Você está na página 1de 10

0

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO


CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

UNIVERSIDADE DE DIREITO “LAUDO DE CAMARGO”


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DIREITO CIVIL V - FAMÍLIA

Nome: Carlos Gustavo Monteiro Cherri Código: 764943

ETAPA: 7º SALA: 16B PERÍODO: Diurno

Ribeirão Preto

2/2020
1

Relações de Parentesco: Linhas, Graus, Espécies e Impedimentos Matrimoniais

Resumo
O presente artigo tem como finalidade esclarecer os graus de parentesco em suas linhas retas e
colaterais, assim como suas modalidades e estabelecer que essa relação é um dos fatores
determinantes para os impedimentos matrimoniais. Tais impedimentos serão examinados de
acordo com art. 1521 do Código Civil, assim como refletidos à luz das doutrinas e
jurisprudências que versam sobre o tema.

Introdução

As relações de parentesco, organizadas em suas, linhas, graus e espécies não só


estabelecem vínculos, mas determinam direitos e impedimentos, seja na sucessão, seja no
casamento. O objetivo do presente trabalho se encaminha na direção de detalhamento das
relações de parentesco e nas formas de impedimento matrimonial, partindo de fundamentação
doutrinária e jurisprudencial que versam sobre o assunto.
Como quase todos os temas que são objeto do direito são alvo e motivadores de
polêmica, as relações de parentesco e os impedimentos matrimoniais não se distanciam desta
tônica, já que, pelo não conhecimento do ordenamento ou pelo desrespeito a ele, problemas
dessa natureza incham o Judiciário com ações que poderiam ser evitadas pelo esforço de
tomar conhecimento das regras que norteiam a paz social.
Sendo assim, em primeiro lugar será feita a exposição das relações de parentesco,
suas linhas, graus e espécies. Em seguida, a apresentação das formas de impedimentos
matrimoniais.

Relações de Parentesco: Linhas, Graus e Espécies

A parir das figuras tradicionais, o sistema jurídico brasileiro reconhece três formas
de família, são elas: a família legítima, derivada do casamento; a família natural, decorrente
da união estável e a família monoparental, formada por cada genitor e seus filho, que é
protegida de modo autônomo.
Parentesco é a relação jurídica ou o vínculo que une existente entre as pessoas,
seja pela consanguinidade, seja pela afinidade ou pela adoção. No primeiro caso, se trata do
elo a partir do qual os membros descendem uns dos outros, por um mesmo tronco comum. O
2

parentesco consanguíneo é o mais numeroso e importante, e se constitui de laços naturais e


biológicos. O parentesco por afinidade é o que vincula a pessoa e os parentes naturais de seu
cônjuge ou convivente. O parentesco civil, por sua vez, é o que deriva da adoção, pela qual o
adotado ingressa na família do adotante com a mesma qualificação de filho natural
O parentesco natural é o que se origina da consanguinidade, sendo delineado por
dois tipos, o parentesco em linha reta, onde são necessariamente consanguíneos, porque existe
uma relação de descendência (avô, bisavô, pai, filho, neto, bisneto etc.); e o parentesco
colateral ou transversal, que pode haver laços de sangue, mas, não direto, porque as pessoas
nestes casos, não descendem umas das outras, mas possuem um antepassado comum, ou seja,
um mesmo tronco genealógico, como é o caso de primos, tios etc. Utiliza-se o parentesco em
linha reta também para classificar os parentes por afinidade. O Código Civil, em seu artigo
1.591 define que “São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes”. Vejamos o seguinte esquema:

O grau de parentesco se determina a partir da relação entre pais e filhos e essa relação é
conhecida como parente de primeiro grau. Se pai e filho são de 1º grau, logo, entre o filho e
seu avô a relação é de parente de segundo grau (porque existe um grau entre o pai e o avô).
Neste mesmo patamar de 2º grau, pode-se considerar o irmão, porque existe um grau entre pai
e filho e um grau entre o irmão e seu pai. São chamados irmãos bilaterais, os irmãos que são
filhos de mesmo pai e mesma mãe e de irmãos unilaterais aqueles que são filhos de pais
diferentes (por parte de pai ou por parte de mãe) ou os chamados meios-irmãos. Se o filho é
parente de primeiro grau em linha reta do pai, então, o avô é parente de segundo grau em
linha reta, o bisavô é parente de terceiro grau em linha reta e o trisavô é parente de quarto
grau em linha reta, considerando-se a linha descendente e ascendente.
No caso do irmão do pai, ou seja, o tio, é considerado um parente de terceiro grau.
Isso porque o pai é parente de primeiro grau em linha reta, como já visto, o avô de segundo e
3

entre o avô e seu outro filho, mais um grau. O artigo 1.592 do Código Civil define que “São
parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só
tronco, sem descenderem uma da outra”. Portanto, o tio é considerado parente de terceiro grau
colateral.
Os primos são parentes de quarto grau na linha colateral. O art. 1594 dispõe da
seguinte maneira: “Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações,
e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente
comum, e descendo até encontrar o outro parente”. Se o tio é parente de terceiro grau, logo o
primo é parente de quarto grau, porque existe um grau entre eles. Em outras palavras: filho e
pai, temos 1 grau; pai e avô, 1 grau; avô e tio, 1 grau; e tio e o filho dele, 1 grau. Logo, entre
primos diretos, o parentesco é de quarto grau.
No parentesco por afinidade, vale ressaltar que o casamento não cria nenhum
parentesco entre o homem e a mulher. Marido e mulher são, simplesmente, afins. Embora
haja simetria com a contagem dos graus no parentesco, a afinidade não decorre da natureza,
nem do sangue, mas tão somente da lei. Desse modo os parentes “afins em linha reta” são
aqueles que advêm dos cônjuges do parente consanguíneo, por afinidade. No momento da
avaliação do grau de parentesco dos afins substitui-se o parente consanguíneo pelo cônjuge. O
art. 1595 determina que
Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade:
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos
do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união
estável.

Assim, o cunhado é classificado como afim em linha reta de segundo grau. Se a pessoa é
parente de primeiro grau dos próprios pais, então, o genro (ou a nora) é considerado afim em
linha reta de primeiro grau do sogro (ou sogra) e como existe 1 grau entre a outra filha ou
filho dos sogros, logo, existem 2 graus entre irmãos. Substituindo o irmão pelo cônjuge dele,
encontra-se o cunhado como afim em linha reta de segundo grau. O Código Civil considera
que o artigo 1.595, caput, o parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos
descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Vejamos o seguinte esquema:
4

Importante julgado traz como objeto da lide o cerceamento de defesa. Como foi
apresentado, o cunhado(a) é parente por afinidade na linha colateral. Quando o casamento é
dissolvido, esse laço se rompe, e pode o ex-cunhado(a), quando se trata de arrolamento
testemunhal nos atos processuais ser ouvido:
NULIDADE DO PROCESSO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. De
acordo com o art. 829 da CLT, a testemunha que for parente até o terceiro grau civil,
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu
depoimento valerá como simples informação. Nos termos do art. 1.595 do CC, o cônjuge
ou companheiro é parente do outro pelo vínculo da afinidade que na linha reta não se
extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. Assim, o parentesco por
afinidade na linha colateral se extingue com a resolução da união estável, podendo ser o
ex-cunhado ouvido como testemunha. Reconhecida a pertinência da alegação em torno da
inexistência de parentesco. Entretanto, a nulidade há de ser arguida na primeira
oportunidade em que a parte tiver se manifestar nos autos e, no caso, não foi exercida.
Preclusão temporal, acrescentando que a relação processual não admite a "nulidade de
algibeira" (expressão encontrada na jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de
Justiça...
(TRT-24 00241406220165240061, Relator: RICARDO GERALDO MONTEIRO
ZANDONA, Data de Julgamento: 30/03/2017, 2ª Turma)

Por fim, o parentesco civil é o decorrente da adoção, isto é, do vínculo legal que
se estabelece à semelhança da filiação consanguínea, mas independente dos laços de sangue.
É por força de uma ficção legal que se estabelece este parentesco.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.

Em decorrência do art. 227, parágrafo 6º. da CF, no atual sistema codificado, o adotado tem
os mesmos direitos do filho consanguíneo. Nesse sentido, a mesma linha de parentesco, seja
em linha ou colateral é aplicada nos casos de adoção.
5

Impedimentos Matrimoniais

Os impedimentos matrimoniais podem ser elencados em três esferas, a saber, os


impedimentos decorrentes de relações de parentesco, os impedimentos originados por
casamento anterior e os impedimentos resultantes de crime. Nesse sentido, as proibições
legais de determinadas uniões se caracterizam por levar em conta o interesse público em
evitar casamentos não aconselhados por critérios biológicos ou morais. O casamento que viola
tais restrições será nulo, já que os impedimentos matrimoniais estão embasados em normas de
ordem pública. Tais normas são estabelecidas no interesse da coletividade e, por isso, sua
obrigatoriedade é absoluta. A respeito diz Tartuce:
Em relação aos efeitos, os impedimentos matrimoniais impossibilitam a celebração do
casamento mediante procedimento administrativo que corre perante o Cartório de Registro
das Pessoas Naturais (arts. 1.529 e 1.530 do CC). A sua oposição poderá ocorrer até o
momento da celebração, por qualquer pessoa capaz (art. 1.522 do CC). Caso o oficial do
registro ou qualquer juiz tenha conhecimento do impedimento, deverá reconhecê-lo de
ofício (ex officio). Caso o casamento seja celebrado, será ele nulo de pleno direito, havendo
nulidade absoluta (art. 1.548, inc. II, do CC). (TARTUCE, 2020, p. 1793).

Por se tratar de ato, esse casamento poderá ser impugnado a qualquer tempo, pois a respectiva
ação declaratória de nulidade é imprescritível e, dessa maneira, tal união não produzirá
efeitos. O artigo 1521 do Código Civil determina o seguinte:
Art. 1521. Não podem casar: I. Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco
natural ou civil II. Os afins em linha reta; III. O adotante com quem foi o cônjuge do
adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV. Os irmãos, unilaterais ou bilaterais e
demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V . O adotado com o filho do adotante; VI.
As pessoas casadas; VII. O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.

Tomando os casos de impedimento previstos no dispositivo do Código Civil e seus


respectivos incisos, se constata os elementos de teor moral e biológico que permeiam as
restrições. O rol não é taxativo, ou seja, o casamento não será anulável somente por tais
situações, já que o Código Civil traz em ser art. 1550 traz em seu bojo outras situações que
podem anular o casamento. No entanto, as situações apresentadas no art. 1550 não estão
relacionadas aos impedimentos relacionados aos graus de parentesco e crime, portanto, são de
natureza diversa das restrições apresentadas no art. 1521, da mesma maneira que este difere
substancialmente das causas suspensivas positivadas no art. 1523. Dito isso, passemos ao
exame individualizado dos incisos do art. 1521 para que se esclareça as motivações, sejam
biológicas ou morais que fundamentam tais restrições.
No caso, inciso I, o critério adotado é a consanguinidade. Desse modo, não podem
se casar ascendentes com os descendentes, por exemplo, pai com filha, avô e neta. Ou seja,
6

qualquer grau de parentesco em linha reta, seja este natural ou civil. Essa restrição também se
aplica aos parentes por adoção, assim como aos irmãos entre si, sejam unilaterais, isto é, com
um genitor comum, sejam bilaterais, ou seja, com os mesmos genitores, como disciplina o
inciso IV do referido artigo.
O inciso I e o art. 1521 não levou em consideração os parentes em terceiro grau, e
isso quer dizer que a lei não impede a união. No entanto, alguns requisitos são necessários
para que a união deles seja permitida. Sendo assim, não haverá impedimento se for
apresentado três laudos médicos atestando que não há risco genético para a eventual prole do
casal. No caso dos primos, não existe impedimentos, pois figuram no quarto graus de
parentesco e, mesmo que sejam primos-irmãos, cujos pais de cada um são irmãos entre si. O
critério biológico é determinante nas restrições do inciso I.
No inciso II, temos as restrições impostas aos parentes afins em linha reta. Os
afins são aqueles parentes que recebemos pelo evento casamento ou união estável, tais como
sogro, sogra, genro, nora, enteado, enteada, padrasto e madrasta. Ou seja, são os parentes do
cônjuge ou companheiro que passam a ser considerados como parentes por afinidade do outro
cônjuge ou companheiro. Assim, só existe relação de parentesco por afinidade entre um
cônjuge ou companheiro e os parentes do outro cônjuge ou companheiro. Esse parentesco não
rompe com a dissolução do casamento ou união estável anterior. Nesse sentido, vejamos a
decisão do seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO.
ARTIGO 1521, INCISO II, DO CÓDIGO CIVIL. Comprovado nos autos que o
casamento em voga se deu entre sogro e nora, com interesse exclusivamente patrimonial,
evidente a procedência da ação, que deve ser confirmada. NEGARAM PROVIMENTO
AO APELO. (Apelação Cível Nº 70054983036, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 26/09/2013)
(TJ-RS - AC: 70054983036 RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Data de Julgamento:
26/09/2013, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
02/10/2013)

Nessa restrição, o critério é o conteúdo moral, tendo em vista que o papel exercido pelos
parentes afins mais próximos entre si, por exemplo, a sogra como uma figura maternal em
relação ao genro, ou o sogro em relação à nora como figura paternal. Entretanto, não existe
impedimento na linha colateral, sendo permitido o casamento com a ex-cunhada.
As restrições trazidas pelo inciso III e V se referem à adoção. Dessa forma, se
encontra impedido o adotante com quem foi o cônjuge do adotado e o adotado com quem o
foi do adotante, uma vez que se trata da relação de afinidade em linha reta entre os filhos
adotivos e o cônjuge do seu adotante. Se a Constituição Federal de 1988 determina a
igualdade entre filhos naturais e civis, não deveria a lei fazer referência expressa ao adotado,
7

que se enquadra perfeitamente na definição de filho e, também por este motivo, está impedido
o adotado de casar-se com o filho natural do adotante, porque são irmãos, tal como disciplina
o inciso V.
O impedimento determinado no inciso VI se aplica sobre as pessoas já casadas,
tendo em vista o fundamento cristão do casamento civil baseado na monogamia.
Consequentemente, o segundo casamento será nulo, além de configurar crime de bigamia. A
sanção se aplica ao ato e ao infrator, já que a dissolução do casamento anterior só permite um
novo casamento em caso de morte do cônjuge, anulação, nulidade ou divórcio. A mera
separação formal, judicial ou administrativa, embora encerre a sociedade conjugal não rompe
o vínculo matrimonial. Esse entendimento já se encontra pacificado pelo Superior Tribunal de
Justiça e orienta decisões nos Tribunais de Justiça do país, tais como o Treibunal de Justiça do
Rio Grande do Sul:
PRESCRIÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO.
BIGAMIA. - A ação proposta com a finalidade de declarar-se a nulidade absoluta do
casamento, por bigamia, é imprescritível. Recurso especial não conhecido.
(STJ - REsp: 85794 SP 1996/0001873-1, Relator: Ministro BARROS MONTEIRO, Data
de Julgamento: 05/10/1999, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: --> DJ
17/12/1999 p. 371 LEXSTJ vol. 129 p. 64 RMP vol. 14 p. 357 RSTJ vol. 132 p. 398)

CASAMENTO. NULIDADE. BIGAMIA. COMPROVADA A BIGAMIA DO


MARIDO, PROCEDE O PEDIDO DE NULIDADE DO CASAMENTO. SENTENCA
CONFIRMADA POR SEUS FUNDAMENTOS. (Reexame Necessário Nº 583002274,
Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elias Elmyr Manssour,
Julgado em 08/03/1983)
(TJ-RS - REEX: 583002274 RS, Relator: Elias Elmyr Manssour, Data de Julgamento:
08/03/1983, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia)

Pelo que preconiza o inciso VII, não podem se casar aquele que foi condenado por
homicídio doloso, sendo este o autor, tanto intelectual como material, com a viúva do de cujus
e vice-versa. Essa regra abrange tanto o homicídio doloso quanto o culposo e exige que o
agente tenha sido condenado, mas não que tenha havido o acordo do criminoso com o cônjuge
da vítima. Se o agente for absolvido, o impedimento inexiste, assim como se a sua
punibilidade já houver sido extinta.

Considerações finais
No que se refere às relações de parentesco acompanhamos como elas se
formam, e quais são os limites estabelecidos por suas linhas retas e colaterais, seja no
parentesco por consanguinidade ou por afinidade, da mesma maneira que são aplicadas no
parentesco civil. Ao passo que os impedimentos matrimoniais foram examinados os
8

critérios biológico e moral como fundamentos, não só pela derivação da prole, mas pelos
valores que permeiam a união.
Doutrina e Jurisprudência convergem num mesmo sentido, o que não está
somente relacionado ao aspecto cronológico entre as obras e as decisões, mas pela
uniformidade de entendimento, recurso importante para a segurança jurídica, capaz de
orientar a sociedade em caminhos menos obscuros.
Mesmo assim, conflitos, lides e ilegalidades aparecem. No entanto, a função
do direito reside exatamente na solução desses conflitos que, se forem ignorados, podem
comprometer tanto o aspecto legal como os bons costumes e a paz social.
9

Referências

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. Volume único. 10. ed. Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.
TJ-RS - AC: 70054983036 RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Data de Julgamento:
26/09/2013, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 02/10/2013.
TJ-RS - REEX: 583002274 RS, Relator: Elias Elmyr Manssour, Data de Julgamento:
08/03/1983, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia.
STJ - REsp: 85794 SP 1996/0001873-1, Relator: Ministro BARROS MONTEIRO, Data de
Julgamento: 05/10/1999, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: --> DJ 17/12/1999
p. 371 LEXSTJ vol. 129 p. 64 RMP vol. 14 p. 357 RSTJ vol. 132 p. 398.

Você também pode gostar