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MÉDICA
Comitê Científico
VI
THAIS FIORUCI D’ANTONIO
CRIMINAL COMPLIANCE
MÉDICA
1ª edição
LiberArs
São Paulo – 2017
CRIMINAL COMPLIANCE MÉDICA
© 2017, Editora LiberArs Ltda.
ISBN 978-85-9459-070-1
Editores
Fransmar Costa Lima
Lauro Fabiano de Souza Carvalho
Impressão e acabamento
Gráfica Rotermund
D219c Criminal compliance médica / Thais Fioruci D’Antonio - São Paulo: LiberArs,
2017. – (Coleção Carolina VI)
ISBN 978-85-9459-070-1
CDD 340
CDU 34
Todos os direitos reservados. A reprodução, ainda que parcial, por qualquer meio,
das páginas que compõem este livro, para uso não individual, mesmo para fins didáticos,
sem autorização escrita do editor, é ilícita e constitui uma contrafação danosa à cultura.
Foi feito o depósito legal.
PREFÁCIO
Por Beatriz Corrêa Camargo ............................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
4. POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO DA
COMPLIANCE MÉDICA NO BRASIL ................................................................... 69
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 89
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 92
Apresentação
Os organizadores
Eduardo Saad-Diniz
Prof. Dr. Faculdade de Direito de Ribeirão Preto e
Programa de Integração da América Latina da USP (FDRP/PROLAM/USP)
PREFÁCIO
O trabalho de Thais Fioruci D'Antonio versa sobre um tema que até pouco
tempo era praticamente desconhecido na doutrina penal brasileira. Apesar de
haver sido estudada de maneira esparsa em alguns trabalhos científicos 1, po-
de-se afirmar que a discussão sobre a criminal compliance no Brasil somente se
estabelece com o advento da Lei 12.846/2013, que estabelece a punição admi-
nistrativa da pessoa jurídica por atos de corrupção.
Nesse momento em que a problemática começava a ser apresentada para
o púbico brasileiro, Thomas Rotsch falava na Alemanha de uma mudança de
paradigma na dogmática jurídico-penal impulsionada pela ideia de criminal
compliance2.
O fenômeno fora antecipado por Ulrich Sieber em 2008, cuja acuidade
vale a pena ser transcrita:
1
Vide o relatório da pesquisa desenvolvida por MACHADO, Marta, et all. Responsabilização por ilícitos
praticados no âmbito de pessoas jurídicas: uma contribuição para o debate público brasileiro. In: Revista
Jurídica, v. 11, pp. 1-74, 2009, que inspirou o projeto da Lei 12.846/2013. Nesse sentido,
HATHAWAY, Gisela Santos de Alencar, Responsabilidade de pessoas jurídicas por atos contra a
administração pública: PL 6826/10. Brasília: Câmara dos Deputados, Consultoria Legislativa, p. 5.
Disponível em: http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/8888. Acesso: 11.01.2017. A versão inte-
gral de 651 páginas encontra-se do relatório publicada na Série Pensando o Direito, disponível online
em: <http: //participacao.mj.gov.br/pensandoodireito/publicacoes/>. Acesso em: 10.01.2017.
2
ROTSCH, Thomas. Compliance und Strafrecht – Fragen, Bedeutung, Perspektiven Vorbemerkungen
zu einer Theorie der sog. „Criminal Compliance“. In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft,
2013, p. 481.
10
jurídicos estatais são, por essa razão, a forma mais interessante de abordagem
para a prevenção da criminalidade empresarial atualmente3.
3
SIEBER, Ulrich. Compliance-Programme im Unternehmensstrafrecht. In: SIEBER, Ulrich (Hrsg.),
Festschrift für Klaus Tiedemann zum 70. Geburtstag. Köln: Heymanns, 2008, p. 483 e s.
4
SIEBER, ob. cit., p. 471 e s.
5
O princípio para a responsabilização da empresa remonta à consideração de que o dano simplesmente
não teria ocorrido caso o empregador tivesse agido com a devida cautela ao escolher e fiscalizar as
atividades de seus empregados. A respeito, KREMNITZER, Mordechai/ GHANAYIM, Khalid. “Die
Strafbarkeit von Unternehmen”. In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft, vol. 113, 2001,
p. 542.
11
(art. 2°). A lei em apreço introduz a análise de programas de compliance como
um dos critérios de determinação da quantia de pena aplicável à pessoa jurídi-
ca (art. 7°, VIII). Segundo aponta D'Antonio, outros marcos normativos assu-
mem ponderação semelhante, como, por exemplo, o guia de compliance em
matéria antitruste emitido pelo CADE em 2016.
Seu trabalho tem o mérito de expandir a análise para um campo ainda
inexplorado, que é o cumprimento dos deveres na área médica. Mais importan-
te que lançar uma novidade, contudo, sua pesquisa realiza a difícil tarefa de
concretizar o problema, investigando a matéria de regulação ao apresentar as
normativas extrapenais que orientam a atuação médica no Brasil. Encontra-se
no caminho de uma nova geração, que certamente será capaz de enxergar os
obstáculos reais a serem superados pela ciência em nosso país para a realiza-
ção de um diálogo global em matéria criminal.
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