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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PEDAGOGIA

CARINA DA SILVA PEREIRA

EDUCAÇÃO POLÍTICA, ECONOMIA E A PARTICIPAÇÃO POPULAR: VÁRIOS


CASOS EM UM

Rio de Janeiro
2023
CARINA DA SILVA PEREIRA

EDUCAÇÃO POLÍTICA, ECONOMIA E A PARTICIPAÇÃO POPULAR: VÁRIOS


CASOS EM UM

Trabalho apresentado a professora Márcia Simoes


Mattos da disciplina História da educação
brasileira, turno EAD do curso de Pedagogia.

Rio de Janeiro

2023
EDUCAÇÃO POLÍTICA, ECONOMIA E A PARTICIPAÇÃO POPULAR: VÁRIOS
CASOS EM UM

Registros históricos têm mostrado que a educação brasileira desde os


primórdios da educação passou por diferentes mudanças no decorrer dos séculos.
No qual, verificou-se que a educação foi considerada como principal instrumento
para propunha uma sociedade.
Porém, ao analisar a complexidade da situação da história da educação na
Quinta República, a partir de 1985 a Nova República até os dias atuais. É
necessário enfatizar em primeiro momento que, com base na Nova República, os
acontecimentos políticos, sociais, econômicos, científicos e tecnológicos provocaram
mudanças profundas na educação a partir dos seguintes períodos:

O governo José Sarney, que basicamente manteve e administrou a crise


fiscal e econômica herdada do Regime Militar;
O governo Fernando Collor de Melo, que introduziu as políticas neoliberais;
O governo Fernando Henrique Cardoso, que ampliou a intervenção federal
na educação básica atuando como efetivo produtor das políticas
educacionais para esse nível;
O governo Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve o governo federal à frente
das políticas para a educação básica, integrando-as e ampliando o alcance
delas (CORDIOLLI, 2011, p. 86).

Dado ao exposto, cabe esclarecer que o governo de José Sarney que


ocorreu entre 1985 a 1990, foi o primeiro após o Regime, no qual sua gestão
ocupou-se basicamente em manter o modelo econômico do Regime Militar, e na
tentativa de reforma da educação superior. No entanto, verificou-se que durante o
período do seu governo “o movimento de professores e estudantes ganharam ainda
mais força com as reinvindicações ao Congresso Nacional Constituinte, nos temas
relativos às políticas públicas, aos direitos sociais e, em particular, a Educação”
(CORDIOLLI, 2011, p. 86). Ou seja, o período do governo de José Sarney, foi
marcado pela mobilização dos trabalhadores da educação em prol da defesa das
escolas públicas, no qual a educação passou a ser reconhecida como um direito
fundamental da cidadania como direito de todos e dever do Estado.
Já o governo de Fernando Collor, que ocorreu entre 1990 a 1992, representou
um governo por meio de diversas tensões, no qual impulsionou ataques a educação
pública e aos demais serviços sociais, durante o processo de ajuste estrutural, a
redução dos gastos públicos e a privatização de serviços, em particular na
educação, no qual durante o seu governo, segundo Oliveira (1995, p. 24) “Collor
encontrou as condições propicias para a expansão da ideologia neoliberal, em
função da dilapidação do Estado brasileiro iniciado pelo Regime Militar”. Sendo
assim, nota-se que durante esse período ouve um distanciamento público da
educação, com os governos, buscando formas de privatizar ou até mesmo reduzir o
alcance das escolas públicas no país, levando ao impeachment do presidente da
República Collor. Porém, cabe destacar que devido ao impeachment do presidente
da República, o governo de Itamar Franco, vice-presidente de Collor, assumiu a
presidência durante o período de 1993 a 1994, no qual durante seu mandado
deparou-se com período de crise fiscal nas políticas públicas.
A esse respeito, é importante destacar que as “políticas públicas são ações
geradas na esfera do Estado e que têm como objetivo atingir a sociedade como um
todo ou partes dela” (SANTOS, 2012, p. 5). De acordo com essa definição, nota-se
que as políticas públicas se referem a ações relacionadas ao bem-estar de uma
sociedade no qual durante o governo de Itamar Franco, não ocorreu, levando
durante o período de seu mandado “a articulação de um bloco de forças politicas
que compuseram a aliança eleitoral que elegeu Fernando Henrique Cardoso (FHC)
presidente da República” (CORDIOLLI, 2011, p. 88).
Diante ao exposto, ao assumir o mandado como presidente da república
Fernando Henrique Cardoso, implementou mudanças pelas políticas educacionais
na educação básica no qual “fez com que a educação básica voltasse a ser uma
pauta política nacional, com o governo federal assumindo tanto o ônus como os
bônus de seus processos (PIOLLA, 2002, s/p). Assim, cabe destacar que as ações
que ocorreram durante o mandato do presidente da república Fernando Henrique
Cardoso, foram:

A normatização da educação nacional: o governo FHC, conseguiu aprovar


em 1996, a LDBEN -Lei n°9.394/1996, que estava em debate no Congresso
Nacional desde 1989.A implementação de uma política pedagógica do
governo federal para a educação básica: com a publicação dos Parâmetros
Curriculares nacionais (PCN) e Referencial Curriculares Nacionais (RCN). A
adoção de uma nova política de financiamento da educação básica: com a
implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e valorização do Magistério (FUNDEF). A instituição Sistema
de Avaliação da Educação Básica (SAEB): que implantou diversos
instrumentos, como o Enem. A implantação do programa de bolsa-escola:
que passou a funcionar como importante instrumento de permanência de
crianças de baixa renda no ensino fundamental. A ampliação dos
programas de manutenção e desenvolvimento da educação (MDE):como os
de distribuição de livros didáticos, de merenda escolar, de transporte de
estudantes (CORDIOLLI, 2011, p. 91-92).

Em síntese, diante dessas ações que foram desenvolvidas durante o governo


do presidente da república Fernando Henrique Cardoso, evidencia-se que o seu
governo se instituiu como responsável pelas políticas educacionais para educação
básica por meio de uma política monetarista. Tendo em vista essas políticas do
governo de Fernando Henrique Cardoso, cabe destacar que o governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu de 2003 a 2010, foi marcado por
programas mobilizadores, no qual durante seu mandado procurou envolver a
população, tendo um grande apoio do Congresso Nacional da cultura política em
relação à educação, integrando um conjunto de programas e políticas do MEC,
resultando em ações como:

Financiamento com o Fundo de Manutenção e desenvolvimento da


Educação Básica (FUNDEB); Fortalecimento do sistema de avaliação
Básica (SAEB) e a criação de um gruía de referência estabelecido no Índice
de Desenvolvimento da Educação (IDEB); Criação de políticas definidas
para todas as modalidades de Educação de Jovens e Adultos(EJA)
Educação Escolar Indígena, Educação Profissional e Tecnológica (EPT);
Ensino à Distância (EAD); Educação de Pessoas com Necessidades
Educativas Especiais (EPNEE) no nível básico; Ampliação do Bolsa família,
ProEja, ProJovem, e o ProUNI e as políticas de cotas. (CORDIOLLI, 2011,
p. 95).

A partir deste contexto, torna-se importante frisar que o governo Lula, visava
envolver a melhoria da qualidade da educação básica em todo o Brasil,
proporcionando durante seu mandato programas com objetivo para combater a
invasão escolar e a permanência dos estudantes de baixa renda na escola.
Estimulando a participação popular, “a partir de Conferências da Educação Básica
(CONEB) e da Conferência Nacional de Educação (CONEA), em 2010, promovendo
o envolvimento de mais de 30 segmentos da educação em todo o país”
(CORDIOLLI, 2011, p. 98).
Em suma, compreende-se que foi após o governo lula que as políticas para
educação, passaram a ser ampliadas e tornaram responsabilidade do governo
federal. No qual, adotaram políticas de combate a invasão escolar e a reinclusão da
população em idade que está fora da escola. Adotando durante seu mandato
programas em prol da sociedade em geral, através da elaboração de políticas
públicas.
REFERÊNCIAS

CORDIOLLI, Marcos Antonio. Sistema de ensino e politicas educacionais no


Brasil. Curitiba: Ibpex, 2011, (Série Fundamentos da Educação).

OLIVEIRA, F. Neoliberalismo á brasileira. In: SADER E; Gentile, P. (Org). Pós-


neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1995.

PIOLLA, G. o que o governo FHC fez e deixou de fazer pela educação. Portal
Aprendiz. São Paulo, 2002. Disponível em:
http://www2.uol.com.braprendiz/n_colunas/g_piolla/id1807.htm. Acesso em: 17 mai.
2023.

SANTOS, Pablo Silva Machado Bispo dos. Guia prático da política educacional
no Brasil: ações, planos, programas e impactos. São Paulo: Cengage Learning,
2012.

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