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Noções Fundamentais
Art. 1576º CCivil
A família é constituída por todas as pessoas ligadas por as relações jurídicas familiares.
Os familiares de uma pessoa são o seu cônjuge, todos os seus parentes e afins,
adotantes e adotados.
Parentesco: relação que se estabelece entre pessoas que têm o mesmo sangue porque
descendem uma das outras ou porque provêm de um progenitor comum [vínculo de
sangue que é a relação que está na base da relação jurídica familiar – 1578º].
1579º - «cada geração forma um grau, e a série dos graus constitui a linha de
parentesco»
Parentesco em linha reta: pode ser descendente ou ascendente (1580º nº2);
há tantos graus quanto pessoas que forma a linha de parentesco excluindo o
progenitor
Exemplo: pai e filho – parentesco na linha reta descendente de 1º grau
Parentesco em linha colateral: há tantos graus quanto as pessoas que
formam a linha de parentesco, subindo por um dos ramos e descendo pelo
outro, sem contar o progenitor em comum
Exemplo: irmãos – parentes na linha colateral de 2º grau
Exemplo: tio e sobrinho – parentes na linha colateral de 3º grau
(1603º - impedimento de casamento)
Exemplo: primos – parentes na linha colateral de 4º grau
Casamento (1587º): relação que liga os cônjuges entre si; contrato entre duas pessoas
que pretendem constituir família.
Afinidade (1584º): vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro
[sogros, cunhados, enteados…]. Para haver afinidade é necessário que tenha havido
casamento e que exista parentesco – a fonte das relações de afinidade é o casamento
[a afinidade só nasce após a sua celebração]. Os afins não são parentes entre si, visto
que não estão ligados por vínculo de sangue, embora o parentesco esteja na base da
afinidade.
Exemplo: o parentesco está na origem da afinidade entre sogro e nora,
não é o parentesco entre ele (que não existe), mas o que liga o sogro ao
marido da nora, que é filho daquele.
Afins na linha reta: sogros, genro e nora; afim em linha reta dos parentes em
linha reta do seu cônjuge.
Afins na linha colateral: cunhados; afim em linha colateral dos parentes do seu
cônjuge em linha colateral
O cônjuge é afim em 2º grau dos parentes em 2º grau do seu cônjuge
Requisitos da validade
é exigido capacidade civil para a celebração do casamento católico (1596º);
todos os impedimentos ao casamento civil, são também impedimentos ao
casamento católico;
os tribunais civis não podem pronunciar-se sobre a validade ou nulidade do
casamento católico (1625º).
Sistema de registo
o pároco é obrigado a enviar à conservatória do registo civil competente o
duplicado do assento principal, a fim de ser transcrito no livro dos casamentos
– condição de eficácia civil do casamento.
Dissolução do casamento:
o direito canónico não prevê o divórcio;
o casamento civil e o católico podem ser dissolvidos por divórcio nos tribunais
civis;
a dissolução do casamento por morte compete exclusivamente à lei civil
a dispensa do casamento rato e não consumado compete exclusivamente ao
direito canónico
Forma
O processo preliminar de ambos os tipos de casamento correm na
conservatória do registo civil (134º, 148º CRegCivil).
Causas de nulidade
Uma vez declarada a nulidade do casamento católico pelo tribunal
eclesiástico, é ao direito civil que cabe regular os efeitos da nulidade e a
eventual aplicação do instituto do casamento putativo (1647º)
Efeitos do casamento
Os efeitos pessoais e patrimoniais são regulados pelo direito civil (1588º)
Promessa de casamento
«O contrato pelo qual, a título de esponsais, desposórios ou qualquer outro,
duas pessoas se comprometem a contrair matrimónio não dá direito a exigir a
celebração do casamento, nem a reclamar, na falta de cumprimento, outras
indemnizações que não sejam as previstas no artigo 1594º, mesmo quando
resultantes de cláusula penal» (art. 1591º).
Efeitos: se algum dos contraentes romper a promessa sem justo motivo ou,
por culpa sua, der lugar a que o outro se retrate, deve indemnizar o esposado
inocente, bem como os pais deste ou terceiros que tenham agido em nome dos
pais, quer das despesas feitas, quer das obrigações contraídas na previsão do
casamento (1594º).
Incapacidade ou retratação de algum dos promitentes: cada um deles é
obrigado a restituir os donativos que o outro ou terceiro lhe tenha feito em
virtude da promessa e na expetativa do casamento (1592º e 1593º).
Morte de algum dos promitentes: o promitente sobrevivo pode conservar os
donativos do falecido, mas nesse caso perderá o direito de exigir os que, por
sua parte, lhe tenha feito; contudo relativamente à correspondência e aos
retratos pessoais o promitente sobrevivo pode reter o que tenha recebido e
exigir a restituição do que tenha dado – fica com tudo (1593º).
Restituição dos donativos/indemnização: caduca no prazo de um ano
contado da data do rompimento da promessa ou da morte do promitente
(1595º).
Casamento Civil
Consentimento
É o consentimento dos nubentes que faz o casamento e não a coabitação, a qual não
sendo suficiente para constituir a relação conjugal, também não é necessária para que
se produzam os respetivos efeitos – princípio da vontade
O casamento é um contrato verbal, mas solene em que o consentimento dos nubentes
se exprime em palavras [e a lei diz quais as palavras que eles devem dizer] que devem
dizer na cerimónia de celebração.
Se um dos nubentes for mudo, surdo-mudo ou não souber falar a língua
portuguesa deve ser nomeado um intérprete idóneo (art. 41º nº1 e 42º
CRegCiv.
O consentimento deve ser puro e simples – não podem ser apostos ao casamento uma
condição ou termo (1618º nº2).
Perfeição do consentimento
Erro na declaração
Se falta ao declarante a própria vontade da ação ou até a vontade da
declaração, o casamento é anulável (1635º-a) que constitui desvio da regra do
246º)
O casamento é anulável por falta de vontade quando:
o Ao nubente, no momento da declaração, não tinha a consciência do
ato que praticava, por incapacidade acidental ou outra causa;
o O nubente estava em erro acerca da identidade física do outro
contraente
A anulação só pode ser requerida pelo cônjuge cuja vontade faltou (1640º
nº2), dentro dos 3 anos subsequentes ou, se o casamento era ignorado do
requerente, nos 6 meses seguintes à data em que dele teve conhecimento
(1644º), mas podem prosseguir nela os seus parentes, afins na linha reta,
herdeiros ou adotantes, se o autor falecer na pendência da causa.
Liberdade do consentimento
Vícios do consentimento
Para que o consentimento seja verdadeiramente livre é preciso que a vontade
dos nubentes tenha sido esclarecida e formada sem pressões ou ameaças
exteriores (1634º)
1627º: é válido o casamento civil relativamente ao qual não se verifique
alguma das causas de inexistência jurídica, ou de anulabilidade especificadas
na lei – só são relevantes em matéria de casamento o erro ou a coação.
Erro (1636º)
O erro que vicia a vontade só é relevante para efeitos de anulação quando
recaia sobre qualidades essenciais da pessoa do outro cônjuge, seja
desculpável e se mostre que sem ele, razoavelmente, o casamento não teria
sido celebrado
Pressupostos para a relevância do erro no casamento:
É necessário que o erro recaia sobre a qualidade essencial da pessoa
do outro cônjuge [qualidades particularmente significativas que sejam
idóneas para determinar o consentimento] – ex: estado civil ou
religioso do outro, nacionalidade, prática de crime infamante, vida e
costumes desonrosos, impotência…
O erro deve ser próprio [não deve recair sobre qualquer requisito legal
de existência ou de validade do casamento] – ex: assim, se um dos
cônjuges suponha erradamente que o outro era divorciado quando
ainda era casado, o erro será impróprio. O casamento será anulável,
não propriamente por erro, mas sim, e independentemente do erro,
por falta do requisito legal a que o erro diz respeito.
O erro deve ser desculpável (1636º)
O erro há de versar sobre uma circunstância que tenha sido decisiva
ou determinante na formação da vontade de contrair casamento [se o
erro não existisse e o sujeito tivesse um conhecimento exato dessa
circunstância, não teria querido celebrar o casamento].
Parentesco e afinidade
Vínculos familiares que constituem impedimentos dirimentes: parentesco na
linha reta, 2º grau da linha colateral, afinidade na linha reta (1602º-a),b),c))
Este impedimento também vale para a adoção dado o princípio expresso no
art. 1986º.
Vale também, mesmo que a maternidade ou paternidade não se encontre
estabelecida (1603º)
Visa-se proteger o valor da proibição do incesto
O casamento celebrado com impedimento de parentesco é anulável (1631º-a))
Legitimidade: cônjuges ou quaisquer parentes deles na linha reta ou até ao 4º
grau da linha colateral, herdeiros e adotantes dos cônjuges ou MP (1639º nº1)
Prazo: 6 meses após a dissolução do casamento (1643º nº1-c))
Lei nº 61/2008, de 31/10 (“lei do divórcio”): a afinidade cessa com a
dissolução por divórcio, do casamento que lhe dá origem (1585º), e deste
modo cessa também o impedimento.
Relação anterior de responsabilidades parentais (1602-b))
Lei nº 137/2015, de 7/09: o cônjuge de um pai ou mãe, ou unido de fato com
estes que, nos termos daquela lei, tenha assumido responsabilidades parentais
relativamente ao filho desse pai ou mãe, fica impedido de vir a casar com esse
filho.
O casamento é anulável (1631º-a))
Legitimidade: cônjuges ou quaisquer parentes deles na linha reta ou até ao 4º
grau da linha colateral, herdeiros ou adotantes e MP (1639º nº1)
Prazo: 6 meses após a dissolução do casamento (1643º nº1-c))
Formalidades do casamento
1. Processo preliminar de casamento
Aqueles que pretendem contrair casamento devem fazer a declaração para casamento
pessoalmente ou por intermédio de procurador
Onde: qualquer conservatória do Registo Civil (134º CRegCiv)
Finalidade da declaração: instauração do processo de casamento (135º
CRegCiv)
Legitimidade: nubentes e procuradores
Forma da declaração: art. 136º CRegCiv
Despacho final (144º CRegCiv): no prazo de 1 ano a contar da última
diligência, o conservador deve lavrar despacho a autorizar os nubentes a
celebrar o casamento ou a mandar arquivar o processo
No despacho devem ser identificados os nubentes, feita referência à
existência ou inexistência de impedimentos ao casamento e apreciada
a capacidade matrimonial dos nubentes
O despacho desfavorável à celebração do casamento é notificado aos
nubentes, pessoalmente ou por carta registada, que podem dele
recorrer nos 8 dias seguintes à data da notificação (292º CRegCiv)
2. Incidentes do processo
3. Celebração de casamento
Se o despacho final for favorável, o casamento deverá celebrar-se dentro dos 6 meses
seguintes (1614º CCivil, 145º nº1 CRegCiv)
No ato de celebração devem estar presentes:
Ambos os nubentes; ou
Um deles e o procurador do outro; e
O conservador
É ainda obrigatória a presença de duas testemunhas quando a identidade de
qualquer dos nubentes ou do procurador não possa ser verificada por uma das
formas previstas no 154º nº3-a),b),c) CRegCiv
A cerimónia da celebração, que é pública está regulada no 155º CRegCiv, e está sujeita
segundo a vontade dos nubentes:
À forma fixada neste código e nas leis do registo civil (155º)
À forma religiosa nos termos da legislação especial
4. Registo do casamento
Única prova legalmente admitida dos mencionados atos ou fatos que, salvo disposição
legal, não podem ser invocados quer pelas pessoas a quem respeitem os seus
herdeiros, quer por terceiros, enquanto não for lavrado o respetivo regime (1669º
CCivil, 2º CRegCiv)
O registo faz prova plena de todos os fatos nele contidos (371º CCivil e 3º CRegCiv)
Modalidades do registo: o registo civil dos fatos a ele sujeitos é lavrado por meio do
assento ou de averbamento, podendo os assentos, por sua vez, ser lavrados por
inscrição ou por transcrição (51º-53º CRegCiv); o registo pode ainda ser efetuado por
menção no assento de outro ato [convenção antenupcial] – 190º nº1.
Os fatos sujeitos a registo, só podem provar-se pelo acesso à base de dados do
registo civil ou por meio de certidão (221º nº1 CRegCiv).
O registo pode ainda ser lavrado por inscrição (52º-e)) ou por transcrição (53º
nº1-c),d) e e)), havendo ainda a considerar o caso previsto no 179º, de
casamento católico celebrado entre cônjuges já vinculados entre si por
casamento civil anterior não dissolvido, que é averbado ao assento deste.
Casamento civil: o registo é lavrado por inscrição em suporte
informático (14º)
Princípio da retroatividade (1670º nº1 CCivil, 188º nº1 CRegCiv): os
efeitos do casamento não se produzem só ex nunc, desde a data do
registo, mas ex tunc, desde a data da celebração do ato. Efetuando o
registo e ainda que este venha a perder-se, os efeitos civis do
casamento se retrotraem à data da sua celebração [ficam ressalvados
os direitos de terceiro quem sejam compatíveis com os direitos e
deveres da natureza pessoal dos cônjuges e dos filhos, desde que se
trate de registo por transcrição]
O registo não é constitutivo.
5. casamentos urgentes
Quando haja fundado receio de morte próxima de algum dos nubentes, ainda que
derivada de circunstâncias, ou iminência de parto, o casamento pode celebrar-se
independentemente de processo preliminar e sem intervenção do funcionário do
registo civil (1622º nº1 CCivil e 156º CRegCiv).
As formalidades preliminares reduzem-se à proclamação (156º-a)) oral ou escrita, feita
à porta da casa onde se encontrem os nubentes, pelo funcionário do registo civil, ou
na sua falta, por qualquer das pessoas presentes, de que vai celebrar-se o casamento
(156º-b) – exige uma declaração expressa do consentimento de cada um dos nubentes
perante 4 testemunhas, 2 das quais não podem ser parentes sucessíveis dos nubentes)
Registo (156º-c)): ata do casamento por documento escrito e sem formalidades
especiais, assinado por todos os intervenientes que saibam e possam fazê-lo.
Se houver já processo preliminar de casamento organizado o despacho final do
conservador é proferido no prazo de 3 dias a contar da data da ata ou da última
diligência do processo; caso contrário, o conservador organiza oficiosamente com base
na ata, o processo preliminar de casamento nos termos do art. 134º e ss. (159º nº1).
Fica sujeito a homologação do conservador que deve fixar expressamente todos os
elementos que devam constar do assento (159º nº5) – o casamento urgente não
homologado é juridicamente inexistente (1628º-b) CCivil).
O despacho de homologação deve fixar os elementos que o assento deve
conter e deve ser lavrado no prazo de 2 dias a contar da data em que o
despacho de homologação tenha sido proferido e deve conter a referência à
natureza urgente do casamento, omitindo-se as circunstâncias particulares da
celebração (182º CRegCiv)
Os casamentos urgentes celebrados sem precedência do processo preliminar
consideram-se sempre contraídos em regime de separação de bens (1720º
nº1-a)).
Em qualquer um dos casos, o casamento deve ser precedido do processo respetivo, organizado
nos termos do 134º e ss pelos agentes diplomáticos ou consulares portugueses ou por
qualquer conservatória do registo civil, exceto se dele estiver dispensado por lei (162º)
Celebração do casamento
Indispensável presença de nubentes [ou um + procurador], do ministro de
culto credenciado e de 2 testemunhas (19º nº4 Lei Liberdade Religiosa)
Registo
Assento lavrado em duplicado no livro ou arquivo eletrónico da Igreja (187º-A
nº1 CRegCiv)
Transcrição (187º-B e C CRegCiv)
Comunicação ao ministro do culto
Invalidade do casamento
No direito matrimonial não se distingue, como na Parte Geral do Direito Civil, entre
nulidade e anulabilidade – não há casamentos nulos, só anuláveis.
As referências ao casamento “declarado nulo” ou à “declaração de nulidade” do
casamento visam, porém exclusivamente o casamento católico. Este é que pode ser
nulo e declarado nulo; o casamento civil se for anulável pode ser anulado.
Casamentos celebrados perante quem não tinha competência funcional para o ato
(1628º-a), b))
Casamentos em que faltou a declaração de vontade dos nubentes ou de um deles
(1628º-c), d))
Não é, porém, inexistente, nem sequer anulável, o casamento celebrado perante
funcionário de fato (1629º)
Contudo, embora o casamento celebrado perante funcionário de fato seja válido, é nulo o
respetivo registo, por conter a aposição do nome de quem não tinha competência funcional
para o fazer (87º-c) CRegCiv).
Regime
O casamento inexistente não produz efeitos nem mesmo putativos
Pode ser invocada [a inexistência] a todo o tempo e por qualquer interessado,
independentemente de declaração judicial (1630º).
Pode ser reconhecida por sentença em ação que não seja especialmente
intentada para esse fim [ao contrário da anulabilidade do casamento – 1632º]
Se o casamento estiver registado e a inexistência do casamento não resultar
do próprio contexto do registo, o registo do casamento não é inexistente.
Princípio pas de nullité sans texte : princípio de que, ao contrário do que acontece no direito
comum (294º), não há nulidades tácitas, mas só expressas, devendo, portanto, considerar-se
válidos todos os casamentos relativamente aos quais não se verifique alguma das causas de
inexistência ou de anulabilidade especificada na lei
Casos de anulabilidade (1631º):
Casamentos contraídos com impedimento dirimente
Casamentos celebrados com falta de vontade por parte de um ou de ambos os
nubentes
Casamentos em que tenha havido vício da vontade juridicamente relevante
Casamentos celebrados sem a presença das testemunhas exigidas por lei
Regime da anulabilidade
A anulabilidade não é invocável por qualquer efeito, judicial ou extrajudicial,
enquanto não for reconhecida por sentença em ação especialmente intentada
para esse fim (1632º)
Legitimidade: a ação de anulação só pode ser proposta por certas pessoas
(1639º-1642º)
Prazo: a ação de anulação só pode ser proposta dentro de certos prazos
(1643º-1646º)
Validação do casamento: considerando-se sanada a anulabilidade e válido o
casamento em determinadas hipóteses (1633º)
Casamento reputado pelas partes e por terceiros como tendo sido celebrado em
termos não merecedores da censura da lei
Declarado nulo ou anulado o casamento, os efeitos que este produziu até à data da
declaração de nulidade ou da anulação podem manter-se.
Embora seja ferido de invalidade, os nubentes ou pelo menos um deles, estava
convencido da sua validade, pois agiu/agiram de boa fé ao celebrá-lo.
Pressupostos:
É necessária a existência do casamento [se o casamento é inexistente por se
verificar alguma das situações previstas no 1628º, não tem efeitos putativos]
(1630º nº1)
É preciso que o casamento tenha sido declarado nulo ou anulado (1647º nº1 e
3) [ a invalidade do casamento não opera ipso iure (1632º) e enquanto não for
reconhecida por sentença em ação especialmente intentada para esse fim, o
casamento produz todos os seus efeitos].
É necessário que pelo menos um dos cônjuges tenha agido de boa fé (1648º)
– deve existir no momento da celebração do casamento
Efeitos
Regra: “produz os seus efeitos em relação a estes e a terceiros até ao trânsito em julgado da
respetiva sentença” ou ao “averbamento da decisão” que declarou a nulidade do casamento
católico (1647º nº1 e 3) e não produz novos efeitos.
Art. 1671º CCivil: os cônjuges encontram-se em plena igualdade jurídica na relação, isto é, o
casamento “baseia-se na igualdade de direitos e deveres”.
Princípio da igualdade dos cônjuges (1671º nº1 CCivil e 36º e 13º CRP)
“os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e
à manutenção e educação dos filhos”
Têm natureza estatuária, durabilidade virtual e são oponíveis erga ommes; obedecem
ao princípio da tipicidade, a sua tutela é reforçada e são também indisponíveis.
A sua violação permite, em contexto próprio, demonstrar a rutura da vida em comum,
que é fundamento do divórcio.
Art. 1672º CCivil: imperativo
Nenhum destes deveres pode ser afastado por convenção das partes
A lei oferece por vezes a possibilidade das partes os cumprirem de modo
diverso, de acordo com os seus interesses e conveniências
O conteúdo dos deveres conjugais ou de algum deles, depende do modo
como os cônjuges conformarem a sua relação.
1. Dever de respeito
2. Dever de fidelidade
O nosso sistema condena o adultério (1601º-c) CCivil e 247º CPenal); assim este dever
traduz-se na obrigação de lealdade, honestidade e dedicação entre os cônjuges.
É um dever negativo
O dever de fidelidade obriga cada um dos cônjuges a não ter relações sexuais
consumados com outra pessoa que não seja o seu cônjuge [elemento objetivo]
O adultério supõe ainda a intenção ou, pelo menos, a consciência de violar o
dever de fidelidade [elemento subjetivo].
3. Dever de coabitação
4. Dever de cooperação
5. Dever de assistência
O outro cônjuge pode exigir ao faltoso o que for devido, e se este é trabalhador por conta de
outrem e contribui para os encargos da vida do lar com o produto do seu trabalho, aquele
pode exigir que lhe seja diretamente entregue a importância a que tenha direito (1676º nº1).
Direito ao nome
“cada um dos cônjuges conserva os seus próprios apelidos, mas pode acrescentar
apelidos do outro até ao máximo de dois” (1677º). – faculdade e não imposição.
Se na ocasião do casamento qualquer dos cônjuges usar da faculdade concedida pelo
1677º, a indicação dos apelidos adotados deve ficar a constar do respetivo assento
(167º nº1-h) CRegCiv), a indicação dos apelidos adotados deve ficar a constar do
respetivo assento.
E em caso de viuvez?
O cônjuge que tenha adotado apelidos do outro conserva-os em caso de
viuvez e, se o declarar até à celebração do novo casamento, mesmo depois de
segundas núpcias (1677º-A), não podendo neste caso, acrescentar apelidos do
segundo cônjuge (1677º nº2).
E em caso de separação de pessoas e bens?
Decretada a separação, cada um dos cônjuges conserva os apelidos do outro
que porventura tenha adotado (1677º-B nº1). Nada o impede, porém, de
renunciar aos apelidos do outro cônjuge nos termos do 104º nº2-d) CRegCiv.
E em caso de divórcio?
Em princípio, cada um dos cônjuges perde os apelidos do outro que tenha
adotado; contudo pode conservá-los se o ex-cônjuge der o seu consentimento,
ou for autorizado a usá-los tendo em atenção os motivos invocados (1677º-B
nº1).
Se conservar os apelidos e passar a segundas núpcias, não pode acrescentar-
lhes apelidos do novo cônjuge (1677º nº2).
− O pedido de autorização de uso dos apelidos do ex-cônjuge pode ser
deduzido no processo de divorcio, mas também o pode ser em
processo próprio, mesmo depois de o divórcio ter sido decretado
(1677º-B nº3)
− Falecido um dos cônjuges ou decretada a separação de pessoas e
bens ou o divórcio, o cônjuge que preserve apelidos do outro pode ser
privado do direito de os usar quando esse uso lese gravemente os
interesse morais do outro cônjuge ou da sua família (1677º-C nº1).
Direito à nacionalidade
O estrangeiro casado há mais de 3 anos com nacional português pode adquirir a
nacionalidade portuguesa mediante declaração feita na constância do casamento [art.
3º nº1 LNac (Lei nº 37/81, de 3/10)] – a declaração de nulidade ou a anulação do
casamento não prejudica a nacionalidade adquirida pelo cônjuge que o tenha
contraído de boa fé.
O português que case com nacional de outro país não perde por esse fato a
nacionalidade portuguesa (8º); exceto se tendo adquirido pelo casamento a
nacionalidade do seu cônjuge, declare que não quer ser português.
A mulher que tenha perdido a nacionalidade portuguesa por efeito do casamento
poderá readquiri-la (30º).
2. Regime de bens
As regras são imperativas, ou seja, nem por acordo dos nubentes se poderão afastar,
nem convencionar de forma diferente (1699º nº1-c))
Alienar os seus bens móveis e os móveis comuns, se não for ele a administrá-los
(1682º nº2 e 3-b)).
Pressupõe a concessão de poderes de administração a um cônjuge sobre bens
comuns ou sobre bens do outro
O consentimento conjugal para a prática dos atos que dele legalmente carecem deve ser
especial para cada um desses atos (1684º nº1).
Forma exigida para a procuração (1684 nº2), ou seja, forma exigida para o respetivo
negócio ou ato jurídico (262º nº2) – ex: o consentimento para a constituição de
direitos reais sobre imóveis deveria ser prestado em escritura pública.
A autorização do cônjuge pode ser revogada enquanto o ato para que foi concedida
não tiver começado; contudo se já tiver começado, o cônjuge só a poderá revogar
reparando qualquer prejuízo de terceiro que resulta da revogação (1684 nº2)
Efeito do consentimento
Quando o cônjuge não tem legitimidade para praticar os atos: validar o ato.
Quando o cônjuge já tem legitimidade: responsabilizar o cônjuge que o concede
(1690º nº1)
Suprimento do consentimento (1684º nº3): acontece quando o cônjuge não tem
legitimidade para praticar sozinho, validamente, um ato jurídico que lhe pareça
necessário ou conveniente.
− É admitido no caso de “impossibilidade” e no de “injusta recusa”: cabe ao
autor a prova da recusa ou da impossibilidade, mas também a da vantagem ou
da necessidade da realização do ato.
1687º nº1: considera anuláveis os atos praticados contra o disposto nos nº1 e 3 do
1682º, no 1682º-A, 1682º-B e 1683º nº2.
− São igualmente anuláveis as alienações de móveis comuns feitas pelo cônjuge
não administrador.
A anulabilidade é sanável mediante confirmação expressa ou tácita nos termos gerais
(288º)
Legitimidade
1687º: a anulação pode ser pedida pelo cônjuge que não deu o consentimento ou seus
herdeiros, nos seis meses subsequentes à data em que o requerente teve
conhecimento do ato, mas nunca depois de decorridos três anos sobre a sua
celebração.
O 1687º nº4 restringe-se aos atos de alienação e de oneração, enquanto o nº1 visa
outros atos considerados ilegítimos como o arrendamento e a constituição de outros
direitos pessoais de gozo.
Ex: casos em que um dos cônjuges aliena ou onera bens próprios do outro
quando não tem qualquer relação juridicamente tutelada com esse bem
porque não é o dono nem sequer o administrador.
Poderes dos cônjuges relativamente aos bens que integram as várias massas
patrimoniais
A – Poderes de disposição inter vivos
Sendo o regime de separação: cada um dos cônjuges pode dispor livremente dos
seus bens próprios (1682º-A nº1-a)), mas não pode dispor dos bens do outro sob
pena de nulidade do ato (892º e 1687º nº4).
Sendo o regime de separação: cada um dos cônjuges pode dispor livremente dos
seus bens próprios se os administrar, salvo nos casos referidos no 1682º nº3-a)),
mas não pode dispor dos bens do outro sob pena de nulidade do ato (1687º nº4).
Cada um dos cônjuges só pode dispor, para depois da morte, dos seus bens próprios e da
sua meação no património comum (1685º)
Cada cônjuge é livre de fazer disposições por morte, não valendo as “ilegitimidades
conjugais”.
− Em regra, as disposições são feitas durante a vida dos cônjuges, mas por
definição, só pretendem produzir os seus efeitos depois da morte do
disponente; e a morte tem a consequência de dissolver o matrimónio. Assim,
não se justifica a imposição de restrições aos poderes normais de cada cônjuge
proprietário.
− Isto não é verdade relativamente ao destino da casa de morada de família: a
lei protege o cônjuge sobrevivo com o regime das chamadas “atribuições
preferenciais” (2103º-A).
A liberdade plena que esta norma reconhece só tem o limite geral de que cada cônjuge só
pode dispor do que é seu – o conjunto dos seus bens próprios e a sua metade do
património comum.
Cada um dos cônjuges não pode saber, antes da partilha, quais os bens concretos que vão
preencher a sua meação no património comum.
A disposição que tenha por objeto coisa certa e determinada do património comum
apenas se dá ao contemplado o direito de exigir o respetivo valor em dinheiro (1685º nº2).
− Só pode ser exigida a coisa em espécie nos casos do 1685º nº3:
o Se esta, por qualquer título, se tiver tornado propriedade exclusiva do
disponente à data da sua morte;
o Se a disposição tiver sido previamente autorizada pelo outro cônjuge por
forma autêntica ou no próprio testamento;
o Se a disposição tiver sido feita por um dos cônjuges em benefício do outro.
A disposição pode ser feita durante o casamento, mas também pode ser feita depois da
dissolução, por morte do testador.
Este regime só tem sentido e eficácia no âmbito da comunhão pós-matrimonial, depois da
dissolução do casamento por morte do testador (1685º nº2).
Um dos cônjuges pode obrigar o outro sem a participação deste na assunção da dívida,
na ausência de mandato e independentemente de preenchidos os requisitos da gestão
de negócios
O património de um dos cônjuges e o património comum são chamados a responder
para além da sua quota de responsabilidade.
Cada um dos cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento do
outro (1690º nº1), entendendo-se para a determinação da responsabilidade dos
cônjuges (1691º nº2) que a data em que as dívidas foram contraídas é a do fato que
lhes deu origem (1690º nº2)
Dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges para ocorrer aos encargos normais da
vida familiar (alínea b)).
− Trata-se de pequenas dívidas relativamente ao padrão de vida do casal, em geral
correntes ou periódicas que qualquer dos cônjuges tem de ser livre de contrair.
− É aqui que cabem as dívidas de alimentação, vestuário, médico e farmácia.
− Dívidas contraídas por um dos cônjuges no âmbito da parcela de administração
dos bens afetados ao governo do lar que lhe caberá e em proveito comum do
casal.
− União de fato: aplica-se analogicamente o 1691º nº1-b) para proteção da
confiança dos credores na aparência de um casamento [o credor ganharia a
responsabilidade dos dois membros da união de fato.
Dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges no exercício do comércio (alínea d)).
− Visa a tutela do comércio: alarga o âmbito da garantia patrimonial concedida aos
credores daqueles que exercem o comércio, facilitando a estes últimos a obtenção
do crédito.
− O cônjuge do comerciante pode querer afastar a comunicabilidade da dívida: deve
mostrar que a dívida não foi contraída no exercício do comércio do devedor; ou se
vigorar entre os cônjuges o regime de separação de bens [aplica-se a ideia de que
os cônjuges são estranhos um ao outro, do ponto de vista patrimonial].
Por que razão a inexistência de proveito comum, num regime de comunhão, afasta a
responsabilidade do outro cônjuge, mesmo quando os frutos se integram na massa
patrimonial comum? Enquanto a existência de proveito comum, num regime de separação,
não é suficiente para sustentar a responsabilização do segundo cônjuge, porque os frutos são
bens próprios e os patrimónios estão separados?
O legislador usou dois critérios: nos regimes de comunhão, o critério decisivo foi a
inexistência de proveito comum, enquanto no regime da separação o critério decisivo
foi a natureza de bens próprios dos frutos do estabelecimento, que primou sobre a
existência de proveito comum.
Dívidas que onerem doações, heranças ou legados quando os respetivos bens tenham
ingressado no património comum (alínea e) e 1693º nº2).
− O ingresso dos bens no património comum resultará, naturalmente, de os
cônjuges terem estipulado o regime de comunhão geral ou uma cláusula de
comunicabilidade de certos bens adquiridos a título gratuito.
− A responsabilidade por estas dívidas é comum ainda que o outro cônjuge não
tenha dado o seu consentimento à aceitação da liberalidade.
Dívidas contraídas antes do casamento por qualquer dos cônjuges em proveito comum
do casal, vigorando o regime da comunhão geral de bens (1691º nº2).
− Os bens que pertenciam ao devedor e garantiam a dívida integram-se no
património comum, no momento do casamento; o outro cônjuge passa a
participar por metade no valor dos bens que garantiam a dívida, e por esta razão, é
justo que partilhe também a responsabilidade.
− Sendo outro o regime de bens, a dívida será da exclusiva responsabilidade do
cônjuge que a contraiu, não obstante ter sido aplicada em proveito comum do
casal.
Dívidas que, nos regimes de comunhão, onerarem bens próprios, se tiverem como
causa a perceção dos respetivos rendimentos (1694º nº2 e 1733º nº2).
− Apenas nos casos em que a dívida está relacionada com a perceção dos
rendimentos desses bens é que será de responsabilidade comum, por também
serem comuns, nos regimes de comunhão [os rendimentos] (1733º nº2)
Dívidas que oneram bens próprios de qualquer dos cônjuges (1692º-c) e 1694º nº2).
− Se por força do regime de bens do casamento, os rendimentos forem comuns, as
dívidas que tiverem como causa a perceção dos rendimentos são de
responsabilidade comum.
Dívidas que onerem doações, heranças ou legados, quando os respetivos bens sejam
próprios (1693º nº1).
− A incomunicabilidade da dívida subsiste ainda que a aceitação da doação, herança
ou legado tenha sido efetuada com o consentimento do outro cônjuge [que é
desnecessário] (1683º nº1).
Surge um crédito de compensação a favor do cônjuge que pagou mais do que a sua
parte, sobre o outro cônjuge; crédito que só é exigível no momento da partilha dos bens
do casal (1697º nº1).
O nº2 regula a hipótese inversa: responderam bens comuns por dívidas da exclusiva
responsabilidade de um dos cônjuges [ex: 1696º nº2]. Neste caso, surge um crédito de
compensação do património comum sobre o património do cônjuge devedor, a tomar em
conta no momento da partilha.
B. Compensações
Durante o casamento, operam-se transferências de valores entre os patrimónios.
No momento da partilha pode verificar-se que os movimentos de capital não se
equilibraram espontaneamente e que algum património ficou enriquecido enquanto
outro ficou correlativamente empobrecido.
As compensações visam restabelecer as forças dos patrimónios, restituir os seus
valores, corrigindo os desequilíbrios da conta-corrente através do reconhecimento de
créditos de compensação em favor de cada património empobrecido.
Momento de exigibilidade dos créditos?
− Diferimento da exigibilidade para o momento da partilha.
O regime das compensações é imperativo ou pode ser afastado por acordo dos
nubentes, dos cônjuges, ou por mera renúncia do titular?
− Durante o casamento: o acordo sobre dispensa de compensação significaria que
um dos patrimónios não tinha de restituir aquilo com que se enriquecera;
− Um acordo assim significaria uma alteração concreta do valor dos patrimónios, da
sua composição, em prejuízo de um certo entendimento do princípio da
imutabilidade
− Tendo em conta o 1697º é difícil aceitar que os nubentes convencionaram a
exigibilidade imediata dos créditos de compensação.
− Renúncia: pode admitir-se nos mesmos termos em que se admitem as doações
entre cônjuges – livremente revogáveis e sobre bens próprios.
C. Pagamento de dívidas
Quanto às dívidas dos cônjuges um ao outro, são pagas em primeiro lugar pela meação
do cônjuge devedor no património comum e, não havendo bens comuns ou sendo
estes insuficientes, pelos bens próprios do cônjuge devedor (1689º nº3).
Estas dívidas podem nascer:
− Da responsabilidade civil por administração de bens do outro cônjuge
intencionalmente prejudicial (1681º nº1) ou abusiva (1681º nº3);
− Porque o património de um cônjuge pagou dívidas que cabiam a ambos, a lei,
neste caso, reconhece um crédito do cônjuge prejudicado, sobre o outro, pelo
valor que o primeiro pagou além do que lhe competia (1697º nº1).
EXCEÇÃO: se o contrato-promessa servir para projetar uma partilha de tal modo que
um dos cônjuges venha a receber um valor maior do que o outro – nulo por força do
1730º nº1.
Contrato de trabalho
Existe a dúvida de que os cônjuges consigam abandonar a regra da igualdade
própria da condução da vida em comum para laborar no quadro de uma
relação hierárquica, respeitando o típico “poder de direção”.
Existe alguns problemas relativos a este contrato:
− Como é que o marido-patrão, e futuro pai, cumpre os deveres
relacionados com a maternidade da sua mulher grávida-empregada, que
presta os serviços dentro de casa;
− É o cônjuge-patroa que tem de dar férias pagas ao cônjuge-empregado?
− Tratando-se de uma empresa qualificada como bem comum do casal, o
património comum é responsável pelo pagamento do salário que, reverte
para o mesmo património, a título de rendimento do trabalho do cônjuge
assalariado.
Contrato de locação
Quando o bem locado for próprio, deve ter-se em conta que o produto do
arrendamento ou aluguer é comum, na qualidade de fruto do bem próprio.
Quando o bem locado é comum, é preciso admitir que ambos os cônjuges
possam dá-lo em locação a um só deles, e que o crédito sobre o locatário seja
cobrado periodicamente pelo património comum.
Caducidade:
− se o casamento não for celebrado dentro de um ano, ou se, tendo-o sido, vier a ser
declarado nulo ou anulado, salvo o disposto em matéria de casamento putativo;
− se ocorrer divórcio ou separação judicial de pessoas e bens por culpa do donatário, se
este for considerado único ou principal culpado (1791º)
o autor da liberalidade pode determinar que o benefício reverta para os filhos do
casamento.
Modificação da relação matrimonial
Simples separação de pessoas [separação de fato]
Entende-se que há separação de fato, quando não existe comunhão de vida entre os
cônjuges há mais de 1 ano e há da parte de ambos, ou de um deles, o propósito de não
a restabelecer (1781º)
Simples separação judicial de bens
Qualquer dos cônjuges pode requerer a simples separação judicial de bens quando
estiver em perigo de perder o que é seu pela má administração do outro cônjuge
(1767º)
Separação judicial de pessoas e bens
Separação restrita aos bens, que deixa imperturbados os efeitos pessoais do casamento;
não se modificando a relação matrimonial (1767º-1772º)
Só pode ser decretada em ação intentada por um dos cônjuges contra o outro (1768º);
revestindo, assim, carácter judicial, no que se distingue do divórcio e da separação de
pessoas e bens [mútuo consentimento], pois estes quase sempre são decretados pelo
conservador do registo civil.
Ação executiva: pretende-se, obter, através do tribunal, um efeito jurídico novo que
vai alterar a esfera jurídica do réu, independentemente da sua vontade.
Pressupostos:
O cônjuge está em perigo de perder o que é seu: não basta um ou outro ato isolado de
má administração, mas sim uma gestão sistematicamente mal conduzida, e que, com
grande possibilidade, vá causar o prejuízo que se receia;
O requerente está em perigo de perder o que é seu: refere-se aos bens próprios do
requerente de que o outro cônjuge tenha a administração exclusiva (1678º nº2);
O perigo resulta da má administração do outro cônjuge: a má administração pode
consistir na prática reiterada de atos que diminuam os bens próprios do outro cônjuge,
ou os bens comuns.
Efeitos:
Após o trânsito em julgado da sentença que decretar a separação judicial de bens, o
regime matrimonial passa a ser o da separação, procedendo-se à partilha do
património comum como se o casamento tivesse sido dissolvido (1770º)
Já não existem os desvios admitidos por lei do 1678º nº2.
IRREVOGÁVEIS: não é permitido restabelecer o regime de comunhão anterior à
separação judicial de bens, nem por convenção nem por nova decisão judicial (1771º)
Separação judicial de pessoas e bens
A separação não afeta simplesmente os bens, mas as próprias pessoas dos cônjuges,
sendo, por isso, muito mais extensa. Contudo, os cônjuges continuam casados, ou seja,
nenhum deles pode contrair novo casamento, sob pena de bigamia.
Subsistem depois da separação, o dever de fidelidade conjugal, os deveres de cooperação
e respeito reforçado (1795º-A), e ainda o dever de cuidar sob a forma de prestação de
alimentos.
A separação de pessoas e bens e o divórcio justificam a extinção da relação matrimonial ou
a sua modificação no sentido de um relaxamento do vínculo, podendo o cônjuge optar por
um dos dois livremente, contudo a nossa lei mostra, nitidamente, uma preferência em
relação ao divórcio.
▫ Efeitos patrimoniais
♦ Produz os efeitos que produziria a dissolução do casamento
♦ Perda dos direitos sucessórios do cônjuge sobrevivo (2133º nº3)
♦ Reparação de danos não patrimoniais – quando o cônjuge fundamente o seu
pedido de separação na alteração das faculdades mentais do outro (1781º-b))
Os cônjuges podem a todo o tempo restabelecer a vida em comum e o exercício pleno dos
direitos e deveres conjugais;
O processo de reconciliação está regulado nos art. 12º e 13º DL nº 272/2001, de 13/10, e é
da exclusiva competência das conservatórias do registo civil
o Os cônjuges que pretendem reconciliar-se devem formular o pedido, devidamente
fundamentado, em requerimento entregue em qualquer conservatória;
o A reconciliação que pode ser requerida a todo o tempo, efetua-se por acordo dos
cônjuges que o conservador deve homologar sge verificar que estão preenchidos os
pressupostos legais, para o que pode determinar a prática de atos e a produção de
prova;
o A decisão que homologue a reconciliação deve ser oficiosamente registada por
averbamento aos assentos de nascimento e ao assento de casamento;
o Os efeitos da reconciliação só se produzem a partir da homologação ou, em relação a
terceiros, a partir do registo (1795º-C nº4).
Regime de bens: a reconciliação repõe em vigor o mesmo regime de bens que vigorava
antes da separação, conforme o princípio geral enunciado no 1795º-C nº1.
Modalidades
Resposta: Estes casos remetem para a relação de afinidade. Mesmo que em dois dos três
casos, a relação já não “acontece” pois houve dissolução do casamento por morte ou divórcio,
a verdade é que a afinidade não se extingue com o fim da relação que a originou (1585º).
Assim, estamos perante três situações em que o hipotético casamento estaria
vedado pelo 1602º-d), pois estamos perante um impedimento dirimente [apto para romper o
casamento por a celebração enfermar de um vício de anulabilidade que o tornará inválido,
ainda que eficaz] relativo [impossibilidade para certas pessoas].
O casamento é anulável nos termos do 1631º-a) CCivil.
2. Nuno tem um irmão mais novo, Vítor, que aos 16 nos tinha fugido com a prima, de
14 anos, Margarida. Margarida engravida e por causa disso conseguem casar catolicamente
em 2015.
Em 2020 Vítor, que, entretanto, se cansou de Margarida, casa com Angelina e,
aproveitando-se de o casamento anterior não estar transcrito ao registo, consegue.
Quando Margarida descobre, ameaça propor ação de anulação do casamento entre
Vítor e Angelina, mas este acha que consegue evitar isso, propondo ele uma ação de anulação
do primeiro casamento, já que Margarida tinha 14 anos quando casaram.
Resposta: Vítor e Margarida são ambos menores de idade, sendo um menor núbil (Vítor) por
já ter 16 anos e o outro não núbil (Margarida) por ter idade inferior a 16 anos (neste caso 14).
Antes de mais, importa referir que o fato dos nubentes serem primos não constitui
nenhum impedimento, porque os únicos impedimentos relativos entre parentes na linha
colateral são um impedimento dirimente relativo(1602º-c)) referente ao segundo grau
[irmãos] e o impedimento impediente previsto no 1604º-c) do parentesco no terceiro grau na
linha colateral [tio e sobrinha]. Vítor e Margarida são parentes no 4º grau da linha colateral,
não havendo impedimento relativo ao casamento.
Há, no entanto, dois impedimentos absolutos. O primeiro é um impedimento
impediente absoluto, indicado no 1604º-a). Este refere-se ao fato de Vítor ser um menor de 16
anos, sendo que não pode casar com ninguém. Porém, ele pode ser autorizado pelos pais
(1612º nº1), ou, na falta de autorização, esta pode ser suprida pelo conservador do registo civil
(1612º nº2). A existência deste impedimento não impede a homologação do casamento
celebrado sem processo preliminar de publicações nem constitui causa de anulabilidade, pelo
que o casamento do menor núbil é válido, ainda que comporte sanções na matéria da
administração de bens que leve para o casal (1649º nº2)
O segundo impedimento absoluto, o de Margarida já é, porém, dirimente.
Margarida, é menor não núbil, ou seja, tem idade inferior a 16 anos, pelo que não pode
contrair matrimónio com ninguém (1601º-a)). Contudo, terão conseguido casar catolicamente,
à luz das regras do direito canónico, sem certificado de casamento por eventuais razões de
ordem moral, à luz do disposto no 1599º, e só poderá ser homologado e ser transcrito para o
registo quando Margarida atingir a maioridade.
Posteriormente, Vítor casa com Angelina ainda antes do seu casamento anterior ser
registado. Vítor não pode casar com Angelina porque tem um impedimento dirimente
absoluto, dado que o seu casamento anterior com Margarida ainda não tinha sido dissolvido
incorrendo numa situação de bigamia (1601º-c)). Logo, este segundo casamento é anulável.
Margarida, tendo conhecimento desta situação, apresenta clara intenção de interpor uma
ação de anulação do segundo casamento de Vítor. Por força do 1639º nº2, última parte, ela
tem legitimidade para o fazer, dado que é o primeiro cônjuge do bígamo. Relativamente ao
prazo, ela ainda pode interpor a ação, porque, por força do 1643º nº1-c) ela tem até 6 meses
após a dissolução do casamento alvo da ação de anulação, ou seja, ela está dentro de prazo
durante toda a vida do segundo casamento de Vítor e mais 6 meses.
Vítor com o objetivo de se precaver e não ver o seu casamento com Angelina
anulado, propõe uma ação de anulação do seu primeiro casamento com Margarida,
argumentando que este é anulável, dado que ela tinha um impedimento dirimente absoluto
em razão da idade, por ter uma idade não núbil (1601º-a)). Ele pode fazê-lo, porque nos casos
de bigamia, que é o que se verifica no caso prático, não se pode propor uma ação de anulação
do segundo casamento do cônjuge, enquanto a ação de anulação relativa ao primeiro estiver a
decorrer (1643º nº3). Segundo o que é dito no 1639º nº1, o Vítor tem legitimidade para
propor esta ação, dado que é um dos cônjuges. Relativamente ao prazo, conclui-se que ele já
não estaria no tempo de propor esta ação, dado que o 1643º nº1-a), diz que depois de o
menor atingir a maioridade, ele só tem o prazo de 6 meses para anular o casamento. Assim,
Vítor já não poderá anular o seu casamento com Margarida.
Margarida além de poder anular o 2º casamento de Vítor, também poderá obter a
validação do seu próprio casamento. Isto, [quando o menor atinge a maioridade], perante
funcionário do registo civil e acompanhada de duas testemunhas validar o seu casamento com
Vítor, afastando a sua anulabilidade (1633º nº1-a)).
3. Angelina descobre isto tudo e, chocada, quer anular o casamento com Vítor.
Resposta: Para o caso de se reverter a situação e ser Angelina a propor uma ação de anulação
do seu casamento com Vítor, ela invoca como causa o fato do seu cônjuge se casar sem o
casamento anterior estar dissolvido, representando isto um impedimento dirimente absoluto
(1601º-c) e 1631º-a)).
Angelina tem legitimidade e está no prazo para anular o seu próprio casamento com
Vítor (1639º nº1 e 1643º nº1-c)).
4. António, de 21 anos, sempre foi apaixonado por Bruna, de 19 anos, sua tia, nascida
de um segundo casamento contraído entre o seu avô paterno – Carlos – com Dália.
Bruna é irmã de Eunice, de 32 anos, que foi adotada por Carlos e Dália. Eunice vive, há
mais de 7 anos com Fernando, que é filho de Gastão e de Helena, e tem dois filhos menores
(Inês e João).
Helena tem uma irmã gémea, Leonor que enviuvou de Nuno, com quem teve três
filhos (Miguel, Maria e Manuela). Leonor e os filhos vivem com Quirino e Rosa, pais de Nuno.
Concluído o ensino superior, António resolver declarar-se a Bruno e pede-a em
casamento
c) Cipreste e Dália, adeptos do que entendem ser “relações amorosas modernas”, decidem
casar um com o outro. Confrontados com o catálogo legal de deveres conjugais – entre os
quais, o dever de fidelidade –, pretendem celebrar um “casamento à medida dos seus valores
e filosofias da vida”, que passa pela “refeição de um conjunto de imposições externas que
constituem uma ofensa à liberdade e autodeterminação, nomeadamente, no plano sexual”.
Quid Iuris?
Resposta: O casamento é um contrato típico e extremamente rígido no que ao plano pessoal
diz respeito, admitindo somente alguma autonomia privada no plano patrimonial (1671º e ss).
O direito da família caracteriza-se e autonomiza-se, também pela imperatividade das suas
normas, que são impostas pela Constituição.
Sistemas matrimoniais
2. Imagine que Diogo pretende casar com a sua namorada, Hilária. Porém, sendo
ambos portugueses e pretendendo casar em Portugal, em agosto deste ano, compraram casa
em Madrid, onde residem e continuarão a residir habitualmente. É possível convencionarem
um regime patrimonial para o seu casamento previsto na Lei espanhola? Comente.
Resposta:
b) Admita agora que Daniel se apaixonou por Eliza, atriz de uma telenovela exibida na
concorrência, a quem pediu a mão em casamento porque entende que “não tem nenhum
vínculo jurídico para com Clara”. Tem razão? Aprecie criticamente o argumento defendido.
Resposta: O casamento entre Daniel e Cláudia é válido, mesmo que não tenha sido registado,
porque temos um impedimento dirimente absoluto (1601º-c)) quanto ao segundo casamento
com Elisa.
Se alguma vez este casamento vier a ser celebrado, padece de um vício de
anulabilidade (1631º-a). Para além disso, é claro que em tem um vínculo jurídico para com
Elisa (contrato de casamento).
4. Ana e Bruno, ambos maiores de idade, são namorados desde os tempos da escola
primária.
No dia em que completou 16 anos, Bruno “pediu a mão de Ana” ao pai de Ana, Carlos
que prontamente anuiu. Desde esse dia, Ana e Bruno usaram alianças de noivado e
continuaram a viver um namoro tranquilo e feliz. Combinaram que casariam no dia 1 de
setembro de 2020, dia em que celebrariam 15 anos de namoro.
Com a entrada para a Faculdade de Direito, no ano letivo 2016/2017, Bruno, que até
então era um rapaz pacato e “caseiro”, fez novas amizades e passou a frequentar festas e a
participar em convívios sociais sem se fazer acompanhar por Ana.
No segundo semestre do 1º ano, Bruno terminou o namoro com Ana, que ficou
desolada e deprimida.
Consentimento
Impedimentos
1. A Diana de 30 anos pretende casar com Eduardo de 20 anos. Acontece que em 2017,
Diana viverá em condições análogas com o pai de Eduardo, tendo até exercido as
responsabilidades parentais relativamente a Eduardo na altura em que o pai deste esteve
internado em estado de coma, sendo o único parente vivo.
Resposta: Estamos perante uma questão relativa à capacidade para contrair o casamento.
Neste caso concreto, estamos perante um impedimento dirimente relativo, que impede o
casamento entre estas duas pessoas e a sua sanção é a anulabilidade – existe aqui uma relação
de responsabilidades parentais, uma vez que não se chegou a formar uma relação de
afinidade, pois Diana e o pai de Eduardo não eram casados.
Assim , e à luz do 1649º, qualquer um dos cônjuges pode tentar a anulabilidade do
casamento e tem até 6 meses após a anulação do casamento.
2. João conhece Mário. Apaixona-se perdidamente e acaba tudo com a namora de há
dez anos, Leonor; mas Mário, quando João o conheceu, era casado com Noémia.
João de cabeça perdida, assassina, em setembro de 2015, Noémia e acaba por convencer o
enlutado Mário a casar com ele.
Casam em janeiro de 2017, já depois de João ter sido acusado e pronunciado pelo
homicídio de Noémia o que Mário desconhecia.
João, em março de 2019, é condenado pelo homicídio de Noémia. Mário, chocado,
quer anular o casamento.
Resposta: Na situação apresentado, não se está perante um impedimento dirimente relativo
do art. 1602º CCivil, mas sim perante um impedimento meramente impediente previsto no
1602º-f).
Quando Mário e João se casam, João tinha sido apenas pronunciado pelo homicídio
doloso de Noémia. Se à do casamento já existisse uma sentença que condenasse,
efetivamente, o João pelo crime, aí sim o fato constituía um impedimento dirimente relativo e
o casamento seria anulável. Como tal não sucede o casamento é válido. A violação do
impedimento impediente não tem, aparentemente, qualquer sanção, ao contrário do que
acontece relativamente a outros impedimentos impedientes, como por exemplo, o disposto
no art. 1649º quanto aos casamentos de menores.
Contudo, existe outra causa de anulação que Mário pode invocar. Se este soubesse
que o João era um assassino ou uma pessoa capaz de matar, Mário não teria casado com ele.
Isto corresponde a uma situação presente no 1636º, respetiva ao erro que vicia a vontade.
Mário erra sobre as qualidades essenciais – morais – do João, que não estão diretamente
ligadas ao fato de este ter matado Noémia, mas sim ao fato de ele ser um assassino, tendo
uma personalidade e características rebuscadas, demonstrando má formação da pessoa.
Para tal causa ser verificada, Mário tem de provar que se tivesse conhecimento
destas características de João não teria casado com ele e, além disso, tem de se considerar que
o desconhecimento ou erro é desculpável, ou seja, ele não teria como saber e que são
características de tal maneira gravosas na personalidade de uma pessoa, que o levam a não
querer contrair matrimónio.
Nesta causa de anulação diferente, Mário tem legitimidade para intentar a ação.
Aliás, por força do 1641º só o cônjuge tem legitimidade para interpor a ação. A nível do prazo,
este também é diferente, pelo que Mário optando por esta causa, só tem 6 meses após a
cessação do vício, ou seja, 6 meses a contar do momento que Mário tem conhecimento de que
João matou Noémia. Como ele só se dá conta em março de 2019, ainda está dentro do prazo
[presumindo que estamos em junho de 2019].
3. Leonor, chocada com a traição de João, decide casar com o melhor amigo deste,
Nuno, mas apenas para se vingar do João.
Nuno acede, sem saber das razões de Leonor, porque sempre gostou dela. Casam logo
em fevereiro de 2017.
Leonor, depois de saber o que se passou entre João, Mário e Noémia, cai nela e
percebe que afinal João não valia a pena tanto desgaste e pretende anular o casamento com
Nuno.
Resposta: Sabe-se que Leonor era a namorada de João quando este se apaixonou por Mário e
se casou com ele. Neste seguimento, Leonor casa com Nuno com falta de vontade, sendo esta
uma causa de anulação do casamento segundo o pressuposto do art. 1635º, mas o Nuno casa
com Leonor com vontade para tal e desconhecimento do vício de vontade existente.
A questão aqui adjacente é que a única alínea do art. 1635º plausível de ser aplicada
a esta situação, é a alínea d), relativa à simulação. Segundo a noção de simulação presente no
240º, tal pressupõe um conluio, ou seja, um “acordo entre declarante e declaratário” que,
devidamente transposto para este caso, seria entre nubentes. O que é fato, é que não houve
nenhum acordo entre Nuno e Leonor, até porque o primeiro não tinha conhecimento da falta
de vontade dela.
Assim, só resta verificar o pressuposto do 244º, relativo à reserva mental, que é
equiparada, pela doutrina, à simulação, ao nível dos seus efeitos (nulidade). A questão é que
Leonor não tinha como objetivo enganar Nuno. Ela casou-se por uma questão de vingança
contra João e não com nenhum objetivo de prejudicar o seu cônjuge. Por outro lado, Nuno
desconhecia a reserva mental de Leonor. Por esse motivo, também não se pode aplicar a
reserva mental. Assim, não há causa de anulação plausível de se aplicar, visto que o Nuno
ignora o vício.
Concluindo, Leonor não pode anular o casamento, restando-lhe eventualmente a
dissolução do mesmo, por divórcio.
Casamento putativo
1. O Igor e a Ana casaram em regime de bens comuns e o Igor compra um imóvel com
o seu salário.
Sendo este um bem comum, vende-o sem o consentimento de Ana, mesmo a lei
dizendo que não o podia fazer.
Quid Iuris?
Convenções antenupciais
b) Suponha que a convenção foi celebrada por escritura pública e o casamento se celebrou em
junho de 2018. Aprecie o valor da convenção e das diferentes cláusulas à luz desta alteração.
Regime de bens e administração de bens.
Resposta: Neste caso a convenção é valida pois respeita a forma prevista no 1710º; e como foi
celebrada com menos de 1 ano de diferença para o casamento também é eficaz.
Relativamente à primeira cláusula, como não estamos perante nenhum caso de
imperatividade absoluta (1720º) ou imperatividade relativa (1699º nº2), à partida o casal pode
escolher o regime de bens. O problema encontra-se na alteração de regime de bens – até ao
dia X vigora o regime de separação de bens, e depois do dia X passa a vigorar o regime de
comunhão geral. Como o regime de bens foi definido antes do casamento estamos perante o
princípio da imortalidade. Sabendo ainda que a convenção é válido sobre condição ou termo
(1713º) e que tudo foi definido na convenção antenupcial, antes do casamento; estamos
perante um regime de bens que vale antes de data X, e outro regime que vale a partir dessa
data. Ou seja, a cláusula é válido.
Sobre a segunda cláusula, o produto de trabalho de bens é gerido pelos dois nos dois
regimes estabelecidos. Isto não é possível pois estamos perante um regime de separação de
bens, e estamos perante a regra da administração pelo próprio (1788º). Existem limites sobre a
alteração sobre as regras da administração dos bens do casal (1699º-c)). Estamos, assim
perante uma cláusula negocial que contraria uma disposição legal imperativa, o que torna a
cláusula nula (294º).
Contudo, podemos invocar a redução e proteger pelo menos a 1º cláusula pois esta
nulidade não determina a inatividade de todo o negócio quando se mostre que este não teria
sido concluído sem a parte viciada (292º)
Seguidamente, o animal de companhia nunca pode ser comunicável (1699º-d) e
1733º-h)), ou seja, estamos mais uma vez, perante uma cláusula que contraria uma disposição
legal imperativa. Podemos aqui, recorrer mais uma vez à redução (292º).
Por último, os bens adquiridos por doação dos cônjuges são bens próprios. Depois do
1º ano com a mudança do regime de bens, os nubentes introduzem uma mudança para
permitir que os bens adquiridos por doação não entrem nesse regime. Isto torna-se possível
pois existe liberdade de forma (1698º com remissão para o 1732º). Assim, esta cláusula é
válido nos termos do princípio da liberdade de convenção (1698º).
i) Alberto aplica o dinheiro do prémio de hipismo numa conta bancária a prazo. Pode
fazê-lo?
Resposta: A regra é que seria necessário o consentimento de ambos, mas equiparamos esta
situação ao trabalho e assim este bem torna-se comum, ou seja cada um administra os seus
próprios bens (1678º-a)).
2. Perpétua e Ricardo são casados um com o outro desde 2002 em comunhão de adquiridos.
São ambos licenciados em Farmácia e exercem funções na farmácia “Oliveira & filhos”, que
Ricardo recebeu de legado, por efeitos da morte da sua tia-avó farmacêutica, ocorrida em
2000.
- Tendo em conta que não se verifica nenhuma das circunstâncias previstas no 1720º ou no
1699º nº2, os nubentes podem a respeito do regime de bens convencionar o que lhes
aprouver, nos termos do 1698º.
- No regime da comunhão geral, é bem comum tudo o que seja por lei considerado
incomunicável, como é o caso das doações entre casados e dos bens referidos no 1733º.
Fazem uma dispendiosa festa de casamento – civil – com 500 convidados e uma banda
famosa.
- O casamento em Portugal pode ser católico, civil ou sob outra forma religiosa.
Antes de casar, André tinha uma cadelinha de estimação, mas é Joacine quem passa a
cuidar do animal.
André, benfiquista de gema, gasta boa parte do ordenado em bilhetes e viagens para
acompanhar o seu clube e é Joacine quem tem de sustentar as despesas da casa. Joacine não
está contente com este estado de coisas e quer obrigar André a pagar algumas despesas, mas
André insiste que faz dos seus rendimentos o que bem lhe apetecer.
- O ordenado é bem comum do casal, mas é de fato administrado por André nos termos do
1678º nº2-a). Ainda assim, André não cumpre o dever de contribuir para os encargos da vida
familiar; assim Joacine pode lançar mão do mecanismo previsto no 1676º nº4, ou seja, pode
exigir que lhe seja diretamente entregue a parte dos rendimentos que o tribunal fixar.
André era dono de uma bela vivenda na Amadora, avaliada em 300.000€, para onde o
casal vai viver.
- A vivenda comunica-se, por força do regime de bens, mas é André quem administra, ainda
que as limitações decorrentes de ser um bem imóvel, por um lado, e de ser a casa de moradia
da família, por outro.
Joacine decide converter a garagem numa sala de reuniões para um novo partido
político que resolve fundar.
Não paga as obras que o empreiteiro quer agora cobrar de ambos e começa por
penhorar o ordenado de Joacine.
- Sendo que qualquer um dos cônjuges pode contrair dividas sem o consentimento do outro;
por estas dívidas responde esse cônjuge com os seus bens próprios e com os bens que
administra como próprios nos termos dos 1678º nº2-a),b) e c), e 1696º, e subsidiariamente, os
restantes bens comuns do casal; sendo o ordenado de Joacine um dos bens comuns que ela
administra exclusivamente, responde em primeira linha por esta dívida. Para que o
empreiteiro pudesse responsabilizar ambos pela dívida teria de alegar – e provar – alguma das
circunstâncias previstas no 1691º nº1-b) e c).
André ficou sem carta numa noite de copos e agora só anda de Uber, pelo que é
Joacine quem passa a utilizar o BMW que era dele em solteiro para ir trabalhar.
- A administração deste bem comum passa de André para Joacine (1678º nº2-c), e)).
Joacine acha o carro demasiado vistoso e gastador; um belo dia, sem dizer nada a
André, vende-o por 10.000€ e compra com esse dinheiro duas bicicletas elétricas.
- Joacine poderia fazer isto atendendo a que tinha a administração ordinária e extraordinária
deste bem comum do casal, nos termos supra expostos conjugados com o 1682º nº2.
- Contudo não tinha a administração exclusiva do produto da venda, pelo que a aquisição pode
consubstanciar uma ilegitimidade conjugal.
A mãe de Joacine doa-lhe dois apartamentos, no valor de 100.000€ cada, mas como
detesta André, impõe uma cláusula de incomunicabilidade. Joacine, sem nada dizer a André,
arrenda um deles por 500.000€, mas empresta o outro por uns meses a uma família de
refugiados sírios.
- Apesar de serem administrados por Joacine, na medida em que são bens próprios, atendendo
a que o regime é o de comunhão, o arrendamento, no primeiro caso, e a constituição dos
direitos pessoais de gozo resultantes do comodato, no segundo, carecem do consentimento de
André – 1682º-A.
- As dívidas contraídas pelos dois cônjuges são comuns, mesmo quando contraídas antes da
celebração do casamento.
I
Distinga o regime de comunhão geral do regime de comunhão de adquiridos.
Resposta:
II [não sai]
Diga quais os modos de estabelecimento da paternidade admitidos no nosso ordenamento
jurídico.
Resposta:
a) Bernardo poderá pôr termo ao casamento? Por que via? Com que fundamento?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
I [não sai]
Pronuncie-se sobre quais as dívidas da responsabilidade de um dos cônjuges e quais as da
responsabilidade de ambos os cônjuges, e sobre os bens que respondem por umas e por
outras.
Resposta:
II [não sai]
Pronuncie-se sobre os modos de estabelecimento da maternidade admitidos no nosso
ordenamento jurídico.
Resposta:
a) Luísa poderá pôr termo ao casamento? Por que via? Com que fundamento (s)?
Resposta:
b) Em caso de divórcio, como será feita a partilha? Tenha em conta que o património dos
cônjuges era apenas constituído por um apartamento no valor de 100.000€, que João já tinha
quando casou, e por um pequeno estabelecimento comercial, avaliado em 50.000€,
recentemente herdado por João de um seu tio.
Resposta:
IV
Mário, de 55 anos, e Natércia, 10 anos mais nova, vivem juntos há algum tempo. Mário
encontra-se gravemente doente; e, como o seu estado de saúde se agravou subitamente, ele e
Natércia decidem celebrar prontamente, em sua casa, uma cerimónia de casamento, sem a
presença de qualquer conservador do registo civil (até porque não há tempo de organizar
nada), mas chamando alguns amigos para a testemunhar.
b) Mário faleceu uns dias após o casamento. Além da sua mulher (Natércia), deixou quatro
filhos de um anterior casamento (Orlando, Paula, Quirino e Sónia), e tem ainda a mãe viva
(Teresa). Deixou um terreno no valor de 140.000€ e um depósito bancário de 100.000€ -
depósito que deixou, em testamento, a uma “Associação de Bombeiros” local. Como deve
realizar-se a partilha? [não sai]
Resposta:
Exame Época Normal 2013/2014
I
Pronuncie-se sucintamente sobre os seguintes pontos:
a) Distinga impedimento dirimente de impedimento impediente
b) Em que consiste a presunção (de paternidade) “pater is est”?
c) O que é o casamento civil sob forma religiosa?
d) Distinga herança de legado
e) Defina “ilegitimidade conjugal”
f) Em que consiste a separação de pessoas e bens?
II
Daniel e Estrela casaram em agosto de 2013, no regime de comunhão geral. Hoje
(fevereiro de 2014), apesar do seu bom relacionamento, pretendem divorciar-se. Já acordaram
que será Estrela que ficará com o filho do casal (Francisco, nascido em outubro de 2013); mas
não estão de acordo sobre quem ficará a morar no apartamento onde viviam (que era
propriedade comum de ambos). Tendo em consideração os fatos descritos:
c) Ainda em caso de divórcio, como será feita a partilha? Tenha em conta que o património dos
cônjuges era apenas constituído por um apartamento no valor de 100.000€, que Daniel já
tinha quando casou, e por um terreno agrícola, avaliado em 50.000€, comprado por Daniel há
2 meses.
Resposta:
III
Gonçalo e Helena vivem juntos há cerca de 20 anos em condições análogas às dos
cônjuges, mas não são casados. Gonçalo, que tem 60 anos, acaba de falecer.
a) Helena tem 65 anos, e nunca trabalhou nem tem sequer formação profissional. Por outro
lado, o apartamento onde viviam pertencia a Gonçalo. Agora que Gonçalo morreu, poderá
Helena passar a receber uma qualquer quantia mensal? E poderá continuar a viver no
apartamento?
Resposta:
b) Suponha que Gonçalo teve dois filhos (Inácio e João) de um anterior casamento. Inácio já
faleceu, tendo uma filha (Luísa); e João (que tem dois filhos, Maria e Nuno) estava de relações
cortadas com o pai, pelo que decide repudiar a herança deste. Gonçalo, deixou, além do
apartamento (que vale 70.000€), um depósito bancário de 20.000€. E tinha doado a Inácio, há
15 anos, uma vivenda no valor de 180.000€. Supondo que não fez testamento, como se fará a
partilha da herança de Gonçalo?
Resposta:
Exame Época Recurso 2013/2014
I
Pronuncie-se sucintamente sobre os seguintes pontos:
a) Distinga parentesco na linha colateral de afinidade
b) Em que consiste a ação de investigação da paternidade?
c) O que é o casamento urgente?
d) Em que consiste o impedimento de prazo internupcial?
e) Defina “liberalidade inoficiosa”
f) Em que consiste o princípio da imutabilidade do regime de bens?
II [não sai]
Luís e Joana casaram civilmente em 2000.
Em outubro de 2011, Luís sofreu um gravíssimo acidente de viação, permanecendo até
hoje no hospital.
Joana tem vindo a deslocar-se ao hospital, visitando regularmente o seu marido
enquanto dura o internamento.
b) Suponha agora que, em março de 2013, Joana conheceu Mário, com quem passou a viver
em comunhão de leito, mesa e habitação, desde essa data. Poderá Joana pôr hoje termo ao
casamento?
Resposta:
c) Suponha que o acidente fora causado por uma manobra perigosa efetuada por Luís, tendo
resultado do acidente ferimentos graves num outro condutor, Nuno, e danos avultados no
veículo deste. A dívida desta indemnização é da responsabilidade exclusiva de Luís ou é da
responsabilidade comum de Luís e Joana? E que bens respondem por essa dívida?
Resposta:
a) Como a aconselharia?
Resposta:
b) Suponha agora que António, o avô paterno de Patrícia e Rita, acaba de falecer. Além das
duas netas (filhas de Bento, falecido há já alguns anos), tinha a sua mulher (Carla, agora viúva)
e três filhos vivos (Eduardo, Felismina e Graça). Sabendo-se que António deixou bens no valor
de 160.000€ e não fez testamento, como deve fazer-se a partilha?
Resposta:
Exame Época Normal 2014/2015
I
Pronuncie-se sucintamente sobre os seguintes pontos:
a) Defina afinidade na linha reta
b) O que é o casamento civil celebrado sob forma religiosa?
c) Distinga entre ilegitimidade conjugal e incapacidade nupcial
d) O que é a conversão da separação de pessoas e bens em divórcio?
e) Distinga entre impugnação da perfilhação e anulação de perfilhação
f) Defina responsabilidades parentais
II [não sai]
Marta e Nuno casaram catolicamente em 2000, sem convenção antenupcial.
Em setembro de 2013, na sequência de vários desentendimentos, decidiram passar a
residir em locais separados (para “repensar o seu casamento”). Em março de 2014, numa
tentativa de “salvar” o casamento, voltaram a viver juntos. Mas, como se foi agravando o
relacionamento entre os dois, voltaram a separar-se em novembro.
a) Hoje (junho de 2015) Nuno pretende divorciar-se – mas Marta não está de acordo. Poderá
Nuno pôr termo ao casamento?
Resposta:
b) Suponha agora que ambos estão de acordo em divorciar-se. Mas não chegaram a acordo
nem quanto a saber quem fica com o filho do casal (Pedro, de 11 anos), nem sobre quem fica a
morar no apartamento em que tinham vivido. Podem divorciar-se? Como?
Resposta:
c) Havendo divórcio, como se fará a partilha? Tenha em conta que o património dos cônjuges
era constituído por um apartamento que Nuno já tinha quando casou, e por uma pequena
quinta comprada em 2012 por Nuno com o dinheiro dos seus salários.
Resposta:
d) Suponha ainda que, decretado o divórcio, Marta vem a casar de novo (agora civilmente)
com Rui 3 meses depois. Qual o valor deste casamento?
Resposta?
e) E se, celebrado o casamento com Rui, Marta vier a ter um filho (Tiago) 6 meses depois,
como se estabelece a paternidade de Tiago?
Resposta:
Exame Época Recurso 2014/2015
I
Pronuncie-se sucintamente sobre os seguintes pontos:
a) Defina afinidade na linha colateral
b) O que é a união de fato?
c) Distinga entre procuração para casamento e consentimento do cônjuge (para celebração de
um contrato)
d) O que é a reconciliação dos cônjuges separados de pessoas e bens?
e) Distinga entre impugnação da perfilhação e impugnação da paternidade assumida
f) Defina inibição das responsabilidades parentais
II [não sai]
Ana e Bernardo casaram catolicamente em 2001, no regime de comunhão geral.
Em outubro de 2014, como o convívio entre eles já se encontrava deteriorado (ambos
mantinham, aliás, já há algum tempo, relacionamentos íntimos com outras pessoas), decidiram
passar a residir em locais separados. E, pouco tempo depois, passaram os dois a viver com os
seus novos companheiros.
a) Hoje (julho de 2015) Bernardo pretende divorciar-se – mas Ana não está de acordo. Poderá
Bernardo pôr termo ao casamento?
Resposta:
b) Suponha agora que ambos estão de acordo em divorciar-se. Mas não chegaram a acordo
nem quanto a saber quem fica com o filho do casal (Carlos, de 10 anos), nem sobre como
partilhar o património do casal. Podem divorciar-se? Como?
Resposta:
c) Havendo divórcio, como se fará a partilha? Tenha em conta que o património dos cônjuges
era constituído por um terreno que Bernardo herdou em 2005, e por um pequeno
apartamento comprado em 2012 por Bernardo com o dinheiro dos seus salários.
Resposta:
d) Suponha ainda que, ainda antes decretado o divórcio – mas após o requerimento de
divórcio –, Bernardo vem a casar de novo (agora civilmente) com Daniel. Qual o valor deste
casamento?
Resposta:
e) E se, 6 meses após o divórcio, Ana vier a ter um filho (Eduardo) que é efetivamente filho
biológico do seu atual companheiro (Francisco), como poderá ser estabelecida a paternidade
por forma a coincidir com a paternidade biológica?
Resposta:
Exame Época Especial 2014/2015
I
Pronuncie-se sucintamente sobre os seguintes pontos:
a) Defina afinidade na linha colateral
b) O que é o casamento civil celebrado sob forma religiosa?
c) Distinga entre procuração para casamento e consentimento do cônjuge (para a celebração
de um contrato)
d) O que é a conversão da separação de pessoas e bens em divórcio?
e) Distinga entre impugnação da perfilhação e impugnação da paternidade presumida
f) Defina responsabilidades parentais
II [não sai]
Joana e Luís casaram catolicamente em 2001, no regime de comunhão geral.
Em dezembro de 2014, como o convívio entre eles já se encontrava muito deteriorado
(ambos mantinham, aliás, já há algum tempo, relacionamentos íntimos com outras pessoas),
decidiram passar a residir em locais separados. E, pouco tempo depois, passaram os dois a
viver com os seus novos companheiros.
a) Hoje (setembro de 2015) Luís pretende divorciar-se – mas Joana não está de acordo. Poderá
Luís pôr termo ao casamento?
Resposta:
b) Suponha agora que ambos estão de acordo em divorciar-se. Mas não chegaram a acordo
nem quanto a saber quem fica com o filho do casal (Manuel, de 10 anos), nem sobre como
partilhar o património do casal. Podem divorciar-se? Como?
Resposta:
c) Havendo divórcio, como se fará a partilha? Tenha em conta que o património dos cônjuges
era constituído por um apartamento que Luís já tinha quando casou, e por uma pequena
quinta comprada em 2012 por Luís com o dinheiro dos seus salários.
Resposta:
d) Suponha ainda que, ainda antes decretado o divórcio – mas após o requerimento de
divórcio –, Luís vem a casar de novo (agora civilmente) com Nuno. Qual o valor deste
casamento?
Resposta:
e) E se, 6 meses após o divórcio, Joana vier a ter um filho (Pedro) que é efetivamente filho
biológico do seu atual companheiro (Rui), como poderá ser estabelecida a paternidade por
forma a coincidir com a paternidade biológica?
Resposta: