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INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
O uso desses poderes é um poder-dever, pois é por meio deles que se irá alcançar a
preservação dos interesses da coletividade. A administração tem a obrigação de utilizá-los
(e caso o administrador não use, ele pode ser penalizado). Logo, são irrenunciáveis. O
poder subordina-se ao dever, e assim, torna-se evidente a finalidade de tais prerrogativas e
suas limitações.
Se, no exercício desses poderes o administrador não buscar o interesse público, haverá
abuso de poder (na modalidade excesso de poder caso ultrapasse os limites de suas
atribuições, o que é vício de competência; na modalidade desvio de poder caso o agente
vise finalidade diversa que deve perseguir, o que é vício de finalidade).
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As principais manifestações do poder administrativo encontram-se no poder regulamentar,
poder de decisão unilateral, poder de execução coerciva, poderes especiais do contraente
público nos contratos administrativos, poderes especiais das autoridades de polícia.
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1.2. Objectivos
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II. METODOLOGIA
De acordo com o (Prodanov & Freitas, 2013), a metodologia é a aplicação de
procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento,
com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.
Consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para a
realização de uma pesquisa académica.
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III. REVISÃO DA LITERATURA
A terceira parte teve como objectivo a apresentação das bases teóricas e conceptuais do
tema e analisar o poder administrativo na administração pública. Os conceitos e
perspectivas que foram abordados neste ponto servirão de suporte tanto para a definição
dos objectivos do trabalho, como para a sustentação da discussão no ambito da
apresentação do trabalho.
Para Marcello Caetano (2001), um poder administrativo define de acordo com a lei a sua
própria conduta e dispõe dos meios necessários para impor o respeito dessa conduta e para
traçar a conduta alheia naquilo que tenha relação com ela.
Para exercer o poder administrativo, existem vários modos de exercício para as entidades
que integram a Administração Pública.
i. Em primeiro lugar, Diogo Freitas do Amaral destaca os regulamentos
administrativos, referindo que os órgãos administrativos competentes são
frequentemente confrontados com a necessidade de desenvolver os comandos
genéricos contidos na lei, com vista a possibilitar a sua aplicação às situações
concretas que ocorrem diariamente. Por vezes é o próprio legislador que pretende
que sejam os órgãos administrativos competentes a disciplinar certos tipos de
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situações. Assim, a Administração Pública tem vias para editar regras de conduta
gerais e abstratas com fundamento na lei.
ii. Em segundo lugar, é de realçar o acto administrativo. Exemplificando, a
Administração por vezes também é solicitada a resolver situações específicas,
problemas individuais e casos concretos e para isso tem de tomar decisões. Quando
tal acontece, a Administração actua de forma diferente, pois já não edita as regras
de conduta gerais e abstratas, mas antes procede à aplicação da lei e dos
regulamentos às situações da vida real, atribuindo-lhes assim uma nova definição
jurídica já referida inicialmente nesta modalidade que se consubstancia na prática
de atos administrativos.
iii. Em terceiro lugar, Diogo Freitas do Amaral salienta o contracto administrativo,
referindo os casos em que as entidades administrativas, em vez de actuarem
unilateralmente impondo pela via de autoridade as suas decisões, celebram acordos
bilaterais entre si ou com entidades privadas. Como exemplo temos os casos em
que a Administração Pública assina com uma empresa privada um contrato de
empreitada de obras públicas, nestas situações terá de recorrer a esta modalidade do
contrato administrativo. Como outro exemplo temos o recrutamento de um
funcionário ou quando se dá a concessão a um particular um serviço público, uma
obra pública ou um bem do domínio público. Nestes e outros exemplos, a
Administração não faz normas gerais e abstratas, nem toma decisões concretas de
modo unilateral pois actua em colaboração com particulares na base de um
contrato.
iv. Por último, Diogo Freitas do Amaral refere a prática de meras operações
materiais. Aqui a Administração Pública pode actuar através da prática de meras
operações materiais, cuja característica comum reside no facto de não produzirem
alterações na ordem jurídica. É dado o exemplo das vezes em que a Administração
Pública procede às operações físicas de demolição de um imóvel que ameaçava
ruína (porque por hipótese o particular não acatou a ordem de demolição), realiza
um conjunto de operações que não alteram a definição do direito que foi feita em
momento anterior, através do acto administrativo que ordenou tal demolição. Outro
exemplo é dado relativamente às situações em que a Administração Pública resolve
promover um colóquio/conversa para proporcionar aos seus quadros uma melhor
formação técnica, realizando um conjunto de operações que não provocam
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alterações na ordem jurídica. Em ambos os casos deparamo-nos com operações
materiais, contrariamente aos actos jurídicos.
Os órgãos e gestores públicos são os principais responsáveis por garantir que os direitos e
deveres de todos se cumpram no Estado Democrático de Direito. Portanto, qualquer acção
em que se configure abuso de poder é ilegal.
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A autoridade pública prática o acto respeitando a busca pelo interesse público, mas
não respeitando a finalidade especificada por lei para aquele determinado acto. Por
exemplo, a exoneração é a perda do cargo de um servidor público sem finalidade
punitiva, enquanto a demissão tem essa finalidade. Não é lícito ao administrador
exonerar um servidor subordinado que cometeu infração, porque foi desrespeitada a
finalidade legal para a prática do acto.
Dessa forma, a doutrina aponta como abuso de poder situações nas quais a autoridade
pública pratica o acto extrapolando a competência legal ou visando uma finalidade diversa
daquela estipulada pela legislação. Ainda é importante ressaltar que o abuso de poder pode
decorrer de condutas comissivas – quando o acto administrativo é praticado fora dos
limites legalmente postos – ou de condutas omissivas – situações nas quais o agente
público deixa de exercer uma actividade imposta a ele por lei, ou seja, quando se omite no
exercício de seus deveres. Em ambos os casos, o abuso de poder configura ilicitude que
atinge o acto dele decorrente.
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3.3. Características dos Poderes Administrativos
Podemos enumerar as seguintes características dos poderes administrativos:
a) Poder Vinculado;
b) Poder Discricionário.
Quanto à Margem de Liberdade
a) Poder Hierárquico;
b) Poder Disciplinar;
c) Poder Normativo ou
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3.4.1. Poder Vinculado
Trata-se do dever da Administração de obedecer a lei em uma situação concreta em que ela
só possui esta opção (a Administração fica inteiramente presa ao enunciado da lei). Só há
um único comportamento possível, e ele é o que a lei determina. O administrador não tem
liberdade de actuação, apenas deve seguir o que a lei prescreve.
O administrador fica condicionado ao que diz a norma legal, ou seja, não tem liberdade de
acção, pois se o acto for praticado sem observância de qualquer dado constante na lei, é
nulo, situação que pode ser reconhecida pela própria Administração, ou pelo Judiciário
mediante provocação do interessado
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito
Positivo – a lei – confere à Administração Pública para a prática de acto de sua
competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização”.
A Vinculação impede que o administrador público se afaste do enunciado da lei, haja vista
que ela estatui o único comportamento possível em determinada situação. O acto, quando
vinculado, afasta definitivamente a possibilidade de o administrador efectuar qualquer
espécie de apreciação subjetiva.
Desse modo, o administrador, no caso concreto, avaliará a situação em que deve agir,
adoptando o comportamento adequado. Tal poder é necessário, uma vez que seria
impossível que o legislador previsse todas as situações possíveis para os vários
comportamentos administrativos.
Celso Antônio Bandeira de Mello define os contornos deste princípio. Segundo ele “a
Administração ao actuar no exercício de discrição, terá que obedecer a critérios aceitáveis
do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e
respeitosas das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida.
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3.4.3. Poder Hierárquico
A hierarquia e consequentemente o poder hierárquico existem no âmbito das actividades
administrativas e compreende a prerrogativa que tem a Administração para coordenar,
controlar, ordenar e corrigir as actividades administrativas dos órgãos e agentes no seu
âmbito interno.
Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais
superiores, além de se definir a responsabilidade de cada um.
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como
dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever actos dos
inferiores.
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a actuação de seus agentes
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal”.
Quando houver apuração de infração funcional cometida por agente público, o poder
disciplinar decorrerá do poder hierárquico, na medida em que haverá descumprimento de
dever funcional, cabendo ao superior hierárquico o controle da actuação de seus
subordinados.
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3.4.5. Poder Normativo
Através deste poder a Administração pode expedir atos normativos. Portanto, o poder que
a Administração Pública tem para editar atos normativos é o poder normativo ou
regulamentar, e os actos normativos advêm do Poder Executivo (Administração Pública).
O poder de polícia abrange, ou se materializa, por actos gerais ou individuais. O acto geral
é aquele que não tem um destinatário específico, está relacionado com toda a colectividade,
por outro lado, o poder de polícia pode se materializar por acto individual, ou seja, aquele
acto que tem um destinatário específico, situação concreta de cada indivíduo.
O fundamento do poder de polícia está centrado num vínculo geral, existente entre a
Administração Pública e os administrados, que autoriza o condicionamento do uso, gozo e
disposição da propriedade e do exercício da liberdade em benefício do interesse público ou
social. Alguns autores chamam-no de supremacia geral da Administração Pública em
relação aos administrados. Assim, o exercício da liberdade e o uso, gozo e disposição da
propriedade estão sob a égide dessa supremacia, e por essa razão podem ser condicionados
ao bem-estar público ou social
Em geral, o poder de polícia deve prevenir danos e prejuízos que possam danificar o bem-
estar social, limitando os direitos individuais de liberdade e propriedade dos particulares.
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i. O Poder Regulamentar: A Administração Pública, tem o poder de fazer
regulamentos, a que chamamos “poder regulamentar” e outros autores denominam
de faculdade regulamentaria.
A Administração Pública goza de um poder regulamentar, porque é poder, e com tal, ela
tem o direito de definir genericamente em que sentido vai aplicar a lei.
A Administração Pública tem de respeitar as leis, tem de as executar: por isso ao poder
administrativo do Estado se chama tradicionalmente poder executivo. Mas porque é poder,
tem a faculdade de definir previamente, em termos genéricos e abstractos, em que sentido é
que vai interpretar e aplicar as leis em vigor: e isso, fá-lo justamente elaborando
regulamentos.
Este poder é um poder unilateral, quer dizer, a Administração Pública pode exercê-lo por
exclusiva autoridade sua, e sem necessidade de obter acordo (prévio ou à posteriori) do
interessado.
Por exemplo: é a Administração que determina o montante do imposto devido por cada
contribuinte.
A Administração declara o Direito no caso concreto, e essa declaração tem valor jurídico e
é obrigatória, não só para os serviços públicos e para os funcionários subalternos, mas
também para todos os particulares.
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Pode a lei exigir, e muitas vezes exige, que os interessados sejam ouvidos pela
Administração antes de esta tomar a sua decisão final.
iii. O Privilégio da Execução Prévia: Consiste este outro poder, na faculdade que a lei
dá à Administração Pública de impor coactivamente aos particulares as decisões
unilaterais que tiver tomado.
O recurso contencioso de anulação não tem em regra efeito suspensivo, o que significa que
enquanto vai decorrendo o processo contencioso em que se discute se o acto administrativo
é legal ou ilegal, o particular tem de cumprir o acto, se não o cumprir, a Administração
Pública pode impor coactivamente o seu acatamento.
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E de novo, nesta matéria, como é próprio do Direito Administrativo, esse regime é
diferente para mais, e para menos. Para mais, porque a Administração Pública fica a dispor
de prerrogativas ou privilégios de que as partes nos contractos civis não dispõem; e para
menos, no sentido de que a Administração Pública também fica sujeita a restrições e a
deveres especiais, que não existem em regra nos contractos civis.
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O princípio da legalidade, que manda à Administração obedecer à lei.
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vista administrativo (técnico e financeiro): é o chamado dever de boa
administração.
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Proibição dos órgãos da Administração decisões sobre assuntos em que estejam
pessoalmente interessados;
Proibição de órgãos da Administração ou por ela aprovados ou autorizados.
4.1. Conclusão
Em jeito de peroração constatamos que a organização de um Estado Democrático de
Direito institui os poderes administrativos como prerrogativas, entendidos como
ferramentas de trabalho para assegurar o bem comum. Cada um dos poderes é conferido à
Administração Pública para responder às diversas demandas sociais de forma satisfatória.
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Os Poderes Administrativos são instrumentos que a Administração Pública dispõe para
consecução do interesse público. São verdadeiros deveres para a Administração Pública,
pois são conferidos instrumentos a serem utilizados para alcance do bem da coletividade.
O poder disciplinar prevê a aplicação de penalidade aos agentes pela prática de infrações
funcionais, cuja apuração é acto vinculado por meio de sindicância ou processo
administrativo disciplinar e cuja aplicação da penalidade é acto discricionário. O poder de
polícia limita e disciplina o exercício de interesses, actividades, bens e direitos individuais
ou colectivos, é exercido pela polícia administrativa e pode ter carácter regulamentar ou
autónomo.
4.2. Sugestões
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5. Mello, Celso António Bandeira De. Curso De Direito Administrativo. São Paulo,
Editora Malheiros, 2004
6. Poggio, Harrison; Os Poderes Da Administração Pública, Disponível Em:
Https://Harrissonpoggio.Jusbrasil.Com.Br/Artigos/177075034/Os-Poderes-Da-
Administracao-Publica, Acesso Em: 05/04/2022.
ÍNDICE
Títulos Páginas
I. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
1.1. Contextualização.............................................................................................................1
1.2. Objectivos.......................................................................................................................3
1.2.1. Objectivo Geral............................................................................................................3
1.2.1. Objectivos Específicos.................................................................................................3
II. METODOLOGIA..............................................................................................................4
2.1. Tipo de pesquisa..............................................................................................................4
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III. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................5
3.1. Definição de Conceitos...................................................................................................5
3.1.1. O Poder da Administrativo...........................................................................................5
3.2. Uso e abuso de poder......................................................................................................7
3.3. Características dos Poderes Administrativos..................................................................9
3.4. Classificação dos Poderes Administrativos.....................................................................9
3.4.1. Poder Vinculado.........................................................................................................10
3.4.2. Poder Discricionário...................................................................................................10
3.4.3. Poder Hierárquico......................................................................................................11
3.4.4. Poder Disciplinar........................................................................................................11
3.4.5. Poder Normativo........................................................................................................12
3.4.6. Poder de Polícia..........................................................................................................12
3.5. Manifestações do Poder Administrativo.......................................................................13
3.6. Corolários do Poder Administrativo.............................................................................15
3.7. Princípios constitucionais sobre o poder administrativo...............................................16
IV. CONCLUSÃO E SUGESTOES....................................................................................19
4.1. Conclusão......................................................................................................................19
4.2. Sugestões.......................................................................................................................20
V.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................21
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