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Índice

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................2
1.1. Objectivos 2
1.1.1. Geral.............................................................................................................................2
1.1.2. Específicos....................................................................................................................2
1.2. Definições………………………………………………………………………………………………………………………….2
1.2.1. A Família,………………………………………………………………………………………………………………………….2
1.2.2. Direito de Família …………………………………………………………………………………………………………….2
1.2.3. Afinidade…………………………………………………………………………………………………………………………..3
2. METODOLOGIA........................................................................................................................4
3. RESULTADOS............................................................................................................................5
3.1. Noção de Afinidade ………………………………………………………………………………………………………….5
3.2. Linhas e Graus………………………………………………………………………………………………………………….5
3.3. Efeitos da Afinidade …………………………………………………………………………………………………………7
3.4. Duração da Afinidade ………………………………………………………………………………………………………7
4. CONCLUSÃO..............................................................................................................................9
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO
A presente abordagem prende-se com a disciplina de Direito da Família, leccionada no VII
semestre do curso de Direito, no período pós-laboral, na Universidade São Tomás e
subordina-se ao tema sobre “Afinidade como fonte das relações jurídico-familiares”. Assim,
o presente trabalho, como resultado da consulta documental e corolário das sessões
leccionadas pela docente da disciplina, guiar-se-á dos objectivos que o norteiam, o caminho
ou método respeitado para a efectivação do trabalho e demonstrará os resultados alcançados,
para além da conclusão por objectivos, e as fontes bibliográficas usadas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Trazer uma abordagem da Afinidade como fonte das relações jurídico-familiares.

1.1.2. Específicos
- Conceituar a afinidade como fonte de relações;
- Indicar a contagem dos graus e linhas da afinidade;
- Debruçar sobre os efeitos da afinidade;
- Abordar a duração da afinidade.

1.2. Definições

1.2.1. A Família,
Nos termos do que dispõe o artigo 1, n.º 1 da Lei da Família, “é a comunidade de
membros ligados entre si pelos laços de parentesco, casamento, afinidade e adopção”.

1.2.2. Direito de Família


O Direito da Família “é constituído pelo conjunto das normas e princípios jurídicos que
regulam as relações entre pessoas ligadas pelos laços biológicos da procriação ou pelo
vínculo do casamento, da afinidade ou da adopção em outros casos, como a união de
facto”.

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1.2.3. Afinidade
Por afinidade trata-se do vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro,
nos termos da noção consagrada pelo artigo 14 da Lei da Família.

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2. METODOLOGIA

O tema sobre a Afinidade como fonte das relações jurídico-familiares, constitui uma
abordagem relevante e actual, principalmente no contexto moçambicano, onde os laços
familiares são mais alargados e abrangentes, daí tornar-se necessário o seu estudo, aliás,
Marconi e Lakatos (2002), citados por Dalfovo, Lana e Silvera (2008) definem pesquisa
como instrumento fundamental para a resolução de problemas colectivos.

E, para a efectivação da pesquisa recorreu-se ao método qualitativo, dado que, segundo estes
autores, o recurso ao método qualitativo prende-se com o facto de a colecta e a análise
valorizarem as entrevistas abertas, observação participante, análise documental (cartas,
diários, impressos, relatórios, fotografias, pinturas, filmes, desenhos, etc.), estudos de caso,
história de vida, etc. Dalfovo, Lana, Silveira (2008, p.9), estando em conformidade com esta
pesquisa, a qual assentou-se na pesquisa documental.

É em conformidade com a metodologia supra que no presente estudo ilustra-se e ou faz-se


uma abordagem sobre a afinidade como fonte das relações jurídico-familiares, encontrando-
se esta matéria versada nas normas internas e diversas obras que dissertam sobre a temática
em apreço.

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3. RESULTADOS

3.1. Noção de Afinidade

Antes de mais, importa referir que a afinidade é uma das fontes das relações jurídico-
familiares, como dispõe o artigo 7 da Lei da Família, e, por sua vez, a fonte da afinidade é o
casamento.

Afinidade, conforme se referiu, é o vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do
outro. Esta é a noção consagrada pela no artigo 14 da Lei da Família. Isto é, os parentes de
um dos cônjuges são afins do outro cônjuge.
Nessa senda, afinidade é o vínculo que vai ligar cada um dos cônjuges aos parentes do outro
cônjuge. É um vínculo que deriva da aliança entre marido e mulher, isto é, do casamento.
Da noção acima apresentada deve-se retirar o princípio de que a afinidade apenas origina a
existência de vínculos entre um dos cônjuges e os parentes do outro. Sendo assim, os parentes
dos cônjuges, entre si, nunca são afins. É por isso que comumente se diz que a afinidade não
gera afinidade. Por exemplo: eu tenho uma irmã e ela é casada; ora, a afinidade que a minha
esposa tem é em relação a minha irmã e não em relação ao seu esposo (em termos culturais
costuma-se designar de concunhada/o).
Os familiares da sua namorada não são seus afins, uma vez que o vínculo de afinidade passa
a produzir efeitos a partir do momento em que se celebra o casamento ou em que se
reconhece a união de facto. Trata aqui de um vínculo pessoal que vai ligar uma pessoa a todos
os parentes do seu cônjuge, vai ter como a causa o acto jurídico do casamento em relação a
um parentesco alheio (do outro cônjuge).
Decorre que foi dito acima que, do ponto de vista técnico-jurídico, não existe nenhuma
relação jurídico-familiar entre progenitores do marido e os progenitores da mulher, que na
realidade moçambicana de designam entre eles por compadres ou comadres.

3.2. Linhas e Graus

No que diz respeito à contagem, a afinidade determina-se pelos mesmos graus e linhas que
definem o parentesco, nos termos do artigo 15, 1ª parte, da Lei da Família. Quer isto dizer
que na mediação da proximidade da afinidade por graus, ter-se-á em linha de conta o número
de nascimentos que vinculam os fins, contando-se, desse modo, o grau de afinidade pelo grau

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de parentesco com o outro cônjuge (parentesco do marido ou esposa). Assim, tem-se a sogra
e o genro como afins na linha recta descendente em primeiro grau, já que o parentesco
existente entre a mulher e a mãe desta, parentesco que, aliás, lhe serve de base, ser em
primeiro grau. E na mesma base, os cunhados serão afins em segundo grau na linha colateral
ou transversal, porque situa-se em segundo grau o parentesco existente entre o outro cônjuge
e seus irmãos, parentesco este em que a afinidade se radica.

Assim sendo:
- A afinidade na linha recta compreende os ascendentes e descendentes; e
- A afinidade na linha colateral compreende a irmãos do marido, sobrinhos.
De seguida apresentamos um exemplo de como se processa a contagem na afinidade.
A nossa abordagem vai girar em torno da relação jurídico-famíliar existente entre a família do
Q com a família de R (sua esposa), e, a família de R com a família de Q (seu marido),
conforme a arvore a seguir:

Q e R contraíram o casamento; R tem dois irmãos R1 e R2, por sua vez R2 tem um filho
KK. A mãe de R é a senhora AB e o pai é Sr. CD. A e B são avós maternos e C e D são avós
paternos de R.
A priori, Q em relação a família de R, são afins, ou ele é afim. Assim, iremos apresentar a
relação existente com cada um dos membros da família da esposa, assim sendo:
- Q em relação a R1 e R2, irmãos da esposa (cunhados), são afins na linha colateral no 2º
grau;
- Em relação aos avós da esposa, Q é afim de A e B, na linha recta no 2º grau ascendente;
- Q em relação aos pais de R ( sogros), é ou são afins na linha recta no primeiro 1º grau

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ascendente.
- Q em relação a KK são afins na linha colateral no 3º grau.

3.3. Efeitos da Afinidade

Quando falamos de efeitos da afinidade, temos que ter em conta que esses efeitos são mais
restritos ou mais específicos comparando então com os efeitos do parentesco. Isto porque o
vínculo da afinidade é derivado do vínculo ou laço de casamento e não de laços de sangue,
como acontece no parentesco.

Assim, temos alguns efeitos de afinidade, que são:


1.º Efeito Sucessório, pressupõe que a afinidade não gera qualquer efeito sucessório.
Isto é, o facto de um indivíduo ser afim de alguém não o torna herdeiro do mesmo.
Claro que se existir um testamento em que aquela pessoa deixa uma coisa para
esse afim, é algo completamente diferente, todavia naquilo que é a regra na ordem
dos herdeiros, os afins não entram na categoria de herdeiros legítimos, nos termos
do artigo 117 conjugado com o artigo 118 ambos da Lei das Sucessões, que em
nenhum momento faz menção dos afins. Assim, a afinidade não possui qualquer
efeito sucessório.
2.º Direito de Alimento, a afinidade dá lugar ao direito de alimentos, conforme a
alínea g) do nº 1 do artigo 423, da Lei da Família, que tem como epígrafe
“pessoas obrigadas a alimentos”.
3.º Impedimento Matrimonial na Linha Recta (Impedimento dirimente relativo),
nos termos da alínea c) do artigo 33, da Lei da Família.
Ressalte-se, entretanto, que embora teoricamente a afinidade tenha limites idênticos aos do
parentesco e, portanto, deixa de produzir efeitos a partir do 8º grau da linha colateral, a
verdade é que quase não existem no direito normas legais que atribuam efeitos jurídicos às
relações de afinidade na linha colateral, para além do 2.º grau, cabendo conferir as alíneas b),
d), f) e g) e do nº 1, do artigo 122.º do Código de Processo Civil. Os restantes efeitos da
afinidade constam de legislação especial (penal, principalmente) que não vamos referir aqui.

3.4. Duração da Afinidade

No que concerne a duração da afinidade, na verdade, na segunda parte do artigo 15, da Lei da
Família, estabelece-se, de forma expressa, que o vínculo da afinidade não cessa com a

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dissolução do casamento. Quer isso dizer que as relações de afinidade já constituídas
perduram para além da dissolução do casamento. Ou seja, esta espécie de vínculo familiar
prossegue mesmo depois de extinta a sociedade conjugal, quer esta tenha por origem o
divórcio, quer ele tenha resultado da morte de um dos cônjuges. Mas uma vez dissolvido o
casamento, que é a fonte da afinidade, não se constituem novas relações de afinidade.
Portanto, os cunhados continuam a sê-lo e os sogros também, mesmo depois dos cônjuges se
haverem divorciado, por esta razão que nunca ouviremos a expressão de “ex-sogro” ou “ex-
cunhada”, o vínculo matrimonial pode extinguir-se, mas o vínculo de afinidade há-de existir
sempre, directa ou indirectamente, por causa do vínculo que foi criado durante esta relação.
No nosso entender, a razão da prevalência de afinidade é o receio de que com a cessação do
vínculo de afinidade pudesse então vir afectar as relações entre afins principalmente, quando
haja filhos nascidos na vigência do casamento.
É, por essa razão que o legislador procurou salvaguardar os interesses dos filhos havidos
desse relacionamento, prevendo, assim, que não haja a cessação da afinidade. Se olharmos
para aquilo que é a realidade social e cultural, notaremos que dificilmente encontraremos uma
jovem ou um jovem que dirá, aquele senhor é o meu “ex-sogro” ou aquela é a minha “ex-
sogra”, mas sim, dirá aquele senhor é o pai do meu ex-marido ou o pai da minha ex-esposa,
isso porque há um laço que foi criado, além do mais, as relações familiares são perpétuas.

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4. CONCLUSÃO

Para finalizar iremos socorrer-nos das conclusões por objectivos, segundo as quais, temos que
conferir se os objectivos traçados foram ou não alcançados, por conseguinte as respectivas
respostas de acordo com o trabalho feito, ou seja, não trataremos de resumo e muito menos
novas ideias.

Trazer uma abordagem da Afinidade como fonte das relações jurídico-familiares.

 No geral o presente trabalho fez aferimento da afinidade no quadro das fontes jurídico
familiar, tendo como alicerce a lei n.º 22/2019, de 11 de Dezembro, que é lei que rege
as relações jurídico-familiares, em Moçambique.

Conceituar a afinidade

 Afinidade, conforme se referiu, é o vínculo que liga cada um dos cônjuges aos
parentes do outro. Esta é a noção consagrada pela no artigo 14 da Lei da Família. Isto
é, os parentes de um dos cônjuges são afins do outro cônjuge.

Indicar a contagem dos graus e linhas da Afinidade

 No que diz respeito à contagem, a afinidade determina-se pelos mesmos graus e linhas
que definem o parentesco, nos termos do artigo 15, 1ª parte, da Lei da Família. Quer
isto dizer que na mediação da proximidade da afinidade por graus, ter-se-á em linha
de conta o número de nascimentos que vinculam os afins.

Debruçar sobre os efeitos da afinidade;

 Os efeitos da afinidade são mais restritos ou mais específicos comparando então com
os efeitos do parentesco, por exemplo, afinidade dá lugar ao direito de alimentos,
conforme alínea g) do n.º 1 do artigo 423, da Lei da Família, mas também constitui
Impedimento Matrimonial na Linha Recta (Impedimento Dirimente Relativo), nos
termos da alínea c) do artigo 33 da Lei da Família.

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Abordar a duração da Afinidade

 O vínculo da afinidade não cessa com a dissolução do casamento, nos termos do


artigo 15, segunda parte, da Lei da Família.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 COELHO, P. (1986) Curso de Direito da Família, Portugal: Ed. Petrony.
 ABUDO, J. I. (2010) Direito da Família, Direito da Filiação, Estabelecimento da
Filiação, Adoção, Vol. II. Maputo: UMBB – Universidade Mussa Bin Bique;

 Gill, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisas social, sexta edição. São Paulo:
Editora Atlas S.A

Legislação

 Lei n.º 22/2019 de 11 de Dezembro – Lei da Família


 Lei n.º 23/2019, de 23 de Dezembro - Lei das Sucessões
 Código de Processo Civil

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