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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA


CAMPOS GOIÂNIA
CURSO DE DIREITO

THAYS DE OLIVEIRA FRADICO

ADOÇÃO TARDIA

Goiânia
2014
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THAYS DE OLIVEIRA FRADICO

ADOÇÃO TARDIA

Monografia apresentada à Disciplina Orientação


Metodológica para Trabalho de Conclusão de Curso -
OMTCC, requisito imprescindível à obtenção do grau de
Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de
Oliveira - UNIVERSO.

Orientadora:
Professor MS José Batista da Costa Sobrinho.

Goiânia
2014
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THAYS DE OLIVEIRA FRADICO

ADOÇÃO TARDIA

Monografia apresentada ao Curso de Direito da Universidade Salgado de Oliveira como


parte dos requisitos para conclusão do curso.

Aprovada em ____/____________/ 2014.

Banca Examinadora:

______________________________________________________________
MS José Batista da Costa Sobrinho
Professor Orientado - UNIVERSO

______________________________________________________________
Examinador
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SUMÁRIO

INTRODUÇAO.............................................................................................................6

1. ADOÇÃO................................................................................................................. 6
1.1 Conceito ................................................................................................................6
1.1 Natureza Jurídica .................................................................................................6
1.2 Regime Jurídico ....................................................................................................7

2. ADOÇÃO TARDIA .................................................................................................. 8


2.1 Conceito.................................................................................................................8
2.2 Funções da adoção tardia .....................................................................................9
2.3 Estágio de Convivência......................................................................................... 9
2.4 Requisitos Pessoais ............................................................................................11

3. REQUISITOS QUANTO AO ADOTANTE..............................................................12


3.1 Capacidade..........................................................................................................12
3.1.1 Idade................................................................................................................. 13
3.1.2 Proibições......................................................................................................... 13

4. REQUISITOS QUANTO AO ADOTADO................................................................15


4.1 Capacidade..........................................................................................................15
4.1.1 Idade................................................................................................................. 16

5. EFEITOS DA ADOÇÃO.........................................................................................17
5.1 A ruptura dos vínculos jurídicos entre o adotado e a sua família original ..........17
5.2 Poder Familiar.................................................................................................... 18
5.3 O nome do adotado.............................................................................................19
5.4 Impedimentos Matrimoniais ................................................................................20
5.5 Direito a Alimentos...............................................................................................21
5.6 Direitos Sucessórios ........................................................................................... 21

6. OS OBSTACULOS ENCONTRADOS NA ADOÇÃO.............................................22


6.1 O período de adaptação......................................................................................22
6.2 A convivência familiar em família substituta........................................................22
6.3 Preconceitos e mitos............................................................................................23

CONCLUSÃO............................................................................................................ 25

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 26
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INTRODUÇAO

Este trabalho monográfico tem como tema a Adoção Tardia.


A fim de possibilitar a compreensão do tema em pauta levantou-se como
problemas a serem investigados, aos quais irá desmitificar alguns preconceitos,
receio que adotantes possuem em relação ao adotar uma criança que não seja
recém nascida. São eles: O que se entende por adoção? O que se entende por
adoção tardia? Como a família pode se preparar para uma adoção tardia? Como
conquistar o amor de uma criança que já passou por outra família ou abrigo?
Ficou definido como objetivo geral explicar sobre a adoção tardia, o estágio
de convivência, e mostra que a idade da criança a ser adotada não é um obstáculo,
que será atingido mediante os seguintes objetivos específicos explicando
detalhadamente sobre a adoção tardia, onde criança e adolescentes podem
encontrar uma linda família.
Como justificativa para o presente trabalho entende-se que a adoção tardia
possui um papel importante na sociedade, pois é através dessa ação que crianças e
adolescentes vão poder constituir uma família, saber o que é um aconchego de um
lar, é amar e ser amado.
No primeiro capitulo fica entendido o conceito acerca da adoção, sua natureza
jurídica e o regime jurídico.
No segundo capitulo compreende acerca da adoção tardia, o conceito, as
funções e o estágio de convivência.
No terceiro capitulo aborda-se os requisitos pessoais acerca da adoção tardia
tais como: capacidade, idade, requisitos quanto ao adotante e adotado.
No quarto capitulo fica entendido os efeitos da adoção como: o poder familiar,
o nome do adotado, impedimentos matrimoniais, direito a alimentos.
No quinto e último capitulo irá abordar sobre os obstáculos encontrados na
adoção, o período de adaptação, a convivência familiar em família substituta,
preconceitos e mitos.
Conclui-se esta monografia afirmando que com a adoção tardia nunca é tarde
para uma criança e adolescente ser feliz, pois ainda que tardia , a adoção é sempre
bem vinda, sempre há um lar em algum lugar cheio de amor que aguardam essas
crianças e adolescentes
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1. ADOÇÃO

1.1 Conceito

A adoção é a modalidade artificial de filiação que busca imitar a filiação


natural, este ato civil nada mais é do que aceitar um estranho na qualidade de filho,
pois não resulta de uma relação biológica, mas de manifestação de vontade ou de
sentença judicial.
Segundo Silva Filho (2011, p 64 e 65) a adoção pode ser definida como:

A adoção é, portanto, ato jurídico complexo que estabelece vínculo de


filiação. É ato jurídico porque promana inicialmente da vontade autônoma
das pessoas envolvidas.

Para Diniz (2006, p. 499):

A adoção vem a ser o ato jurídico solene pelo qual, observamos os


requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer
relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vinculo fictício de
filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que,
geralmente, lhe é estranha.

O objetivo da adoção é cumprir plenamente às reais necessidades da criança,


proporcionando-lhe uma família, onde ela se sinta acolhida, protegida, segura e amada.

1.1 Natureza Jurídica

Não há uniformidade de tratamento entre os autores a respeito da natureza


jurídica da adoção.
Preponderou durante largo período a concepção privatista,fundada na idéia
de que o ato se baseava na autonomia da vontade, exigindo manifestação das
partes. Esta bilateralidade é que fomentou o desenvolvimento da concepção
contratualista. A intervenção da autoridade judiciária era considerada apenas como
uma formalidade necessária para a eficácia do ato.
Todavia, uma posição intermediaria, que considera dois elementos ou
momentos constitutivos da adoção: o consentimento das partes e a decisão judicial.
Engloba, portanto, dois atos: um direito privado e o outro direito público.
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Ao Poder Judiciário foi confiada a tarefa de aferir não só a legalidade do ato,


mas também, e com certa parcela de discricionariedade, a oportunidade e
conveniência da adoção. A circunstância de exigir-se consentimento dos pais ou do
representante legal do adotando ou deste quando maior de 12 anos, por si só, não
constitui a adoção. O vínculo, pelo consenso, não subsiste nem produz os seus
efeitos próprios.

1.2 Regime Jurídico

A adoção representa verdadeira categoria jurídica. Admite espécies e são


variadas as suas concepções no tempo e no espaço.
Pode-se afirmar que há dois momentos na constituição do vinculo adotivo. No
primeiro, preponderante é a vontade das partes, participes da relação jurídica que se
instaura. As pessoas praticam o ato próprio do direito privado, exercendo na
plenitude a liberdade de expressão. Exige-se a capacidade civil dos que manifestam
intenção adotiva e o consentimento dos pais ou responsáveis do adotado.
Excepciona-se o consentimento dos pais na hipótese de a criança não tê-los ou
quando ocorrer a destituição do poder familiar. O próprio adotado devera externar a
sua vontade quando tiver mais de 12 anos, conforme determina o ECA.
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2. ADOÇÃO TARDIA

2.1 Conceito

A expressão adoção tardia é usada para fazer referência a crianças com mais
de dois anos de idade e adolescentes. Remete a idéia de uma adoção fora do tempo
adequado, reforçando assim o preconceito de que ser adotado é prerrogativa
somente de recém-nascidos e bebês.
O principal receio dos pretendentes é a história pregressa das crianças, o
medo do passado, das vivências que já acompanham essas crianças, e o receio de
não saber lidarem com isso.
Fica-se a impressão de que um bebê é mais facilmente “moldado”, do que
uma criança maior.
Mas ao optar por uma adoção tardia é preciso bastante preparo e disposição
para enfrentar esse novo desafio, pois a história da criança pode ser marcada por
dor, abandono, sofrimento, negligência.
Os pais devem focar na construção do vínculo afetivo, e a disponibilidade
para estar com a criança e possibilitar a troca afetiva, para uma boa relação
amorosa, profunda e verdadeira.
Para conquistar o amor de uma criança que já passou por outra família ou
pelo abrigo, é a confiança de que a mesma não será abandonada ou machucada.
Ela necessita de segurança e suporte para perceber que não esta só no mundo.
Essa segurança é passada através do amor incondicional, dos limites, do estimulo
para que a criança expresse o que está sentindo e da ajuda para que ela
compreenda as primeiras fases do processo da adaptação à nova família.
Para que isso aconteça de forma saudável, a criança precisa ter sua
formação bem estruturada, e esse alicerce será obtido mediante a convivência no
seio de uma família ainda que não seja a sua, biologicamente falando, que seja
mediante elos formados através da segurança, do amor, do respeito e da
compreensão através de pais substitutos, para que possam crescer de forma
educada, desenvolvendo o que há de melhor através da aprendizagem que adquire
mediante os vínculos de uma adoção saudável na família onde for inserida.
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2.2 Funções da adoção tardia

A adoção tardia é um tema que possui um papel importante na sociedade,


pois é através dessa ação que crianças e adolescentes vão poder constituir uma
família, saber o que é um aconchego de um lar, é amar e ser amado. É refazerem
suas vidas dentro de um novo ambiente familiar, longe de abrigos, onde eles se
sentirão como integrantes e aceitos por essa nova família, que por sua vez, é
obrigada a garantir-lhes proteção, segurança e tudo que prevê o Estatuto da Criança
e do Adolescente.
Exerce um papel de relevância social, pois funciona como instrumento
fundamental para a colocação de crianças e adolescentes em novas famílias,
devendo ser portanto, disciplinados, direcionados e interpretados de forma a facilitar
a adequação desses menores em estagio de desenvolvimento.
Dentre as maneiras de se desenvolver a dignidade, o respeito e outros
direitos peculiares às crianças e adolescentes abandonados, a adoção tardia
proporciona o direito de uma saudável convivência familiar e comunitária entre
adotantes e adotados.

2.3 Estágio de Convivência

Construir um vínculo de filiação exige esforço, dedicação, trabalho e sobre


tudo tempo. Por isto o estagio de convivência é tão importante e não deve ser
apressado, pois este é o momento, onde, adotante e adotado tem a oportunidade de
se conhecerem melhor, é nele que devem surgir as dificuldades e sondadas as
possibilidades e os desafios que aquela adoção implica.
Os adotantes devem se questionar se realmente querem e estão dispostos a
enfrentar as dificuldades que certamente irão aparecer. No estágio de convivência
você vai conhecer a criança que vai ser seu filho. E ele vai conhecer o adotante. É
um momento que deve ser tratado com calma e paciência. Nenhuma criança quer
ficar no abrigo e o adotante é a porta de saída.

São características do período denominado estágio de convivência:


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1. Surgimentos de comportamentos regressivos na criança: pode variar tanto na


forma de expressão como na intensidade e são típicos de fases anteriores de
desenvolvimento psicológico infantil como, por exemplo, fazer xixi na cama ou
nas roupas (mesmo que ela não tenha mais idade para esse tipo de
comportamento e/ou não faça mais no abrigo).
2. Agressividade: em geral, logo após a fase do encantamento mútuo. A eclosão
de comportamentos agressivos, violência física e/ou verbal, muitas vezes,
gratuita ou sem aparente correlação com fatos concretos deixam os
adotantes frustrados sem saber o que fazer com a criança e o que fizeram
para receber tal tratamento. É importante lembrar que no abrigo, muitas
vezes, as crianças adquirem comportamentos violentos para se defender.
Ajuda muito quando a família do adotante estabelece claramente as regras
familiares, os limites e as figuras de autoridade. É fundamental para o
enfrentamento desta fase, que os adotantes tenham paciência, firmeza e
entenda estas “explosões emocionais” como uma necessidade da criança de
ser contida pelos “novos pais”. Ela não sabe lidar com sentimentos
contraditórios que experimenta e os expressa de forma destrutiva. Os pais
adotivos têm que ser pacientes, tem que ajudá-las a compreender, a dar
sentido e significados para estas expressões de sentimentos de forma
construtiva.
3. Agressividade em particular contra a mãe adotiva: é comum a mãe adotiva
ser o alvo preferencial dos ataques da criança. A figura materna em nossa
sociedade é carregada de simbolismo, por vezes, a criança cola o “fantasma
da genitora” na mãe adotiva, desferindo contra esta última todos os ataques
dirigidos à primeira. Não foi a mãe adotiva que a abandonou ou entregou,
mas a criança parece agir com a nova mãe como se ela tivesse feito isso. O
temor de um novo abandono desencadeia atitudes hostis contra pais
adotivos, em especial contra a mãe, como forma de se proteger de mais uma
frustração.
4. Enfrentamento de preconceito social: é comum os adotantes relatarem que
pessoas próximas se afastaram da família em virtude da chegada do novo
membro. Também é freqüente os adotantes ouvirem de familiares ou amigos
frases do tipo “para quê foi adotar e ainda por cima uma criança assim tão
grande”. Viver e ouvir essas coisas não são fáceis e coloca em dúvida, muitas
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vezes os pais adotivos por vezes ainda inseguros e pouco confiantes quanto
a sua capacidade para o desenvolvimento dos papeis de pai e mãe.
5. A criança constrói um novo “eu”: a criança fantasia seu romance familiar, ora
idealiza pais que irão resgatá-las das situações percebidas como negativas
na família adotiva. Ora fantasia que os pais adotivos eram mesmo seus pais
biológicos, negando sua historia de abandono e abrigamento. Tais fantasias
embora muitas vezes totalmente contrárias à realidade dos fatos são
importantes no processo de reconstrução do ego da criança. O confronto
destas fantasias com a realidade é inevitável e a capacidade da família
adotante para compreender e ajudar a criança neste processo fundamental. A
criança também passa a apresentar sentimentos onipotentes de
invulnerabilidade, identifica-se como super heróis, manifestações que
objetivam uma imagem positiva e valorizada de si mesma. Tais fantasias
ajudam a criança a se sentir poderosa, valiosa.

2.4 Requisitos Pessoais

Em matéria de requisitos pessoais, segue o Estatuto da Criança e do


Adolescente a tradição que sempre informou a adoção, desde as suas origens. Com
efeito, observam-se na sua trajetória histórica algumas constantes relacionadas à
idade mínima para poder adotar, uma diferença de idade entre adotante e adotando,
uma série de proibições e certas limitações.
Deve ser ressaltado que se evita qualquer discriminação a respeito do estado
civil do adotante, possibilitando a adoção por pessoa solteira, casada, viúva, em
união estável, separada ou divorciada.
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3. REQUISITOS QUANTO AO ADOTANTE

3.1 Capacidade

Quando da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990,


vigia o anterior Código Civil, de 1916, que estabelecia o fim da menoridade aos 21
anos (art.9°, caput), e por isso também o Estatuto adotou idade mínima como
primeiro requisito de capacidade dos postulantes à adoção (art.42). Com a entrada
em vigor do Código Civil de 2002, contudo, a maioridade civil foi reduzida para 18
anos (art. 5°), e em seu art. 1618 o código estabelecia, também, a idade mínima
para o adotante em 18 anos, enquanto no Código revogado era de 30 anos. Com o
advento da Lei 12.00/2009, suprimiu-se do Código Civil tal disposição, e alterou-se o
art. 42 do ECA, para reduzir para 18 anos, no texto estatuário, a idade mínima para
se adotar.
Isso, porque, com a idade cronológica de 18 anos estipulada pelo atual
Código Civil, a pessoa alcança a capacidade plena, compreendendo a de gozo ou
de direito e a de exercício ou de fato, na forma do caput d art. 5° do CC/2002. Este
dispositivo, no seu parágrafo único, prevê hipóteses de cessação da incapacidade
para menores de 18 anos.
Porém, não se pode confundir a capacidade civil com a legitimação para
adotar, cujo requisito objetivo é a idade de 18 anos. Além da prática do ato jurídico,
a adoção confere os direitos e deveres do poder parental, além da representação
(art.3°, CC/2002) e da assistência ( art.4°, CC/2002).
Aqueles que sofrem restrições em relação à sua capacidade – como, por
exemplo, os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática de certos atos, os que, mesmo por causa transitória,
não puderem exprimir sua vontade (art. 3°II e III, CC/2002) e os relativamente
incapazes para certos atos – estão impedidos de adotar.
Pode-se concluir que, singularmente, não se pode aceitar pedido de adoção
formulado por quem não ostente plena capacidade. É de se considerar, ainda, que,
pela adoção, o adotante passa a exercer todos os direitos e faculdades inerentes ao
poder familiar. O adotante detém, portanto, conforme o caso, poderes para
representar ou assistir o adotando. Não teria sentido lógico admitir que o adotante
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estivesse impedido de exercer, por si, os atos da vida civil e pudesse, ao mesmo
tempo, adotar. Ao interdito, portanto, está vedada a adoção.

3.1.1 Idade

O Estatuto da Criança e do Adolescente, com sua atual redação, no art. 42,


caput, permite a adoção por maiores de 18 anos, independentemente de seu estado
civil.
Essa legitimação para adotar correspondia à capacidade civil de que tratava o
art. 9°, caput, do CC/1916, inadmitidas as demais formas de cessão da
incapacidade, pela emancipação.
A idéia básica de que a idade de 18 anos poderia sugerir imaturidade se
afasta, por completo, na medida em que ao Poder Judiciário é dado aferir, em cada
caso concreto, as “reais vantagens” para o adotando ( art.43, ECA), cumprindo,
ainda, esclarecer que, previamente, as pessoas interessadas na adoção devem
estar inscritas no registro de pessoas interessadas na adoção ( art.50, ECA). Não se
pode, também, deixar de mencionar que “não se deferirá colocação em família
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a
natureza da medida ou que não ofereça ambiente familiar adequado” (art.29, ECA).
Não há qualquer restrição ao estado civil do adotante, poderão ser adotantes
homens e mulheres solteiros, casados, viúvos, separados judicialmente, separados
de fato, divorciados ou companheiros. Inexiste, ainda, por decorrência lógica do
principio da isonomia e da dignidade da pessoa humana, restrição quanto à
orientação sexual do adotante, sendo perfeitamente possível a adoção singular por
homossexuais.

3.1.2 Proibições

A adoção, pela sua própria natureza, por razões de ordem pública e social,
para evitar fraudes ou proteger o adotando, ou ainda por razões, sempre impôs
certas restrições no momento do estabelecimento do vinculo. Admitir a inexistência
de qualquer proibição equivaleria a permitir a frustração do próprio objetivo da
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adoção, que, nos dias atuais, visa colocar um “estranho” na condição de filho.
“Estranho” é aquele que não tem vínculos parentais e matrimonias com o adotante.
A expressão “estranho” é para reforçar a idéia de que não existe nenhum vínculo
anterior, parental ou matrimonial, entre adotante e adotado.
Em conseqüência passou o ECA a impedir a adoção por ascendentes e

irmãos do adotando (art.42, § 1°). A proibição nada mais faz do que


manter a ordem parental derivada da própria natureza.
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4. REQUISITOS QUANTO AO ADOTADO

4.1 Capacidade

Em relação ao adotando, não trouxeram nem o ECA nem o Código Civil um


limite mínimo de idade para poder ser adotado. A Lei 12.010/2009 também manteve-
se silente quanto ao mencionado limite, reabrindo, assim, a discussão sobre a
possibilidade de adoção do nascituro.
O ECA confere proteções ao nascituro: no art. 7°, quando menciona “políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência”.
Ora, a adoção cria vínculo paterno-filial. Este liame, por natureza jurídica,
pressupõe sujeitos de direitos, isto é, pessoas com capacidade de adquirir direitos.
Só o ser humano tem capacidade de ser sujeito de direito, de ocupar o pólo do
vínculo jurídico da adoção.
O nascituro, caso não se adote a teoria concepcionista, não é pessoa. Em
tese não poderia compor relação jurídica, ser titular de direitos e obrigações. Mas
compreendendo o alcance maior do art.2° do Código Civil dentro da ótica da
concepção, uma vez que põe a salvo os direitos do nascituro, não se pode afastar
esse direito de ser adotado.
A idéia de que só existe direito quando existe o sujeito, o Estatuto da Criança
e do Adolescente, mesmo após as alterações trazidas pela Lei 12.010/2009, não
veda expressamente a adoção do nascituro, sem, inclusive, fazer qualquer tipo de
referência ao termo inicial da vida.
Em relação ao concebido e ao nascituro não há dissensão. A doutrina
manifesta comum opinião no sentido de que basta a capacidade de direito ou
jurídica e não a de fato, para poder ser adotado.
A adoção é instituto dirigido à proteção integral da criança ou do adolescente,
visando à sua colocação em família substituta, na hipótese excepcional de não
poder ser criado “no seio da sua família” natural (art. 19, ECA).
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4.1.1 Idade

O ECA não estabeleceu idade mínima para poder ser adotado, mas limitou
em “18 (dezoito) anos à data do pedido’’ a idade máxima, ressalvando a hipótese de
o adotando se achar “sob a guarda ou tutela dos adotantes” (art. 40).
Na adoção, ao contrário do que sucede com o adotante, em que sua
incapacidade de exercício determina uma incapacidade para adotar, no que respeita
ao adotando, em regra, prescinde-se da plena capacidade de exercício no momento
da constituição do vínculo adotivo. Na realidade, acolhida no Estatuto, a adoção se
circunscreve aos menores de 18 anos que, pelas regras dispostas nos arts. 3° e 4°
do CC/2002 carecem de capacidade para o exercício de direitos.
Atribui-se, de certo modo, certa capacidade de exercício, na medida em que
se exigiu do “maior de 12 anos de idade” o seu consentimento, desde que, por
óbvio, esteja no gozo de suas faculdades mentais e possa exprimir a sua vontade. A
regra de que os pais ou representante legal do adotando consintam (art.45, caput,
ECA) só é dispensável nas hipóteses em que os pais sejam desconhecidos ou

tenham sido destituídos do poder familiar (art.45, § 1°, ECA).


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5. EFEITOS DA ADOÇÃO

5.1 A ruptura dos vínculos jurídicos entre o adotado e a sua família original

A adoção, em face do seu regime jurídico, supõe a plena integração do


adotado na família do adotante pela ruptura de qualquer vínculo com pais biológicos
e parentes. O tradicional critério enunciativo e pormenorizado dos distintos efeitos
pessoais e patrimoniais, do direito revogado, foi definitivamente superado. Com
efeito, no direito anterior, o parentesco civil resultante da adoção não integrava o
adotado, plenamente, na família do adotante.
A extinção de qualquer vínculo entre o adotado e seus pais biológicos e
parentes envolve todo tipo de direitos e obrigações. E, pela reciprocidade que
informa a adoção, ao constituir-se o novo vinculo parental, desconstituindo-se o
anterior. Opera-se a extinção dos vínculos entre os pais biológicos e parentes do
adotado.
O parentesco, na atualidade, não sofre mais distinções que vinculavam à
família legitima ou não, prevalecendo a indistinção entre os filhos. Não se pode mais
discriminar o parentesco, natural ou civil, conforme resultar ele da consangüinidade
ou da adoção.
Três são os impedimentos previstos no artigo 1.521 do atual Código Civil.
Pelo inciso I não podem casar os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco legitimo ou não, natural ou civil. As expressões discriminatórias seriam
dispensáveis em face da igualdade absoluta entre os filhos.
Primeiramente, o Código Civil veda o casamento dos parentes na linha reta.
Não se restringindo o grau, a proibição alcança até o infinito. O adotado conserva
dupla ordem de impedimentos à sua família funcional e de origem. Esses
impedimentos não se extinguem.
Pelo segundo dispositivo, não podem se casar o adotante com que foi
cônjuge do adotado e o adotado com que foi cônjuge do adotante. Trata-se de
impedimento absoluto, cujo fundamento resulta da moral, visando, na hipótese da
adoção singular, obstar o casamento, por exemplo, do adotado com a viúva do
adotante ou o viúvo da adotante ou do adotante com a viúva ou o viúvo do adotado.
O ultimo dispositivo (inciso V) estabelece proibição para o casamento entre o
adotado e o filho do adotante. Esta proibição não deriva de parentesco em segundo
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grau, mas da própria linha reta que se estabelece pela adoção. A regra é de cunho
essencialmente moral, visando impedir casamento entre irmãos, posto que a adoção
constitui verdadeiro estado de filiação e, por consectário, os filhos são irmãos.
A ruptura dos vínculos jurídicos entre o adotado e a sua família anterior, salvo
os impedimentos matrimoniais que decorrem da lei, são efeitos legais e independem
de qualquer declaração judicial. Para resguardar ainda mais essa relação
constitutiva, o art. 47 do ECA explicita acerca da inscrição da sentença (caput),
cancelando-se o registro original (§ 2.°) e impondo que nenhuma observação sobre
a origem do ato poderá constar nas certidões do registro (§ 4.°). Fica claro que o
intuito do legislador foi o de apagar o registro antecedente, abrindo-se outro, como
se fosse um novo nascimento, imitando a natureza.
A Lei Nacional de Adoção (12.010/2009) incluiu expresso dispositivo relativo
ao direito do adotado a conhecer a sua origem biológica (art. 48 do ECA). Pode o
adotado, após completar 18 anos, obter acesso irrestrito ao processo onde a medida
foi aplicada, bem como seus eventuais incidentes. Além disso, o acesso a esses
dados poderá também, ser deferido a menor de 18 anos, a seu pedido, desde que
assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.

5.2 Poder Familiar

O atual Código Civil optou pela expressão “poder familiar” em vez de “pátrio
poder”. Essa modificação deriva, principalmente, da igualdade de direitos entre o
homem e a mulher. A expressão “pátrio poder” fazia referência apenas ao papel do
genitor como figura proeminente na relação parental, quando, na realidade, ambos
os genitores possuem poderes iguais. O ECA, originalmente, trazia a expressão “
pátrio poder “, o que foi alterado pela Lei 12.010/2009, que promoveu a atualização
para o termo “poder familiar”.
O poder familiar perdura durante todo o tempo de menoridade do filho. Em
determinadas situações prevê a lei a antecipação do seu termo. Assim, a extinção
do poder familiar ocorre com a morte dos filhos ou dos pais. Morrendo o pai ou a
mãe, não se extingue o poder familiar, mas se transfere para o outro cônjuge. A mãe
bínuba exerce seus direitos sobre os filhos, sem a interferência do marido. A
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emancipação do filho importa em atribuir-lhe plena capacidade civil, sem


dependência paterna. A maioridade faz cessar o poder familiar. A adoção também
retira o filho do poder familiar, por força da ruptura do antecedente vinculo de
parentesco.
O descumprimento, pelo titular de adoção, dos deveres inerentes ao poder
familiar não leva à nulidade da adoção, mas sim à destituição do mencionado poder
familiar. Mesmo nesta hipótese, não ocorreria o restabelecimento do poder familiar
estão dispostas no art. 1.637 do CC, que pode se dar por abuso de poder por pai ou
mãe; falta aos deveres paternos; dilapidação dos bens do filho; condenação por
sentença irrecorrível quando a pena for maior de 2 anos; maus exemplos, crueldade,
exploração ou perversidade do genitor que comprometa a saúde, segurança e
moralidade do filho.
A extinção do poder familiar está disposta no art. 1.635 do Código Civil e
ocorre pela morte dos pais ou do filho; pela emancipação do filho; pela maioridade
do filho; pela adoção; por decisão judicial, na forma do art. 1.638.

5.3 O nome do adotado

A assunção do nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes ( art. 47,§1.°,ECA), permitindo-se ainda, a modificação do prenome
(art.47,§5.°, ECA), é um dos efeitos típicos da sentença constitutiva da adoção.
Guarda plena compatibilidade na linha de consideração de que a adoção tem por
finalidade estabelecer uma relação de filiação, no intuito de proteger integralmente o
adotado, rompendo-se os vínculos de parentesco com a família anterior.
O nome apresenta, além das características gerais dos direitos da
personalidade, as seguintes características: obrigatoriedade, vinculação a uma
relação familiar e imutabilidade. Se compõe, basicamente, do prenome e do
patronímico ou apelidos de família. Os sobrenomes são adquiridos ou numa relação
de filiação, ou pelo casamento, por escolha ou por adoção.
O ECA impõe que a sentença judicial constitutiva da adoção seja inscrita no
registro civil mediante mandado. A inscrição consignara o nome dos adotantes como
pais, bem como nome dos seus ascendentes (art.47 caput e §1).
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5.4 Impedimentos Matrimoniais

A adoção, ao atribuir a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos


e deveres, com o conseqüente desligamento de qualquer vínculo com os pais e
parentes sangüíneos, ressalva os impedimentos matrimoniais.
O matrimonio é o meio legal para o estabelecimento da família. Estabelece o
Código Civil as circunstâncias que obstam a realização do casamento, podendo-se
concluir que, inexistindo impedimentos, subsiste a capacidade matrimonial. Além
dos impedimentos matrimoniais, há outras causas que obstam a realização do
casamento. Impedem sua validade, ou a sua própria existência, por exemplo, a
unicidade de sexos, o consentimento e a celebração. Também divergem os civilistas
quanto a natureza dessas causas.
Os impedimentos acarretam a nulidade do casamento, sem possibilidade de
convalescimento. Sua validade pode ser pleiteada por qualquer interessado, bem
como pelo Ministério Público.
O parentesco, na atualidade, não sofre mais as distinções que se vinculavam
à família ou não, prevalecendo à indistinção entre os filhos. Não se pode mais
discriminar o parentesco natural do civil, conforme resultar da consangüinidade ou
da adoção. O vinculo parental se estabelece por linhas ou graus. As linhas podem
ser retas ou colaterais. Reta é a linha que ligam ascendentes e descendentes.
Colateral a linha que aproxima os que, embora não descendam uns dos outros,
provem de um mesmo tronco, como os irmãos, tios, sobrinhos e primos. Os graus
são contados de um ao infinito na linha reta, e até o sexto grau na linha colateral.
No regime jurídico da adoção, é importante considerar que o art. 1.521 d
CC/2002 trata em três dispositivos dos impedimentos relacionados,
especificadamente, a adoção (incs. I, III, V). O primeiro deles dispõe que não podem
casar os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco legitimo, ou
ilegítimo, natural ou civil. O segundo dispositivo (art.1.521, III, CC/2002), não pode
casar o adotante com o ex-cônjuge do adotado e o adotado, com o ex-cônjuge do
adotante. O terceiro dispositivo (art. 1. 521,V, CC/2002) estabelece proibição para o
casamento entre o adotado e o filho superveniente ao pai e a mãe adotiva. Esta
proibição não deriva de parentesco em segundo grau, mas da própria linha reta que
se estabelece pela adoção.
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5.5 Direito a Alimentos

O direito do adotado a alimentos resulta da influência do principio


constitucional da igualdade entre as filiações (art. 227, § 6.°, CF/1988) e da
obrigação constitucional de que “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores”( art. 229, CF/1988).
A adoção faz surgir à relação parental entre o adotante e sua família perante
o adotado, extinguindo-se os vínculos do dotado com a sua família anterior.
Quanto a natureza, os alimentos se distinguem em necessarium vitae, ou
naturais, e necessarium personae, ou civis. O primeiro compreende a alimentação, a
saúde, o vestuário, e a habitação. O segundo abrange outras necessidades,
intelectuais e morais. Os alimentos são legítimos ou voluntários, por derivarem da lei
ou de uma atividade humana. Os legítimos são aqueles devidos “ pelo fato de existir,
entre pessoas determinadas, um vinculo de família” ou “ relação de natureza
familiar, ou em decorrência do matrimonio.

5.6 Direitos Sucessórios

Em época precedente a vigência da Lei 3.133, de 05.05.1957, que alterara a


redação dos arts. 368,369,372,374 e 377 do CC/1916, a adoção não era permitida a
quem não tivesse prole legitima ou legitimada.
O ECA reitera inúmeros destes dispositivos, dispondo no artigo 41 que o
adotado possui todos os direitos sucessórios de qualquer outro filho. A adoção
desvincula o adotado de seus pais e parentes, á exceção dos impedimentos
matrimoniais. No campo do direito sucessório entre o adotado seus descendentes, o
adotante seus ascendentes, descendentes e colaterais até o quarto grau.
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6. OS OBSTÁCULOS ENCONTRADOS NA ADOÇÃO

6.1 O período de adaptação

É o período de experiência no sentido de se verificar a adaptação da criança


e pretendentes, bem como da criança ao novo ambiente, para aprenderem mais
sobre a criança que acaba de chegar, se informarem sobre sua saúde, seus hábitos
alimentares e sua personalidade, buscando a construção de vínculos familiares.
A fase de regressão é caracterizada pelo período em que a criança gostaria
de ter nascido nesse novo lar para ser filho e reviver todas as sensações do “nascer
de novo” apresentando condutas regressivas.
O comportamento regressivo e a agressividade são amplamente referidos
como parte do processo de adaptação: Os pais adotivos precisam ser flexíveis para
atenderem às necessidades mais regressivas em momentos menos esperados e, ao
mesmo tempo, firmes e refratários o bastante para suportarem os ataques
retaliadores da criança, freqüentemente dirigidos às figuras que a abandonaram.
Trata-se de procedimento essencial à concessão da medida, o qual envolve o
período de tempo de adaptação do adotando à nova família para a avaliação dos
benefícios da constituição do vínculo, sendo que necessidade do preparo para a
mudança que ocorrerá na vida dos adotantes quando receberem uma criança maior,
que já possui hábitos, carrega consigo uma bagagem que não pode ser ignorada.
Essa situação poderá causar nos adotantes, medo e insegurança e eles terão que
se adaptar não só aquela criança, mas aos seus hábitos e costumes.

6.2 A convivência familiar em família substituta

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe em seu Art. 28. que colocação


em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
desta Lei. Família substituta é aquela que se propõe trazer para dentro dos umbrais
do próprio casa, uma criança ou um adolescente que por qualquer circunstância foi
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desprovido da família natural, para que faça parte integrante dela, nela se
desenvolva e seja.
Portanto, esta criança (ou adolescente) vai passar a ser membro desta família
que generosamente a acolhe, que livremente a quer entre os seus, dispensando-lhe
tudo de que precisa, sobretudo, amor. Em se tratando de adoção, passará a ter
todos os direitos e deveres do filho de sangue. Até porque, tanto a Guarda como a
Tutela podem ser revogadas, mas a Adoção é para sempre.
Além disso, não se estabelecem quaisquer diferença sobre a criança e o
adolescente em decorrência do modelo familiar, pois os filhos, havidos ou não da
relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Rompe-se
deste modo com os velhos conceitos de filhos legítimos e ilegítimos que
estigmatizavam crianças, reafirmando práticas discriminatórias constituídas com
base na idealização de uma concepção universal de família. Agora, reconhece-se
finalmente a condição de diversidade na composição familiar e protege-se crianças e
adolescentes contra quaisquer tipo de discriminação.
Oferecer uma família destinada a dar conforto e acima de tudo amor,
proporciona à criança uma base para o desenvolvimento não se pode negar a
necessidade de uma família na vida de uma criança, sendo o processo de adoção
de valor essencial.

6.3 Preconceitos e mitos

A adoção é um tema de relevância social e trata-se de um assunto complexo


que envolve diversas questões como as dinâmicas familiares, as questões jurídicas,
o abandono, a institucionalização, o preconceito e mitos, dentre outros.
Os mitos que constituem a atual cultura da adoção no Brasil apresentam-se
como fortes obstáculos à realização de adoções de crianças “idosas”, pois
potencializam crenças e expectativas negativas ligadas à prática da adoção tardia.
Em se tratando da adoção, em conseqüência do tempo transcorrido durante
esse processo, as características das crianças e adolescentes afastados de suas
famílias originais vão paulatinamente distanciando-se do perfil desejado pela maioria
dos adotantes. Dessa forma observa-se a organização de duas filas paralelas: uma
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formada por centenas de crianças, a maior parte negras ou mestiças, com idade
superior à 6 anos e com histórico de abuso físico e psicológico, asiladas em
instituições de abrigo . Outra constituída por casais, em sua maioria, interessados
em adotar uma criança recém nascida, saudável, branca, sem histórico de violência
e, de preferência, parecida com os adotantes.
Mitos e medos se relacionam e passam de geração em geração. Para que
uma nova cultura aconteça e necessário a desmistificação desses mitos. o que se
torna um desafio para os profissionais envolvidos com essa temática. A adoção tem
que ser um encontro entre o adotante e o adotado e os interesses não podem ser
voltados apenas para os pretendentes à adoção, mas para quem vai ser adotado.
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CONCLUSÃO

Colocou-se como problema o conceito de adoção e adoção tardia, como a


família pode se preparar para uma adoção tardia, como conquistar o amor de uma
criança que já passou por outra família ou pelo abrigo. Este foi demonstrado
claramente no decorrer dos capítulos.
Quanto ao objetivo especifico ficou atingido pois, é para estimular as pessoas
para que se habilitem a adotar crianças maiores não se prendendo somente ao
estigma de adoção de bebês.
Outro objetivo especifico foi explicar detalhadamente sobre a adoção tardia,
mostrando que as pessoas devem deixar para trás os vários preconceitos e receios
ao adotar uma criança que não seja recém nascida, como se vê o mesmo foi
alcançado visto que a idade da criança ou adolescente a se adotado não é um
obstáculo.
Com isto ficou patente que o objetivo geral que orientou tal pesquisa
monográfica ficou plenamente atingido uma vez que a adoção tem apenas um
objetivo acolher a criança ou adolescente, que por algum motivo, viu-se privado de
sua família natural e para isso não importa a idade.
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BIBLIOGRAFIA

DINIZ, M H. Curso de Direito Civil. 21ª edição, São Paulo, Saraiva.

FILHO, A M da S. Adoção. 3.ª edição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

Portal da Adoção. Disponível em: http: // www.portaldaadoção.com.br/ Acesso em:


14/05/2014

Pai Legal. Disponível em: http: // www.pailegal.net/veja-mais/ser-pai/analises/503-


adocao-o-que-e-a-adocao-seus-efeitos-e-formas-para-se-adotar/ Acesso em:
12/05/2014

Psicologia da adoção. Disponível em http: // www.psicologiadaadocao.com.br


Acesso em 15/05/2014

Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei n° 8.069 de 13.07.1990

Código Civil, instituído pela Lei n° 10.406 de 10.01.2002

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