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CRICIÚMA (SC)
OUTUBRO/2017
MARCOS ROBERTO ROSSI DE JESUS
CRICIÚMA (SC)
OUTUBRO/2017
MARCOS ROBERTO ROSSI DE JESUS
CRICIÚMA (SC)
OUTUBRO/2017
Dedico este estudo, primeiramente a Deus,
provedor da vida e de todas as experiências
que passei. Sem ele eu não estaria aqui. E aos
meus pais que sempre estiveram ao meu lado
me apoiando e prontos a me acolher e orientar
em todas as minhas decisões.
AGRADECIMENTOS
This paper aims to analyze the main aspects of the Law of Administrative Improbity,
Law nº 8.429 / 92, especially the issues related to the categories of acts of improbity
in public management. It also seeks to emphasize the requirements necessary for
the investigation of the administrative proceeding and for the legal action of
administrative improbity. Its main objective is to reflect on the influence of legal
compliance on the results of public management, observing the effectiveness of the
standard. It also seeks to bring to the discussion the controversial aspects related to
the application of the Law of Improbity and the damages, of any order, that cause to
the Public Administration and, consequently, to the entire Brazilian population. It
concludes by concluding that the formal transgression of said law would not be
sufficient for the characterization of improbity. Moreover, it remains to observe the
requirements and legal bases that are being adopted by the current doctrine and
jurisprudence of the Courts with the intention of tracing a disparity between an action
that would violate a principle and would be characterized as impassable. Combating
impropriety in Public Management is an arduous and complex task, but it is important
to emphasize that collective interest is the only objective to be sought in order to
punctuate, characterize and differentiate them, in their essence, in order to , To
define whether or not they would be subject to the severe sanctions provided for by
the Administrative Improbity Law.
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................12
1.1 OS PRINCIPIOS
ADMINISTRATIVOS.................................................................ERROR: REFERENCE
SOURCE NOT FOUND2
1.1.1 Princípio da impessoalidade.............................................................................14
1.1.2 Princípio da legalidade......................................................................................14
1.1.3 Princípio da moralidade....................................................................................16
1.1.4 Princípio da eficiência.......................................................................................16
1.1.5 Princípio da publicidade....................................................................................17
1.1.6 Princípio da Probidade Administrativa..............................................................18
2 HISTÓRICO DA MORALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO....................................20
2.1 ASPECTOS GERAIS DO ARTIGO DA LEI Nº 8.429/92......................................2 2
2.1.1 Conceitos de moralidade e improbidade...........................................................24
2.2 Ação do Ministério Público no combate à improbidade........................................25
2.2.1 Controle do enriquecimento do servidor público...............................................29
2.3 SANÇÕES: NATUREZA JURÍDICA.....................................................................31
2.4 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..............................................................35
CONCLUSÃO.............................................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 45
ANEXOS....................................................................................................................47
10
INTRODUÇÃO
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Atualmente vive o Brasil sob a égide de uma Lei Maior que se pauta no
Estado Democrático de Direito. Desta forma, o poder soberano é de pertencimento à
sociedade e à prática do bem comum, fundamentado na concepção de justiça e
segurança jurídica (DINAMARCO, 2005).
Portanto, a organização de uma Gestão pública se definida por lei e suas
entidades desempenham atividades através de agentes públicos. Estes, por sua
vez, no desempenho de suas funções sujeitos à Constituição Federal a que se
submete toda a gestão e, principalmente, aos seus princípios norteadores (GRAU,
1990).
Segundo Figueiredo (2010, p.78) os princípios “tratam-se de um conjunto
de normas que consolidam um sistema e lhe garantem a validade”. Costa (2011, p.
78) diz ser os princípios “o compêndio dos valores precípuos da ordem jurídica”.
Porém, conceito mais comum para definir princípio é o que prega Grau (1990, p. 12)
“um mandamento nuclear de um sistema, fundamental que se irradia sobre
diferentes normas, compondo lhe o critério para o entendimento e inteligência
delas”.
que toda ação administrava deve ser orientada para concretização material e efetiva
da finalidade posta pela legislação, segundo o jurídico-administrativo.
Este princípio, de acordo Gonçalves (2010, p. 203) foi introduzido pela
Emenda Constitucional nº 19/98. Embora alguns doutrinadores o tivessem por
implícito na ordem jurídica constitucional, somente surgiu como princípio expresso
da Gestão Pública a partir de 04 de junho de 1998. Este princípio se relaciona com
as normas da boa gestão no sentido de que a Gestão Pública deve concretizar seus
atos com vistas a extrair o maior número possível de efeitos positivos, dotando de
maior eficácia possível aos atos do Estado.
Portanto, se entende que a boa gestão é aquela que realiza suas
atividades com o objetivo de projetar efeitos positivos ao interesse público com o
melhor custo benefício. Para Figueiredo (2010, p. 183) “o princípio da eficiência é
constituído por características básicas par o direcionamento da atividade pública”.
Essas características são à efetividade do bem comum, imparcialidade,
neutralidade, aproximação dos serviços públicos da população, transparência e
desburocratização.
PREVÊ CF/88
Sua história é marcada por dois grandes processos que culminaram na formalização
da instituição como instituição e na ampliação de sua área de atuação.
Portanto, o Ministério Público tem como dever apurar o ato ímprobo que
tipifique um ilícito administrativo e tem à sua disposição o inquérito civil 2. A partir de
uma análise, cabe ao Ministério Público, se achar conveniente, propor a ação civil
pública para a defesa da probidade administrativa. As investigações realizadas no
comportamento social devem demonstrar que, apesar da morosidade no tramite
judicial das ações de improbidade, a atuação do Ministério Público, apurando os
atos dos agentes ímprobos, instaurando inquérito civil e propondo ações quando
necessário, vem causando uma série de modificações no comportamento dos
cidadãos. (BARBOSA, 2009).
Martins Junior (2015) relata dois casos de ações do Ministério Público na
fiscalização dos princípios, a exemplo da legalidade das contas públicas, a
impessoalidade e moralidade na gestão dos recursos públicos e, no que tange a
fiscalização dos atos da administração.
Em 1998, três cidadãos, domiciliados em um distrito judiciário da
Comarca de Recife, ingressaram, no Ministério Público, com representação contra a
edilidade (conjunto dos edis ou vereadores, assembleia legislativa municipal, câmara
2
Inquérito civil é o nome dado a um procedimento administrativo inquisitivo, cuja instauração e
presidência são exclusivas do Ministério Público. Entre outros fins, visa a colher evidências e provas a
serem levadas à Justiça, por meio da ação civil pública.
28
Por vezes, relata Barbosa (2009), há casos que servidores ímprobos que
utilizam de artifícios com o objetivo de manter em sigilo na aquisição de vantagens
indevidas, utilizando pessoas interpostas e declaração de bens com valores abaixo
dos reais. Há um artigo, na Lei de Improbidade, respalda qualquer pessoa o direito
de peticionar à autoridade administrativa a instauração de investigação, noticiando
fato que possa evidenciar um ato improbidade administrativa: “Art. 14. Qualquer
pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade”.
(BRASIL, 2006).
sanções legais. Candido (2010, p. 205) entende que “nenhuma das sanções
nomeadas são de índole criminal”. A norma constitucional mencionada é sem
prejuízo da ação penal cabível. O artigo 12 enfatiza que "independente das sanções
penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações [...]” (BRASIL, 2006).
Fazzio (2008, p. 177) entende que “essas sanções podem ser enxergadas
como reações sociais, plasmadas nas normas, em face da inobservância de deveres
relevantes para a produção e reprodução da vida em sociedade.” Como já foi dito
anteriormente, o artigo 37, estabelece quatro consequências legais para a prática do
ato de improbidade: suspensão dos direitos políticos, perda da função pública,
indisponibilidade dos bens e obrigação de ressarcir o erário.
A lei prevê gradação para as sanções, a partir de penalidades mais
graves ou severas para as ações que importem enriquecimento ilícito. Essa
gradação se reflete somente em três variáveis: o prazo para suspensão dos direitos
políticos, o prazo para proibição de contratar com o Poder Público ou receber
investimentos e financiamentos e o valor da multa.
de ter sido demitido após o devido processo administrativo e ter seus direitos
políticos suspensos.
Sobre as diferentes doutrinas comentadas no início deste tópico, se
insurgem as seguintes correntes exaltadas por Di Pietro (2011):
3
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. Art. 9º São
crimes de responsabilidade contra a probidade na administração: omitir ou retardar dolosamente a
publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo; não prestar ao Congresso Nacional dentro de
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior; não
tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados; expedir ordens ou fazer requisição de forma
contrária às disposições expressas da Constituição; infringir no provimento dos cargos públicos, as
normas legais; proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decôro do cargo.
34
Legalidade, como
princípio da
administração
(CF, art. 37,
caput)
Publicidade, é a Impessoalidade,
divulgação oficial nada mais é que
do ato para o clássico
conhecimento princípio da
público finalidade
muito mais razão, que ela também se aplica durante o exercício dele.
Não há norma definindo-a como crime;
Ato de improbidade administrativa, se configurar conflito de
interesses ("aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoria para pessoa física ou jurídica que tenha
interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade", art.
9º, VIII);
Infração disciplinar grave, se participar de gerência ou
administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comandatário
(art. 117, X, do RJU); esta proibição é normalmente burlada mediante
o afastamento, apenas formal, da gerência ou administração de
empresa de que o servidor participe;
Atividade paralela
Não há regra específica no Código de Ética do Servidor;
ao serviço público O CCAAF proíbe a autoridade de receber salário ou qualquer outra
remuneração de fonte privada em desacordo com a lei. Também a proíbe
de receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares,
de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua
probidade ou honorabilidade. Ressalva-se desta proibição a participação
em seminários, congressos e eventos semelhantes, desde que seja
tornada pública eventual remuneração e pagamento das despesas de
viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse em
decisão a ser tomada pela autoridade (art. 7 º); É permitido o exercício não
remunerado de encargo de mandatário, desde que não implique a prática
de atos de comércio ou quaisquer outros incompatíveis com o exercício
do cargo ou função, nos Termos da lei (art. 8º). As leis que tratam desta
questão são a Lei de Improbidade Administrativa e a Lei do RJU,
mencionadas acima.
controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, bem como, dos
inoportunos ou inconvenientes para o interesse público (PEREIRA, 2011).
As atuais gestões públicas procuram colocar à disposição do cidadão
instrumentos eficientes para possibilitar uma fiscalização dos serviços prestados e
das decisões tomadas pelos governantes. Tais instrumentos têm possibilitado aos
Órgãos Públicos a fiscalização da ética na gestão em apresentar resultados
positivos no desempenho de suas funções, cobrando atitudes de moralidade por
parte dos servidos públicos (FIGUEIREDO, 2010).
43
CONCLUSÃO
embora muito ainda esteja por fazer. Também deve-se ressaltar a importância da
mudança de comportamento do servidor no sentido de identificar-se com o fim social
da Gestão Pública e lutar para a obtenção de todas as finalidades almejadas pelo
Estado Democrático de Direito.
Diante todo o exposto, como é possível notar que, no Brasil, a atual, A
Constituição Federal de 1988 rompeu com o conciso doutrinamento vigente das leis
constitucionais anteriores, que combatiam a corrupção apenas pela seara criminal e
pelos crimes de responsabilidade. Nossa atual Lei Maior impôs o comportamento
honesto na Gestão Pública e a moralidade como valores fundamentais, por serem
essenciais à própria existência do Estado Democrático de Direito. Destacou o
princípio da probidade, bem como instaurou um capítulo autônomo para tratar da
Administração com um dispositivo próprio para as penalidades aos atos da
improbidade administrativa.
Este trabalho finaliza concluindo que a transgressão formal à referida lei
não seria suficiente para a caracterização da improbidade. Mas ainda, restou
observar os requisitos e fundamentos jurídicos que estão sendo adotados pela atual
doutrina e jurisprudência com o intuito de traçar uma disparidade entre uma ação,
que infringiria um princípio e seria caracterizada como ímproba. Combater a
improbidade na Gestão Pública é uma tarefa árdua e complexa, no entanto é
importante ressaltar que o interesse coletivo seja o único objetivo a ser buscado a
fim de pontuá-los, caracterizá-los e diferenciá-los, perante suas essências, para
assim, definir se importariam ou não, nas severas sanções previstas pela Lei de
Improbidade Administrativa.
45
REFERÊNCIAS
CARVALHO FILHO, José dos S. Manual de Direito Administrativo. 25ª, Ed., São
Paulo: Atlas, 2012.
REVISTA ISTOÉ. O jogo começa agora. São Paulo n 1697, dezembro, 2000.
ANEXOS
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
50
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda
que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação
de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades
previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a
entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei
nº 13.019, de 2014) (Vigência)
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da
Administração Pública
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e
que deva permanecer em segredo;
CAPÍTULO III
Das Penas
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta
a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar.
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Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou
decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a
reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo
ilícito.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de
ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei
podem ser propostas:
CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502,
de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.
FERNANDO COLLOR
Célio Borja