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TEMAS ESPECIAIS I
2
Carolina Uzeda
TEMAS ESPECIAIS I
1ª edição
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A
2021
3
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Gislaine Denisale Ferreira
Revisor
Lais Giovanetti
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-65-89965-48-0
CDD 346.015
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB: 8 SP-010289/O
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
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TEMAS ESPECIAIS I
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina____________________________________ 05
Convenções processuais______________________________________ 06
Apresentação da disciplina
Convenções processuais
Autoria: Carolina Uzeda
Revisora teórica: Lais Giovanetti
Objetivos
• Aspectos gerais das convenções processuais.
• Introdução ao tema.
Introdução
E isso, para o professor baiano, não significa abrir mão das conquistas
realizadas pelo publicismo, lançando sobre o processo uma
característica privatística, muito comum, por exemplo, na arbitragem.
5
DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo
de conhecimento. 18 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2016, p. 376.
6
Veja-se, por exemplo, que a suspensão do processo na hipótese de morte da parte tem efeitos imediatos e não
depende do reconhecimento, por decisão, pelo juiz. Assim, o processo estará automaticamente suspenso e a deci-
são judicial apenas terá o efeito de reconhecer a suspensão já ocorrida.
7
DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e pro-
cesso de conhecimento. 18 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2016, p. 377.
10
2. Requisitos de validade
8
NOGUEIRA. Pedro Henrique. Negócios jurídicos processuais. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 100.
9
DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e pro-
cesso de conhecimento. 18 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2016, p. 377
11
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para
a prática dos atos processuais, quando for o caso.
11
En. 259 do FPPC: (arts. 190 e 10). A decisão referida no parágrafo único do art. 190 depende de contraditório
prévio. (Grupo: Negócios Processuais)
13
Aqui, por ser um negócio do qual o magistrado faz parte, todos estarão
vinculados, em que pese não seja possível aplicar qualquer penalidade
ao juiz pelo descumprimento do calendário, especialmente nas situações
em que a demora da prestação se dê em razão de motivos alheios à sua
vontade.
O ordenamento jurídico, por sua vez, tem alcance muito mais amplo que
a lei propriamente dita. Ele inclui a jurisprudência, doutrina e todas as
normas que integram o conjunto de fontes que formam o Direito. Estar
de acordo com o ordenamento jurídico é estar de acordo com o Direito.
• pacto de impenhorabilidade;
Redação original “(art. 190): Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para
18
LINK
O livro Teoria Pura do Direito, de Hans Kelsen, está
disponível na internet, no link: <https://portalconservador.
com/livros/Hans-Kelsen-Teoria-Pura-do-Direito.pdf>.
VAMOS PENSAR
Faça uma reflexão sobre negócios jurídicos pré-processuais
possíveis de serem incluídos em contratos de locação e
consumo.
5. Pontuando
• Convenções processuais
Glossário
• Negócio processual: Ato jurídico no qual as partes compõem
sobre ônus, poderes, deveres e faculdades processuais.
Verificação de leitura
a. calendário processual;
b. convenção de arbitragem;
c. eleição de foro;
d. escolha do perito;
23
a. legitimidade extraordinária;
b. incompetência absoluta;
c. disclosure;
d. intimação por aplicativo de mensagens;
e. redução de prazos.
Referências biblliográficas
ARRUDA ALVIM. Código de Processo Civil Comentado, v. 1, São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1975, n. 3, p. 426, comentários ao art. 6º).
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Convenções das partes sobre matéria processual.
In: Temas de Direito Processual Civil: Terceira Série. São Paulo: Saraiva, 1984.
CARVALHO, Nathalia Gonçalves de Macedo. Admissibilidade de provas: os
limites ao indeferimento da produção da prova cível. 2017. 231 f. Dissertação
(Mestrado em Direito)–Programa de Estudos Pós-Graduados em Direito, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.
DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito
processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 18 ed. Salvador: Ed.
Juspodivm, 2016, p. 133.
NOGUEIRA, Pedro Henrique. Negócios jurídicos processuais. Salvador: Juspodivm,
2016, p. 100.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. Primeiros Comentários ao Novo Código de
Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Questão 2 – Resposta: C
Questão 3 – Resposta: F
Questão 4 – Resposta: E
Questão 5 – Resposta: B
Processo societário
Autoria: Carolina Uzeda
Revisora teórica: Lais Giovanetti
Objetivos
• Aspectos processuais dos processos em que se
discutem questões societárias.
Introdução
2. Procedimento
1
CINTRA, Lia Carolina Batista. Intervenção de terceiro por ordem do juiz. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2017, p. 165.
2
“É possível, inclusive, que o incidente se instaure perante os tribunais, seja nos processos de competência
originária, seja em grau de recurso, como se extrai do disposto no parágrafo único do art. 136, que prevê a
possibilidade de decisão do incidente por relator.” (CÂMARA, Alexandre Freitas. Comentário ao art. 134 do Código
de Processo Civil. In: Breves comentários ao novo Código de Processo Civil. Coordenação WAMBIER, Teresa
Arruda Alvim et. al. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 428.
3
Cassio Scarpinella Bueno defende que a regra “deve ser interpretada de maneira a não comprometer o anda-
mento do processo em face da parte original e, se for o caso, da prática de atos executivos contra o seu patri-
mônio sem prejuízo da instauração e desenvolvimento do incidente.” (Comentários ao código de processo civil
– volume 1 (arts. 1º a 317). São Paulo: Saraiva, 2017, p. 577). Isto é, sustenta que a suspensão do processo seria
apenas “parcial”, evitando-se atos constritivos em face daqueles que se pretende sejam incluídos na demanda, e
não do devedor principal.
29
Por fim, cabe dizer que o Novo Código foi omisso quanto à qualidade
processual e ao meio de defesa adequado em relação ao sócio na fase
executiva após a desconsideração da personalidade jurídica: se, como
responsável patrimonial secundário, continuaria a ser um terceiro e, por
isso, deveria se valer dos embargos de terceiro no curso da fase executiva;
ou se se tornaria parte e, com isso, deveria utilizar para a sua defesa os
embargos à execução ou a impugnação ao cumprimento de sentença.4
A dúvida é mais que pertinente, dado que uma ou outra via implicam
consequências jurídicas distintas. Pensamos que não é o caso de manter
– genericamente–o entendimento consolidado no CPC/73, no sentido da
necessidade de oferecimento de embargos ou impugnação.
Caso, por alguma falha, o sócio não seja citado e sofra constrição em seu
patrimônio, decorrente de desconsideração à personalidade jurídica,
poderá fazer uso de embargos de terceiro, como autoriza o art. 674, §2º, III6.
O art. 601, em seu parágrafo único, traz uma hipótese de extensão dos
efeitos da coisa julgada a terceiro, uma vez que dispensa a citação da
sociedade se todos os seus sócios o forem. Esta, por sua vez, poderá, no
32
10
CÂMARA, Alexandre Freitas. Arbitragem lei n.º 9307/96. Rio de Janeiro: Lumem Júris, 2009. p. 41.
34
11
KENNEDY, Duncan. Izquierda y derecho: ensayos de teoria jurídica critica. Buenos Aires: Siglo XXI Editores,
2010.
12
“At the same time, the fact that arbitrators have themselves been involved in an industry means that they do not
come “cold” to the dispute; instead, they bring to bear their own preconceptions, and possibly even prior involve-
ment with (or at least knowledge of) the parties.” STONE, Susan A.; WON, Jen C. Arbitrator impartiality in the con-
text of a tripartite tribunal. Disponível em http://www.americanbar.org/content/dam/aba/administrative/litiga-
tion/materials/2013_corporate_counselcleseminar/9_2_arbitration_impartiality_in_context.authcheckdam.pdf.
Acesso em: 28 jan. 2017. No mesmo sentido, LEMES, Selma Ferreira. O papel do árbitro. Disponível em <http://
selmalemes.adv.br/artigos/artigo_juri11.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2017.
13
Em se tratando de arbitragem, é possível falar de dois sentidos distintos. Aqui, tratamos da independência inter-
na, voltada ao julgamento do árbitro por sua consciência, livre de qualquer interferência externa”. LESSA NETO,
João Luiz. Arbitragem e Poder Judiciário: a definição da competência do árbitro. Salvador: JusPodivm, 2016, p.
35.
14
GIORGETTI, Chiara. The arbitral tribunal: selection and replacement of arbitrators in Litigating International
Investment Disputes: A practitioner´s Guide 143-172 (2014).
35
15
“Mais importante, pois, do que a qualificação possuída pelo sujeito, importa que nele convirja a confiança dos
sujeitos que pretendem submeter certo litígio à arbitragem. Essa característica é essencial à própria função da
arbitragem. De fato, a renúncia à jurisdição tradicional e mesmo a impossibilidade de insurgir-se contra a decisão
arbitral (pela inexistência, no processo arbitral, da figura do recurso) faz com que se ponha sobre os ombros do
árbitro severa responsabilidade, que somente pode ser bem desenvolvida se essa pessoa tiver a plena confiança
das partes.” ARENHART, Sérgio Cruz. Breves observações sobre o procedimento arbitral. Disponível em https://
jus.com.br/artigos/7161/breves-observacoes-sobre-o-procedimento-arbitral. Acesso em: 18 jan. 2017.
16
ABBOUD, Georges. Jurisdição constitucional vs. Arbitragem: os reflexos do efeito vinculante na atividade do
árbitro. Revista de Processo | vol. 214 | p. 271 | Dez / 2012DTR\2012\450922
17
Como leciona Tércio Sampaio Ferraz Junior, “enquanto o Estado julgador goza de uma presunção forte de ser
um terceiro neutro, independente e imparcial em face dos interesses em conflito”, a voluntariedade presente na
arbitragem, “quer pela opção pelo procedimento, quer pela escolha dos julgadores pelos que vão ser julgados,
parece repousar numa expectativa de que a personalização da instituição (função jurisdicional personalíssima),
conquanto menos apta a agasalhar os atributos do agente estatal, é conduzida por mecanismos do ethos social
que, justamente ao contrário, garantem até mais fortemente aqueles atributos” Suspeição e impedimento em arbi-
tragem sobre o dever de revelar na Lei 9.307/1996. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 28/2011 | p. 65–82 |
Jan–Mar / 2011.
36
18
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo. 2ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Atlas, 2007,
p. 216.
19
“Ocorre que ao eleger a arbitragem as partes levam ao árbitro a incumbência de resolver o litígio, isto se dá
porque as partes têm confiança na figura do árbitro, justamente por ele ser um indivíduo imparcial e alheio à
causa. Por tal motivo, antes de aceitar o encargo o árbitro tem o dever de revelar, se possui qualquer das causas de
impedimento e suspeição ulterior alegadas. Nesta senda a Lei não se cala e positiva o dever de revelação do árbitro
no parágrafo 1º do art. 14, seguindo o já disposto pelo Código de Processo Civil como um dever do magistrado.”
PRADO, Thaysa; GOLDENSTEIN, Alberto Israel Barbosa de. A arbitragem no ordenamento jurídico brasileiro.
Cad. Esc. Dir. Rel. Int. (UNIBRASIL), Curitiba-PR | Vol. 1, nº 24, jan/un 2016, p. 98-111.
20
RUBINS, Noah; LAUTERBURG, Bernhard. Independence, impartiality and duty of disclosure in investment
arbitration. Investment and Commercial Arbitration – Similarities and Divergences, Netherlands: Eleven Interna-
tional Publishing, 2010. p. 153-180
37
O árbitro sempre deverá revelar tudo aquilo que, na opinião dele, pode
ser relevante para a gestão de riscos a ser realizada pelas partes acerca de
sua independência e imparcialidade. Ou seja, todas aquelas circunstâncias
que, em algum grau, podem contribuir para que seu julgamento tenda
em favor de alguma das partes. Isso não quer dizer, em hipótese alguma,
que no cumprimento do dever de revelação o árbitro esteja admitindo
sua imparcialidade, mas sim, apenas fornecendo todos os elementos
necessários para uma avaliação adequada da sua pessoa e da viabilidade
(ou não) de sua manutenção como julgador21.
21
“É da maior importância perceber que a revelação não implica por parte do árbitro a admissão da existência de
qualquer conflito de interesses. Muito pelo contrário: se o árbitro não se considerasse independente e imparcial
não teria aceite o encargo e, consequentemente, não teria procedido à revelação. o objetivo da revelação é
permitir às partes (e aos co-árbitros) determinarem se concordam com a avaliação feita pelo árbitro e, sendo
necessário, obterem mais informação. Esta é aliás uma das razões por que, na dúvida sobre a relevância da
informação, o árbitro deve optar pela revelação.” MIRANDA, Agostinho Pereira. Dever de revelação e direito de
recusa de árbitro. Considerações a propósito dos arts. 13.º e 14.º da Lei de Arbitragem Voluntária. Disponível em
https://portal.oa.pt/upl/%7B2dd90b44-649c-4fab-88e1-144d2f26fe75%7D.pdf. Acesso em: 30 jan. 2017
22
RUBINS, Noah; LAUTERBURG, Bernhard, op. cit.
23
MIRANDA, Agostinho Pereira, op. cit.
24
LEMES, Selma Maria Ferreira. O dever de revelação do árbitro e o conceito de dúvida justificada quanto
a sua independência e imparcialidade (art. 14, §1º, da Lei 9.307/1996). A ação de anulação de sentença
arbitral (art. 32, II, da Lei 9.307/1996). Disponível em: http://selmalemes.adv.br/artigos/Parecer%20%20O%20
dever%20de%20revela%C3%A7%C3%A3o%20do%20%C3%A1rbitro%20e%20o%20conceito%20de%20d%-
C3%BAvida%20justificada.pdf. Acesso em: 20 jan 2017.
38
Com a devida vênia, não parece ser a posição mais acertada. Isto
porque, no caso, ao apreciar a existência de competência do juízo
28
TRAKMAN, Leon. The impartiality and Independence of arbitrators reconsidered. International Arbitration
Law Review, Sweet & Maxwell, Vol. 10 Int. ALR p. 999, 2007.
29
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil: vol. III. 7. ed. rev. e atual. São Paulo:
Malheiros, 2017, pp. 158/159.
30
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: teoria geral do direito proces-
sual civil, 1. 8. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2014, pp. 384/385.
31
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e pro-
cesso de conhecimento. 19. ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2017, p. 384.
32
CREMASCO, Suzana Santi. A interpretação extensiva da hipótese de cabimento de agravo de instrumento
prevista no art. 1.015, III, do NCPC: o reconhecimento de competência do árbitro como pressuposto processual
negativo no processo judicial. In: Recursos no CPC/15: perspectivas, críticas e desafios. Coordenadoras Bea-
triz Magalhães Galindo e Marcela Kohlbach. Salvador: Editora Juspodivm, 2017.
40
arbitral, o juízo estatal não faz outra coisa além de reconhecer sua
incompetência para apreciar a lide. O critério permanece, como a
própria autora–que parte de premissas diferentes das nossas–afirma,
extrínseco, não sendo necessário que o juízo, na aferição da existência
do pressuposto processual, volte os olhos para a causa de pedir e o
pedido apresentados.
VAMOS PENSAR
A discussão é antiga, mas é sempre bom refletir sobre a
relação entre a arbitragem e o direito de ação. É possível
dizer que a convenção de arbitragem implica renúncia ao
direito constitucional à tutela jurisdicional?
41
7. Pontuando
• Desconsideração da personalidade jurídica.
• Petição inicial.
• Arbitragem.
• Heterocomposição.
• Liquidação.
Glossário
• Desconsideração inversa: Responsabilização da sociedade por
débito do sócio.
Verificação de leitura
Referências bibliográficas
ABBOUD, Georges. Jurisdição constitucional vs. Arbitragem: os reflexos do efeito
vinculante na atividade do árbitro. Revista de Processo | vol. 214 | p. 271 | Dez /
2012DTR\2012\450922.
ARENHART, Sérgio Cruz. Breves observações sobre o procedimento arbitral.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7161/breves-observacoes-sobre-o-
procedimento-arbitral. Acesso em: 18 jan. 2017.
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: teoria
geral do direito processual civil, 1. 8. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2014.
BUENO, Cassio Scarpinella. Comentários ao código de processo civil – volume 1
(arts. 1º a 317). São Paulo: Saraiva, 2017
CÂMARA, Alexandre Freitas. Comentário ao art. 134 do Código de Processo Civil. In:
Breves comentários ao novo Código de Processo Civil. Coordenação WAMBIER,
Teresa Arruda Alvim et. al. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Arbitragem lei n.º 9307/96. Rio de Janeiro: Lumem
Júris, 2009.
CINTRA, Lia Carolina Batista. Intervenção de terceiro por ordem do juiz. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo. 2ª ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Editora Atlas, 2007.
CREMASCO, Suzana Santi. A interpretação extensiva da hipótese de cabimento de
agravo de instrumento prevista no art. 1.015, III, do NCPC: o reconhecimento de
competência do árbitro como pressuposto processual negativo no processo judicial.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: F
Questão 2 – Resposta: B
Questão 3 – Resposta: B
Questão 4 – Resposta: B
Questão 5 – Resposta: D
Ações de família
Autoria: Carolina Uzeda
Revisora teórica: Lais Giovanetti
Objetivos
• Ação de alimentos.
• Ação de interdição.
Introdução
LINK
Sobre litígios de família, vale a pena conhecer a página da
Professora Fernanda Tartuce na plataforma.
1. Ações de família
O rol do art. 693 não é taxativo, podendo ser aplicável a outros conflitos
de família de caráter litigioso, conforme Enunciado nº 72 do Fórum
Permanente de Processualistas Civis:
72. (art. 693) O rol do art. 693 não é exaustivo, sendo aplicáveis os
dispositivos previstos no Capítulo X a outras ações de caráter contencioso
envolvendo o Direito de Família. (Grupo: Procedimentos Especiais)
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para
a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio
de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e
conciliação.
A medida nos parece inócua, dado que o art. 695, §4º, exige a
participação de advogados na audiência. Se a parte necessita constituir
advogado para a prática do ato, é evidente que o profissional, antes da
audiência, lhe dará ciência dos termos da petição inicial.
3. Procedimento
4. Alimentos
previdenciário recebidos por força de antecipação de tutela (art. 273 do CPC) posteriormente revogada.
2. Historicamente, a jurisprudência do STJ fundamenta-se no princípio da irrepetibilidade dos alimentos para isentar os
segurados do RGPS de restituir valores obtidos por antecipação de tutela que posteriormente é revogada.
3. Essa construção derivou da aplicação do citado princípio em Ações Rescisórias julgadas procedentes para cassar
decisão rescindenda que concedeu benefício previdenciário, que, por conseguinte, adveio da construção pretoriana
acerca da prestação alimentícia do direito de família. A propósito: REsp 728.728/RS, Rel. Ministro José Arnaldo da
Fonseca, Quinta Turma, DJ 9.5.2005.
4. Já a jurisprudência que cuida da devolução de valores percebidos indevidamente por servidores públicos evoluiu
para considerar não apenas o caráter alimentar da verba, mas também a boa-fé objetiva envolvida in casu.
5. O elemento que evidencia a boa-fé objetiva no caso é a “legítima confiança ou justificada expectativa, que o be-
neficiário adquire, de que valores recebidos são legais e de que integraram em definitivo o seu patrimônio” (AgRg no
REsp 1.263.480/CE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 9.9.2011, grifei). Na mesma linha quanto à
imposição de devolução de valores relativos a servidor público: AgRg no AREsp 40.007/SC, Rel. Ministro Teori Albino
Zavascki, Primeira Turma, DJe 16.4.2012; EDcl nos EDcl no REsp 1.241.909/SC, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima,
Primeira Turma, DJe 15.9.2011;
AgRg no REsp 1.332.763/CE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 28.8.2012; AgRg no REsp
639.544/PR, Rel. Ministra Alderita Ramos de Oliveira (Desembargador Convocada do TJ/PE), Sexta Turma, DJe
29.4.2013; AgRg no REsp 1.177.349/ES, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe 1º.8.2012; AgRg no RMS
23.746/SC, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 14.3.2011.
6. Tal compreensão foi validada pela Primeira Seção em julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, em situação na qual
se debateu a devolução de valores pagos por erro administrativo: “quando a Administração Pública interpreta erronea-
mente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores rece-
bidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público.”
(REsp 1.244.182/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 19.10.2012, grifei).
7. Não há dúvida de que os provimentos oriundos de antecipação de tutela (art. 273 do CPC) preenchem o requisito da
boa-fé subjetiva, isto é, enquanto o segurado os obteve existia legitimidade jurídica, apesar de precária.
8. Do ponto de vista objetivo, por sua vez, inviável falar na percepção, pelo segurado, da definitividade do pagamento
recebido via tutela antecipatória, não havendo o titular do direito precário como pressupor a incorporação irreversível da
verba ao seu patrimônio.
9. Segundo o art. 3º da LINDB, “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”, o que induz à pre-
missa de que o caráter precário das decisões judiciais liminares é de conhecimento inescusável (art. 273 do CPC).
10. Dentro de uma escala axiológica, mostra-se desproporcional o Poder Judiciário desautorizar a reposição do princi-
pal ao Erário em situações como a dos autos, enquanto se permite que o próprio segurado tome empréstimos e consig-
ne descontos em folha pagando, além do principal, juros remuneratórios a instituições financeiras.
11. À luz do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) e considerando o dever do segurado de devol-
ver os valores obtidos por força de antecipação de tutela posteriormente revogada, devem ser observados os seguintes
parâmetros para o ressarcimento: a) a execução de sentença declaratória do direito deverá ser promovida; b) liquidado
e incontroverso o crédito executado, o INSS poderá fazer o desconto em folha de até 10% da remuneração dos bene-
fícios previdenciários em manutenção até a satisfação do crédito, adotado por simetria com o percentual aplicado aos
servidores públicos (art. 46, § 1º, da Lei 8.213/1991.
12. Recurso Especial provido.
(REsp 1384418/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013, DJe 30/08/2013)
56
do devedor, e esse modo pode ser usado tanto para o desconto das
prestações vincendas como das vencidas, desde que em quantitativo
suportável pelo alimentante e recomendado para as hipóteses de
dificuldade de executar-se o débito de outra maneira.
Por fim, é importante ressaltar que, em que pese o que dispõe o art. 15 da
LA, no sentido de que “A decisão judicial sobre alimentos não transita em
julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da
situação financeira dos interessados”, não é possível afirmar que a decisão
de alimentos não transita em julgado ou não faz coisa julgada material.
5. Interdição
Antes de tratar da interdição em si, prevista nos arts. 747 a 758 do CPC,
precisamos atentar para a disciplina da Lei 13.146/2015, a qual trouxe
grandes alterações no regime e no tratamento da incapacidade civil.
[...]
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos
de natureza patrimonial e negocial.
4
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I–casar-se e constituir união
estável; II–exercer direitos sexuais e reprodutivos; III–exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter
acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV–conservar sua fertilidade, sendo
vedada a esterilização compulsória; V–exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI–exer-
cer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas.
60
[...]
[...] fazer com que a pessoa com deficiência deixasse de ser “rotulada”
como incapaz, para ser considerada–em uma perspectiva constitucional
isonômica–dotada de plena capacidade legal, ainda que haja a necessidade
de adoção de institutos assistenciais específicos, como a tomada de
decisão apoiada e, extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos
na vida civil5.
Isto quer dizer que, em que pese não se possa cogitar o fim da
interdição, ela será sempre medida excepcional, voltada exclusivamente
aos atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
5
É o fim da interdição. Disponível em <https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/304255875/e-o-fim-da-inter-
dicao-artigo-de-pablo-stolze-gagliano>. Acesso em: 30 maio 2018.
61
Ainda Pablo Stolze afirma que o advento do Estatuto pôs fiz, não ao
procedimento de interdição, mas ao
6. Procedimento
6
Op. cit.
62
VAMOS PENSAR
Faça uma reflexão sobre como, nas ações de família, a
intervenção do Estado parece ser maior. Há realmente uma
justificativa para isso?
7. Pontuando
• Ações de família
• Procedimento especial previsto no CPC
• Admitem cumulação
• Prioridade das técnicas de solução consensual de conflitos
• Alimentos
• Procedimento especial previsto em lei especial
• Admite cumulação com ações de família
63
• Interdição
• Procedimento especial previsto no CPC
Glossário
• Prioridade por técnicas de solução consensual: norma
fundamental que rege, com maior força, as ações de família.
Verificação de leitura
a. a ação de alimentos;
b. a separação;
c. a extinção de união estável;
d. a demanda contenciosa envolvendo litígio de
família, ainda que não prevista no art. 693 do CPC;
e. o divórcio litigioso.
Referências bibliográficas
SCARPINELLA BUENO, Cassio. Manual de direito processual civil: inteiramente
estruturado à luz do novo CPC. São Paulo: Saraiva, 2015.
67
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
DIDIER JUNIOR, Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da; BRAGA, Paula Sarno;
OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual civil: execução. 7 ed.
Salvador: Juspodivm, 2017.
ARRUDA ALVIM NETTO, José Manoel de. Código de Processo Civil Comentado.
Revista dos Tribunais, São Paulo, 1975, vol. I, n. 3, p. 426. (comentários ao art. 6º)
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. et al. Primeiros comentários ao novo código de
processo civil. 1. Ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Questão 2 – Resposta: C
Questão 3 – Resposta: A
Questão 4 – Resposta: B
Questão 5 – Resposta: B
Controle concentrado de
constitucionalidade
Autoria: Carolina Uzeda
Revisora teórica: Lais Giovanetti
Objetivos
• Características das ações de controle concentrado
de constitucionalidade.
• Legitimação.
• Aspectos procedimentais.
• Tutela de urgência.
70
Introdução
A CF é a norma fundamental, que dá unidade e validade às normas
jurídicas. A partir dela é que se estrutura o sistema, o ordenamento
jurídico. Tanto assim o é que a pirâmide de Kelsen tem a Constituição
em seu ápice. Dela se estruturam todas as demais normas que
compõem o sistema.
Por exemplo, uma lei cuja iniciativa cabia ao Executivo e foi do Legislativo;
uma norma que deveria ter sido aprovada por um quórum especial
(lei complementar) e não foi; uma norma que deveria ter, em razão de
uma emenda alterando seu conteúdo, retornado para a Câmara e foi
encaminhada diretamente pelo Senado à sanção presidencial.
LINK
O site do STF disponibiliza dados estatísticos das ações
de controle concentrado de constitucionalidade, com
indicativo de processos autuados, baixados e julgados.
72
2. Legitimados
• Presidente da República.
1
Para Gilmar Mendes, estão excluídos do conceito de entidade de classe: (a) organização formada por asso-
ciados pertencentes a categorias diversas; (b) pessoas jurídicas de direito privado, que reúnam, como membros
integrantes, associações de natureza civil e organismos de caráter sindical; (c) organizações que congregando
pessoas jurídicas, apresentam-se como verdadeiras associações de associações. (Controle abstrato de constitu-
cionalidade: ADI, ADC e ADO: comentários à Lei n. 9.868/99. São Paulo: Saraiva, 2012, pp.106/108).
74
Ou seja, aquele tema tratado naquela ADI tem que ter uma ligação com
a sua atividade institucional.
3. Aspectos procedimentais
Já a ADC possui requisito diferenciado, uma vez que exige, na forma do art.
14, a demonstração da “existência de controvérsia judicial relevante sobre
a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”. Tal requisito deixa
76
Tudo aquilo que não puder ser objeto de ADIN ou ADC, nem por outro
meio específico (recurso, por exemplo), poderá ser questionado por meio
da ADPF, que assume um papel notadamente subsidiário, especialmente
considerando que possui os mesmos legitimados que a ADIN3.
4. Decisão
Nada obsta que a liminar seja deferida inaudita altera pars. Em qualquer
caso, o quórum do deferimento da medida liminar é a maioria absoluta.
Concedida, a decisão será publicada no D.O. e, em 10 dias contados do
julgamento, terá efeitos erga omnes e em princípio ex nunc.
VAMOS PENSAR
Reflita sobre como o controle de constitucionalidade pode
ser um meio de controle político, pelo STF, dos demais
Poderes.
6. Pontuando
• ADIN.
• Declaração de inconstitucionalidade.
• Decisão constitutiva.
80
• ADC.
• Declaração de constitucionalidade.
• Declaratória.
• ADPF.
• Caráter subsidiário.
Glossário
• Efeito repristinatório: Retomada de vigência da lei revogada por
aquela cuja inconstitucionalidade é declarada pelo STF
Verificação de leitura
Referências bibliográficas
ARRUDA ALVIM, Eduardo. Apontamentos Sobre as Liminares na Ação Direta
de Inconstitucionalidade, na Ação Declaratória de Constitucionalidade e na
Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Disponível em: http://
www.bdr.sintese.com/AnexosPDF/RJ%20381%20-%20Doutrina%20Civil.pdf. Acesso
em: 30 maio 2018.
83
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D.
Questão 2 – Resposta: F
Questão 3 – Resposta: A
Questão 4 – Resposta: C
Questão 5 – Resposta: F.
BONS ESTUDOS!