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EM PERSPECTIVA
ORGANIZADORAS:
NADIALICE FRANCISCHINI DE SOUZA
ZULENE BARBOSA GOMES
COMPLIANCE
EM PERSPECTIVA
Conselho Editorial
DOUTORES: MESTRES:
Cláudia Moraes Trindade Bruno Barbosa Heim
Jessica Hind Ribeiro Costa Cleonice de Souza Lima
José Rômulo de Magalhães Filho Fábio S. Santos
Luciano Sérgio Ventim Bomfim Isan Almeida Lima
Nadialice Francischini de Souza Marcelo Politano de Freitas
Régia Mabel da Silva Freitas Pedro Camilo de Figueirêdo Neto
Ricardo Maurício Freire Soares Rubens Sérgio dos Santos Vaz Junior
Sheila Marta Carregosa Rocha Vera Mônica de Almeida Talavera
Urbano Félix Pugliese do Bomfim Yuri Ubaldino Rocha Soares
Diagramação
Alfredo Barreto
152 p.
ISBN: 978-85-66960-54-9
1. Compliance. 2. Perspectivas. 3. Direito. I Souza, Nadialice
Francischini de. II Gomes, Zulene Barbosa. III Título.
CDD 340
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6 | Diversos Autores
7
8 | Diversos Autores
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
3
Advogado. Bacharel em Ciências Econômicas. Sócio do escritório Saldanha e Vilas
Advogados. Professor de direito constitucional da Faculdade 2 de Julho, da pós-
graduação do Cejas e Estácio, especialista em Direito Constitucional Aplicado pela
Faculdade Damásio, Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade Baiana de Direito;
em Direito Civil pela Faculdade Baiana de Direito. Mestre em Direito, Governança e
Políticas Públicas pela Universidade Salvador.
4
Bacharel em Ciências da Computação, pós-graduado em Gerenciamento de Projetos
pela Faculdade Ruy Barbosa e pós-graduando em Compliance, Governança e Riscos
pela Faculdade Baiana de Direito. Certificado Privacy and Data Protection Essentials,
Information Security Foundation e ITIL Foundation in IT Service Management pela
EXIN. Certificado Lead Assessor SIG ISO 19600:2014 e ISO 37001:2106 – Compliance
e Antissuborno – pela ATSG. Membro do Instituto Brasileiro de Direito e Ética
Empresarial. Gerente de Compliance e de Tecnologia da Propeg Comunicação.
17
18 | Edson Saldanha Neto & Álvaro Silva Neto
3 ESTRUTURA DO COMPLIANCE
4.3 TREINAMENTOS
REFERÊNCIAS
8
“The act of obeying an order, rule, or request”. Disponível em: <https://dictionary.
cambridge.org/pt/dicionario/ingles/compliance>. Acesso em: 20 set. 2019.
Compliance em perspectiva | 33
15
As instituições de ensino superior reguladas e supervisionadas pelo MEC são as
compreendidas no Sistema Federal de Ensino, conforme disposto nos artigos 9º, IX, e
16 da Lei n. 9.394-1996 (LDB).
16
As instituições públicas de ensino superior vinculadas aos governos estaduais e
municipais são da competência do sistema estadual de ensino, a teor do artigo 17 da
Lei nº 9.394-1996 (LDB).
17
Junção das palavras inglesas stake (pedaço, fatia) e holder (aquele que segura, possui),
definindo que um stakeholder é um indivíduo que, metaforicamente (em alguns casos
também literalmente), possui uma parte do negócio. De modo genérico, dentre os
stakeholders pode-se citar os fornecedores, clientes, funcionários, investidores e, entre
outros, a sociedade e o governo (TORRES, 2013).
Compliance em perspectiva | 39
atos cometidos pela pessoa que recebia propina, ou seja, o corrupto. Agora
a empresa responde pelos atos cometidos em seu nome, assegurando a
proteção do sistema público.
Se a finalidade da Lei n. 12.846/13 é estabelecer a ordem jurídica
responsabilizando e punindo a pessoa jurídica quando comete ato de
corrupção, o compliance tem como finalidade “monitorar e assegurar que
todos os envolvidos com uma empresa estejam de acordo com as práticas
de conduta da mesma”. A padronização da conduta é importante, pois
gera segurança e diminui o risco de erros administrativos, financeiros e
fiscais, além de dificultar atos ilícitos por seus colaboradores e dirigentes,
o que vai refletir diretamente na credibilidade junto aos consumidores, aos
fornecedores e aos órgãos que regulam e fiscalizam suas atividades, afinal de
contas, “no atual cenário não há espaço para a simplicidade administrativa
do passado”.
Atingido o objetivo inicial, por consequência, há melhoria na
governança, refletindo diretamente na qualidade dos serviços ofertados.
REFERÊNCIAS
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/
L11096.htm>. Acesso em: 20 set. 2019.
__________. Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 2 ago. 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2013/lei /l12846.htm>. Acesso em: 20 set. 2019.
COMITÊ DE COMPLIANCE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE BANCOS INTERNACIONAIS (ABBI); COMISSÃO DE
COMPLIANCE DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS
(FEBRABAN). Disponível em: <http://www.abbi.com.br/download/
funcaodecompliance_09.pdf>. Acesso em: 20 de set. 2019
COMPLIANCE. Cambridge dictionary online. 21 set. 2019. Disponível
em: <https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/
compliance>. Acesso em 21 set. 2019.
__________. Decreto n. 5.786, de 24 de maio de 2006. Dispõe sobre
os centros universitários e dá outras providências. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 mai. 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/
D5786.htm>. Acesso em: 20 set. 2019.
__________. Decreto n. 8.420, de 18 de março de 2015. Regulamenta
a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que dispõe sobre a
responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática
de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 25 mai. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8420.htm>. Acesso em: 20
set. 2019.
__________. Decreto n. 9.235, de 15 de dezembro de 2017. Dispõe
sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das
instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e de
pós-graduação no sistema federal de ensino. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 dez. 2017. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/D5773
compilado.htm>. Acesso em: 20 set. 2019.
__________. Decreto n. 9.665, de 2 de janeiro de 2019. Aprova a
Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em
Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Educação,
remaneja cargos em comissão e funções de confiança e transforma cargos
em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS e
Compliance em perspectiva | 43
18
Bacharela em Direito pela Faculdade Estácio de Sá. Especialista em Direito e
Controle em Proteção de dados pela PUC-SP. Pós-graduanda em Direito Corporativo
e Compliance pela Escola Paulista de Direito. MBA em gestão em Administração
Empresarial na FGV. MBA marketing pela ESPM. Curso Exin Privacy and Data
Protection Essentials. Curso EXIN ISO 27001 Fundamentos de Segurança da
Informação.
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46 | Fabíola Moraes de Figueiredo Grimaldi
1 PROGRAMA COMPLIANCE
Como visto, cada vez mais uma parte expressiva do ser humano está
no ambiente digital, reduzindo a distinção entre a vida on-line e a off-
line. A quantidade de informações pessoais disponibilizadas na internet
representa quem nós somos, o reflexo direto da nossa personalidade.
(MARTINS, 2014, p. 62).
o setor privado junto com seus compliance officers que pretendam controlar
dados se responsabilizem de forma demonstrável ao órgão regulador pela
utilização e processamento adequados, justos e éticos dos dados pessoais.
Neste contexto, entende-se que o compliance na proteção de dados
vai além de ser apenas classificado como medidas de mitigação de riscos
atrelado às práticas de corrupção, é um novo paradigma de conformidade
no Brasil.
Assim, o compliance officer tomará todas as medidas e disporá de todos
os meios que detém para assegurar o processamento ético e justo dos dados
pessoais da empresa titular.
Pelo conceito de responsabilidade demonstrável, uma organização
responsável (accountable e compliant) transparece comprometimento com
sua responsabilidade, implementa políticas de privacidade de dados ligadas
a critérios externos reconhecidos e estabelece mecanismos de desempenho
para garantir tomadas de decisões responsáveis sobre o gerenciamento de
dados que estejam de acordo com as políticas da organização.
A avaliação de impacto irá verificar se a providência tomada pela
empresa em termos de segurança era ou não suficiente, pois esse grau
de cautela exercerá uma influência determinante na caracterização de
responsabilidade civil das partes envolvidas, o que pode gerar dever
de indenizar a cada vez que a violação comprometer a integridade,
disponibilidade, confidencialidade dos dados.
A LGPD tem uma redação na qual o titular dos dados se equipara ao
consumidor nas relações de consumo, sobre a responsabilidade civil pelo
fato do produto ou do serviço e as excludentes de responsabilidade dos
agentes nos casos em que a ação não existiu, a conduta não é ilícita, ou o
dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiros.
Por seu turno, a LGPD traz também cláusula geral da responsabilidade
civil prevista no art. 186 do Código Civil Brasileiro, no qual quem causa
dano tem o dever de repará-lo. Além de uma obrigação solidária do operador
para as hipóteses em que ele próprio descumprir as regras de proteção de
dados, ou não cumprir as determinações do controlador.
Por outro lado, a Lei Geral de Proteção de Dados determina quando
haverá ato ilícito, nas hipóteses em que as empresas não observarem a
legislação ou quando a segurança oferecida falhou, não era suficiente ou
adequada, a conduta da empresa pode ser enquadrada como passível de
responsabilização nessa esfera civil.
Vale ressaltar que a LGPD não tem critério para aferir tamanho de
indenização. Assim, a autoridade nacional deverá e poderá dispor sobre
58 | Fabíola Moraes de Figueiredo Grimaldi
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
20
A Operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro
que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da
Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a
expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção
que envolve a companhia. O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de
postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos
pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Embora a
investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, o nome inicial se
consagrou.
Compliance em perspectiva | 63
Além desses diplomas legais, novas leis e atos normativos vem sendo
publicados pela administração pública com o intuito de exigir que as
instituições públicas se adéquem e determinem que empresas privadas
também assumam o compromisso de combate à corrupção.
Exemplo disso foi a edição da Portaria nº 57/2019 da Controladoria
Geral da União (CGU), que alterou a Portaria nº 1.089/2018, que
regulamentou a implementação dos Programas de Integridade do Governo
Federal, exigindo que os órgãos e as entidades da Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional instituam seus próprios programas
de integridade.
Essas normas são um claro demonstrativo de que a administração
pública, a partir de então, quer ser modelo, dando seu próprio exemplo,
exterminando o mal “de dentro para fora”, já que por intermédio dessas
atitudes demonstra que está alerta no combate a este grande mal que assola
todas as sociedades: a corrupção.
Assim, com todos esses instrumentos legais, o que se nota é que o setor
público vem demonstrando que o comprometimento da alta administração
tem que ser compatível com a sua natureza, porte, complexidade, estrutura
e área de atuação tendo em vista que o exemplo deve ser dado de “cima para
baixo”, ou seja, da alta direção do órgão, autarquia, estatal ou fundação para
baixa hierarquia e de “dentro para fora”, ou seja, do público para o privado.
No tocante à obrigatoriedade da implementação de programas de
integridade nas empresas privadas, ou seja, “de fora para dentro”, se elas
forem relacionar-se com a administração pública, o que se vê são inúmeras
discordâncias alegando-se que há inconstitucionalidade da exigência no
que tange à obrigação da empresa ter um programa de integridade.
Os que defendem a inconstitucionalidade baseiam-se na ideia de que
a exigência constante dos programas de integridade estariam violando
a competência privativa da União para dispor sobre normas gerais de
licitações e contratos, ou seja, afirmam que inovações normativas como
essa estariam criando uma condição especial mais restritiva à assinatura
de contratos administrativos, o que, segundo eles, só poderia ser veiculado
através de norma geral.
Entretanto, o que se nota é que a corrente majoritária em relação a
esse embate defende que a exigência de compliance nas contratações com
o Poder Público é constitucional tendo, em vista que a exigência está em
plena conformidade com as diretrizes básicas da Lei Geral de Licitações,24
24
A Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, Inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da administração
pública e dá outras providências, foi aprovada após dois anos de intensa e profunda
66 | Jamile Souza Calheiros dos Santos
REFERÊNCIAS
31
Advogada, pós-graduanda em Compliance, Governanças e Riscos – Faculdade Baiana
de Direito.
73
74 | Luana Costa de Senna
1 INTEGRIDADE GOVERNAMENTAL
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
32
Advogada. Professora. Doutora em Relações Socais e Novos Direitos pela UFBA.
Mestre em Direito Privado e Econômico pela UFBA.
89
90 | Nadialice Francischini de Souza
Seja qual for o ramo de compliance que a empresa vai adotar, a questão
da adequação às normas da criação ao tipo de empresa e o entendimento
de que o empresário e a empresa não se confundem são essenciais para o
sucesso de qualquer política de compliance. Não basta apenas criar-se um
código de conduta e de ética, treinar os funcionários, gerentes, se os sócios
praticam atos que são contrários a tudo o que é implantado. O compliance
deve ser praticado com esmero por todos dentro de uma sociedade.
Nessa perspectiva, o problema do “dono da empresa” sempre aparece
como discussão e elemento prejudicial para a implantação do compliance. E
isso fica pior quando se estuda a Empresa de Responsabilidade Limitada –
EIRELI e a recentemente criada sociedade limitada unipessoal.
Quando se tem dois ou mais sócios em uma sociedade, já há o problema
de aquele que é majoritário se sentir o “dono” de tudo, o criador, o idealizador.
Quando se tem somente um membro ou um sócio, esse problema se
intensifica, pois não há quem o questione, e a confusão patrimonial é quase
certeza.
Dentro dessa problemática é que serão estudados o compliance e a
questão da fraude do “dono da empresa” nas EIRELIs e nas sociedades
limitadas unipessoais. Para tanto, o presente artigo foi dividido em três
capítulos de conteúdo.
No primeiro capítulo será estudado o estatuto do compliance. É
necessário entender o conceito, a finalidade e o objetivo do compliance para
desvincular o instituto da corrupção clássica e vinculá-lo às regras de
qualquer natureza, como elemento de evitar e coibir a fraude institucional.
No segundo capítulo de conteúdo serão apresentadas as estruturas
internas das EIRELIs e da sociedade limitada unipessoal, que, apesar de
parecidas, são diferentes na formação, nos interesses e nos requisitos legais.
Por fim, no último capítulo, será feita a análise de como o compliance
pode ajudar a coibir a fraude do “dono da empresa” e qual a importância da
correção dessa fraude.
1 FUNDAMENTOS DO COMPLIANCE
de forma ativa, tudo gera impacto na forma como os pares veem aquela
organização e vai influenciar no seu crescimento direto e indireto.
Grandes ou pequenas empresas, todas devem estar preocupadas com
a implantação de um sistema de compliance, pois os ganhos oriundos deste
é a elevação da imagem e reputação da organização. Ademais, também tem
como consequência a “redução de perdas invisíveis por desvios operacionais,
erros involuntários, corrupção e fraudes ocupacionais, entre outros fatores
que contribuem com a redução do desempenho dos negócios” (PERES;
BRIZOTI. 2019, p. 11).
Para uma efetiva implantação de um programa de compliance, este deve
está apoiado em quatro pilares:
Desse modo, o compliance é uma série de medidas e ações que devem ser
adotadas pela empresa e empresário, a fim de assegurar a não ocorrência de
fraudes e corrupção e/ou minimizar os riscos. Com isso há a manutenção
da credibilidade, imagem e confiança nas organizações e perdas de valores
em desvios de operações são evitados.
4 CONCLUSÕES
Entender compliance pode ser uma coisa da moda, mas não é. É algo
necessário para que as empresas consigam vencer na atual economia. Estar
alinhado com as regras, cumprir todas as determinações, fazer o correto
são os objetivos de uma boa política de compliance.
98 | Nadialice Francischini de Souza
É uma política que atinge todos dentro de uma empresa. Desde o mais
baixo nível da estrutura organizacional até os sócios, todos devem estar
alinhados com o objetivo de efetivá-la. Qualquer fraude, por menor que
seja, macula todo o programa.
De nada adianta ter-se um ótimo código de ética, uma política de
brindes ou outro documento que estabeleça ações e punições se não há
treinamento, se todos não estiverem engajados com a aplicação destes. Ao
falar-se em todos, insere-se também o “dono da empresa”.
O “dono da empresa” é aquele que, por ter feito aportes financeiros ou
ter sido o autor material ou intelectual da pessoa jurídica, confunde-se com
a pessoa jurídica. Ele não visualiza que a pessoa jurídica é distinta da sua
pessoa, não consegue fazer a separação patrimonial.
Isso se intensifica nas EIRELIs e nas sociedades limitadas unipessoais,
dois tipos de empresas existentes no ordenamento jurídico brasileiro, que
têm em comum o fato de que são constituídas por uma única pessoa, física
ou jurídica. Desta forma, não há o conflito interno de sócios, não há a figura
do outro sócio para fazer a fiscalização. O membro na EIRELI e o sócio na
sociedade limitada unipessoal se sentem, por serem só eles, os verdadeiros
“donos da empresa”.
Entretanto, isso não passa de uma fraude, causada por diversos
motivos, mas que deve ser coibida e afastada, principalmente quando da
implantação de um programa de compliance. Não há como uma política de
compliance ser eficiente se o membro/sócio usa os bens da pessoa jurídica
como seus, se o membro/sócio desfalca o patrimônio e não se importa com
as consequências.
Em suma, para uma política de compliance eficiente é necessário
primeiro combater a fraude do “dono da empresa”, somente depois haverá
condições de implantar políticas anticorrupção, de aplicação correta de
normas trabalhista, de minimização de passivo tributário.
REFERÊNCIAS
com um tipo de sanção civil e/ou criminal por possíveis danos causados ao
meio ambiente em razão das atividades da empresa.
Nota-se que o progresso ecológico, como um dos princípios do Direito
Ambiental, é nesse momento assumido pelo compliance ambiental, que, ao
adaptar as práticas das empresas, tenta agregar uma compatibilidade com
a utilização insuficiente de recursos naturais para não causar danos ao
meio ambiente e/ou, na pior das possibilidades, atenuar os impactos dessa
atividade no ecossistema.
Dessa forma, no Brasil o compliance ambiental age dentro de uma
corporação de diversas maneiras, tanto no critério de prevenção quanto de
correção, além de uma constância na conservação da imagem da empresa
como “sustentável” e “ambiental” perante a sociedade.
3 COMPLIANCE AMBIENTAL
4 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
2 CONCEITOS
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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legacy/2015/01/16/guide.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2019.
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foreign-corruptpractices-act > Acesso em: 15/08/2019.
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“compliance program for individual and small group of physician practice”.
Disponível em: <https://oig.hhs.gov/authorities/docs/cpghosp.pdf >.
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ibgc.org.br/index.php/governanca/governanca-corporativa>. Acesso em:
10 jul. 2109.
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ISO 19600: 2014. InternationaI Organization Standardization, p. 2.
“Compliance risk can be characterized by the likehood of ocuurrence
and consequences of noncompliance with the organization1s compliance
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lecnews.com.br/blog/compliance-no-setor-da-saude-os-7-pilares-do-
modelo-norte-americano/>. Acesso em: 17 jul. 2019.
Compliance em perspectiva | 133
Decreto nº 48.326/16
Decreto nº 52.555/2017
Alagoas Regulamenta regras de governança para
empresas públicas e sociedades de economia
mista.
Distrito Federal
Lei Programa de Integridade para Compliance Público
anticorrupção empresas
Goiás
Programa de Integridade para
Lei Anticorrupção empresas Compliance Público
Rio de Janeiro
Lei Anticorrupção Programa de Integridade Compliance Público
para empresas
Decreto nº 46.366/18 Lei nº 7.753/17 Decreto Estadual nº 46.745
DE 22.08.2019
140 | Zulene Gomes & Maria Santos
Santa Catarina
Regulamenta Lei Anticorrupção Programa de Integridade e Compliance
Público
Decreto nº 1.106/17 Lei nº 17.715, DE 23.01.2019
Espírito Santo
Lei Anticorrupção Programa de Integridade
Para empresas
Decreto nº 3.956-R/16 Lei nº 10.793/17
Bahia PL 22.614/17
Tocantins PL 8/18
Minas Gerais PL 5.227/18
São Paulo PL 5.498, de 2018
Santa Catarina Projeto de Lei n. 262/2019
Convite 3.827.207,83
Concorrência internacional 371.430,97
Concurso 106.500,00
Dispensa de licitação 3.388.239.215,04
Inexigibilidade de licitação 1.296.213.614,97
Fonte: Tabela elabora pela autora, a partir dos dados disponíveis em:
< h t t p : / / p a i n e l d e c o m p r a s. p l a n e j a m e n t o. gov. b r / Q v A JA X Z f c / o p e n d o c.
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&anonymous=true>.
2012 2.776.301.974,85
2013 1.660.908.829,62
2014 2.541.959.966,35
2015 2.379.073.940,55
2016 3.119.067.234,17
5 CONCLUSÃO E PROPOSIÇÕES
REFERÊNCIAS