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CURSO DE DIREITO
RELAÇÕES DE TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO
Goiânia
2016
AMANDA BÁRBARA GOMES DE PAULA
RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO
Orientadora:
Profª. Ms. Sílvia Maria Gonçalves Santos de
Lacerda Santana Curvo
Goiânia
2016
Amanda Bárbara de Gomes Paula
RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO
Banca Examinadora:
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Examinador – UNIVERSO
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Examinador – UNIVERSO
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INTRODUÇÃO...............................................................................................................
DEFINIÇÃO DE ASSÉDIO MORAL..............................................................................
Breve histórico...............................................................................................................
O princípio da Dignidade da Pessoa Humana...............................................................
SUJEITOS DO ASSÉDIO MORAL................................................................................
Relações de trabalho.....................................................................................................
Agressor e vítima...........................................................................................................
Espécies de assédio moral............................................................................................
ASPECTOS JURÍDICOS DO ASSÉDIO MORAL.........................................................
CONCLUSÃO................................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO
Amanda Bárbara Gomes de Paula1
Orientadora: Ms. Sílvia Maria Gonçalves Santos de Lacerda Santana Curvo 2
RESUMO
O trabalho mostra que o assédio moral acontece desde os tempos antigos as que
ninguém dava a total importância a este ato. Só que devido ao tempo esse caso foi
se agravando com o passar do tempo, devido que o que acontece com a pessoa do
assediada, gerando nele transtornos ate mesmo irreversíveis.
No qual pode acontecer em qualquer lugar mais o mais comum e no local de
trabalho, onde se tem as modalidades e características do assediador. O assédio
atinge a pessoa do assediado na forma da sua dignidade, intimidade e em muitas
das vezes na sua saúde.
Podendo ocorrer de forma em que o empregador gera uma conduta abusiva para
com seu funcionário constrangendo-o, pode ocorrer ate mesmo quando um chefe
não tem a capacidade de exercer seu poder diretivo no qual o funcionário passa a
constranger o seu chefe e ate mesmo pode ocorrer entre colegas de trabalho.
Para combater essa atitude é necessário mais investimentos das empresas para
poder preservar a saúde física e mental de seus colaboradores devendo desde já
respeitar algumas leis e projetos em andamento sobre este tipo de caso que esta
cada vez mais frequente.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do Curso de Direito pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO.
2
Doutoranda pela Universidade de Salamanca-ES, mestre em Direito Agrário pela UFG -
Universidade Federal de Goiás (2002), bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de
Goiás (1993), graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1983).
Especializações em: Direito Penal, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Constitucional.
Atualmente é professora assistente da Pontifícia Universidade.
a situações torturantes, humilhantes, e eventualmente acometendo a uma situação
de medo, aflição, rivalidades opressivas e agressivas.
Como exemplo comum dessa situação pode-se citar as metas absurdas
impostas por determinadas empresas, onde o não cumprimento delas pode fazer
com que os empregados sejam assediados e humilhados por seus superiores
impondo jornadas prolongadas e repetitivas como forma de falso “estímulo” para
cumpri-las.
O ambiente sociocultural admite e de certo aspecto encoraja culturas vis,
especialmente no ambiente do trabalho onde sentimentos de contendas e egoísmos
reinam concebendo um sério “conflito” pela sobrevivência. Nas relações de
trabalho, vários estabelecimentos facilitam a prática desses agressores,
transformando eles mesmos um método cruel em prenome do benefício.
Esse comportamento caracteriza o Assédio Moral, que é considerado
uma atitude desumana, violenta e sem ética, que afeta a dignidade, a identidade e
viola os direitos fundamentais e da personalidade do indivíduo, direitos esses que
são inerentes a todo cidadão e assegurados na legislação maior, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, expressamente escritos nos artigos 1º e 5º
incisos V e X, garantias essas que são invioláveis.
O assédio moral pode ser definido como o comportamento de ação ou
omissão, sempre de forma abusiva e hostil, que podem ser expressos ou não, contra
um indivíduo ou grupo de trabalhadores, dentro do ambiente laboral, durante a
jornada de trabalho. A prática dessa conduta é comumente realizada por superiores
hierárquicos, mas também podem ser praticados por colegas, subordinados ou até
mesmo por clientes.
Neste sentido a violência moral no trabalho é tão antiga quanto as
relações de trabalho, as vítimas desse tipo de assédio não encontram em nosso
ordenamento jurídico amparo e nem um norte de como proceder para ver os
responsáveis por seus males serem punidos.
Desde o primeiro momento da composição das coletividades dos
indivíduos, começou a haver o aproveitamento abusivo do homem pelo homem.
Esse aproveitamento abusivo se deu em maioria por meio de aproveitamento de
trabalho de outro ou de outros para escopos próprios, para aumento de patrimônios
financeiros. A percepção do aproveitamento abusivo, de sua espécie, maneiras de
existência, necessita assim a compreensão do que seja o trabalho humano, que tem
sido o amplo motivo de aproveitamento nas correlações dos homens entre si, de
seus diferentes aspectos de existência e do que seria uma convivência sem abusos.
Como decorrências para os dias atuais o assunto traz consequências
perceptíveis ao nosso cotidiano, a falta de informações dos trabalhadores aliada a
escassa legislação existente sobre o tema, nos remete a ideia de descaso com
relação as atitudes preventivas, aliada a escassa legislação existente sobre o tema,
pouco se tem observado sua abordagem de maneira crítica, como os danos físicos,
psíquicos e à personalidade do assediado, além dos prejuízos à própria organização
empresarial.
Desta maneira, faz-se relevante que se institua uma legislação específica
sobre o assedio moral, uma vez que não há no ordenamento jurídico brasileiro.
Portanto, a finalidade deste tema é analisar o assédio moral nas relações
de trabalho, em especial as definições e suas consequências para a saúde do
trabalhador, de forma a incentivar a vítima para a observância dos sinais desse tipo
de assédio e suas características.
Breve histórico
O assédio moral no ambiente de trabalho não é um acontecimento
recente muito menos se limita a designados países ou organizações, mas é um fato
difuso, influenciando uma parte expressiva da força de trabalho. Embora o assédio
moral seja declarado como uma das piores maneiras de estresse social, apenas nos
últimos decênios do século XX que o assédio moral veio a ser analisado pela
sociologia e psicologia sendo discernido como um episódio destrutivo do ambiente
de trabalho (ROCHA PACHECO, 2007).
Em meados da década de 1980, o psicólogo Heinz Leymann, divulgou o
desfecho de uma prolongada investigação comprovando os efeitos neuropsíquicos
do assédio moral sobre determinado indivíduo exposto no decorrer de certo tempo a
tratamentos degradantes no ambiente laboral, por colegas ou superiores de trabalho
(MARTINS, 2013).
No Brasil, este tipo de estudo foi nomeado como manipulação perversa,
constrangimento, psicoterror ou assédio moral. O assunto tem sido matéria de
estudo de médicos do trabalho e juristas. Elementos como a falta de aptidão e a
omissão dos administradores e chefes da empresa em trabalhar com a situação,
colaboram amplamente para o desenvolvimento do assédio moral. Para a empresa o
descaso é mais apropriado que zelar o transtorno, além do que muitas vezes tira
benefício desta ocorrência de esgotamento para empreender que seus funcionários
rendam mais.
Parece ser irrefutável entre os que debatem o assédio moral que se
localiza existente em toda parte, em todas as coletividades, “no entanto, o assédio
moral tem sido enfocado basicamente sob o prisma laboral, em razão da
repercussão mundial de seus efeitos e por ser o ambiente de trabalho o mais
propício ao desenvolvimento desse tipo de fenômeno, até mesmo em razão das
ingerências protagonizadas pelo capitalismo moderno, fomentado pela ideia de
globalização e, por conseguinte, pela exigência de um novo perfil de competitividade
do trabalhador moderno (MELO, 2015).
Em que pese a salutar necessidade de competição no mercado de
trabalho, tal fato tem acarretado uma desenfreada luta por ‘um lugar ao sol’, o que
torna o ambiente de trabalho o veículo mais adequado à implementação do assédio
moral, até mesmo pela hierarquização existente no mesmo”.
Não obstante o tema ser tão novo, o assédio moral tem ecoações nos
meios judiciais há algum tempo, referido pelo doutrinador Thome (2009, p. 34)
assevera que:
Relações de trabalho
Agressor e vítima
Os grandes perversos são também seres narcisistas e, como tal, vazios que
se alimentam de energia vital e da seiva do outro. O perverso narcisista
depende dos outros para viver, sente-se impotente diante da solidão, por
isso, agarra-se a outra pessoa como verdadeira sanguessuga. Esta espécie
é movida pela inveja e seu objetivo é roubar a vida de suas vítimas [...] é
absorvido por fantasias de sucesso ilimitado e de poder. Acredita ser
especial e singular [...]; tem excessiva necessidade de ser admirado, e age
como um vampiro. Não tem empatia, [...] sente profunda inveja daqueles
que parecem possuir coisas que lhe faltam, ou que simplesmente sabem
extrair prazer da vida. [...] são seres irresponsáveis, por isso, ocultam-se,
jogando os seus erros e limitações nos outros.
A Vítima
Assédio Horizontal
Leis Existentes
Art. 483.
g) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele, coação moral,
através de atos ou expressões que tenham por objetivo ou efeito atingir sua
dignidade e/ou criar condições de trabalho humilhantes ou degradantes,
abusando da autoridade que lhe conferem suas funções.
A existência de uma lei expressa sobre o assédio moral não tem o condão
somente de punir, mas fará com que sejam trabalhados sistemas de
prevenção no ambiente de trabalho das empresas, e, infelizmente, aqui no
Brasil só existem mudanças nas condições de trabalho quando da
existência de uma lei expressa que regulamenta determinada condição e
que a infringência do dispositivo gera prejuízo ao empreendedor.
A imprescindibilidade da legislação se encontra em não apenas dificultar
a impunidade no que tange ao agressor, mas também assegurar e conservar a
integridade psíquica e física dos empregados.
Instrui Glöckner (2004, p. 57) que:
Ainda que não exista uma lei específica tratando sobre o assédio moral, o
dano pessoal dele originado compete a Justiça Trabalhista analisar. Hirigoyen (2002,
p. 343) versa que:
[...] antes mesmo de existir uma legislação, a Justiça tinha começado a levar
em conta os atos hostis ou ofensivos dirigidos de maneira evidente contra
um empregado em seu local de trabalho.
REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 2005.
GLÖCKNER, César Luís Pacheco. Assédio Moral no Trabalho. São Paulo: IOB
Thomson, 2004.
GUEDES, Márcia Novaes. Terror psicológico no trabalho. São Paulo: Ltr, 2008.
OLIVEIRA, Euler Sionir de. Assédio moral: sujeitos, danos à saúde e legislação.
São Paulo: Revista Genesis, 2004.
THOME, Candy Florêncio. O assédio moral nas relações de emprego. São Paulo:
Ltr, 2009.