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Univеrsidadе Abеrta ISСЕD

Faсuldadе dе Сiênсias Soсiais е Humanas

Сurso dе Liсеnсiatura еm Administração Públiсa

O Dirеito Disсriсionário na Administração Públiсa еm Moçambiquе

Amizadе João Taniеquе

Nampula, Março, 2024


Univеrsidаdе Аbеrtа ISСЕD

Fасuldаdе dе Сiênсiаs Soсiаis е Humаnаs

Сurso dе Liсеnсiаturа еm Аdministrаção Públiса

O Dirеito Disсriсionário nа Аdministrаção Públiса еm Moçаmbiquе

Аmizаdе João Tаniеquе

Сurso: Liсеnсiatura еm Administração Pública.


Disсiplina: Dirеito Administrativo
Ano dе Frеquênсia: 2º Ano

Nаmpulа, Mаrço, 2024


Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1

1. Conceitos Básicos ......................................................................................................... 2

1.1 Discricionariedade ...................................................................................................... 2

1.2 Poder Discricionário ................................................................................................... 2

2. O Poder Discricionário vinculado na Administração Públiса ...................................... 2

Conclusão ......................................................................................................................... 4

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 5


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Introdução

O texto aborda o Poder Discricionário na Administração Pública, destacando a


necessidade de compreender seus conceitos e limites. O objetivo do estudo é apresentar
a aplicação desse poder no cotidiano do administrador público, ressaltando a
importância de cumprir inicialmente o poder vinculado, determinado pela lei. No
entanto, a lei também apresenta falhas e lacunas, o que permite interpretações diversas.
O trabalho tem como tema o Direito Discricionário na Administração Pública em
Moçambique, com objetivos específicos como definir conceitos básicos, identificar
limites do poder discricionário e comentar sobre sua aplicação no país. A metodologia
utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com a estruturação do trabalho contendo capa,
contracapa, índice, introdução, objetivos, desenvolvimento, metodologia, conclusão e
referências bibliográficas.
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1. Conceitos Básicos

1.1 Discricionariedade

Pereira (2003) define a discricionariedade como a margem de liberdade que o


administrador público possui para agir administrativamente dentro dos limites
estabelecidos em lei, sem confundir com arbitrariedade, que seria agir além desses
limites, sendo ilegal. Blanchet (2006) explica que a discricionariedade é um princípio da
atuação administrativa e também está sujeita a limitações. Ela se aplica em situações em
que a lei não estabelece de forma explícita o agir do agente público, deixando-lhe uma
margem de liberdade para decidir de acordo com os requisitos da conveniência e
oportunidade, tendo em vista o interesse público. Portanto, a discricionariedade é essa
margem de “liberdade” que o administrador possui para escolher, com critérios de
razoabilidade, entre pelo menos dois comportamentos cabíveis em cada caso concreto, a
fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade
legal, quando não se pode extrair objetivamente uma solução única para a situação
(Mello, 2003).

1.2 Poder Discricionário

O poder discricionário é a prerrogativa concedida aos agentes administrativos de


escolherem entre várias condutas possíveis, o que traduz maior conveniência e
oportunidade para o interesse público. Segundo Marcello Caetano, o poder é vinculado
quando seu exercício está regulado por lei, e será discricionário quando o seu exercício
fica entregue ao critério do respectivo titular, permitindo-lhe liberdade de escolha do
procedimento mais adequado à realização do interesse público protegido pela norma
que o confere. Саrvаlho, 2020, p.156).

2. O Poder Discricionário vinculado na Administração Públiса

De acordo com De Sousa (2020), os poderes da Administração Pública visam satisfazer


as necessidades administrativas dentro dos limites legais e princípios lógicos, buscando
a satisfação do interesse público, sendo irrenunciáveis pelo ente administrativo. A
característica de dever presente nos poderes administrativos é mais clara no chamado
poder vinculado, que, embora não reconhecido como autônomo por muitos
doutrinadores, faz o contraponto necessário ao presente estudo. O ato vinculado é uma
imposição, uma restrição à administração, pois o legislador prevê todas ou quase todas
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as situações e exigências para atuação do Poder Público, não permitindo análise de


oportunidade e conveniência devido aos valores observados na edição da norma
vinculante. O ato vinculado, como expressão material da competência vinculada, é
dotado das características mencionadas, observando as peculiaridades de praxe dos atos
administrativos. É possível definir o ato vinculado como aquele que a lei expressamente
prevê qual a solução possível a ser adotada, especificando em regra “como” e “quando”
o administrador deve editar o ato. Segundo Mello (2019), atos vinculados seriam
aqueles em que, por existir prévia e objetiva tipificação legal do único possível
comportamento da Administração diante de situação igualmente prevista em termos de
objetividade absoluta, a Administração, ao expedir-lhos, não interfere com apreciação
subjetiva alguma.

O Direito Administrativo Moçambicano não se resume apenas a prerrogativas para a


Administração, mas também implica em obrigações específicas que não existem no
Direito privado. Isso coloca a Administração em uma situação paradoxal, desprovida de
direitos reconhecidos aos particulares. Em resumo, nos atos vinculados, as leis limitam
a atuação da administração pública, especialmente do gestor, que deve respeitar o
estabelecido na norma. A doutrina não se estende muito sobre esses atos, destacando o
antagonismo em relação aos atos discricionários. Além disso, a teoria dos conceitos
jurídicos indeterminados tem sido incorporada no Direito Administrativo atual,
restringindo a ação administrativa e limitando a discricionariedade.

Disсriсionаriеdаdе administrativa é a liberdade de ação dentro dos limites legais,


permitindo à autoridade escolher entre várias soluções válidas, de acordo com critérios
de conveniência, oportunidade e justiça. Esse poder não é ilimitado, devendo respeitar a
lei e os princípios de realidade e razoabilidade. O objeto deve ser possível, lícito e
compatível com a finalidade a ser alcançada, com decisões eficientes para satisfazer o
interesse público. A administração deve escolher os melhores meios para atender ao
interesse público, considerando a eficiência como um limite da discricionariedade.
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Conclusão

Neste trabalho de campo teórico de Direito Administrativo, foi abordado o tema do


Direito Discricionário na Função Pública em Moçambique. Concluímos que o poder é
considerado discricionário quando o seu exercício é entregue ao critério do titular,
permitindo-lhe escolher o procedimento mais adequado à realização do interesse
público protegido pela norma que o confere. Quando bem utilizado, esse poder permite
à Administração decidir de acordo com os parâmetros legais e preencher, de forma mais
adequada, os conceitos indeterminados que a lei contém.
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Referências Bibliográficas

Blаnсhеt, L. А. (2006). Сurso dе Dirеito Аdministrаtivo. 5.еd.Сuritibа: Juruá.

Dе Sousа, D. P. (2020). Lеgаlidаdе, vinсulаção е disсriсionаriеdаdе nа аdministrаção


Tributáriа.

Di Piеtro, M.S.Z. (2018). Dirеito Аdministrаtivo. 31 еd. Rio dе Jаnеiro: Forrеnsе.

Mеllo, С. А. B. dе. (2003). Сurso dе Dirеito Аdministrаtivo. 22. Еd. São Pаulo:
Mаlhеiros.

Mеllo, С. А. B. dе. (2019). Сurso dе Dirеito Аdministrаtivo. 22. Еd. São Pаulo:
Mаlhеiros.

Pеrеirа, С. А. G. (2003). Disсriсionаriеdаdе е Аprесiаçõеs Téсniсаs dа Аdministrаção.


Rеvistа dе Dirеito Аdministrаtivo. Rio dе Jаnеiro.

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