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Universidade Rovuma
Campus de Napipine
2024
Belmiro Gomes Almeida
Universidade Rovuma
Campus de Napipine
2024
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Indice
1. Introdução.....................................................................................................................................5
2.8. Filiação....................................................................................................................................10
3. Família........................................................................................................................................11
4.5. Terminologia...........................................................................................................................15
5. Conclusão...................................................................................................................................18
6. Referência Bibliográfica.............................................................................................................19
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1. Introdução
Ainda podemos dizer que nas sociedades, os indivíduos pertencem a grupos de descendência
comum, esse conjunto de indivíduos que partilham esta qualidade formam o grupo de parentesco.
Este trabalho visa descrever os termos: parentesco, família e casamento em geral, detalhando a
abordagem, modo de como são tratados, a nível do nosso país (Moçambique). Para a elaboração
deste trabalho recorremos às várias obras disponíveis na biblioteca e algumas referencias
eletrónicas que serão apresentados na referência bibliográfica.
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2. PARENTESCO, FAMÍLIA E CASAMENTO EM MOÇAMBIQUE
De a cordo com (SANTOS: 2002) No seu sentido mais restrito significa laços de sangue
(consanguinidade) e no seu sentido mais amplo significa laços de afinidade (casamento).
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Casamento: parentes afins originados pelo matrimónio, isto é, entre esposos e as suas
respetivas famílias. Esta é de ordem social que se baseia nas normas sociais conhecidas ou por lei.
O parentesco por afinidade esta relacionado com o matrimónio, mas por laços de afinidade
entre duas pessoas no processo de socialização entre os indivíduos. O processo de afinidade é
durável por muito tempo até chegar a definição de parente; contudo, cada indivíduo vai determinar
quem é parente de acordo com o grau de afinidade existente.
Clã: grupo de pessoas dotado de nome e de descendência unilateral, isto é, que deriva de
um ancestral comum e que segue regras de descendência matrilinear/uterina ou patrilinear/agnática
e jamais de ambas simultaneamente.
Os clãs do sul de Moçambique que seguem a descendência agnática ou patrilinear são
designados patriclãs, enquanto os do norte do país que se orientam pela descendência uterina ou
matrilinear denominam-se matriclãs.
Como referi uma nomenclatura de parentesco consiste no conjunto dos termos de parentesco
que uma determinada cultura utiliza para tratar ou referir as pessoas entre as quais existe uma
relação de carater parental.
Assim, a terminologia representa uma linguagem específica que permite classificar os
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parentes em diferentes categorias. Com efeito o termo de parentesco indica simultaneamente a
categoria de parente e o tipo de atitude que lhe esta associado. Por outras palavras determina o
modelo de comportamento social de tipo parental a ter para com ele. Desde logo, existe no
comportamento reciproco específicas as relações parentais, um elemento verbal para referir cada
um dos parentes ou conjunto de parentes e, simultaneamente, significado, por inerência do termo,
por comportamento apropriado a ter.
No estudo das nomenclaturas, o tipo de comportamento parental é verificável segundo três
formas de classificação:
Modo de Utilização;
Estruturas Linguísticas;
campo de Aplicação;
Um termo é dito denotativo quando indica uma única categoria de parentes em função da
geração do sexo e laço genealógico. Em certos casos um termo denotativo indica unicamente uma
só pessoa: “pai”, “mãe”, “marido”, “esposa”. Noutras situações um termo denotativo remonte
para várias pessoas: “filho”, “filha”, “irmão”, “irmã”, “genro”, “nora”, “cunhado”, etc. quer dizer
que qualquer um destes últimos termos pode incluir varias pessoas num mesmo tipo de relação
com ego, embora nem todas relações sejam exatamente equivalentes em todos casos (por
exemplo, possuímos vários tipos de cunhados).
Um termo é dito classificatório quando envia para vários indivíduos pertencentes a mais de
uma categoria de parentes, definidos segundo a geração o sexo, e o laço genealógico. Ou seja,
quando não é feita a distinção, em parte ou na totalidade, em parentes em linha reta e colaterais.
Antes de abordar o estudo parentético nos seus princípios aspetos, é necessário dar a
conhecer os diferentes símbolos convencionais de que se servem o antropólogo do parentesco
para elaborar e interpretar os diagramas de parentesco:
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2.8. Filiação
As relações de parentesco são muitas vezes confundidas com relações biológicas. O
casamento pode, por exemplo, estabelecer uma relação d parentesco entre uma criança e um pai
geneticamente não relacionado. As relações parentais não assentam numa base estritamente
biológica.
2.8.1 Regras de filiações
As diferenças nas designações e nas relações de parentesco correspondem a outras tantas
diferenças nos direitos e deveres dos indivíduos que constituem o núcleo doméstico.
Consideram – se duas grandes regras de descendência: a cognática e a unilinear.
2.8.2. Cognática
É aquela em que tanto homem como a mulher, e seus respetivos grupos de descendência
são considerados para efeitos de parentesco. O individuo ao nascer contrai obrigações, deveres e
direitos tanto em relação aos parentes da mãe como do pai.
3. Família
No sentido mais restrito é o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo tecto. Mas no
sentido lato, a família é o conjunto das sucessivas gerações descendentes de antepassados comuns;
já na linguagem do senso comum costuma dizer-se que a família é a célula básica da sociedade. Por
família, também, pode-se entender como o conjunto de parentes por consaguinidade ou por aliança
ou afinidade.
No entanto, existe um tipo de classificação da família que se vale dos seguintes critérios:
regrasde residência, número de cônjuges, relação de poder e parentesco.
Quanto às regras de residência;
Quanto ao número de cônjuges;
Quanto à relação de poder;
Quanto ao Parentesco.
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homem. Geralmente nas sociedades meridionais de Moçambique há uma tendência de as
famílias estabelecerem residências patrilocais devido à estrutura e natureza do poder que se
centra nas mãos dos homens.
Matrilocal: aquela que estabelece residência conjunta entre o casal e os pais da mulher.
Com frequência acontece nas sociedades setentrionais de Moçambique onde há uma
tendência de as famílias estabelecerem residências matrilocais.
Neolocal: é a família cujo casal tem uma residência independente da dos pais de ambos os
cônjuges. Este tipo de residência é mais frequente em sociedades urbanizadas onde o estilo
de vida exige uma autonomia das famílias.
3.2. Quanto ao número de cônjuges, a família pode ser:
Monogâmica: quando a união é de um só homem com uma só mulher.
Poligâmica: é a união de um só marid com várias esposas ou de uma mulher com vários
maridos.
Poligínica: é a família em que o homem é quem pratica a poligamia, isto é, a união de um
marido com várias esposas.
Poliândrica: é a família em que a mulher é quem pratica a poligamia, ou seja, a união de
uma mulher com vários esposos.
Reconstituída: composta por um homem divorciado ou viúvo com os filhos e uma mulher
(a madrasta), ou por uma mulher divorciada ou viúva com os filhos e um homem (o
padrasto), ou ainda, por um homem e uma mulher, ambos divorciados ou viúvos vivendo
juntos com os respectivos filhos.
Monoparental: aquela composta só pelo pai solteiro ou viúvo e os filhos, ou só pela mãe
solteira ou viúva e os filhos.
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esterilidade e a impotência foram motivos suficientes para a anulação dos vincos contraídos.
O casamento também é o instrumento entre grupos familiares desde a existência dos primeiros
povos ate nos dias de hoje.
4.1. Tipologia
Em base ao números de cônjuge permitido pela sociedade se pode classificar o casamento do
mundo mais comum e conhecido pelas diversas sociedades, em:
Monogâmico: Casamento entre um homem e uma mulher;
Poligâmico: Divide se em duas partes que são:
Poligâmico é o casamento de um homem e varias mulheres
Poliédrico é o casamento de uma mulher com vários homens
Podemos considerar formas furtivas de poligamia nos casamentos monogâmicos: o concubinato, o
amantíssimo “a compreensão” pelo adultério, e a prostituição.
O casamento entre dois indivíduos de sexo diferente pressupõe uma aliança entre grupos mais
ou menos distintos. O grau de distância consanguínea entre os grupos de onde emanam os
indivíduos responsáveis podem ser consideravelmente variado de uma sociedade para outra pelo
que a aliança tanto pode realizar se fora de qualquer laco parentesco como dentro de um grupo de
consanguíneos relativamente próximos e autorizados para o efeito.
O tabu do incesto obriga a procurar o cônjuge fora de uns círculos aparentados
consanguineamente muito próximos. A proibição do incesto não se limita a interditar determinadas
relações sexuais (as quais podem acontecer de modo ilícito), mais sobre tudo, através da permissão
autorizar certos casamentos e alianças.
As relações sexuais consideradas incestuosas mesmo que aconteçam e se mantenham não
permitem o casamento. O ciclo de parentes abrangendo pela proibição do incesto vária muito de
umas sociedades para outras assim como tem variado no tempo. Tem porem como características
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sem uma proibição natureza universal cujo fundamento é nunca permitir o casamento entre irmãos.
4.5. Terminologia
Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogámico. É proibido
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casar dentro do próprio grupo familiar, entre os que têm o mesmo apelido (NIHIMO). Por isso a
tradição aconselha muito cuidado em saber, desde o início, a que linhagem pertence cada um dos
futuros cônjuges, para não incorrerem na proibição do casamento entre pessoas da mesma
linhagem.
Apresento esquematicamente a sequência do processo sem descrever os ritos.
1ª Fase: Período de negociação
Conhecimentos Dos Noivos
- Consulta da autoridade familiar O acordo
- A primeira aceitação
- A entrega do noivo à família da noiva
2ª Fase: Período de prova
Tempo de prova O consentimento
- Tempo de prova;
- O consentimento.
3ª Fase: a festa comunitária
- O encontro dos noivos;
- A entradano novo lar;
- Aclamação e prendas;
- A refeição comum.
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O acto conjugal é considerado como união vital profunda com o passado que se faz presente
(comunhão com os antepassados que continuam “viventes”), com o futuro (comunhão com os
descendentes que são chamados à vida, os filhos), e com os elementos do cosmos (comunhão com a
natureza), sendo, por isso, um sinal da união total que o indivíduo sente na vida. Nesta união, os
filhos são o elo de união sempre necessário. Por isso não admira que determinados momentos do
ritual macua, apareça a união sexual, como elemento constituinte simbólico.
Neolocalidade – casal recém-formado fixa uma residência separada tanto dos parentes dele
com dos dela;
Bilocalidade – alternam a residência entre os parentes de ambos passando uma parte do ano
com o grupo do marido e outra com o da mulher;
Ambilocalidade – alguns casais fixam residências juntos dos parentes do marido, outros
juntos dos da mulher;
Patrilocalidade – fixação de residência junto do pai do marido;
Matrilocalidade – fixação de residência junto da mãe da mulher;
Avuncolocalidade – fixação de residência junto do tio materno do marido;
Amitalocalidade – hipótese meramente teórica em que o casal fixaria residência junto da
tia paterna da mulher. Não foi ate hoje encontrado nenhum caso;
Uxorilocalidade – fixação de residência junto da parentela da mulher. É comum combinar
se com algumas formas acima descritas;
Virilocalidade – fixação da residência junto da parentela do marido. É também comum a
combinação com algumas formas acima descritas.
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5. Conclusão
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6. Referência Bibliográfica
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