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chamado ensino de 2º grau que previa uma formação direcionada à capacitação para o
trabalho de uma profissionalização compulsória, o que diminuía as demandas para o
Ensino Superior.
a finalidade do trabalho pedagógico estava intimamente
associada com o processo de trabalho capitalista, no qual os jovens precisavam ser
disciplinados para vida social produtiva de acordo com as especificidades
determinadas
pelos processos de produção.
Dessa forma, a profissionalização ligada ao ensino de 2º grau desencadeou um
aumento da dualidade da educação brasileira. Os que eram considerados mais
capazes,
ou seja, os de classe média, tinham o seu acesso à Educação Superior garantido, e por
outro lado os chamados menos capazes, que seriam os pobres da classe trabalhadora
teriam que se conformar com a formação profissionalizante e o ingresso no mercado
de
trabalho.
Nesse trecho podemos observar que as intenções de formação na década de 1990
eram a de formar um perfil de trabalhador condizente com o que a indústria exigia. As
reformas propostas para a educação estavam intimamente relacionadas com as
mudanças econômicas e tecnológicas. Dentro desse discurso oficial podemos perceber
o
direcionamento político e econômico do pensamento neoliberal que influenciava
diretamente a constituição das diretrizes educacionais.
Portanto, a grande marca dessas reformas educacionais foram a descentralização
administrativa, financeira e pedagógica, e uma maior flexibilidade e autonomia local.
De acordo com Bettiol (2009), nesse processo temos a construção do novo tipo
de trabalhador que necessita ser adaptável à produção e à acumulação flexível e para
isso a escola passa a desenvolver novos procedimentos de gerenciamento do
ambiente
escolar com novas terminologias, tais como: qualidades; competitividade; flexibilidade;
polivalência; participação; autonomia. Conceitos que levam a fragmentação do
sistema
escolar. A escola se torna uma mediadora do processo de formação humana tendo o
2º grau a responsabilidade de preparar os jovens para o trabalho de acordo com o
padrão
imposto pelo capital, ou seja, a preparação para o setor de “serviços”, do trabalho
informal.
1990, participaram da Conferência
Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, movida pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Banco Mundial.
Vale salientar que o movimento de reformulação curricular dos anos de 1990
estava intimamente relacionado às novas exigências do modelo econômico mundial
(Neoliberalismo) que tinha como intenção submeter todos os países à dialética do
trabalho e foram influenciados por instituições internacionais, dentre elas podemos
destacar: o Banco Mundial (BM), o Banco Interamericano de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a
Comissão Econômica da América Latina e Caribe (CEPAL).
A Educação Básica foi, portanto, envolta em uma concepção, na qual ela seria o
caminho para a formação de trabalhadores polivalentes que resultaria na solução dos
problemas de desemprego, qualificação de pessoas para o mercado de trabalho,
ampliação de oportunidade e oferta de empregos, ou seja, a Educação Básica seria o
principal mecanismo de apoio para o progresso e o desenvolvimento do Brasil.
Diferente do antigo
Ensino de 2º grau, o Ensino Médio, conforme LDBEN (1996), não possui caráter de
terminalidade, apesar de ser apresentado como uma etapa final da Educação Básica. O
Ensino Médio passou a possuir objetivos abrangentes que levavam em consideração a
formação para continuidade dos estudos, o desenvolvimento da cidadania, do
pensamento crítico, a preparação básica para o trabalho e a formação geral do aluno.
benefícios. Todavia, esse processo foi interrompido por um golpe de Estado, que retomou o
da política de Ensino Médio de FHC, como também a mudança nas Leis Trabalhistas,
na Previdência Social e no financiamento direcionado a saúde e a educação. as
contrarreformas não se evidenciam
como tal, elas “[...] são apresentadas como necessidades naturais e socialmente
desinteressadas”. Isso incute aos filhos das classes trabalhadoras caminhos que levam a “[...]
desemprego.”
da “bancada BBB: boi, bala e bíblia”, que tem como seus grandes representantes os
deputados Eduardo Cunha (preso sob a acusação de corrupção) e Jair Bolsonaro, essa
evangélicas. Esses parlamentares não apenas participaram do golpe, mas também deram
encontrava como mostra Kuenzer (2017) em meio a uma discussão: de um lado os que
(CONSED) que defendem a flexibilização dos caminhos formativos e que permitam aos
alunos que optem por um aprofundamento em uma determinada área acadêmica, ou pela
Tempo Integral” assinada pelo Ministro da Educação José Mendonça Bezerra Filho.
privado e do CONSED.
1988, que tem como pressupostos para sua utilização, a urgência e a relevância da
matéria. A MP 746 foi promulgada com menos de um mês após o Presidente Michel
Temer assumir a presidência, o que demonstra o quão urgente era para esse governo
implementar a reforma.
em Tempo Integral. Essa tem como proposta a ampliação da carga horária mínima anual
do Ensino Médio, progressivamente, para 1.400 horas. Também determina que o ensino
de Língua Portuguesa e Matemática sejam obrigatórios nos três anos do Ensino Médio.
da formação do sujeito crítico/ reflexivo, gera mão de obra de baixo custo o que
Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010, e de
sua sucessora Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2016, as propostas direcionadas
Temer (MDB) em 2016, mas foi um processo que tem raízes nas políticas
tanto a Lei nº 13.415/2017 quanto a BNCC rompem com o ciclo de reformas proposto
nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, configurando-se ambas
isso se faz necessário atentar ao contexto de sua elaboração, a concepção curricular que
homologação se deu em dezembro de 2017, mas, somente em 2018, o Ensino Médio foi
inserido no documento.
mentais que o indivíduo aciona para resolver uma situação real, onde ele precise tomar
processo de renovação desde o final do século XX. Por meio de tal pedagogia “os
tem que fazer em sala de aula em cada unidade de ensino e, como podemos observar no
segundo exemplo, muitas vezes o que é proposto não é cabível de ser aplicado devido à
A Base como está posta, sobretudo, para os anos finais do Ensino Fundamental e
tradicional, positivista e linear, isto pode ser observado na habilidade proposta para o
pauta de discussão na Câmara Federal. No ano de 2013, o Projeto de Lei (PL) nº 6.840,
cujo autor era o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), entra em tramitação na Câmara
para quatro mil horas anuais a carga horária, da reorganização curricular em áreas de
6.840/2013.
foi editada e aprovada 22 dias após a posse do presidente Michel Temer, e convertida na
escolas de Ensino Médio em tempo integral, até o ano de 2021, o Rio Grande do Norte
apresentou um total de 44 escolas de Ensino Médio em tempo integral, como podemos
41 Criado pelo Movimento pela Base afim de estabelecer um controle sobre a implantação da
BNCC e da
que precisam ser publicadas. Segundo o observatório do novo ensino médio, o Rio Grande do
Norte já
concluiu as etapas referentes a escrita da formação geral básica; consulta pública da formação
geral
básica; escrita dos itinerários formativos; consulta pública dos itinerários formativos; revisão
final; e
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etapas de construção curricular para o novo Ensino Médio, mas continua a abrir escolas
visto que ela se contrapõe aos diversos programas e projetos criados durante os
governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, como por
exemplo, o Ensino Médio Inovador, que foi retirado das escolas públicas de Ensino
Médio para dar espaço aos encaminhamentos ditados pela Base e pela Lei do Novo
Ensino Médio sob o discurso de “formação integral e integrada”. Mas, que na realidade
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que ao mesmo tempo em que busca trazer uma educação problematizadora e crítica,
100% do que devem ser ensinados em sala de aula. Dessa forma, tudo que é diverso é
por esses documentos direcionados ao Ensino Médio. Nesses, os alunos devem ter
Aos alunos, está sendo proposto um ensino de História envolto em uma série gigantesca
que os envolve.
trabalhados.