza narcisicamente o sujeito.

• Não se trata apenas da perda de um membro ou a perda da autonomia, mais


uma perda da imagem corporal de si mesmo e consequentemente um abalo
em seu narcisismo.

• colocando-os em contato constante com suas fragilidades, pois se deparam


com uma imagem de si e um modo de vida que não existe mais.

• É preciso que o sujeito se reconheçaentro


nessa nova forma de vivenciar seu
próprio corpo. Universitário
Criação:
A relevância do
psicólogo da
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional
de Educação

reabilitação
entro
Universitário
A atuação da psicologia na equipe interdisciplinar é
considerada importante para atuar com o
paciente, sua rede de apoio e com a equipe de
saúde, visando a minimização de sofrimentos
Criação:
• Parecer Nº 1.195/2001 da Câmara de
decorrentes
Educação Superior doda hospitalização,
Conselho Nacional do adoecimento e
de Educação
do procedimento cirúrgico, proporcionando
desenvolvimento da autonomia e co-
responsabilização no processo de tratamento.
entro
Universitário

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