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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

CURSO DE DIREITO

AMANDA BÁRBARA GOMES DE PAULA

RELAÇÕES DE TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO

Goiânia
2016
AMANDA BÁRBARA GOMES DE PAULA

RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO

Artigo científico apresentado à Disciplina


Orientação Metodológica para Trabalho de
Conclusão de Curso, requisito imprescindível à
obtenção do grau de Bacharel em Direito pela
Universidade Salgado de Oliveira.

Orientadora:
Profª. Ms. Sílvia Maria Gonçalves Santos de
Lacerda Santana Curvo

Goiânia
2016
Amanda Bárbara de Gomes Paula

RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO

Artigo Científico apresentado ao Curso de Direito da Universidade


Salgado de Oliveira como parte dos requisitos para conclusão do curso.

Aprovada em ___ de ________ de 2016.

Banca Examinadora:

___________________________________________________________________

Examinador – UNIVERSO

___________________________________________________________________

Examinador – UNIVERSO

___________________________________________________________________

Ms. Sílvia Maria Gonçalves Santos de Lacerda Santana Curvo


Professor Orientador
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................
DEFINIÇÃO DE ASSÉDIO MORAL..............................................................................
Breve histórico...............................................................................................................
O princípio da Dignidade da Pessoa Humana...............................................................
SUJEITOS DO ASSÉDIO MORAL................................................................................
Relações de trabalho.....................................................................................................
Agressor e vítima...........................................................................................................
Espécies de assédio moral............................................................................................
ASPECTOS JURÍDICOS DO ASSÉDIO MORAL.........................................................
CONCLUSÃO................................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
RELAÇÕES NO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO
Amanda Bárbara Gomes de Paula1
Orientadora: Ms. Sílvia Maria Gonçalves Santos de Lacerda Santana Curvo 2

RESUMO

O trabalho mostra que o assédio moral acontece desde os tempos antigos as que
ninguém dava a total importância a este ato. Só que devido ao tempo esse caso foi
se agravando com o passar do tempo, devido que o que acontece com a pessoa do
assediada, gerando nele transtornos ate mesmo irreversíveis.
No qual pode acontecer em qualquer lugar mais o mais comum e no local de
trabalho, onde se tem as modalidades e características do assediador. O assédio
atinge a pessoa do assediado na forma da sua dignidade, intimidade e em muitas
das vezes na sua saúde.
Podendo ocorrer de forma em que o empregador gera uma conduta abusiva para
com seu funcionário constrangendo-o, pode ocorrer ate mesmo quando um chefe
não tem a capacidade de exercer seu poder diretivo no qual o funcionário passa a
constranger o seu chefe e ate mesmo pode ocorrer entre colegas de trabalho.
Para combater essa atitude é necessário mais investimentos das empresas para
poder preservar a saúde física e mental de seus colaboradores devendo desde já
respeitar algumas leis e projetos em andamento sobre este tipo de caso que esta
cada vez mais frequente.

Palavras-chave: Assédio Moral. Relações de Trabalho. Legislação.

INTRODUÇÃO

A temática selecionada para esse artigo é moderna, questionável e,


sobretudo desafiante, por fim o assunto constantemente produz divergências acerca
das relações entre os grupos econômicos e profissionais.
O crescimento social e a globalização imoderada tornaram o ambiente de
trabalho em um meio extremamente competitivo, carregando consigo a desenfreada
obtenção pelo lucro e o sucesso a qualquer preço, o que acabou por tornar o meio
laboral em um lugar repleto de rivalidades e competições, expondo os trabalhadores

1
Acadêmica do Curso de Direito pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO.
2
Doutoranda pela Universidade de Salamanca-ES, mestre em Direito Agrário pela UFG -
Universidade Federal de Goiás (2002), bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de
Goiás (1993), graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1983).
Especializações em: Direito Penal, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Constitucional.
Atualmente é professora assistente da Pontifícia Universidade.
a situações torturantes, humilhantes, e eventualmente acometendo a uma situação
de medo, aflição, rivalidades opressivas e agressivas.
Como exemplo comum dessa situação pode-se citar as metas absurdas
impostas por determinadas empresas, onde o não cumprimento delas pode fazer
com que os empregados sejam assediados e humilhados por seus superiores
impondo jornadas prolongadas e repetitivas como forma de falso “estímulo” para
cumpri-las.
O ambiente sociocultural admite e de certo aspecto encoraja culturas vis,
especialmente no ambiente do trabalho onde sentimentos de contendas e egoísmos
reinam concebendo um sério “conflito” pela sobrevivência. Nas relações de
trabalho, vários estabelecimentos facilitam a prática desses agressores,
transformando eles mesmos um método cruel em prenome do benefício.
Esse comportamento caracteriza o Assédio Moral, que é considerado
uma atitude desumana, violenta e sem ética, que afeta a dignidade, a identidade e
viola os direitos fundamentais e da personalidade do indivíduo, direitos esses que
são inerentes a todo cidadão e assegurados na legislação maior, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, expressamente escritos nos artigos 1º e 5º
incisos V e X, garantias essas que são invioláveis.
O assédio moral pode ser definido como o comportamento de ação ou
omissão, sempre de forma abusiva e hostil, que podem ser expressos ou não, contra
um indivíduo ou grupo de trabalhadores, dentro do ambiente laboral, durante a
jornada de trabalho. A prática dessa conduta é comumente realizada por superiores
hierárquicos, mas também podem ser praticados por colegas, subordinados ou até
mesmo por clientes.
Neste sentido a violência moral no trabalho é tão antiga quanto as
relações de trabalho, as vítimas desse tipo de assédio não encontram em nosso
ordenamento jurídico amparo e nem um norte de como proceder para ver os
responsáveis por seus males serem punidos.
Desde o primeiro momento da composição das coletividades dos
indivíduos, começou a haver o aproveitamento abusivo do homem pelo homem.
Esse aproveitamento abusivo se deu em maioria por meio de aproveitamento de
trabalho de outro ou de outros para escopos próprios, para aumento de patrimônios
financeiros. A percepção do aproveitamento abusivo, de sua espécie, maneiras de
existência, necessita assim a compreensão do que seja o trabalho humano, que tem
sido o amplo motivo de aproveitamento nas correlações dos homens entre si, de
seus diferentes aspectos de existência e do que seria uma convivência sem abusos.
Como decorrências para os dias atuais o assunto traz consequências
perceptíveis ao nosso cotidiano, a falta de informações dos trabalhadores aliada a
escassa legislação existente sobre o tema, nos remete a ideia de descaso com
relação as atitudes preventivas, aliada a escassa legislação existente sobre o tema,
pouco se tem observado sua abordagem de maneira crítica, como os danos físicos,
psíquicos e à personalidade do assediado, além dos prejuízos à própria organização
empresarial.
Desta maneira, faz-se relevante que se institua uma legislação específica
sobre o assedio moral, uma vez que não há no ordenamento jurídico brasileiro.
Portanto, a finalidade deste tema é analisar o assédio moral nas relações
de trabalho, em especial as definições e suas consequências para a saúde do
trabalhador, de forma a incentivar a vítima para a observância dos sinais desse tipo
de assédio e suas características.

DEFINIÇÃO DE ASSÉDIO MORAL

O assédio moral é o resultado de qualquer abordagem indesejada no


sentido abusivo, sendo a sua perfeita caracterização o constrangimento se
prevalece de alguém que tenha condição superior hierárquica ou que tenha ligação
com o exercício de emprego em posição privilegiada para obter vantagens sexuais
ou de favores subalternos ou dependentes.
Segundo Menezes (2002, p. 189-195):

A exteriorização do assedio moral ocorre através de gestos, agressões


verbais, comportamentos obsessivos e vexatórios, humilhações publicas e
privadas, amedrontamento, ironias, sarcasmos, coações pública,
difamações, exposição ao ridículo, tarefas degradantes ou abaixo da
capacidade profissional, sorrisos, suspiros, trocadilhos, indiferença à
presença do outro, silencio forçado, trabalho superior às forças do
empregado, sugestão para pedido de demissão, controle do tempo no
banheiro, divulgação publica de detalhes íntimos, agressões e ameaças,
olhares de ódio, instruções confusas, referencias a erros imaginários,
imposição de horários injustificados, isolamento no local de trabalho, boicote
de material à prestação de serviços e supressão de funções.

É o assédio um acontecimento de longa duração num contexto de


relações impiedosas e antagônicas à moral, em complemento ao efeito do
autoritarismo e excesso de poder, afetando tanto mulheres como homens, em todos
os sentidos de ações. Tem acontecido em indeterminado recinto de convívio
coletivo, como se vê, também, entre alunos de escola.
Leymann apud Menezes (2002, p. 142) conceitua o assédio moral como:

A deliberada degradação das condições de trabalho através do


estabelecimento de comunicações não éticas (abusivas), que se
caracterizam pela repetição, por longo tempo, de um comportamento hostil
de um superior ou colega (s) contra um indivíduo que apresenta como
reação de um quadro de miséria física, psicológica e social rivalidades
conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por
sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica
ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima
de trabalho assedio moral possui natureza psicológica, mas precisamente
no seu local de trabalho onde ocorre o exercício de suas funções, onde faz
o local de trabalho desagradável comprometendo seu desempenho do
agredido e dos demais funcionários, dificultando os relacionamentos, por
colocar barreiras, entre o empregador, empregado e os demais funcionários,
e consequentemente, reduzindo a produtividade.

O assédio é o conjunto de atos, e procedimentos destinados a expor a


vítima a situações incômodas, humilhantes e até vexatória. A repetição de atitudes
humilhantes praticadas contra uma pessoa, por vezes através de pequenos ataques,
que devido a sua repetição, acaba por disseminar a autoestima da vítima. O assédio
moral atinge a chamada honra subjetiva, pois a mesma diante do processo de
assédio, acaba por se autodestruindo, perdendo seu sentimento de autoestima,
dignidade, bem como capacidade física e intelectual.
É um mal que surgiu com o próprio trabalho. Entretanto, passou a ser
encarado como um problema social, quando o trabalho se tornou algo não só
socialmente estruturado, regulamentado e economicamente considerado, fazendo
com que surgisse uma competição agressiva entre os trabalhadores por melhorias
nas condições de trabalho, inclusive de salário. Essa competitividade entre as
empresas, sempre com o objetivo de ocupar uma posição melhor no mercado, e
visando sempre o aumento de produção, fez com que surgissem comportamentos
ou condutas negativas praticadas pelos empregadores ou por seus colaboradores,
sob a forma de assédio, e com efeitos negativos à saúde física e psíquica de seu
empregador (FERREIRA, 2004).

Breve histórico
O assédio moral no ambiente de trabalho não é um acontecimento
recente muito menos se limita a designados países ou organizações, mas é um fato
difuso, influenciando uma parte expressiva da força de trabalho. Embora o assédio
moral seja declarado como uma das piores maneiras de estresse social, apenas nos
últimos decênios do século XX que o assédio moral veio a ser analisado pela
sociologia e psicologia sendo discernido como um episódio destrutivo do ambiente
de trabalho (ROCHA PACHECO, 2007).
Em meados da década de 1980, o psicólogo Heinz Leymann, divulgou o
desfecho de uma prolongada investigação comprovando os efeitos neuropsíquicos
do assédio moral sobre determinado indivíduo exposto no decorrer de certo tempo a
tratamentos degradantes no ambiente laboral, por colegas ou superiores de trabalho
(MARTINS, 2013).
No Brasil, este tipo de estudo foi nomeado como manipulação perversa,
constrangimento, psicoterror ou assédio moral. O assunto tem sido matéria de
estudo de médicos do trabalho e juristas. Elementos como a falta de aptidão e a
omissão dos administradores e chefes da empresa em trabalhar com a situação,
colaboram amplamente para o desenvolvimento do assédio moral. Para a empresa o
descaso é mais apropriado que zelar o transtorno, além do que muitas vezes tira
benefício desta ocorrência de esgotamento para empreender que seus funcionários
rendam mais.
Parece ser irrefutável entre os que debatem o assédio moral que se
localiza existente em toda parte, em todas as coletividades, “no entanto, o assédio
moral tem sido enfocado basicamente sob o prisma laboral, em razão da
repercussão mundial de seus efeitos e por ser o ambiente de trabalho o mais
propício ao desenvolvimento desse tipo de fenômeno, até mesmo em razão das
ingerências protagonizadas pelo capitalismo moderno, fomentado pela ideia de
globalização e, por conseguinte, pela exigência de um novo perfil de competitividade
do trabalhador moderno (MELO, 2015).
Em que pese a salutar necessidade de competição no mercado de
trabalho, tal fato tem acarretado uma desenfreada luta por ‘um lugar ao sol’, o que
torna o ambiente de trabalho o veículo mais adequado à implementação do assédio
moral, até mesmo pela hierarquização existente no mesmo”.
Não obstante o tema ser tão novo, o assédio moral tem ecoações nos
meios judiciais há algum tempo, referido pelo doutrinador Thome (2009, p. 34)
assevera que:

O termo assédio moral no local de trabalho é novo, mas o fenômeno ocorre


há muito tempo. Há jurisprudência francesa, datada de 16.03.60,
condenando uma empresa a pagar uma soma de 150.000 francos a
empregado cujas funções foram, gradativamente, retiradas, bem como suas
prerrogativas. Desde há um quarto de século as relações de trabalho vem
se endurecendo e se atomizando, gerando o desenvolvimento desse
procedimento perverso.

Por sua vez, Felker (2006, p. 171) assevera que:

Os juristas, médicos, psicólogos e legisladores de diversos países vem


denominando um fenômeno que está cada vez mais frequente , que é o
assédio moral, o terrorismo psicológico, ou seja, uma degradação do
ambiente de trabalho, através de condutas abusivas de superiores
hierárquicos sobre subordinados, ou destes sobre aqueles (assédio vertical,
ascendente e descendente) ou de colegas (assédio horizontal), tornando
extremamente penoso ao trabalhador, braçal ou intelectual, a continuidade
da relação laboral.

O pensamento se propagou no decorrer dos anos 90 entre os


observadores que se dedicavam ao esgotamento profissional, Leymann em 1990
mediu que 3,5% dos subordinados suecos foram servos do assédio. Em semelhante
período, aferiu que 15% dos suicídios se deram ao mobbing, por mobbing,
compreendem-se as condutas repetidas e abusivas ou evidentemente
desfavoráveis, direcionadas contra funcionários de modo hostil, e que podem
acarretar em seu afastamento da equipe no ambiente de ofício.
No Japão, o assédio moral é um episódio muito arcaico, de igual modo
que os outros termos já citados, o modo ijime (assédio em japonês) é usado não só
para relatar as hostilidades e a depressões, mas também para relatar, nas firmas
nipônicas, as coações de um conjunto com o escopo de produzir os adolescentes
recém-contratados ou coibir os componentes perturbadores. A medida que os
japoneses não contemplam o egoísmo, o intento do ijime é introduzir os indivíduos
no conjunto e os volver adequado.
No Brasil o assédio moral toma substância com a atividade de Margarida
Barreto, médica do trabalho, que escreveu “Violência, Saúde e Trabalho – Uma
Jornada de Humilhações” como resultado de sua dissertação de mestrado, redigiu
também “Le harcèlement moral, la violence perverse au quotidien.
Segundo Barreto (2006, p. 110) afirma:

O ano de 2001 foi manifestado por bastantes eventos e novos projetos de


lei por muitos municípios e estados de todo o país. Os autores pertenciam a
dessemelhantes partidos, sendo a primeira norma admitida em
Iracemápolis, interior de São Paulo, e integrava uma adequação do projeto
original. Foi elaborado o primário centro de estudos e combate ao assédio
moral no ambiente de trabalho, em Porto Alegre. Em 2001, Margarida
Barreto iniciou a primeira conexão com Marie – France Hirigoyen, deste
evento, eclodiu o I Seminário Internacional sobre Assédio Moral ocorrido em
abril de 2002 no Sindicato dos Químicos em São Paulo.

No ano de 2002, o município de São Paulo, obteve aprovação de seu


projeto, por meio da presente prefeita Marta Suplicy em contramão um oposto
projeto foi proibido de aprovação no campo estadual, ao passar do tempo foram
surgindo as jurisprudências. A princípio, na região sudeste, precisamente em
Espírito Santo e Minas Gerais. Em alguns meses, jurisprudências novas no nordeste
e no sul.

O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

A Constituição Federal de 1988, discursa já em seu 1º artigo, inciso III, do


Título I – “Dos princípios fundamentais”, diz:
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como Fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
[...]

Vale destacar e trazer o discernimento da qual a Constituição Brasileira


em sua abertura dispõe como princípio fundamental a dignidade da pessoa humana
e antes do Título I – “Dos princípios fundamentais”, carrega em seu inicio, apreços
desejados bem como: segurança, liberdade, desenvolvimento, bem estar, justiça e
igualdade. Todos considerados tais como importância extraordinária de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos fundada na harmonia social.
Torna-se preciso explicar a diferença que acontece entre o que é uma
norma, valor e principio. A norma em regra esta amparada nos princípios, isto é, a
norma irá normatizar de maneira individual aquela norma que está de forma comum
já era englobado pelo princípio. A norma será empregada ao fato material e desta
maneira fará refletir acerca deste o princípio da qual esta arraigado.
O valor é algo que a comunidade entrever a começar de uma ação, o
valor é concernente ante ao princípio que é inteiro todavia este não é deduzido de
maneira alguma.
O princípio em compreensível análise gramatical deverá ser
compreendido do ponto no qual teve começo, no entanto deverá igualmente ser
compreendido aqui como a manifestação da qual a verdade é recebida por todos,
tanto é dessa forma que não é realizável e nem sequer possível.
Os princípios, particularmente aqueles concludentes na Constituição
Federal são munidos de índole obrigacional, que ligando não apenas o Judiciário no
caso material, mas também o legislador.
Demonstra Oliva (2005, p. 98) em sua obra a recente compreensão a
respeito da normatividade dos princípios:

Antes, porém, de discorrermos sobre o princípio em questão, conveniente


tratarmos de sua normatividade, situando-o no conceito moderno de que os
princípios, especialmente os positivados na Constituição Federal, têm
caráter obrigatório, vinculando não apenas o legislador, como também os
governantes e governados e o próprio Judiciário, quando da solução de
casos concretos. É superada a ideia de que os princípios servem apenas de
diretrizes, tendo conteúdo meramente programático. Na nova concepção,
princípios e regras são espécies do gênero norma.

O princípio da dignidade da pessoa humana está cravado na formação


jurídica brasileira por meio da Carta Magna e, tamanho é seu destaque que a sua
defesa por parte do ordenamento jurídico se gera mesmo quando não existe uma
norma no qual este preceito esteja abrangido.
Tamanho é o status deste princípio que ele é contrário mesmo com
relação ao Estado, Novaes (2004, p. 257 - 258) ostenta que:

Sendo a dignidade um início das mais importantes declarações de direito do


ser humano, cabe ao Poder Estatal o dever de preservar e manter esse
valor em face de todas as pessoas. Esse direito é oponível em face do
Estado e de todas os demais. Esse princípio constitui-se em uma garantia,
cabendo ao Estado não só respeita-lo como propiciar condições para o seu
desenvolvimento e seus mais variados segmentos, buscando uma vida
digna e justa para todos, com igualdade de oportunidade que faculte ao
trabalhador a possibilidade de uma vida digna para si e sua família. O atual
sistema legal também relaciona com o princípio da dignidade humana os
valores sociais do trabalho, bem como os direitos sociais dispostos no
mesmo diploma legal. Assim, eleva a garantia constitucional, regra e
princípios que têm como finalidade precípua proteger trabalho, o direito ao
trabalho como valor social, um dos fundamentos do Estado Democrático de
Direito, previsto no inciso IV, do artigo 1º da Carta Constitucional.
SUJEITOS DO ASSÉDIO MORAL

Relações de trabalho

No assédio moral no ambiente de trabalho, bem como em outras espécies


de ataques existem o sujeito que provoca a e a vítima. Mesmo sendo corrente que
as hostilidades nessa forma de assédio venham da gerência e alcançam um
funcionário é provável que outras pessoas apareçam nas extremidades ativa e
passiva. O subordinado pode se apresentar na figura do assediador, do mesmo
modo que o chefe pode aparecer na condição de vítima.

Agressor e vítima

Partindo do argumento que não existe individuo exclusivo para


representar os pólos passivo e ativo do assédio moral, entenderemos em separado
cada um dos sujeitos e se provável perfil.

Sujeito ativo – O Agressor

O sujeito ativo é a pessoa que exerce os comportamentos excessivos que


restringem e desprezam a vítima. Por se tratar de uma forma de ofensa que
acontece no meio do ambiente laboral o sujeito ativo precisamente integra a relação
trabalhista, seja como chefe, superior hierárquico ora como empregado comum.
A teoria é vasta em nomear o agressor, algumas utilizam o humor e o
retrata como pitbull, profeta, grande irmão, troglodita, garganta, mala babão, tásea
(“tá se achando”), agora para Guedes (2008, p. 74) mencionou treze formas de
nomear o agressor:

O instigador, o casual, o colérico, o megalômano, o frustrado, o crítico, o


sádico, o puxa saco, o tirano, o aterrorizado, o invejoso, o carreirista e o
pusilânime.

O que diferencia as espécies de agressores é a maneira como eles agem.


Uns agem com tranquilidade sondando rigorosamente a área em que caminham,
regulando cada ação; outrem já é descontrolado, mais donos de si, operando sem
aflição como que os demais acham, porque tem convicção que estão exatos e coisa
alguma vai retirá-los deste conceito.
Ao tracejar uma descrição do agressor Hirigoyen (2002, p. 55) declama:

Os grandes perversos são também seres narcisistas e, como tal, vazios que
se alimentam de energia vital e da seiva do outro. O perverso narcisista
depende dos outros para viver, sente-se impotente diante da solidão, por
isso, agarra-se a outra pessoa como verdadeira sanguessuga. Esta espécie
é movida pela inveja e seu objetivo é roubar a vida de suas vítimas [...] é
absorvido por fantasias de sucesso ilimitado e de poder. Acredita ser
especial e singular [...]; tem excessiva necessidade de ser admirado, e age
como um vampiro. Não tem empatia, [...] sente profunda inveja daqueles
que parecem possuir coisas que lhe faltam, ou que simplesmente sabem
extrair prazer da vida. [...] são seres irresponsáveis, por isso, ocultam-se,
jogando os seus erros e limitações nos outros.

O assediador moral, outrora, é um consternado, um ser psicologicamente


desordenado, um desapontado, ainda que ele aparente ser um vitorioso, são
indivíduos que geralmente manifestam desorientação de comportamento depositado
na falta do elemento moral nos vínculos interpessoais que contornam o meio laboral.
O agressor é um sujeito que tem regozijo em depreciar um ou mais
funcionários ou em perceber que o controle em seu poder e que é apto a influenciar
os outros, ainda que para isso acontecer seja necessário usar de recursos
maldosos, ríspidos e vexatórios.

A Vítima

A vítima é selecionada pelo próprio agressor para assim simbolizar e, a


começar deste instante ser o centro da hostilidade. Há quem diz que a vítima
implicitamente aceita a agressão, ou que seja participante voluntário ou
involuntariamente da ofensa, conquanto ela continuamente indague o que praticou
para fazer jus a tais rejeições, o sinal comum no meio dos pesquisadores do tema é
que a vítima é constituída por ter certas características que perturbam e que
promovem atitudes do agressor como a inquietação e a ganância.
Ainda que a vítima em potencialidade seja aquela que conduz o agressor
a se considerar em perigo, seja na ocupação ou na função ante a equipe, ela tem
certos requisitos que o tornam uma mira. Aduz Oliveira (2004, p. 221 a 234) no
discorrer em seu trabalho acerca do assédio moral, elaborou uma junção de vários
autores sobre o perfil padrão da vítima, segundo ele, os favoritos são:
 o distraído;
 o prisioneiro;
 o paranoico;
 o severo;
 o presunçoso;
 o passivo dependente;
 o brincalhão;
 o hipocondríaco;
 o verdadeiro colega;
 o ambicioso;
 o seguro de si;
 o camarada;
 o empregado estável ou
 o servil.
Visto que existe uma descrição para cada espécie de vítima em
capacidade virtual e por consequência se enquadra na forma do agressor. Qualquer
agressor adota uma vítima exata em que continuamente procura focalizar suas
pertinentes debilitações e receios, aniquilando-o, tendo como exemplo, o agressor
provocador que procurará arruinar os atributos da vítima guardada de si, todavia, o
agressor perverso que desempenha o imoderado simplesmente pelo prazer de
prejudicar e vexar centralizará seu foco nas vítimas fracas, uma vez que estas tem
pânico de tudo.
Neste contexto, Válio (2007, p. 2) assinala algumas hipóteses que
caracterizam o assédio moral:

1. Técnicas de relacionamento – aqui o assediador não dirige o olhar nem a


palavra à vitima, sequer para um bom dia; comunica-se com aqueles
bilhetes, impedindo-a de se expressar, ela é interrompida, frequentemente,
pelo superior hierárquico ou por colegas, muitas vezes com gritos e
recriminações; não encaram, ignoram sua presença, dirigindo-se,
exclusivamente a outros. É comum também aproveitarem uma saída rápida
da vitima para deixarem uma tarefa em sua mesa, sem solicitar-lhe
pessoalmente a execução do trabalho.
2. São adotadas, ainda, técnicas de isolamento, ou seja, são atribuídas à
vítima funções que a isolam ou a deixam sem qualquer atividade,
exatamente para evitar que mantenha contato com colegas de trabalho e
lhes obtenha a solidariedade como manifestação de apoio.
3. Existem as chamadas técnicas de ataque, que se traduzem por atos que
visam a desacreditar e/ou a desqualificar a vítima diante dos colegas ou
clientes da empresa. Essa técnica de assédio moral implica conferir à vítima
tarefas de grande complexidade para serem executadas em curto lapso de
tempo, com o fim de demonstrar a sua incompetência ou exigir-lhe tarefas
absolutamente incompatíveis com a sua qualificação funcional e fora das
atribuições de seu cargo.
4. Há também as técnicas punitivas, que colocam a vítima sob pressão,
como por exemplo, por um simples erro cometido elabora-se um relatório
contra ela

Espécies de assédio moral

Em conformidade o que já foi versado sobre o assédio moral, pode


possuir como sujeito ativo o chefe ou um gerente os quais beneficiam de sua
posição superior com intuito de coagir seus subordinados. Todavia existem casos
nos quais os empregados agem entre si ou em combate a autoridades superiores
condutas de assédio moral pretendendo suprimir alguém antipatizado da equipe.
Em face da chance das quais outras pessoas representem na qualidade
de sujeito ativo do assédio moral a disciplina orienta essa espécie de violência
psicológica do sequente modo:

Assédio Horizontal

O assédio horizontal é a forma de assédio mais constante. Acontece no


meio dos próprios colegas de emprego comumente em concorrências no sentido de
igual função ou ascensão. O funcionário que possui efetiva notoriedade na empresa,
que em resultância de seu desempenho é o mais estimado a promoções, que
distinguem entre elementos políticos, religiosos e raciais ou que é mira de cobiça e
hostilidades pessoais começa a ser visualizado de maneira “importuna’’ para os
outros se convertendo em centro de ocorrências de vexação, quer por meio de
críticas agressivas, fofocas a respeito de sua vida pessoal, queixas que são capazes
de macular sua imagem ante a empresa, seja para atrapalhar seus projetos de
trabalho. Um dos elementos que salienta a execução do assédio horizontal são as
distinções entre grupos, a exemplo de uma mulher em equipe de homens, ou de
modo inverso ou de homossexualismo, indivíduos de crenças e etnias diversas. Isso
em razão do ser humano apresentar obstáculos em relacionar com as diversidades,
à medida que conduz ao nivelamento das pessoas que compõe seu grupo. Já
aquele que é tido como estranho no meio daquela equipe acaba se tornando vítima
de ações tencionando somente a sua eliminação.
Conforme leciona Guedes (2008, p.79):

A ação discriminatória é desencadeada pelos próprios colegas de


idêntico grau na escala hierárquica. Os fatores responsáveis por
esse tipo de perversão moral são a competição, a preferência
pessoal do chefe porventura gozada pela vítima, a inveja, o racismo,
a xenofobia e motivos políticos [...] a vítima pode ser golpeada tanto
individual como coletivo.

Nessa forma de assédio quando um colega ou uma equipe atacam


moralmente o grupo oposto é normal que a gerência não intrometa somente quando
as provocações comecem a afetar na produção de serviços da companhia.
Entretanto essa supressão da chefia perfaz por fortificar a contenda e confirmar aos
algozes o sentimento de impunidade.

Assédio Vertical Ascendente

O assédio vertical ascendente, o qual começa de um empregado versus


seu superior hierárquico. Seu acontecimento é escasso, mesmo já tendo sido
publicada na legislação.
Ao discorrer sobre o conteúdo, Guedes (2008, p.74) ensina:

A violência de baixo para cima geralmente ocorre quando um colega é


promovido sem a consulta dos demais, ou quando a promoção implica um
cargo de chefia cujas funções os subordinados supõem que o promovido
não possui méritos para desempenhar [...] tudo isso é extremamente
agravado quando a comunicação interna inexiste entre superiores e
subordinados.

No mesmo modo, Heinz Leymann refere que o mobbing ascendente


acontece na ocasião em que colegas se agregam com os demais chefes no intuito
de prejudicar o chefe atual, já que não o condena tão transigente de igual modo ao
anterior ou tão competente para tal função.

Assédio Vertical Descendente

Essa forma de assédio moral é a mais frequente e acontece no momento


em que os empregados são atacados por seus chefes ou superior hierárquico. Em
virtude da relação hierárquica havida no meio de algoz e vítima este começa a
concordar com os rebaixamentos demais ataques na intenção de manter a
ocupação.
Como descreve Alkimin (2010, p. 62):
O assédio moral cometido por superior hierárquico, em regra, tem por
objetivo eliminar do ambiente de trabalho o empregado que por alguma
característica represente uma ameaça ao superior, no que tange ao seu
cargo ou desempenho do mesmo, também o empregado que não se
adapta, por qualquer fator, à organização produtiva, ou que esteja doente ou
debilitado. Como exemplo, temos o caso da mulher: a gravidez pode se
tornar um fator de incomodo para alguns. Outrossim, o assédio moral pode
ser praticado com o objetivo de eliminar custos e forçar o pedido de
demissão.

Mesmo que o assédio vertical descendente seja a forma mais frequente


de manifestação de utilização de comando de gerência como meio de abuso de
direito do poder diretivo e regular é muito usado através de chefias como meio de
prevenir-se das consequências laborativas. Isto é, o patrão para fugir da
responsabilidade de ter que desembolsar valores referentes à demissão
desmotivada, tenta induzir o funcionário a pedir demissão e, quando percebe que
não alcançou seu propósito, começa a elaborar condições embaraçosas, do tipo,
afastando a autonomia que o trabalhador possuía em determinado setor, mudança
de todas as suas funções a outros colegas de trabalho e o afastamento do grupo
com a finalidade de que o empregado perceba de alguma forma que é responsável
por sua posição e solicite sua dispensa.
Os motivos para que o chefe assedie um funcionário não paralisam por
aqui, por vezes a preocupação de que um superior possui de perder a autoridade ou
igualmente a conveniência deste de prejudicar ou demais para focar-se faz com que
o chefe coordene seus empregados de modo injusto.
Para a conhecedora Hirigoyen (2002, p. 74):

A experiência tem mostrado que esse tipo de assédio moral tem


consequências mais graves sobre a saúde do que os outros tipos.

Porque de acordo com o entendimento da autora, no assédio moral


descendente o agredido se vê ainda mais indiferente, sedo que o indivíduo que seria
capaz de auxiliar, na verdade é justamente quem o despreza.

Assédio Moral Misto


A última forma de assédio moral de igual modo ao vertical ascendente
esporadicamente acontece. Neste a vítima é sofre assédio simultâneo pelos
parceiros de mesma função e por seus chefes, esta forma de assédio em locais de
trabalho com maior nível de concorrência interior e má gestão dentro da empresa,
assim como um meio laboral exaustivo, onde o chefe determina um grau excessivo
de requisitos.
Acompanhando a mesma compreensão Ferreira (2004, p. 52) aduz:

Seguindo o mesmo entendimento FERREIRA assevera que: quando o


assédio moral estabelecido numa relação horizontal, isto é, entre colegas, é
combinado com a omissão e a conivência de superiores hierárquicos, pode
ser transformado em uma forma mista, que alia o assédio descendente com
o horizontal, conjuntamente.

No mesmo sentido Guedes (2008, p.25) caracteriza essa forma de


assédio se tratando de uma categoria de mobbing vertical estratégico:

Verifica-se o assedio moral do tipo vertical quando a violência psicológica é


perpetrada por um superior hierárquico. Neste caso, a ação
necessariamente não precisa ser deflagrada e realizada pelo superior, mas
pode este contar com a cumplicidade dos colegas de trabalho da vítima e
através destes a violência pode ser desencadeada.

Em outros termos, acabam existindo duas maneiras de assédio. As


ofensas na maior parte das vezes originam desde o chefe ou superior e se espalham
também dos próprios parceiros do agredido que, por temor de vinganças posteriores
do patrão assediante, associam a atitude coerciva deste.

ASPECTOS JURÍDICOS DO ASSÉDIO MORAL

Leis Existentes

No Brasil a presença de vários projetos e leis acerca do assédio moral no


ambiente de trabalho, encontra-se muito adiantado em comparação com diversos
países. Levando em consideração que a vítima do assédio moral se vê sozinha, a lei
passa a tornar valorosa, visto que concede a atitude e que procure meios de
controle e advertência.
A Lei 9.029/95 tem como objetivo reprimir atos discriminatórios por
intermédio de estado civil, raça, cor, situação familiar, origem, idade. Assim como a
lei, o artigo 483 da CLT pode ser usado ao assédio moral em qualquer caso
material.
As legislações pertinentes acerca do assédio moral no Brasil estão
restritas as funções públicas, estaduais e municipais.
Estas leis regulamentam a respeito do assédio moral na administração
pública municipal. A luta contra o assédio moral não deve ser limitado somente a
administração pública, mas estendido aos outros trabalhadores, é valido rememorar
que no serviço público, uma enorme quantidade das ocupações mais altas de chefia
são lideradas por meio dos nomeados “cargos de confiança” já outros são usados
através de recomendação política, tornando difícil a conquista de sucesso dos
pedidos dos empregados que sofrem as consequências do assédio moral. O seu
veredito será mediante processo administrativo e não por intermédio da Justiça
Comum, podendo afetar o seu desfecho final.
Os projetos e leis que existem tracejam a definição de assédio moral e as
penalidades que podem ser desde formação de aperfeiçoamento do algoz, aviso
escrito ou oral, suspensão e demissão do cargo e multa. As correções diversificam
conforme a seriedade e persistência da ação.
Foram aprovadas leis, nas cidades de Cascavel no Paraná, Iracemápolis,
Campinas, Guarulhos, Jaboticabal, Americana e São Paulo, ambos no estado de
São Paulo, Porto Alegre em Rio Grande do Sul e Natal em Rio Grande do Norte.
A Câmara Municipal de Martinópolis na região de Presidente Prudente-SP
cancelou a interdição do prefeito do município concernente ao projeto de lei nº.
044/03, de responsabilidade do vereador André Crepaldi, que discorre a respeito de
uso das punições a cerca do assédio moral nas divisões da Administração Pública
municipal indireta e direta por funcionários públicos municipais.
O município de Presidente Prudente – SP autorizou a lei nº. 6.123/03 de
criação do vereador Marcos Vinha que discorre a respeito da execução do assédio
moral nas divisões da Administração Pública municipal indireta e direta empregados
públicos municipais.
Além das legislações vigorantes nesses municípios, segue em trâmite
pelas prefeituras de municípios como Cruzeiro, Amparo, Guararema, Guaratinguetá,
São José dos Campos e Ribeirão Pires, no Estado de São Paulo, Vitória no Espírito
Santo e Curitiba no Paraná, entre outros, projetos de lei destinando a impedir o
assédio moral no meio da Administração Pública municipal, existe um projeto de lei
na Câmara Municipal de Presidente Venceslau – SP.
No meio estadual prosseguem projetos de lei pretendendo fazer parar a
prática do assédio moral no trabalho público estadual nas Assembleias dos Estados
do Ceará, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. O Rio de Janeiro
obteve aprovação do seu projeto e o projeto de São Paulo foi sancionado pela
Assembleia Legislativa e logo em seguida foi interditado por Geraldo Alckimin,
governador, em novembro de 2.002.
Na esfera federal se encontra em encaminhamento três projetos de lei, o
primeiro é o projeto de lei nº. 4.742/01, de criação do deputado Marcos de Jesus que
insere o artigo 146-A, no Código Penal, criminalizando o assédio moral. O artigo traz
a seguinte escrita:

Art. 146- A. Desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou


atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem do servidor público ou
empregado em razão do vínculo hierárquico funcional ou laboral.
Pena: Detenção de 3 (três) meses a um ano e multa.

É o projeto mais arrojado de todos e objetiva penalizar o assédio moral no


trabalho, seja na Administração Pública ou nas relações trabalhistas no meio
privado, mas reporta-se somente ao assédio moral descendente sendo faltoso com
relação ao omisso e o ascendente.
Existe um suplente a este projeto de lei, adicionando o artigo 136-A do
Código Penal Brasileiro, qualificando o delito de assédio moral no ambiente de
trabalho.

Art. 136- A. Depreciar, de qualquer forma e reiteradamente a imagem ou o


desempenho de servidor público ou empregado, em razão de subordinação
hierárquica funcional ou laboral, sem justa causa, ou tratá-lo com rigor
excessivo, colocando em risco ou afetando sua saúde física ou psíquica.
Pena: detenção de um a dois anos.

O segundo, que na verdade é um agrupamento de projetos (nº 5.970/01,


5.971/01, 5.972/02 e 6.161/02) foi formado por um grupo de deputados sob o
comando de Inácio Arruda, e é para regular a violência moral no meio trabalhista.
Através do projeto de lei federal 5.971/01, o Código Penal passaria a conter o artigo
203-A, da qual possui o texto:
Art. 203-A. Coagir moralmente empregado no ambiente de trabalho, através
de atos ou expressões que tenham por objetivo atingir a dignidade ou criar
condições de trabalho humilhantes ou degradantes, abusando da
anterioridade conferida pela posição hierárquica.
Pena: detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.

Através do projeto, o assédio segue ligada a hierarquia e a condenação é


cumulativa. Ele abrange o assédio moral no meio dos “Crimes contra a Organização
do Trabalho” (CP, Título IV) e emprega o vocábulo “empregado”, do qual o
funcionário público não é classificado tecnicamente, podendo ocasionar na sua
retirada do meio de sanção da lei.
Por meio do projeto de lei federal n° 5.972/01, é modificado e adicionado
regimentos na Lei nº. 8.112/90 (Estatuto do Servidor Público).
O projeto de lei federal n° 6.161/02, modifica normas da Lei n° 8.666/93,
que normatiza o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal instaurando regras
para contratos e licitações da Administração Pública e conceder outras providências,
e estabelece o Cadastro Nacional de Proteção em combate a Coação Moral no
Emprego.
Em fim, o projeto de lei n° 6.161/02, modifica dispositivos do Decreto lei n°
5.452/43 - CLT, ele insere a imagem da violência moral na CLT, adicionando a
alínea “g” ao artigo 483 com seguida composição:

Art. 483.
g) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele, coação moral,
através de atos ou expressões que tenham por objetivo ou efeito atingir sua
dignidade e/ou criar condições de trabalho humilhantes ou degradantes,
abusando da autoridade que lhe conferem suas funções.

Assim como o primeiro projeto e o segundo, ambos são de composição


dos deputados Marcos de Jesus e Inácio de Arruda, nesta ordem, delimitam a
disciplinar o assédio moral vertical, descendente, retirando o modo horizontal e o
misto.
O último projeto de lei, de composição da ex-deputada federal Rita
Camata, pretendendo a alteração da lei n° 8.212, de 11 de dezembro de 1990, que é
manifesto como Estatuto do Servidor Público. O projeto apresenta a inserção do
artigo 117-A com a sequente escrita:

Art. 117- A. É proibido aos servidores públicos praticarem assédio moral


contra seus subordinados, estando sujeitos às seguintes penalidades
disciplinares:
I- Advertência;
II- Suspensão;
III- Destituição de cargo em comissão;
IV- Destituição de função comissionada;
V- Demissão.

O citado artigo, no 1º parágrafo, traceja uma explicação do que virá a ser


assédio moral para as conclusões que se designa a lei, tem atingimento limitado ao
domínio da função pública federal. Penaliza somente o assédio moral do modo
vertical e no meio das sanções administrativas, não envolve a dispensa do cargo
público, por meio do inquérito administrativo, amparando ampla defesa ao indiciado.
A lei proposta no Brasil acomete apenas as consequências do assédio
moral, omitindo-se os motivos do problema. Além de aprovar o assediante, a norma
necessita atribuir responsabilidade a empresa que usa o assédio moral como meio
de gerência dos negócios. Isto posto, poderia ser introduzida a previsão jurídica de
um projeto de precaução ao assédio moral, assim como já é utilizado em países
como a França.

A necessidade de uma lei e a atuação da justiça

Não há medida definida que pretenda a impedir a realização do assédio


moral. A configuração do assédio moral no Brasil como crime poderia ser um meio
de lutar e evitar tal comportamento no meio laboral. Assim sendo, a vítima, se
sentiria mais resistente com a elaboração de um aparato legal que caducasse a
atuação do assédio.
Já existem projetos de lei pressupondo a condenação do assédio moral, a
exemplo, o projeto de lei federal nº 4.742/01, que estuda a introdução do artigo 146-
A no Código Penal.
A indagação acerca da penalização da prática de assédio moral é
embaraçosa, assim sendo, alguns doutrinadores tutelam a importância de uma lei e
outros dizem que certa providência poderá não resolver a questão.
No entendimento de Glöckner (2004, p. 57), observa-se que:

A existência de uma lei expressa sobre o assédio moral não tem o condão
somente de punir, mas fará com que sejam trabalhados sistemas de
prevenção no ambiente de trabalho das empresas, e, infelizmente, aqui no
Brasil só existem mudanças nas condições de trabalho quando da
existência de uma lei expressa que regulamenta determinada condição e
que a infringência do dispositivo gera prejuízo ao empreendedor.
A imprescindibilidade da legislação se encontra em não apenas dificultar
a impunidade no que tange ao agressor, mas também assegurar e conservar a
integridade psíquica e física dos empregados.
Instrui Glöckner (2004, p. 57) que:

Faz-se necessário a adoção de lei expressa em função da difícil definição


que tem o termo, observando-se que a norma a ser elaborada deverá
reprimir não só o abuso do empregador, mas também o empregado litigante
de má-fé, aquele que se diz assediado moralmente. Trata-se, então, de
excluir as necessidades patológicas e as síndromes de perseguição, isto é,
aquelas atitudes que não podem ser consideradas como assédio moral
como já abordamos anteriormente nesta monografia.
A lei servirá de anteparo, ao esclarecer as pessoas de que essas atitudes
existem e são inaceitáveis. Ela deverá levantar uma dupla preocupação:
com a impunidade por parte do agressor e com a vingança por parte da
vítima. Punir o agressor é uma forma de afirmar no meio social que aquele
comportamento é profundamente inaceitável, mesmo que nunca seja
possível reparar completamente nem compensar totalmente uma injustiça.

Ainda que não exista uma lei específica tratando sobre o assédio moral, o
dano pessoal dele originado compete a Justiça Trabalhista analisar. Hirigoyen (2002,
p. 343) versa que:

[...] antes mesmo de existir uma legislação, a Justiça tinha começado a levar
em conta os atos hostis ou ofensivos dirigidos de maneira evidente contra
um empregado em seu local de trabalho.

Dantes ocorria longos discórdias com relação a competência da Justiça


Trabalhista para a apreciação de conteúdos que compreendiam o prejuízo pessoal,
mesmo que estas se referissem a relação trabalhista.
Glöckner (2004, p. 63) orienta que:

[...] a questão do dano pessoal, ocorrida na relação de emprego ou em


função desta, compete à Justiça do Trabalho a tutela jurisdicional quando
solicitada. Assim, os tribunais trabalhistas têm julgado os pedidos de
indenização por danos pessoais sem grandes questionamentos quanto à
jurisdição, embora ainda existam pequenos focos de divergência.

Conquanto seja manifesto que o dano pessoal, aquele que toca a


dignidade da pessoa humana é irreparável e como consequência disso resta um
verdadeiro choque para as vítimas do assédio moral. Hirigoyen (2002, p. 348)
explica que:

[...] a Justiça jamais poderá reparar o sofrimento das vítimas. É, pois,


importante não nos limitarmos aos regulamentos e às leis, sob o risco de
cairmos na juridicidade excessiva; é preciso insistir na prevenção.
CONCLUSÃO

O assédio moral, na realidade é um acontecimento tão arcaico quanto as


relações trabalhistas, porém veio a ser estudado mais profundamente no fim do
século XX, o assunto no começo foi analisado com base em outras ciências, bem
como a psiquiatria e psicologia e nos anos seguintes começou a despertar interesse
aos operadores jurídicos. Após isso se criou a necessidade da interdisciplinaridade,
foi a partir de outras ciências que manifestaram os primeiros incentivos para que o
Direito convergir-se sua atenção para o impasse.
O assediador atua convencido, porque carrega consigo a convicção da
impunidade. Conforme a justiça se institui, a condição da desordem e do caos pende
a reduzir. O meio trabalhista não é diferente, porém a intromissão do Estado é
fundamental, vez que os incômodos não continuam apenas no círculo privado do
empregado, gerando danos de natureza psíquica, física e financeiros, não podemos
esquecer que há também efeitos de ordem financeira para as empresas.
É necessário haver um comportamento instrutivo de precaução na relação
laboral e penalizar todo e qualquer modo de repressão moral, sendo que o assédio
moral prejudica a personalidade do ser humano e produz feridas difíceis de serem
curadas, por vezes é inviável o desaparecimento do vestígio do dano.
Assim sendo, o assédio moral deve ser de fato eliminado do meio laboral,
já que oferece sequelas para a saúde psíquica e física do obreiro, afeta a todo o
grupo de uma forma geral. Uma vez acontecido o assédio moral existe uma ofensa
concreta ao princípio da dignidade da pessoa humana, atribuindo ser protegido por
todos os indivíduos envoltos, quer dizer, deve existir um amparo permanente por
parte do Estado, pelas entidades, associações, órgãos, etc.
A defesa em combate ao assédio moral no meio laboral pode e tem que
ser realizado pelo empregado, que deve inteirar-se e precaver-se. Não podendo tal
precaução, devem-se procurar formas de repreender o desempenho deste mal.
Com a modernização, as contínuas mudanças nos sistemas trabalhistas e
no mercado laboral, o cenário complicou-se sobremodo, produzindo prejuízos e
danos decididos através do poder judiciário. Infere-se que a carência de uma
legislação federal própria prejudica o trabalho cauteloso e repressivo que o caso
requer, conquanto não impedem o uso do direito, com embasamento nas leis
existentes e nos respectivos fundamentos gerais.

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