Você está na página 1de 15

FAECA – DOM BOSCO DE MONTE APRAZÍVEL

AMANDA GABRIELLA SILVA MORAIS

A ADOÇÃO SOCIOAFETIVA E HOMOAFETIVA NO DIREITO CIVIL


BRASILEIRO

BACHARELADO EM DIREITO

MONTE APRAZÍVEL – SP
2020
AMANDA GABRIELLA SILVA MORAIS

A ADOÇÃO SOCIOAFETIVA E HOMOAFETIVA NO DIREITO CIVIL


BRASILEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado,


na forma de Artigo Científico, à Banca
Examinadora do Curso de Direito da FAECA
Dom Bosco de Monte Aprazível, sob orientação
do Prof. Mauricio Arruda, visando à obtenção
do grau bacharel em Direito.

Orientador: Prof. Mauricio Arruda

MONTE APRAZÍVEL – SP
2020
AMANDA GABRIELLA SILVA MORAIS

A ADOÇÃO SOCIOAFETIVA E HOMOAFETIVA NO DIREITO CIVIL


BRASILEIRO

BANCA EXAMINADORA

__________________________________ Prof.(a) Dr.(a)

__________________________________ Prof.(a) Dr.(a)

MONTE APRAZÍVEL – SP
2020
“Isso de ser exatamente o que se é ainda vai
nos levar além.”

Paulo Leminski.
Dedico esse Artigo Científico aos meus pais,
Francisca Marques da Silva Morais e Irineu
Sebastião Morais, por tudo que fizeram e até
hoje fazem por mim, pela minha educação,
pelo amor e incentivo. Obrigada por ser quem
são pra mim! Amo muito vocês.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por guiar meus passos, abençoar meus caminhos e
fazer com que possa estar aqui hoje, apesar dos obstáculos, cumprindo meu grande
objetivo.

À minha mãe Francisca e meu pai Irineu, por acreditarem em meu potencial e
contribuírem com muito amor carinho e educação para que eu pudesse realizar
meus sonhos.

Aos meus familiares, avós, tios, primos, pela atenção e compreensão.

Ao meu namorado Bruno pelo amor e companheirismo, estar sempre ao meu lado
nos momentos difíceis, me apoiando em minhas escolhas.

Às minhas amigas de infância Ana Paula, Grasyelly, Maynara, Mickaela e Rafaela


por confiarem em mim, me proporcionarem tantas alegrias ao decorrer do tempo de
nossas amizades.

Ao Professor Orientador Mauricio Arruda, pela atenção, paciência, pelas orientações


recebidas e ensinamentos obtidos, em suas aulas e, fora delas.

À Faculdade de Educação, Ciências e Artes – Dom Bosco de Monte Aprazível, seu


corpo docente, direção e administração que me deram a oportunidade de concluir o
curso de Direito, uma das maiores conquistas em minha vida, que através dela
adquiri um amplo aprendizado para minha futura carreira profissional.
A ADOÇÃO SOCIOAFETIVA E HOMOAFETIVA NO DIREITO CIVIL
BRASILEIRO

Amanda Gabriella Silva Morais 1

RESUMO.

O presente trabalho aborda um tema de grande relevância no convívio social, visto por
muitos como tabu pelo fato de ser um assunto rejeitado e até discriminado por parte da
sociedade. Os casais homoafetivos e socioafetivos passam por muitas dificuldades e
enfrentam muitos obstáculos enfrentados no processo de adoção. No primeiro capítulo, será
abordado a evolução histórica sobre o processo de adoção no Direito Civil Brasileiro,
destacando suas modalidades e características para a adoção pelos casais do mesmo sexo.
Ao decorrer do trabalho, será destacado como foram reconhecidas judicialmente as adoções
pelos casais socioafetivos e seus entendimentos nos tribunais. Vale ressaltar que também
será mostrada a evolução da adoção homoafetiva nas legislações estrangeira e brasileira.
Mostrando também, que nossa Legislação é no mínimo omissa tratando-se desse assunto,
sendo assim, muito preocupante, pois, o mesmo deve ser tratado com notabilidade.

Palavras chave: Direito Civil. Código Civil. Adoção. Socioafetiva. Homoafetiva.

ABSTRACT.
1
Acadêmica do Curso de Direito da Faculdade Dom Bosco de Monte Aprazível. Turma de 2020.
amanda.morais10@hotmail.com
The present work addresses a topic of great relevance in social life, seen by many as taboo
due to the fact that it is a rejected and even discriminated subject by Society. Homo-affective
and socio-affective couples experience many difficulties and face many obstacles faced in
the adoption process. In the first chapter, the historical evolution of the adoption process in
Brazilian Civil Law will be discussed, highlighting its modalities and characteristics for
adoption by same-sex couples. During the course of the work, it will be highlighted how the
adoptions were legally recognized by socio-affective couples and their understandings in the
courts. It is worth mentioning that the evolution of homoaffective adoption in foreign and
Brazilian legislation will also be shown. It also shows that our legislation is at the very least
silent when it comes to this issue, and is therefore very worrying, since it must be treated
with remarkableness.

Keywords: Civil Law. Civil Code. Adoption. Socio-affective. Homo-affective.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.

CAPÍTULO 1: O que é Adoção?

1.1 Conceito
1.2 Evolução histórica da adoção no Brasil
1.3 A Adoção no Brasil na atual legislação
1.4 Procedimentos da adoção no Brasil
1.5 Modalidades da adoção
1.6 Características da adoção para casais do mesmo sexo

CAPÍTULO 2: PATERNIDADE SOCIOAFETIVA

2.1 Histórico e Conceito


2.2 Reconhecimento judicial sobre filiação socioafetiva
2.3 Da prevalência da filiação socioafetiva.
2.4 Entendimento dos Tribunais

CAPÍTULO 3: ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS

3.1 A evolução da adoção por casais homoafetivos na legislação estrangeira


e brasileira
3.2 Reconhecimento da união homoafetiva
3.3 Direitos de adoção por casais homoafetivos

CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO
A adoção é um tema de extrema importância no âmbito do Direito Civil. Há
tempos, é um assunto que gera grande repercussão por tratar-se de um tema pelo
qual a sociedade atualmente ainda tem um grande preconceito e diversas opiniões.
Esse processo de adoção já passou por várias modificações ao longo dos anos,
pois, deve se adequar às mudanças que ocorrem em nossa sociedade. Visando
sempre o bem estar do adotado e do que é melhor para ele. Diante disso, um dos
maiores preconceitos visualizados atualmente é a adoção por casais socioafetivos e
homoafetivos, e o objetivo central deste artigo é destacar que estes casais podem e
devem adotar, realizando assim o sonho de exercerem a paternidade e/ou
maternidade.

A exposição do tema será feita através da legislação e obras bibliográficas,


destacando todos os elementos abordados sobre o assunto, destacando a evolução
obtida pela adoção ao longo de todos esses anos e os efeitos que também pode
causar.

CAPÍTULO 1 – O QUE É ADOÇÃO?


1.1 Conceito

A palavra adoção tem origem do latim "adoptivus" de adoptare, formado por


ad, = para, junto de + optio, optare = opção, conotando a idéia de uma opção
deliberada. A adoção é uma escolha consciente e clara, mediante uma decisão
legal, a partir da qual uma criança ou adolescente não gerado biologicamente pelo
adotante torna-se irrevogavelmente filho (Estatuto da Criança e do Adolescente —
ECA, artigo 48).

O verbo adotar (do latim adoptare) é, nos dicionários, o ato de aceitar,


acolher, tomar por filho, perfilhar, legitimar, atribuir (a um filho de outrem) os direitos
de filho próprio. É o ato de perfilhar ou tomar uma criança por filho, daí resultando
parentesco civil.

Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento legal que possibilita a


transferência de todos os direitos e deveres dos pais biológicos à família substituta,
conferindo a crianças/adolescentes todos os direitos e deveres de filho, quando e
somente quando forem esgotados todos os recursos oferecidos para que a
convivência com a família original seja mantida. É ainda comum em nosso meio
escutarmos a expressão “peguei para criar” quando a adoção não acontece
legalmente.

“Criar” vem do latim, creare, e significa “produzir, erguer”, “criado da casa”,


sendo relacionado, por muito tempo, aos filhos pequenos de pessoas pobres que
eram entregues a famílias de mais posses para que fossem sustentados por estas
em troca de serviços caseiros. (cf. ARIÈS, Philippe. História social da criança e da
família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981).

Adoção nada mais é do que um gesto de amor, no qual uma pessoa ou um


casal procuram a oportunidade de serem pais de uma criança ou adolescente que
nunca obtiveram um vínculo consanguíneo. Adotar é também dar a oportunidade
para a criança e/ou adolescente de ter um lar, uma família, te der amor.
De acordo com a Professora Maria Helena Diniz, à adoção é o ato jurídico
solene pelo qual, de acordo com os requisitos legais, uma pessoa estabelece
independentemente da relação, seja ela sanguínea ou afim, um vínculo fictício de
filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe
é estranha.

A adoção segundo Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho:

‘‘Podemos conceituar a adoção como um ato jurídico em sentido


estrito, de natureza complexa, excepcional, irrevogável e
personalíssimo, que firma a relação paterno ou materno-filiar com o
adotando, em perspectiva constitucional isonômica em face da
filiação biológica.”

Visto isso, a adoção é um instituto que além de ser uma forma familiar
adquirida por meios civis, ela supre a vontade daqueles que não podem ter filhos e
dão um lar para os que não tem um seio familiar. Conforme já destacado, não
haverá uma relação biológica, mas sim, de uma manifestação de vontade daquele
que quer ter consigo uma criança e/ou adolescente.

Esta posição de filho, quando adquirida por quem adota, será definitiva para
todos os efeitos legais, deixando de existir assim, qualquer vínculo com os pais
biológicos - salvo à matéria de impedimentos para o casamento, com fulcro no art.
227, §§ 5º e 6º da Constituição Federal – na onde é criado laços verdadeiros entre o
adotado e o adotante.

1.2 Evolução histórica da adoção no Brasil

De acordo com o Código Civil Brasileiro de 1916, regido pela Lei n. 3.071, de
01 de janeiro de 1916, havia diversos preceitos acerca de adoção. Nele era
estabelecido que somente pessoas maiores de 50 anos, sem prole legítima,
poderiam participar do processo de adoção, por meio de escritura pública.

Tal procedimento fora banido do atual código pois as pessoas maiores de 50


anos já não se interessavam mais pela adoção, falta de interesse está estimulada
pela falta de tempo e disposição que lhe faltavam.
Visto isso, veio o surgimento da Lei 3.133, de 08 de maio de 1957, trouxe
importantes alterações às regras do C.C de 1916, possibilitando um número maior
de pessoas para que fizessem parte da experiência de adoção, nela também era
concedido melhores condições materiais e morais ao adotado. Vale ressaltar que a
idade mínima para adotar também fora diminuída para 30 anos.

Conforme observa, Rodrigues (2008, p.337):

“Que foi esse diploma que passou a considerar a adoção sob o


prisma assistencial, tendo em mira a condição do adotado,
representando na realidade, uma nova adoção, distante daquela
prevista pelo legislador anteriormente, modificando a redação no que
tange ao instituto da adoção, passando assim a ter caráter
assistencialista.”

Posteriormente, com a chegada das Leis 4.655/65 e a Lei 6.697/79 (Código


de Menores), aos poucos foram progredindo nos critérios de adoção e aos direitos
dos filhos adotivos. Os casais que já tivessem filhos legítimos receberam o direito de
adotar, os filhos biológicos e adotivos passam a se equiparar no direito sucessório e
gradativamente o preconceito e a discriminação pelo processo de adoção fora
diminuindo.

Com o advento da Constituição Federal de 1988 houve várias inovações


positivas em relação ao direito de família e com elas várias mudanças em relação
aos critérios do processo de adoção com o Estatuto da Criança e do Adolescente
que inseriu direitos iguais aos filhos adotivos e naturais, se apoiando no artigo 227
da Constituição Federal, na onde o mesmo destaca o princípio da igualdade
absoluta entre os filhos.

Por último, fora criado o Código Civil de 2002, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002, que trouxe uma alteração em relação à idade em que se é atingida a
maioridade civil, segundo o seu artigo 5º. Deste modo, a maioridade civil passou de
vinte e um anos, para dezoito anos de idade; e com isso, a idade mínima do
adotante também sofre modificação, passando a ser de dezoito anos.
1.3 A Adoção no Brasil na atual legislação

A adoção foi reconhecida com o advento da CF de 1988 que em seu artigo 6º,
ao cuidar dos direitos sociais, refere-se à maternidade e a infância abrange
explicitamente os princípios assegurados a criança e ao adolescente.

Visto isso, foi instaurado também a igualdade entre o homem e a mulher, que
assim protegia todos os membros da família, sendo ela constituída pelo casamento
ou por união estável. Firmando a igualdade entre os filhos, sendo eles obtidos dentro
do casamento ou por meio de adoção.

Conforme preceitua Venosa (2011, p.282)

“A Constituição Federal contém vários preceitos que direcionam a


ordem penal, civil e processual, assim como aqueles direitos e
garantias de qualquer pessoa e, particularmente, de crianças e
adolescentes.”

Á partir da criação do novo Código Civil, o qual trouxe algumas atualizações


em relação ao direito da família. A primeira atualização feita pelo novo Código foi a
substituição do título do Capítulo II, que antes se tratava Da Filiação Legítima, e
passou a se tratar de forma mais ampla somente Da Filiação.

A adoção está disciplinada nos artigos 1.618 e 1.619 do Código Civil, na onde
trata-se sobre a competência do ECA para a adoção de crianças e adolescentes e,
sobre a adoção por pessoas maiores de 18 anos que deverá ser assistida pelo
Ministério Público dependendo também de sentença constitutiva sujeita as normas
do ECA.

1.4 Procedimentos da adoção no Brasil


REFERÊNCIAS

Você também pode gostar