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Memorial de Formação, apresentado ao Curso de Geografia da Universidade

Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI, como requisito para aprovação em Trabalho de


Construção de Aprendizagem. Reflexão acerca do curso de Geografia.

INTRODUÇÃO
Um memorial é a escrita de memórias e significa momento ou escrito que relata
acontecimentos memoráveis. O momento, que quer dizer ‘lembra-te’, de modo geral
pode ser compreendido como uma marca que serve para lembrar qualquer coisa.
Portanto, a elaboração deste memorial descritivo é a reconstrução da própria
existência.  Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Ratts (2014), “memorial é
um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual
possibilita inferências de suas capacidades.”
O presente memorial tem por objetivo descrever a minha trajetória educacional,
destacando atividades que eu já desenvolvi, quanto às atividades que realizo atualmente
e as minhas perspectivas de estudo e pesquisa.
Quem lida com a ciência sabe, pela própria história da geografia, que este não é
um conhecimento que se gera espontaneamente, nem se dá a produzir sem determinadas
condições objetivas infra estruturais de formação humana e de pessoal tecnologicamente
preparado e, muito menos, é disseminado fora de interesses econômicos, políticos e
ideológicos, apesar de ser uma necessidade vital de segunda ordem para toda a
humanidade (ANTUNES, 2018).
Sendo assim, ao elaborar este memorial levou-se em conta a crítica e autocritica
do desempenho acadêmico ao longo de toda minha trajetória. Neste ensejo procuro
destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerência e
incoerências, e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a
construção de minha trajetória acadêmica que envolve o pessoal e profissional.
O desafio proposto é resgatar fragmentos das experiências passadas conscientes
e “inconscientes” que possam dar vida a este memorial e as transformações percebidas
no decorrer dessas experiências.
1 GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
São tantas coisas que gostaria de explanar neste memorial sobre as vivencias na
graduação em geografia que ficaria muito extenso por isso resolvi delimitar por partes
bem resumidas que dão noção de toda bagagem que carrego até a presente data com
essa nova formação.
Considerando que a geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico e a
relação entre a sociedade e o meio. É no espaço geográfico que se estabelecem as
relações humanas. Portanto, trata-se da ciência que possui como objeto de estudo o
espaço geográfico, espaço esse que é palco da dinâmica social, ou seja, das relações
entre o homem e o meio (BARROS, 2002). Em linhas gerais, a Geografia possibilita
uma análise crítica da relação entre a sociedade e a natureza e, consequentemente, da
produção do espaço geográfico. Ela tem como objetivo principal a melhoria no processo
de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de
conhecimentos.
A Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico e as relações entre
homem e meio que nele se estabelecem, como já salientado. O espaço geográfico
encontra-se em constante transformação pelo homem. Vale ressaltar que é complicado
limitar o que a Geografia estuda ou não, por ser uma ciência horizontal cujo campo de
estudo é bastante amplo, mantendo relações com diversas outras disciplinas,
transcendendo então o seu próprio saber.
A geografia como ciência sofreu inúmeras mudanças ao longo do seu processo
de construção. Muitas dessas mudanças estão relacionadas a correntes filosóficas e aos
processos históricos vividos pela sociedade. Essa ciência sofreu transformações ao
longo dos anos, impossibilitando que haja um consenso entre os estudiosos da área. Mas
o que se sabe é que a Geografia é um estudo categorial, ou seja, compreende conceitos
que definem a sua orientação, como o conceito de lugar, paisagem e território (DIAS,
2019).
Esse processo de construção da ciência geográfica permeou os conceitos-chaves
que compreendem a disciplina, como o espaço, o lugar, a paisagem e a região. Esses
conceitos-chaves, ao longo dos anos, foram objetos de estudo da Geografia.
Atualmente, a Geografia assume um caráter crítico em relação aos problemas sociais.
Surgiu, então, a Geografia Crítica, na qual se acredita que os geógrafos precisam
engajar-se politicamente sem se desvincular da produção científica. Assim, o conceito-
chave espaço passa a ser observado como meio social (ANJOS, 2018).

2 TRAJETÓRIA PESSOAL
Meu nome é Juliano Boettge Peres, 31 anos, natural de Pelotas RS, radicado em
Criciúma SC há 12 anos.
Sou graduado em Geografia licenciatura, pós-graduação em Metodologia do
ensino da Geografia no Centro Universitário Leonardo Da Vinci e Pós-graduação em
Ensino Integrado de Filosofia, Geografia, História e Sociologia para Professores da
Educação Básica pelo IFSC Criciúma nos Cursos de aperfeiçoamento em Ensino da
Geografia no EJA pela OPN.
Deixei minha cidade natal para conquistar oportunidades no mercado de
trabalho. Após 3 anos em Criciúma, matriculei-me na Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC - em licenciatura em geografia.
Possuía um sonho desde criança que era ter uma formação de um professor
crítico e colaborativo para sociedade. Porém, após 6 meses de curso, passei por algumas
dificuldades financeiras e pessoas. Passei a estudar no Centro Universitário Leonardo
Da Vinci, UNIASSELVI e nesse período muitas coisas aconteceram mas, nada me tirou
a força de vontade de alcançar meu objetivo que era a da habilitação em geografia.
Fui julgado por muitos por trocar a universidade dita ‘tradicional’ pelo EAD.
Enxergavam minha opção como menor em uma faculdade ‘desclassificada’ para
sociedade, onde minha dedicação deveria ser muito maior para compensar. Porém isso
não é verdade. Uma graduação é importante para nosso desenvolvimento pessoal e
profissional. Cursar uma faculdade gera oportunidades profissionais e isso é
comprovado.
No entanto, além dos conhecimentos técnicos, os anos de graduação nos ajudam
na descoberta de quem realmente somos. Fazer uma faculdade é o sonho de muita gente
e, sabemos que existem dificuldades quando falamos sobre esse tema. Na maioria das
vezes, o obstáculo é a falta de dinheiro. 

2.1 PARA CHEGAR A GRADUAÇÃO


Considero que a função social da escola da atualidade consiste na formação de
seus alunos para a convivência na cultura global, a partir do desenvolvimento das
capacidades de aprender a conhecer, aprender a fazer, a conviver e aprender a ser. A
escola precisa estar buscando maneiras de fazer do processo educativo algo prazeroso e
desafiador.
Conhecer a função social da educação me faz pensar e analisar como estão às
práticas escolares, como está a atuação da equipe pedagógica, pois, a equipe pedagógica
é de fundamental importância, para a elevação da qualidade de ensino da escola, sendo
o que norteia o meu trabalho. O conteúdo apaixonante na formação acadêmica sem
dúvida será a função social da Escola e a formação de cidadãos críticos e reflexivos, os
Movimentos Culturais, História e Geografia.
É inegável que houve uma democratização das possibilidades de acesso à
educação nos últimos anos no Brasil. No entanto, essa acessibilidade e a maior oferta de
cursos trouxeram para as universidades estudantes com poder aquisitivo mais baixo, que
precisam recorrer a um emprego para arcar com os custos de estudar.
Quem tem um emprego em período integral ou um estágio precisa dar conta das
horas de trabalho e do tempo extra gasto com deslocamento e atividades que são levadas
para casa traz um cansaço físico e mental considerável sendo eles os principais desafios
de quem precisa conciliar uma vida dupla.
Devido à intensidade dessa jornada dupla, muitas pessoas acabam desistindo do
sonho de ter uma formação superior. No meu período de graduação trabalhei como
auxiliar administrativo na empresa Portinari e de garçom em um restaurante japonês.
Meus finais de semanas durante o período diurno eram dedicados aos estudos e
trabalhos acadêmicos.
Na segunda fase de geografia, parei de trabalhar como garçom e comecei a
trilhar como professor substituto No ensino de jovens e adultos. No mesmo período fui
em busca de especialização e curso fiz.
Os tempos eram difíceis, mas me recordo e me marcou profundamente, para
sempre, o modo como eram valorizados o raciocínio, o pensamento crítico, a dúvida, a
saudável contraposição de ideias e pontos de vista. Minha experiência vivida para
chegar até a graduação foi um período que me impregnou de uma noção de que a
dificuldade, toda dificuldade, se bem trabalhada pode ser boa, e importante porque é
com ela que conseguimos aprender, melhorar e evoluir. E que é importante olhar para
frente a frente.
O desânimo não só é moralmente condenável como inútil e não leva a lugar
algum. Nunca deixei de pensar a partir desta referência forte, aliás, um postulado
fundamental para que a ciência e a pesquisa caminhem. Sabemos que as relações sociais
brasileiras não operam assim. Sinto-me estranho em locais onde as barreiras são
motivos para desistência. Nunca vi assim. A força dos interesses, pessoais, de
corporações ou grupos, desde sempre foram mais fortes que as ideias de opinião.
2.2 FORMAÇÃO
Redigido em plena maturidade, este memorial busca identificar e refletir sobre
uma etapa da minha vida, o percurso profissional. Para tanto, assinalo, no transcurso da
escrita, as situações que penso como mais significativas e relevantes. É importante
lembrar que as experiências vividas foram analisadas tendo em vista o meu momento
presente, a partir da minha compreensão de vida atual.
Procuro-me no passado e me vejo outra pessoa. Na lembrança, o passado se
torna presente e se transfigura, contaminado pelo aqui e agora. Procuro descrever como
se deu minha escolha do curso de Geografia, a graduação propriamente dita e minha
inserção na carreira docente Em seguida, destaco as atividades mais importantes na
Pesquisa, na Produção Científica:

 Licenciatura em Geografia – Instituição Leonardo da Vinci (Uniasselvi) –


12/09/2015
 Pós Graduado em Metodologia de Ensino de Geografia - Instituição Leonardo
da Vinci (Uniasselvi) – 440 horas – 15/08/2016
 Pós Graduado em Ensino Integrado de Filosofia, Geografia, História e
sociologia para professores da educação básica – 390 horas – 09/07/2019
 Professor da rede pública de santa cataria desde 02/08/2012 atuando na
disciplina de Geografia, sociologia e ensino religioso

2.3 CURSOS
Os cursos que conclui contemplam, de forma harmônica e condizente, os
resultados dos trabalhos por mim desenvolvidos nos projetos de pesquisa e extensão,
bem como estão devidamente alinhados com as minhas áreas de atuação no campo da
geografia:

 Formação continuada de professores da rede básica de ensino da AMREC


– Instituição UNESC - 20 horas 27/11/2019
 A BNNCC e o mundo do trabalho uma perspectiva geográfica –
Instituição Aprende Brasil – 30 horas 14/07/2020
 Seminário internacional de educação na e pós pandemia – secretaria do
estado da educação SC – 20 horas – 16/11/2020
 Como ensinar a distância – Instituição Centro Universitário Leonardo da
Vinci – 180 horas- 28/01/2021
 Metodologia para o ensino de geografia – instituição instituto federal de
santa Catarina – 40 horas – 03/04/2018
 Infrequência escolar e o programa APOIA do MPSC – Instituição
Ministério público de santa Catarina – 34 horas – 18/02/2019
 Práticas pedagógicas na disciplina de geografia – Secretária de educação
Içara – 40 horas – 30/11/2018
 Censo escolar – ministério da educação – 25/10/2018
 Competências básicas – ministério da educação – 18/04/2018
 Geografia: meio ambiente uma questão de educação – Agencia de
capacitação pedagógica – 300 horas - 26/06/2016
 O ensino de Geografia – OPN cursos e treinamentos – 300 horas –
28/04/2015
 Para servidores da rede municipal de ensino de içara na modalidade não
presencial - Secretária de educação Içara – 20 horas – 16/04/2020
 Postura ética na escola – C&C certificados – 300 horas – 25/02/2013

2.4 PROJETO
O projeto desenvolvido justifica a escolha do Programa e indicando os interesses
teóricos e temáticos que determinaram a opção feita pela Linha de Pesquisa e/ou Área
de Concentração do programa.
De acordo com Bruner (2011), educacionalmente, o Brasil vive hoje uma
realidade em que evoluiu econômica e socialmente e necessita de projetos educacionais
democráticos, inclusivos, participativos, plurais, e que garantam a oportunidade de
desenvolvimento técnico-cultural para todos. A referência do sistema educacional ainda
são os conteúdos tradicionais, mas, temas como ética, meio ambiente, orientação sexual,
pluralidade cultural, trabalho e consumo e saúde, estão diretamente ligados ao cotidiano.
A transversalidade exige um compromisso com as relações interpessoais no
âmbito da escola. A análise em torno da viabilidade dos “temas transversais” requer
esforços de reflexão particularmente direcionados, tendo em vista o caráter de
“novidade” que em si comportam o nível de interdisciplinaridade requerido, bem como
a necessidade de preparação dos professores para desenvolverem os temas (ANTUNES,
2018). Essa reflexão pode ser iniciada pelas condições do professor para colocar em
prática o que determinam os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Neste contexto, este projeto trata da Lei 10639/03 como prática pedagógica de
geografia, que assegura o ensino da cultura negra brasileira e o negro na formação da
sociedade nacional, resgatando a contribuição deste povo negro. Aprovada há 17 anos e,
de acordo com algumas pesquisas, ainda hoje configura-se mais como uma ação
individual de alguns docentes do que uma prática pedagógica adotada pelas instituições
escolares.
O projeto consiste na apresentação de uma prática pedagógica voltada a alunos
do ensino fundamental, quando a geografia do continente africano toma corpo como
unidade curricular. Ele incita o debate da Lei 10.639/03 e o Ensino de Geografia, cuja
finalidade é discutir os embates envolvidos na implementação da Lei, sendo ela fruto de
lutas históricas do movimento negro brasileiro.
Para Anjos (2018), a implementação da Lei 10.639 é um processo complexo e
está interligado a uma multiplicidade de temas que requerem um novo olhar para novas
e reais práticas no ambiente escolar, alicerçadas em princípios democráticos inclusivos,
tendo como objetivos a tolerância à diversidade com vistas a combater o preconceito
racial e à valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura afro-brasileira
para a Geografia. A inclusão do ensino da história afro-brasileira é necessária e
fundamental para o completo entendimento da formação do país com a consequente
diminuição da exclusão e preconceitos raciais ainda presentes.

3. CONCLUSÃO
Conservar a memória das coisas não é tarefa fácil... Refazer o caminho
percorrido de minha vida profissional faz-me refletir necessariamente sobre as
expectativas e desejos que nortearam a minha carreira acadêmica, desde os tempos de
estudante até os primeiros anos como docente.
É essencial lembrar um dos paradigmas do desenvolvimento humano, resume-se
em aquilo que uma pessoa se torna ao longo da vida depende fundamentalmente de duas
coisas: das oportunidades que teve e das escolhas que fez. É fato, se colocarmos nosso
pensamento, veremos que somos frutos das oportunidades que tivemos ao longo da vida
e das escolhas que estamos fazendo no decorrer dela. E essas escolhas são fatores
determinantes em nossa trajetória pessoal.
Mais do que recordar, este memorial tem uma função pedagógica importante,
pois além de mostrar as ações passadas, também fala ao tempo presente e estende-se
para o futuro. Portanto sei que estudei muito, mas não entendia ainda o significado ou
que será do meu futuro, o gosto de estudar envolve minha formação de ser incompleto e
aprendendo cada vez mais.
Desta forma, a vida vai mostrando ao longo das vivências que temos grandes
desafios na nossa trajetória de vida, seja ela no âmbito profissional e pessoal. Mostra
que cada experiência da vida nos coloca frente a novas descobertas e novas lutas. E
acima de tudo nos põe fortes para viver novos momentos, travar e vencer novas batalhas
que nos levarão ao sucesso.
Conclui-se assim, que refletir sobre nossa trajetória e a função social da
educação, bem como um planejamento pedagógico não é algo simples, pois precisamos
ter objetivos bem definidos, para que possa desempenhar bem nosso papel que é o de
educar.

REFERÊNCIAS

ANTUNES C.: Novas Maneiras de Ensinar: Novas Formas de Aprender. Rio de


Janeiro: Artmed, 2018.

ANJOS, Rafael Sanzio A. dos. A África, a educação brasileira e a geografia. Brasília:


DF. MEC/BID/UNESCO, 2018.

BARROS, Aidil de Jesus Paes; LEHFELD, Neide Ap. de S. Projeto de pesquisa:


propostas metodológicas. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

BRUNER, Jerome. A Cultura da Educação. Tradução: Marcos A. G. Domingues.


Porto Alegre: ArtMed, 2011.

DIAS, Ana Maria. Construtivismo e Educação contemporânea. 3 Ed. Fortaleza: Brasil


Tropical, 2019.
RATTS, Alecsandro. Geografia, relações étnico-raciais e educação: a dimensão
espacial das políticas de ações afirmativas no ensino. Terra Livre, 2014.

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