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Família
E
Sucessões
Caderno Prático
Aula 1
12/10/2022
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Luís Monteiro a91497
Nos casos práticos vamos perceber que relações é que podem ser estabelecidas e os
vários tipos de impedimentos à sua constituição;
Artigo 1576º - Família em sentido jurídico e constituído pelos cônjuges, pelos parentes
e pelos afins e pelos seus adotantes e adotados se existirem. Esta noção diverge muito
da família na prática.
O 1576º não inclui todas as relações familiares.
A lei, por duas pessoas serem parentes, atribui EFEITOS a essa relação jurídica.
parentesco.
O parentesco em linha reta é quando as pessoas descendem umas das outras em linha
colateral, quando descendem de um progenitor comum.
É importante saber em que grau é que as pessoas são parentes – artigo 1581º
Para contar graus a melhor tática é contar apenas os traços ex: avós e netos são
parentes em 2º grau em linha reta.
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Luís Monteiro a91497
A lei muitas vezes atribui direitos ou limita o exercício de direitos em função das linhas
de parentesco. (existem determinados efeitos limitativos que existem porque apenas
somo irmãos de alguém, por exemplo – este é um efeito limitativo do parentesco)
Afinidade:
1584º - relação que se estabelece entre o cônjuge e os parentes do outro cônjuge. Por
isso, a fonte das relações de afinidade é o casamento.
Como é que cessa afinidade – artigo 1585º
Na parte final, não cessa pelo casamento por morte. Isto é, a afinidade cessa pelo
divórcio.
Quando o casamento cessa por divórcio cessa também a afinidade, quando se dissolve
por morte, não há um intenção de quebrar essa relação familiar.
O cônjuge via ser afim dos parentes do seu cônjuge da mesma medida.
Embora existam efeitos, estes são muito menores do que aqueles que derivam do
parentesco.
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Adoção:
À semelhança da afiliação e para além dos laços de sangue é a relação entre duas
pessoas. A grande diferença é que estas relações de afiliação podem ser naturais, na
adoção não partimos de uma verdade biológica.
Temos ainda a união de facto e o apadrinhamento civil. Não é pleo facto de não
estarem no artigo 1576º que deixam de ser relações familiares, estas são hoje em dia,
relações familiares – são ao abrigo de outras disposições legais.
Algum tempo depois do falecimento da sua mulher, Virgolino quer casar civilmente em
segundas núpcias. Para o efeito pondera várias hipóteses:
Resposta:
Temos os impedimentos dirimentes (se assim for, o casamento é anulado) (que estão
no 1601 e 1602) e tempos os impedimentos impedientes (se houver casamento, o
casamento é válido, mas se o impedimento não for dispensado, dá lugar a algumas
sanções) (1604º estão os impedimentos impedientes).
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a)
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B)
c)
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d)
1. Fazer esquema
2. Estabelecer a relação familiar que existe aqui : entre Virgolino e o seu filho há
uma relação de parentesco em 1º grau em linha reta. Quando a nora e o seu
filho se casam há aqui o nascimento de uma relação de afinidade. Esta vai se
tornar afim. A afinidade vai cessar nos termos do 1585º, o casamento vai ser
dissolvido através do divórcio. Se cessa esta relação da afinidade.
Juridicamente não há relação
3. Verificando os impedimentos impedientes e dirimentes: Não há nenhum
porque já não há nenhuma relação entre estes. Todavia a resposta seria
diferente se este teria morrido e não divorciado – artigo 1602º d). Este seria
uma impedimento dirimente ( o casamento seria anulado – 1631º a)
e)
1. Fazer esquema
2. Quais as relações estabelecidas : União de facto artigo 1ºnº2 da Lei de
Proteção de Uniões de Facto. O legislador trata o casamento e a união de facto de
forma distinta.
3. Verificar se há alguma alteração
4. Verificar os impedimentos impedientes ou dirimentes: Não se verifica qualquer
tipo de impedimento
f)
1. Fazer esquema
2. Quais as relações – Temos aqui um casamento e referir que o casamento é o
negocio jurídico que origina as relações de afinidades. Estes serão afins no
segundo grau colateral. Artigo 1585º - a Afinidade cessa quando o casamento é
dissolvido por divórcio.
3. Verificar se há alteração
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II
Resposta:
A)
1. Fazer esquema
2. Ver qual o tipo de relações familiares que estão aqui: 1568 1569. Temos aqui
uma relação de parentesco. Quando a mãe se casa com o padrasto, há aqui
uma relação de afinidade o padrasto passar a ser afim dos parentes da mãe, na
mesma medida ao contrário. Quando a viúva se casou com o filho, ela passou a
ser afim no primeiro grau da linha reta em relação à mãe. O casamento
dissolveu-se por morte de F, todavia a afinidade não se dissolve por morte
apenas por divorcio – 1585º do código civil. Entre a viúva e o padrasto não há´
relação nenhuma, porque é o vinculo que se estabelece entre o cônjuge e os
seus parentes, não entre o cônjuge e os seus parentes. NOTA: afinidade não
gera afinidade. É indiferente saber como é que cessou o casamento entre o
padrasto e a mãe porque nunca houve nenhuma relação jurídico familiar.
Aula 2
19/10/2022
Caso prático II b)
b) Em dezembro de 2013, José casou civilmente com Dália, viúva do seu irmão
consanguíneo Cristóvão. Em fins de julho de 1994, Dália faleceu e, em novembro do
mesmo ano, José veio a celebrar novo casamento civil com Catarina, filha do anterior
casamento de Dália e Cristóvão.
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Resposta:
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III
Ana e Bernardo vivem em condições análogas às dos cônjuges há dez anos. Com uma
herança de Bernardo e com os salários que ambos auferiam nas suas respetivas
profissões, construíram uma casa que registam apenas no nome de Bernardo e onde
ambos passam a viver.
Algum tempo depois, Bernardo, farto da vida em comum, decide desfazer a união.
Bernardo entende que a casa é sua porque contribuiu mais para a sua construção e nada
deve a Ana porque esta usufruiu daquela casa durante vários anos. Ana, por sua vez, não
concorda e sente-se desprotegida.
a) Quid iuris?
RESPOSTA:
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Entendia-se que as relações familiares eram somente estas, contudo há outras que
possam considerar-se familiares ainda que não estejam previstas no artigo 1576º. (por
exemplo: a união de facto é uma relação familiar como é o apadrinhamento civil) Estas
são ao abrigo de outras disposições legais (poderá ser ao abrigo 26º da CRP, artigo 36º
da CRP – liberdade de constituir família).
Porque é que o legislador atribui efeitos À união de facto? Porque quando 2 pessoas
vivem em condições análogas À dos cônjuges vivem como se fossem casadas com a
diferença de que estas não são, podere esta vivência cria uma aparência exeterna de
casamento.
2 notas:
Esta união de facto não é sujeita a registo civil como é o casamento (artigo 1º do
CREgCivil).- a união de facto não está neste artigo primeiro do código do registo civil.
Não está sujeita a qualquer tipo de registo seja municipal ou outro órgão de registo.
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Para que esta possa produzir os efeitos têm de estar preenchidos estes pressupostos.
( consultar a lei da união de facto).
Quanto ao caso:
Estamos aqui no âmbito dos efeitos patrimoniais da união de facto.
Duas pessoas quando se casam o estatuto patrimonial altera-se – isto é, têm de
escolher um regime de bens. (1678 º e seguintes)
Na união de facto isto existe? Na união de facto não existe nenhuma norma especial
que regule as condições patrimoniais dos unidos de facto – existe para o casamento
mas não para a união de facto (não há um regime específico).
Do ponto de vista patrimonial, os unidos de facto são estranhos entre si.
Sendo assim, se não há norma especial, vamos reger-nos pelos direitos reais e
obrigacional tal como estes estão previstos no Código Civil.
O artigo 8ºnº2 – se nenhum dos membros quiser fazer efeitos decorrentes da união de
facto, não é necessária uma ação judicial correspondente. A contrario sensu.
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Em sentido abstrato não faz sentido Ana não ter direito a nada. Existe algum instituto
que possa ajudar a Ana – ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA – ARITGO 473º DO CÓDIGO
CIVIL
473º nº1 – Bernardo enriqueceu patrimonialmente e injustificadamente À custa dos
salários da Ana.
473ººn2 – a obrigação de restituir. A causa do enriquecimento sem causa foi a
dissolução da união de facto.
RESTITUIÇÃO: Quantias equivalente em algo que investiu que agora não é dela.
O 1105º vai se aplicar aos casos em que a casa de morada de família é arrendada.
Quando a casa de morada de família é um bem próprio ou comum – aplicamos o
1793º neste caso prático pois a casa seria um bem imóvel que seria de Bernardo.
Pode ainda a ter direito a celebrar um contrato de arrendamento com Bernardo – pode
pedir ao tribunal que assim o faça.
Tem de invocar as questões para que possa ter direito a este contrato (os filhos
morarem perto, insuficiência económica) – tem de demonstrar que se justifica este
contrato de arrendamento.
Este seria a segunda preocupação de Ana quanto à casa da morada de família.
Artigo 8ºnº2 – como quer fazer direitos tem de pedir declaração judicial da dissolução
ode união de facto por rotura. Essa ação vai seguir nos termos do artigo 8ºnº3.
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Luís Monteiro a91497
b) Suponha agora que Ana e Bernardo nunca se separaram e sempre viveram numa casa
que Bernardo herdou de seu pai. Bernardo morre subitamente no mês passado. Quid
iuris quanto à casa de morada de família?
Poderá fazê-lo?
RESPOSTA:
Aqui muda logo a causa de cessação da união de facto – nesta união de facto
dissolveu-se por morte de um dos unidos – artigo 8º da Lei da união de facto (morte).
O unido de facto não é equiparado ao cônjuge em matéria sucessória – se Bernardo
não fez testamento, Ana não teria direito a nada.
Artigo 5ºnº3 – Por juízo de equidade o tribunal pode ainda prorrogar/estender este
direito real de habitação
Artigo 5ºnº7 – Depois do período de habitação conferido pelo direito real tem direito a
ser arrendatário.
Artigo 5ºnº8 – O tribunal pode conferir clausulas adicionais caso haja desacordo;
Ana poderá ainda ter um direito de preferência sobre o imóvel – artigo 5ºnº9 da Lei da
União de facto.
António casou catolicamente com Berta em 20 de maio de 1942. Passados longos anos
de vida em comum, António quer terminar o seu casamento e, seguindo o exemplo de
uma prima que, estando casada civilmente, pediu o divórcio, pretende divorciar-se de
Berta.
Poderá fazê-lo?
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Luís Monteiro a91497
RESPOSTA:
Noção – artigo 1577º Casamento.
. No âmbito desta comunhão de vida os cônjuges estão reciprocamente vinculados por
deveres conjugais – 1672º do Código Civil (respeito, dever de fidelidade, etc..).
. Para além é uma comunhão de vida exclusiva (em Portugal só podemos casar com
uma pessoa de cada vez – artigo 1601º C)
. O casamento não é livremente dissolúvel - Uma pessoa não pode livremente terminar
o divórcio. O divórcio ou é por mútuo consentimento ou com justa causa se for
unilateral.
Em 1940 foi celebrada uma concordata – artigo 24º aqueles que casam catolicamente
renunciam à faculdade de se divorciar. 1790º do Código de Seabra.
Quando celebrou o casamento com Berta estava em vigor este artigo 24º.
Não faz sentido António olhar para o casamento da prima e pensar no mesmo tipo de
divórcio.
Quando António concordou estaria em vigor a concordata de 1940 – depois surgiu o
protocolo adicional à concordata em 1975 – pós 25 de abril.
Este protocolo adicional vem a alterar o artigo 24º da concorda que vai passar a reaver
o dever de quem se casar catolicamente sem se divorciar – o não se poder divorciar é
um dever meramente moral.
Quem se casa catolicamente pode divorciar-se após este protocola.
DL 261/75 – vem revogar o artigo 1790º do código de Seabra.
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Luís Monteiro a91497
Qual o grande marco legislativo após isto? CRP de 1976. Princípios constitucionais do
direito da família – princípio da admissibilidade do divórcio independentemente do
casamento artigo 35ºnº2 da CRP.
II
António pretende casar com Beatriz. Antes de casarem chegam à conclusão que não
querem ter filhos. Faz alguma diferença casarem civil ou catolicamente?
RESPOSTA:
Em abstrato faz diferença casar civil ou catolicamente pois são dois institutos
diferentes.
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O que acontece se um destes cônjuges não conseguir prosseguir um destes fins? Neste
caso estão a excluir deliberadamente estes fins.
Isto seria um casamento simulado pois as partes não queriam todos os efeitos deste
tipo de casamento – o casamento seria inválido.
O casamento seria considerado nulo. – quem teria competência para apreciar estas
questões – tribunais eclesiásticos.
João e Maria prometeram casamento um ao outro, mas o casamento não se realizou por
Maria ter rompido a promessa depois de saber que João era casado com Teresa.
Maria intentou contra João uma ação em que pediu que João fosse condenado a restituir
um anel de brilhantes que lhe oferecera e a indemnizá-la dos danos não patrimoniais
sofridos.
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Luís Monteiro a91497
II
Devido a uma longa estadia no estrangeiro e impedido de vir a Portugal, José outorgou
poderes ao seu irmão Francisco para contrair casamento civil com a sua noiva, Maria.
Em vésperas do dia marcado para o casamento, porém, José ficou a saber que sofria de
doença incurável, dispondo apenas de poucos meses de vida. Nestas condições
considera de todo incorreto casar com Maria.
b) Considerando agora o caso concreto, ainda poderá José, e em que termos, revogar os
poderes que conferiu a Francisco?
c) Supondo que o casamento acabou por ser celebrado, quais serão os efeitos da
revogação (anterior)?
Casos Práticos
Em setembro de 2019, portanto, dois meses após a celebração do casamento, Berta vem
a saber que António, até à véspera do casamento, mantinha relações íntimas com
Josefina, com a qual, na altura, convivia, não obstante o seu noivado com Berta.
Profundamente ferida Berta não quer continuar o seu casamento com António. Que
poderá fazer?
Resposta:
Nem sempre quer dizer que a promessa de casamento é a matéria central deste caso
concreto. Aqui o que está em causa é Berta achava que estava casada com António,
porem este tinha outras relações.
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Sem vontade de casar da parte de. Ambos os cônjuges. Sem q eu essa. Vontade seja
manifestada, não pode haver um casamento válido.
4 características do consentimento:
pessoal, - artigo 1619º, o que aqui está em causa não será a questão
puro e simples – 1618º+ 1618º ºn2 – ao casamento não pode ser imposto termo ou
condição
Neste caso não houve violência ou ameaças senão estaríamos perante coação. Aqui a
vontade da Berta não foi formada de maneira totalmente esclarecida- temos neste
caso o vício do erro.
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Luís Monteiro a91497
Se tivermos uma vontade que se formou com base em erro, o casamento será
anulável- artigo 1631º b).O casamento civil é sempre anulável – este é o regime
aplicado. O casamento católico é que será nulo.
O erro que vicia a vontade só é relevante para efeitos de anulação quando recaia
sobre qualidades essenciais da pessoa do outro cônjuge, seja desculpável e se mostre
que sem ele, razoavelmente, o casamento não teria sido celebrado.
Este dá-nos os pressupostos, mas não dá todos. Temos 4 mas qual será o que não se
encontra neste artigo?
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Luís Monteiro a91497
Este erro que viciou a vontade da Berta é relevante – artigo 1636º - se o casamento
tiver alguma das partem tem a sua parte viciada por erro o casamento será
anulável nos termos do artigo 1631º. – já temos o fundamento.
Quando há uma ação que deva ser intentada devemos sempre falar de 2 aspetos:
legitimidade e prazos.
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Luís Monteiro a91497
II
1. António está casado com Berta que é doente mental. António só se apercebeu de tal
facto depois do casamento e, em consequência disso, abandona o lar conjugal.
Passado algum tempo casa com Catarina, ocultando-lhe que ainda estava casado com
Berta. Todavia, Catarina toma conhecimento da existência de Berta e concede a António
um certo prazo para resolver a situação.
Temendo a inércia de António, Catarina intenta uma ação de anulação do seu casamento
com base no art. 1601o, al. c). António, por sua vez, acabou por intentar, primeiro que
Catarina, uma ação de anulação do seu casamento com Berta com base no art. 1601o, al.
b). Esta última ação é julgada procedente. Que acontece ao casamento entre António e
Catarina?
RESPOSTA:
Qual a mateira central neste caso prático – capacidade par efeitos de celebração ode
casamento e impedimentos relativos à celebração de casamento.
Impedimento- quando há uma situação que obstaculize a celebração do casamento.
Estes podem ser dirimentes (1601 e 1602 – dão lugar a um casamento inválido – será
anulável. Se duas pessoas se casarem e houver um impedimento impediente – o
casamento é válido mas há sanções patrimoniais – artigo 1649º e 1650º).
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Luís Monteiro a91497
O maioria acompanhado é livre para exercer os seus direitos pessoais assim que a lei
ou sentença o impeça – 147º do CC.
Não é por uma pessoa ter uma decisão de acompanhamento oque não pode casar, é a
sentença que tem de dizer, pois o casamento é um negócio estritamente pessoal.
Temos de perceber se conseguimos encaixar o facto de Berta ser doente mental no
1601º b) – temos de saber o que é “demência notória” – o notório é diferente do
utilizado da incapacidade acidental. Em termos clínicos a demência em si é uma
doença psicológica que afeta uma pessoa. O legislado quando se refere a notório não
se refere apenas à doença em termos clínicos, está–se a referir a qualquer doença
metal e psicológica certa e inequívoca, grave e com grande amplitude, releva
demência mas qualquer doença mental que se enquadre nestes conceitos que referi.
Neste caso não sabemos qual ser ia a doença mental de Berta. Ação foi julgada
procedente, logo a doença mental seria uma doença relevante nos termos do 1601º
alínea b).
Onde é que nos diz que o casamento celebrado com impedimento dirimente é anulável
– 1631º a). António teve de instaurar esta açã oproque a anulabilidade do casamento
só é invocável para o efeito se for intentada uma ação judicial de anulação. A
anulabilidade só pode ser invocada quadno é decredata judicialmente, nos termos do
artigo 1632º
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Luís Monteiro a91497
O impedimento invocado pela Catarina é o facto de António ser casado com a Berta –
impedimento dirimente: 1601 c) do CC uma pessoa casada não pode celebrar novo
casamento. O registo não tem efeitos constitutivos.
O António quando casou com a Catarina ainda era casado com a Berta só que ainda
não tinha feito nada – 1601º c), foi celebrado com um impedimento dirimente
absoluto- este será anulável nos termos do 1631 a) – será anulável.
Catarina teve de instaurar ação para que anulabilidade do casamento só é invocável
quando for decretada judicialmente 1632º - terá de ser invocada judicialmente.
Teríamos ainda de aferir a legitimidade e o prazo:
Artigo 1639º nº1 do CC – Sendo catarina um dos cônjuges poderá intentar a ação.
Quanto ao prazo, este teria de ser respeitado o que se encontra previsto no artigo
1643º nº1 c).
No 1643ºnº3 – a ação ficaria suspensa até que se dissidisse a ação de anulação do
primeiro casamento entre António de Berta - com base no artigo 1601 c). A ação de
Catarina ficaria suspensa.
Este fica suspensa porque enquanto na ose resolver ação da anulação do primeiro
casamento não se pode instaurar nem prosseguir na ação do segundo casamento –
rácio da anulabilidade. – se resolver e procedente deixa de existir o impedimento e
haverá uma sanação da anulabilidade do casamento entre António e Catarina – artigo
1633º nº1 alínea c).
Porque é que não podíamos ir pelo erro? Porque o erro aqui nunca seria próprio. O erro
não vai ser próprio, porque incide sobre um requisito legal de validade.
RESPOSTA:
No artigo 1643º ºn3, este artigo apenas se refere à ação de anulação e não à ação de
divórcio. Este artigo não diz nada quanto ao divórcio. A ação de anulação da catarina
podia ser instaurada e podia prosseguir.
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Luís Monteiro a91497
Se ação prosseguisse os seus termos seria procedente -1631 a)- teria legitimidade
1639ºnº1 e teria prazo – 1631 c). Se é procedente então será anulável.
Neste segundo caso, o casamento de António com Catarina era anulável – não há
aquela sanação, mas também não fica casado com a Berta pois houve uma ação de
divórcio.
Aula. 7
9/11/2022
Resposta:
Artigo 1682º-A nº1 a) – salvo se entre os cônjuges vigorar o regime de separação de.
bens, a alienação ou separação de bens carece de consentimento de ambos os
cônjuges.
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Luís Monteiro a91497
Vamos supor que António e Berta não estão separados pela separação de bens. – o
enunciado não diz. (senão não haveria caso prático)
À partida António não pode vender sem ter o consentimento, a matéria que está aqui
em causa é relativa ao registo do casamento. – Vamos relembrar algumas cosias do
registo do casamento:
. artigo 2º cregcivil – em termos gerais, os factos sujeitos a registo apenas podem ser
atendíveis depois de registados (como será o caso do casamento). – podemos remeter
para o artigo 1669º (o casamento não pode ser invocado caso não seja registado)- este
artigo concretiza o artigo 2º do cregcivil.
. artigo. 3ºnº1 do cregcivil – o registo faz prova plena dos factos a que ele estão
sujeitos, a única prova é através do registo civil. – 371º do CC
. António vendeu depois de casar mas antes de registar – diz que não pode invocar. O
casamento porque ainda não foi registado. – artigo 1669º do CC
Este princípio (como vários tem exceções) – 1670ºnº2 CC e 188ºnº2 cregcivil. Em caso
de retroatividade ficam ressalvados os efeitos de terceiro que sejam com patíveis
comos direitos. de natureza pessoal a não ser que se tratando de registo por
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Luís Monteiro a91497
transcrição tem de ser compatível com os direitos dos cônjuges – os deveres pessoais
são diferentes dos deveres de natureza patrimonial dos cônjuges.
Sabemos que o registo de natureza católico e civil sob forma religiosa efetua-se por
transcrição. O civil é feito por inscrição -artigos 51º e seguintes do cregcivil. Há uma
dilação de 7 dias para efetuar o registo.
Qual o direito que Carlos quer fazer valer – a aquisição do terreno ser considerado.
Válido. Este direito será compatível com os direitos de natureza pessoal de António e
Berta.
Se o direito é compatível, o seu direito vai ficar salvaguardado ainda que haja efeitos
retroativos do registo.
O facto de não ter consentido não vai afetar a aquisição do terreno – Berta não pode
invocar a necessidade de consentimento, pois o direito de Carlos ficou salvaguardado
dos efeitos retroativos do casamento.
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Luís Monteiro a91497
Resposta:
Aqui temos a certeza de que Carlos sabia do casamento.
1670ºnº2 – em nenhum momento o legislador 188ºnº2 em nenhum momento se fala
da boa fé. 188nº2
Qual a racio legis quando o legislador quis estabelecer as exceções ao princípio da boa-
fé? Serve para proteger terceiros de boa-fé – se não tem como saber se era casado ou
não. – Quis proteger os direitos de terceiro se não tivesse como saber se era casado.
O Carlos não vai ficar protegido ao abrigo quando se aplicarem os efeitos retroativos
do registo, pois sabia que era necessário o consentimento de Berta.
Carlos está a agir em abuso de direito – artigo 334º. Carlos está a invocar uma norma
jurídica em sentido diferente da qual o legislador previu.
Duas notas:
O registo não tem efeito constitutivo do casamento – artigo 1ºnº1 d). O registo não
tem natureza substantiva. O registo é apenas uma formalidade de prova.
Independentemente de o casamento só se ter registado mais tarde, o casamento tem
efeitos desde que é constituído – artigo 155º do cregivil.
1. II
Fernanda e Carlos pretendiam casar em fins de agosto, estando Fernanda já grávida há
sete meses. Contudo, razões imprevistas fizeram com que Fernanda tivesse de dar
entrada com urgência na maternidade, tendo dado à luz um filho às 5 horas da manhã do
dia 7 de julho. O funcionário do registo civil competente chegou atrasado à
maternidade, onde, precipitadamente, se celebrou o casamento poucas horas depois no
mesmo dia. O casamento será válido?
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Luís Monteiro a91497
Resposta:
Requisitos do casamento urgente – artigos 1622º e seguintes. 156º e seguintes do
código do registo civil.
Artigo 1622º nº1 – estão na base 3 razões para isto acontecer por parte do legislador:
. deve-se admitir este casamento por razões de decoro moral
. 1826º- presunção de paternidade do filho em relação ao marido da mãe (em caso de
iminência de parto)
. em caso de fundado receio de morte – se a pessoa falecer depois de celebrado o
casamento terá mais direitos sucessórios.
Posto isto:
O receio tanto da morte como do parto tem de ser um receio fundado, serio, legitimo,
fundamentado mesmo que o parto não se venha a realizar e mesmo que a pessoa não
venha a morrer.
Neste caso, o parto já ocorreu, logo o casamento urgente tem de ser antes do parto
ocorrer – falhava logo o pressuposto base da eminencia de parto.
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Luís Monteiro a91497
Numa situação em que temos os dados do enunciado vamos considerar que já existia
processo preliminar e já terminado por parte de Fernanda e do Carlos.
Se já tivesse terminado o processo preliminar – este casamento seria perfeitamente
válido, só não era um casamento urgente. Já havia processo e já havia despacho e foi
celebrado perante funcionário de conservatória do registo civil.
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João e Maria celebraram casamento civil em 2018, com escritura antenupcial em que
estipularam o regime da comunhão geral de bens. Tendo João conhecimento, em julho
do ano corrente, de que Maria era divorciada quando casou com ele e tinha um filho do
seu primeiro marido, factos que Maria sempre ocultou, pretende anular o casamento
com esse fundamento.
c) Suponha que João e Maria levaram para o casamento bens no valor de 1.000€ e de
4.000€, respetivamente, e que o valor dos bens adquiridos na constância do matrimónio
é de 3.000€. Anulado o casamento, nos termos da al. a), como deverá proceder-se à
partilha dos bens do casal?
II
No dia 1 de abril de 2010 Alberto casa civilmente com Belmira, tendo-se realizado a
celebração do casamento católico uns meses mais tarde no mesmo ano.
Em junho de 2015 o casamento católico é declarado nulo, por decisão definitiva dos
tribunais eclesiásticos. A decisão é devidamente averbada no registo civil.
a) Poderá fazê-lo?
Aula
23/11/2022
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Luís Monteiro a91497
Após a sua morte, a sua irmã Maria interpôs no tribunal uma ação de anulação daquele
casamento, alegando que José tinha ficado completamente senil antes da sua celebração,
pelo que não se governava sozinho nem aos seus bens, não dizia “coisa com coisa” e
tinha conversas sem qualquer nexo, só pensava em mulheres e era a chacota do bairro
porque propunha casamento a qualquer mulher fosse ela casada ou solteira.
Por tudo isto, seria forçoso concluir que José estava notoriamente demente. Em
consequência, o respetivo casamento deveria ser anulado.
Quid iuris, supondo que se provaram todos os factos alegados por Maria?
Resposta:
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Luís Monteiro a91497
Assim, é preciso ter em consideração que os fatos invocados pela irmã de José foram
provados, a partir disso, analisa-se se há fundamento para recusa de transcrição—
>174/1,d) deve ser recusado quando há impedimento dirimente, que é o caso da
demência notória (1601/1, b))
Assim, haveria fundamento para tal recusa, no entanto, estamos perante um
casamento católico urgente, assim ao invés do 174/1,d), devemos levar em conta o
174/1, e), visto que não é desejável que existam casamentos que sejam válidos para
efeitos canônicos e inválidos civilmente. Assim, a demência notória, à luz da alínea e,
não é fundamento de recusa de transcrição.
Art 296/1 CRC ->Aqueles que celebrem casamentos católicos urgentes só para fugir da
recusa de transcrição incorre em crime de obediência qualificada
87/d) CRC + 174/1, d) e e)-> O registo é nulo quando haja transcrição quando havia ter
tido sua recusa
A irmã de José tinha legitimidade para instaurar a ação se estivesse em causa um
impedimento dirimente (1639/1), mas para efeitos de direito canônico, ela não tinha
essa legitimidade, só o tendo os próprios cônjuges (1674 e 1675 C. Canônico).
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Luís Monteiro a91497
Berta podia adquirir o apelido do Antônio (1677/1), depois dele falecer, ela poderia
continuar a usar os apelidos, mesmo que depois viesse a celebrar outro casamento
(1677/a))
Quando celebra novo casamento com Carlos, ela não pode continuar a usar os
apelidos do Antônio e acrescentar o do Carlos (1677/2)
Considerando que ela adotou o apelido do Carlos, ela optou por não conservar os
apelidos do Antônio
Com a dissolução do casamento por divorcio, via de regra perde-se o direito de usar os
apelidos do ex-cônjuge, exceptuando o 1677-B/1, ou seja, pode conservar se o ex-
cônjuge der seu consentimento ou se o Tribunal o autorizar
1677-B/3 -> O pedido de autorização pode ser deduzido no processo de divórcio ou em
processo posterior ao divórcio
No caso em concreto, supõe-se que Berta obteve essa autorização
Processo de pedido de autorização posterior ao divórcio: Art. 5/1, d), 2 do DL
272/2001 de 13/10; art. 6 a 10 desse DL
No caso em concreto, a motivação deve ter tido a ver com o fato de Berta ser
conhecida pelo apelido que carrega de Carlos
Privação do uso dos apelidos do ex-cônjuge pode ser pedida nos termos do 1677-C,
desde que o pedido seja fundamentado com base na grave afetação dos interesses
morais do cônjuge e da sua família, esse processo corre nos mesmos termos acima
mencionados (5/1,c do DL)
Tem legitimidade para pedir essa privação o ex-cônjuge 1677-C/2 —> O irmão de
Carlos não tem legitimidade, só o teria se o casamento tivesse sido dissolvido por
morte.
Resposta:
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Luís Monteiro a91497
i) os cônjuges devem-se abster de ter relações sexuais com pessoas que não a
pessoa do seu cônjuge (vertente negativa);
ii) ii) os cônjuges devem consumar o casamento, manter as relações sexuais
entre eles, a não ser que por motivos ponderosos não o possam fazer (ex.:
impotência) (vertente positiva).
A comunhão de mesa implica que deve existir entre os cônjuges uma vida comum.
A comunhão de habitação respeita ao facto de os cônjuges deverem residir no
mesmo local.
Em Portuga, vigora o princípio da igualdade dos cônjuges, que assume enorme relevo
no que diz respeito à escolha da habitação. Este princípio implica que a escolha da
residência da família seja efetuada de comum acordo (que pode ser expresso ou
presumido, mas tem de existir).
O princípio da igualdade dos cônjuges está previsto no art.º 1671.º do CC: “O
casamento baseia-se na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (n.º 1). A direção
da família pertence a ambos os cônjuges, que devem acordar sobre a orientação da
vida em comum tendo em conta o bem da família e os interesses de um e outro (n.º 2).
Está ainda previsto no art.º 36.º, n.º 3 da CRP: “Os cônjuges têm iguais direitos e
deveres quanto à capacidade civil e política e à manutenção e educação dos filhos.”.
Ou seja, o princípio da igualdade dos cônjuges tem consagração legal e
constitucional.
A orientação da vida em comum que é cometida a ambos os cônjuges inclui a
questão da fixação do local de residência da família. No entanto, desta orientação da
vida em comum fica excluído tudo aquilo que diga respeito à vida pessoal de cada um
dos cônjuges (ex.: religião que professa; o que quer vestir; o clube de futebol). Isto
porque o casamento não limita os direitos de personalidade dos cônjuges, com
exceção do direito à liberdade sexual.
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Luís Monteiro a91497
deles não contribuir de alguma forma ou o outro impor que o cumprimento seja feito
de uma forma.
No caso da Joaquina, esta sacrificou muito aquilo que seriam os seus próprios
interesses em prol de um interesse que ela considerou maior (o interesse da família ou
do Matias). Quando assim é, o legislador, no art.º 1676.º, n.º 2 do CC, diz que quando
exista um sacrifício acrescido por parte de um dos cônjuges dos seus interesses em
prol dos interesses da família com prejuízos patrimoniais, esse cônjuge tem direito a
uma compensação. A Joaquina ficou prejudicada por não ter ido para a NASA receber
uma maior remuneração e desenvolver-se profissionalmente.
Assim, Joaquina tem direito a uma compensação por via da lei, pelo que a melhor
amiga parece ter
alguma razão, na primeira parte. Mas quanto à forma de pagamento, é necessário
atender ao art.º 1676.º,
n.º 3 do CC.
O crédito existe, mas esse só é pago no momento da partilha dos bens do casal, a
não ser que vigore o. regime da separação. Joaquina e Matias casaram no regime da
comunhão de adquiridos.
Assim, Joaquina tem direito a compensação, mas essa só será atribuída mediante
uma eventual partilha de bens do casal.
Importa ainda o art.º 1689.º, n.º 3 do CC (fazer remissão do art.º 1676.º, n.º 3 do
CC): “Os créditos de cada um dos cônjuges sobre o outro são pagos pela meação do
cônjuge devedor no património comum; mas, não existindo bens comuns, ou sendo
estes insuficientes, respondem os bens próprios do cônjuge devedor”.
Assim, a melhor amiga não tem razão na totalidade porque embora Joaquina tenha
direito a compensação, esse pagamento não é mensal.
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Luís Monteiro a91497
Resposta:
O enunciado começa por dizer que os cônjuges casaram sem convenção antenupcial,
o que significa que no que diz respeito ao regime de bens que vai ser aplicado ao seu
casamento, aplica-se um regime de bens supletivo indicado no art.º 1717.º do CC (“Na
falta de convenção antenupcial, ou no caso de caducidade, invalidade ou ineficácia da
convenção, o casamento considera-se celebrado sob o regime da comunhão de
adquiridos”).
Quando não há convenção antenupcial, consideram-se os cônjuges casados no
regime da comunhão de adquiridos.
Nem sempre foi assim (isto acontece desde 1977 – data da entrada em vigor do atual
CC). Até lá, consideravam-se casados no regime da comunhão geral de bens.
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Luís Monteiro a91497
Esta ideia resulta do art.º 2.º do Decreto-lei 47344 (aprova o Código Civil). É
importante por causa da data do casamento!
O regime da comunhão de adquiridos está previsto nos artigos 1721.º e seguintes do
CC.
Quanto à escolha do regime de bens, o art.º 1698.º do CC dispõe que os esposos
podem fixar livremente, em convenção antenupcial, o regime de bens do casamento
escolhendo um dos regimes previstos na Lei ou estabelecer o que quisessem dentro
dos limites da lei (ex.: 1699.º, CC).
No caso concreto, os cônjuges escolheram celebrar o casamento sem convenção
antenupcial, logo, escolheram o regime da comunhão de adquiridos.
Neste regime, podem-se ter bens próprios ou bens comuns.
Para perceber se a Berta poderia ter disposto dos bens em causa, é necessário
perceber se esses bens são próprios ou comuns.
Nos termos do art.º 1722.º, al. a) do CC, são bens próprios dos cônjuges os bens que
cada um deles tiver à data da celebração do casamento.
O António levou para o casamento a máquina de escrever, a máquina de costura e
um automóvel, o que significa que já os tinha antes do casamento. Por conseguinte,
estão em causa bens próprios do António.
No que diz respeito à disposição de bens móveis no âmbito do casamento, o art.º
1682.º do CC estipula a regra de que quem administra o bem pode dispor deles. Assim,
é necessário perceber quem é que administra cada um destes bens para perceber se a
Berta pode dispor deles.
É o art.º 1678.º do CC que prevê quem é que administra determinado bem. O n.º 1
consagra a regra da administração singular; o n.º 3 consagra a regra da administração
conjunta; e o n.º 2 consagra exceções à regra da administração singular.
É necessário atender a cada um dos bens e perceber se cai em alguma das regras ou
nas exceções.
A máquina de escrever é um bem próprio do António e é utilizado exclusivamente
por este para os seus trabalhos de jornalismo.
Não cai em nenhuma das exceções (n.º 2), pelo que se aplica a regra da
administração singular dos bens
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Luís Monteiro a91497
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Luís Monteiro a91497
O automóvel não pode ser incluído neste conceito de recheio da casa, pelo que não
se pode considerar como um bem que deve ser encaixado nos termos do art.º 1682.º,
n.º 3, al. a) do CC. Não é um bem móvel abrangido pela vida do lar.
Assim, aplica-se o art.º 1682.º, n.º 2 do CC. É o António que tem legitimidade para
alienar ou dispor do automóvel.
Assim sendo, Berta não tinha legitimidade para vender sozinha nenhum dos bens
(para um deles precisava de consentimento, mas nem o teve).
Quanto ao consentimento para a venda da máquina de costura está em causa um
consentimento específico, previsto no art.º 1684.º do CC: consentimento conjugal.
Art.º 1684.º, CC – 1. O consentimento conjugal, nos casos em que é legalmente
exigido, deve ser especial para cada um dos actos [o consentimento deve ser
específico para cada um dos atos]. 2. A forma do consentimento é a exigida para a
procuração [a forma exigida para a procuração é a forma exigida para a celebração do
negócio jurídico – art.º 262.º, CC]. 3. O consentimento pode ser judicialmente suprido,
havendo injusta recusa, ou impossibilidade, por qualquer causa, de o prestar [remissão
para os artigos 1000.º e seguintes do CPC].
É necessário perceber qual é a consequência jurídica associada a cada um dos
negócios celebrados por Berta.
Está-se aqui no domínio das ilegitimidades conjugais, previstas no art.º 1687.º do CC:
ou os negócios jurídicos serão anuláveis ou serão nulos.
No caso da máquina de escrever, não há nenhuma relação da Berta com o bem, pelo
que se aplica o art.º 1687.º, n.º 4 do CC (à alienação ou oneração de bens próprios do
outro cônjuge, feita sem legitimidade, são aplicáveis as regras relativas à alienação de
coisa alheia) [fazer remissão do art.º 1687.º, n.º 4 do CC para o art.º 892.º do CC
(venda de coisa alheia)]. Por conseguinte, nos termos dos artigos 892.º e 1687.º, n.º 4
do CC.
O mesmo sucede no caso da venda do automóvel: o negócio é nulo ao abrigo dos
artigos 892.º e 1687.º, n.º 4 do CC.
Quanto à nulidade, importa o regime previsto no art.º 286.º do CC: invocável a todo
o tempo por qualquer interessado quanto à máquina de costura, a questão é
diferente: Berta tinha relação jurídica com o bem (administração). Assim, aplica-se o
art.º 1687.º, n.º 1 do CC (no caso concreto, por ser um ato praticado contra o disposto
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Luís Monteiro a91497
Eduardo, de 61 anos, casa com Maria, de 55 anos. Pouco depois, compra um prédio
onde o casal passa a viver. Tendo perdido dinheiro ao jogo, Eduardo hipoteca o prédio
sem dar conhecimento à mulher. Esta fica a saber do sucedido dois anos depois.
Resposta:
Não nos é dito se casaram com ou sem convenção convenção antinupcial, devemos
assumir que não houve convenção antenupcial.
. os cônjuges podem fixar o regime de casamento – princípio da liberdade de
convenção nupcial -1698º
. nada nos é dito
. Eduardo tem 61 anos – quando é mais de 60 anos aplica-se sempre o regime de
separação de bens – artigo 1720ºnº1 b) do CC – não vigora aqui o princípio da escolha
da convenção nupcial – o interesse é não poder casar pelo interesse patrimonial. Esta
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Luís Monteiro a91497
norma existe há quase 50 anos. Quando esta norma entrou em vigor, 60 anos era uma
idade avançada. Agora com 60 anos, a expectativa de vida não é terminal, para se
considerar que se esteja a celebrar um casamento somente por interesse patrimonial.
. O cônjuge é sempre herdeiro legitimário independentemente do regime de bens
Nota: esta norma como está redigida, poderia fazer uma ressalva e elevar esta idade
dos 60 anos – há quem considerar que esta norma é inconstitucional
. Neste caso não temos uma alienação, temos uma oneração, vamos ter de. perceber.
Se. Eduardo poderia onerar da forma como o fez, sem o consentimento de Maria;
. estamos perante um bem imóvel – será aqui uma casa de morada de família – de
Eduardo e de Maria – dever de coabitação, no qual se formula a sua vida conjugal e
familiar.
. O Eduardo onerou a sua cada de morada de família. – O legislador confere uma
proteção especial a casas de morada de família, logo haverá uma proteção acrescida –
dever de coabitação.
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Luís Monteiro a91497
II
Já enquanto solteira, Josefina começara a tratar do seu enxoval. Entre outras coisas úteis
comprou também um aspirador. Numa certa altura casou com Florival, agente comercial
em Lisboa, sem ter pensado sequer em fazer uma escritura antenupcial, levando todo o
seu enxoval para o casamento.
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Luís Monteiro a91497
Num fim-de-semana levou o aspirador para Lisboa com o propósito de fazer uma
limpeza profunda ao seu apartamento. Desapontado com o fraco poder de sucção do
aparelho, resolveu vender o mesmo a um comerciante, que julgava que Florival era
solteiro. Mais tarde vendeu também o apartamento, pois estava cansado de fazer aí os
trabalhos de casa e passou a viver numa residencial.
Pouco tempo depois, Josefina resolveu visitar o marido em Lisboa e, então, ficou a
saber das duas vendas efetuadas por Florival.
Resposta:
Não há idade, logo temos de considerar que nenhum tem mais de 60 anos.
. Quando a. este regime ao contrário da separação tanto. Existem bens próprios como
existem bens comuns -a artigo 1722º e 1723 e bens comuns estão previsto no artigo
1724º do CC.
. O artigo vai ser igual - quais foram os bens vendidos? – o aspirador e o apartamento
em Lisboa.
. artigo 1722º ºn1 a) – os bens que. Cada um dos cônjuges que cada um tiver à data do
casamento – serão bens próprios.
. Quando aos bens moveis quem administra pode dispor desses mesmos bens – quem
administra o aspirador e o apartamento.
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Luís Monteiro a91497
. aspirador é bem móvel – quem administra pode dispor – 1682º, poderia ser vendido
por F? – não tinha legitimidade para vender o aspirador – artigo 1682ºnº2. Poderia
dispor livremente, Josefina? Ainda que seja proprietário tínhamos de aplicar o
1682ºnº3 – carece do consentimento de ambos os cônjuges pois é um bem movel
utilizado pelos cônjuges no dia-a-dia – artigo 2103 c) do CC – EFETUAR REMISSÃO
conceito de recheio.
Se fosse josefina a vender o aspirador a resposta era diferente – poderia vender mas
teria de haver. Consentimento – artigo 1687ºnº1 + 1682ºnº3 a)
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Luís Monteiro a91497
RESPOSTA:
. apartamento = F
. aspirador = J
14/12/2022
49
Luís Monteiro a91497
Resposta:
A primeira coisa neste tipo é perceber o regime de bens que a Francisca e o Ernesto
casaram – o casamento considera-se no regime supletivo do regime da comunhão de
adquiridos – artigo 1717º do CC – regime supletivo desde 1967 – artigo 2º do DL47344
Alienação de bens moveis a regra é do 1682º - quem administra o bem pode dispor do
mesmo.
Francisca administra e dispõe dos bens – 1682ºnº2. Logo, terá legitimidade para
alienar/vender os seus bens.
b) Como a receita obtida por esta venda se revelou insuficiente para financiar a
aquisição de novos equipamentos, Francisca pede e obtém um empréstimo
de 5000€ de uma instituição bancária. Quem responde pela dívida e quais os
bens responsáveis?
Resposta:
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Luís Monteiro a91497
Para ver se uma dívida é comum ou não devemos enquadrar no artigo 1691º- a alínea
d) podemos afastar já porque a divida não é comercial;
Neste caso:
51
Luís Monteiro a91497
Ou seja, temos de olhar para a natureza dos encargos se é uma divida normal,
mas também pesa o valor da dívida. Valor que é estabelecido pelo padrão de
vida daquela família -artigo 1671ºnº2 do CC. Não podem ser dívidas
manifestamente excessivas, porque senão não podem ser consideradas comuns
ao abrigo da alínea b) a não ser que seja ao abrigo da sua essencialidade (por
exemplo: um casal que repara um carro muito caro, se o carro for muito caro e
o carro for essencial, vamos estar perante uma dívida excessiva, mas ainda será
considerada comum) – ISTO QUANTO AO VALOR DA DÍVIDA
Nestes termos a divida também não poderá ser considerada comum ao abrigo
desta alínea b)
Num segundo plano, devemos perceber se para a pessoa do cônjuge havia um fim
de proveito comum, mas ao mesmo tempo devemos também analisar a intenção
objetiva, temos de fazer o exercício: poderá ser contraída, objetivamente, em
proveito comum do casal – devemos fazer uma análise casuística. O proveito
comum pode ser económico material, mas também releva para o proveito comum
moral ou intelectual.
52
Luís Monteiro a91497
O produto do trabalho dos cônjuges soa um bem comum – artigo 1724º do CC- F
contraiu divida para comprar equipamento, para explorar melhor a exploração
agrícola para obter mais rendimentos. Ernesto vai beneficiar, indiretamente, obter
mais rendimento através da exploração de Francisca.
Esta dívida de 5000€ será comum nos termos do artigo 1691º nº1 c) do CC.
Pelas dividas que são de ambos os cônjuges, respondem os bens comuns do casal -
artigo 1695ºnº1 - respondem os bens comuns do casal e na falta e insuficiência destes,
os bens comuns de ambos os cônjuges. SOLIDARIAMENTE- REMISSAO ARTIGO
512º513º- O credor pode pedir a totalidade a um ou a outro da dívida à sua opção.
Artigo 1697º - quando respondem por uma divida comum, respondem só um deles, um
cônjuge torna-se credor do outro – este crédito só e exigível no momento dos bens do
casal.
1696ºnº1 – que bens respondem por estas dívidas – bens próprios e na sua falta a
sua meação dos bens comuns.
53
Luís Monteiro a91497
Se responderem bens comuns – artigo 1697ºnº2 do CC. Sempre que por dividas da
exclusiva responsabilidade; (parte final incompleta).
II
Resposta:
INTRODUÇÃO:
1698º do CC
Neste caso pratico, ainda que pareça que João n ao estava a interferir e me nada-
artigo 1677º - os cônjuges podem exercer a profissão que quiserem sem necessidade
do consentimento do outro. – é um reflexo do princípio constitucional da igualdade
entre os cônjuges- artigo 1671º do CC e artigo 36º da CRP.
DESENVOLVIMENTO:
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Luís Monteiro a91497
Para que a dívida possa ser considerada comum temos de percorrer todas as alíneas
do artigo 1691º do CC:
“d) As dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges no exercício do comércio, salvo se
vigorar entre eles o regime da separação de bens;”
Estas são ambas presunções ilidíveis o cônjuge pode combater esta presunção.
Para além disso J, ainda se poderia defender tentando ilidir a presunção de que a
divida foi contraída em proveito comum do casal.
Seria difícil para João ilidir esta presunção que a dívida seria um bem comum do casal.
55
Luís Monteiro a91497
Mas os credor preferem ir pela alínea d), porque aqui presume-se o proveito comum ao
passo que a alínea c) têm de alegar existir proveito comum.
Artigo 1695ºnº1- quando são dividas dos ambos os cônjuges são os bens comuns do
casal e na falta deles, os bens próprios. - Devemos referir aqui e fazer a remissão para
a responsabilidade do artigo 51 – artigo 1697º Só é exigível no momento da partilha
dos bens do casal a não ser que o vigore o regime da separação.
2º semestre
Aula TP 22/2/2023
patriciasousaborges@direito.uminho.pt
I CASO PRATICO 11
Leonilde casou com Filipe sem convenção antenupcial. De entre os bens que leva para o
casamento encontram-se um terreno para construção, um terço de uma herança indivisa e
metade de um prédio rústico. Além disso possui uma coleção valiosa de peças de porcelana.
Após a celebração do casamento, Leonilde adquire a outra metade do prédio rústico e procede à
partilha dos bens da herança. A seguir vende o terreno para construção, aplica o dinheiro da
venda em ações e, depois de estas terem valorizado muito, aliena-as e compra novamente um
terreno para construção. A coleção de porcelanas é trocada por joias.
Por ocasião da partilha, na sequência do divórcio, Leonilde reclama para si todas estas
aquisições. Terá razão?
Resposta:
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Luís Monteiro a91497
Aqui não há convenção antenupcial – regime supletivo de bens 1717ºdo CC que é o regime da
comunhão de adquiridos.
O regime da comunhão de adquiridos está no 1721º e seguintes – 1698º - qualquer pessoa pode
escolher o regime de bens que quer aplicar ao casamento, sem prejuízo de existirem limites e
exceções à própria elaboração da convenção antenupcial – não pode haver clausulas contrárias.
(VER O ARTIGO – apesar da liberdade, existem limites 1699º)
LEONILDE:
Após o casamento quer adquirir a outra metade do prédio rustico e, depois de casar, também
procedeu à partilha da herança – depois de casar vendeu o terreno e comprou ações. Depois
disso ainda voltou a ações e comprou o terreno.
Quando temos um bem devemos identificar a titularidade dos bens – se estes são comuns ou
próprios de Leonilde.
Leonilde e Filipe casaram sem convenção antenupcial sem prejuízo de nos termos do 1698º há
uma liberdade com as limitações do 1699º. – podem fixar o regime de bens quer escolhendo os
previstos na lei quer estipulando o que for necessário.
Vigora o regime supletivo de bens, de acordo com o artigo 1617º - o regime de comunhão de
adquiridos esta previsto nos artigo 1721º e seguinte. SE SAIR A COMUNHAO DE
ADQUIRIDOS – DEVEMOS FAZER UMA EXPOSIÇÃO RELATIVA AO REGIME – NOS
termos do 1722 são bens próprios dos cônjuges aqueles que cada u m tiver ao tempo da
celebração do casamento (1722ºnº1 a) – os bens que lhe advierem a titulo gratuito (sucessão b)
– e os bens adquiridos na constância do casamento em virtude do direito próprio anterior –
alínea c) nº1 e nº2.
Os bens adquiridos na constância do matrimonio e de direito anterior são próprios – temos de.
ver no nº2 exemplo. 1722 nº2
O 1723 fala dos bens subrogados no lugar dos bens próprios e que, portanto, se mantêm na
esfera daquele cônjuge - quando há uma troca direta. O produto resultante de uma venda direta
(ex: vender carro por casa – a casatambém será um bem própria).
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Luís Monteiro a91497
1724º - fala dos bens que foram integrados na comunhão (produto do trabalho ou dos produtos
adquiridos na constância do casamento).
Terreno para construção- tendo sido adquirido por Leonilde em momento anterior ao
casamento, este é um bem próprio desta nos termos do artigo 1722ºnº1 a). Na
constância do casamento, a Leonilde decide vender aquele terreno. Sendo bem imóvel,
precisará do consentimento de Filipe- 1682ºa) – alienar esse terreno necessita do
consentimento do outro cônjuge – a forma deste consentimento está prevista no 1684º,
o negócio poderá ser anulável caso filipe não tivesse dado o consentimento – 1687º
A outra doutrina diz que podemos fazer prova no momento do divorcio que o bem é
próprio - entre os cônjuges mesmo que não. Haja documento pode ser feito no
momento. Da partilha. - A LEI E MAIS PERMISSIVA COM OS CONJUGES
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Luís Monteiro a91497
Quanto aos credores -interesses de credores se estiver isto em causa, o bem será
considerado comum, porque deveria ter existido um documento escrito e não existiu –
nesta ótica servirá para proteger os credores.
3º tese (não é propriamente. Uma tese, pois vem a apoiar a posição do prof guilherme
oliveira) acórdão uniformizador de justiça.nº12/2015 -relator Ramos?? Se só estiverem
em causa interesses dos cônjuges nada obsta em que em momento posterior a compra
se consiga fazer prova da titularidade do bem. Todavia, caso não se consiga fazer essa
prova o bem será considerado um bem comum.
Depois das ações, Leonilde. Compra o terreno e o terreno será dela ou será comum?
Se ela no momento em que adquiriu terreno testa que foi dinheiro próprio. Então será
um bem próprio do terreno 1723 alínea c).
Será um bem próprio por força do artigo – a herança veio antes – 1722º - DEPOIS DO
CASAMENTO- só aplicamos a alínea b) quando esse direito nasce depois do
casamento. 1722º c) os bens adquiridos na constância do matrimonio em virtude de um
direito anterior, ela constitui-se na esfera em momento anterior – consideram-se
adquiridos em consequência de direitos anteriores. A herança que vier a entrar no
momento da partilha é um bem próprio de Leonilde por força do 1722ºnº1 c) e nº2 a).
A metade do prédio rustico era um bem levado para casamento logo era um bem
próprio - 1722º a).
Ela compra esta metade do terreno e ate compra com dinheiro que seria dos dois,
aquela metade continua a ser própria dela. Mas se houver divórcio, aquela metade
será. Para um ou para outro a titularidade será dela, mas o cônjuge poderá ter um
direito de crédito.
Ela já tendo uma parte e adquire a outra fica só ela – 1727º, querendo ela ficar com a
titularidade do bem. A titularidade da outra metade será só de Leonilde. Noutro caso,
filipe poderia ser titular de um direito de crédito.
59
Luís Monteiro a91497
As peças de porcelana de quem são? 1722 a) quando Leonilde casa, as joias são um
bem próprio, após o casamento ela troca estas peças por joias. Tratando-se por uma
troca direta, as joias serão também um bem próprio nos termos do artigo 1723ºnº1 a).
Temos de ver sempre o regime de casamento, depois temos de. ver o que vai para o
casamento e definir a titularidade. Desses bens, depois temos de ver quem administra e
pode dispor seja por culpa das sanções que podem ocorrer. Depois temos de ver o que
é que o ela leva e o que faz com o que levou – se é uma venda se é uma nova aquisição.
Temos de ver se é salvaguardada a titularidade comum.
Este momento sucede por ocasião da partilha em consequência do divórcio nos termos
dos artigo 1688º e 1689º.
1689º - cessando estas, recebem os. bens proprios ou a ??? ver melhor
II
Duarte e Maria Francisca, apesar da insistência de amigos comuns em contrário, casaram sem
convenção antenupcial.
De entre os bens que Maria Francisca leva para o casamento encontram-se um apartamento de
cobertura na cidade de Braga, metade de um prédio rústico, um BMW Z8 e várias e valiosas
joias da Cartier.
Após a celebração do casamento, Maria Francisca adquire a outra metade do prédio rústico.
Resolveu também vender o apartamento e, com o dinheiro obtido, comprou um outro com
melhor localização que, passado algum tempo, acabou por vender e comprou um terreno para
construção, aliás mais valioso.
Para além disso, o BMW Z8 foi trocado por um BMW serie 7 e algumas das joias foram
vendidas. A quem pertencem os bens e os valores adquiridos por meio dos negócios em causa?
Respostas:
Assim sendo, o apartamento a metado do predio rustico e o BMW são bens rorpios
poissao adquiridos em momento anterior ao casamento – 1722ºnº1. A)
60
Luís Monteiro a91497
E um bem próprio dela por força dos. Artigo 1722º nº1 c) e 1722º nº2 – NOTA SÓ
PDOEMOS IR AO N´2 depois de irmos ao 1722ºnº1 c) (remissão para o 409 do direito
de preferência)+ 1727º. – em prejuízo de uma eventual indemnização do cônjuge que
será realizada no momento da partilha.
Quanto ao facto de ter adquirido um novo apartamento: 1723º c) -cumpre aferir se. No
momento da aquisição, foi elaborado documento a testar a proveniência do dinheiro.
O 1726º os. bens adquiridos. Em parte com dinheiro ou bens próprios de um dos
cônjuge e a outra parte de bens comuns, revestem a natureza da parte maior – o
apartamento era dela – se a maior parte fosse dela será um bem próprio senão seria
um bem comum ( se a maior parte do dinheiro fosse comum). Ex: se o novo terreno
custasse 200-000 e ela so tivesse 50.000 teve de ir buscar 150 aos bens comuns, logo a
percentagem diz que o dinheiro investido é maior comum do que próprio logo poderia
ser um bem comum.
1723º - é uma troca direita é um bem sub-rogado no lugar dos bens próprios.
As joias era um produto do casamento, logo mesmo que proceda a sua venda, a
constância do casamento, o produto dessa venda será considerado bem proprio nos
termos do artigo 1723º b)
Tendo. Legitimidade poderia alienar estas joias, visto que as joias eram um bem
próprio dela antes da celiberação do casasmento
61
Luís Monteiro a91497
AULA TP – 1/3/2023
I – caso 12
Bernardo está preocupado com uma possível dissipação do património e, não querendo
pôr termo ao casamento, não sabe o que poderá fazer.
Quid iuris?
RESPOSTA:
Uma coisa é a simples separação judicial de bens – é judicial, logo vai correr no tribunal
envolve um litígio e é simples separação judicial de bens, logo está a restringir apenas
bens. Ou seja, todos os efeitos pessoais se mantêm na íntegra – temos de questionar se
há bens comuns.
Em que regime casaram para haver património comum – se não houver não é possível
requerer a separação judicial de bens.
Neste caso, apenas é desejada a separação judicial de bens, logo – separação judicial
de bens. Isto não afeta os efeitos pessoais do casamento, mantêm-se desde a data de
celebração do casamento.
É feita a partilha do património comum do casal e cada um tem os deus bens próprios
e é irrevogável.
RESPOSTA:
Tendo casado no regime supletivo – 1717º significa que estão casados nos regime de
comunhão de adquiridos – artigo 1721º e seguintes.
Todavia, no caso concreto, o B quer modificar a relação matrimonial, ou seja, não quer
extinguir definitivamente o casamento, por outro lado quer restringir a sua mudança
aos efeitos patrimoniais. Portanto, terá de requerer, em tribunal, artigo 1768º, visto
que tem legitimidade 1769º, uma ação de simples separação judicial de bens nos
termos do artigo 1767º, desde que estejam preenchidos os 3 pressupostos. O primeiro
pressuposto é estar em risco de perder (SIGNIFICA QUE NÃO PDOE EXISTIR APENAS UM
RISCO, TRATA -SE DE UMA MEDIDA PREVENTIVA, PRESSUPÕE UMA AMEAÇA E NÃO A
CONSUMAÇAÕ DA AMEAÇA)
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Luís Monteiro a91497
Neste caso como começou a postar grandes quantias, parece que a ação poderia ser
julgada procedente- nos termos do 1770ºdo CC após o trânsito em julgado e decretada
a separação judicial de bens o regime matrimonial será o da separação, sendo
realizada a partilha do património comum do casamento.
A partir desse momento passam a existir dois patrimónios autónomos, não existem
bens comuns e cada um dos cônjuges terá os seus bens próprios.
Por outro lado a simples separação de bens é irrevogável – 1771º e é também uma
exceção ao princípio da imutabilidade das convenções antenupciais – artigo 1715º nº1
B).
Apenas há uma subdivisão dos divórcios por mutuo consentimento quanto aos
acordos complementares.
No 1781º - tem de haver uma causa de rutura com base em certos fundamentos.
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Luís Monteiro a91497
65
Luís Monteiro a91497
II
Antónia e Belmiro casaram em 2005 sem convenção antenupcial, vivem numa casa
arrendada e têm dois gatos, o Tufão e o Furacão.
Em virtude de Antónia não querer ter filhos - e por ter sucessivas ligações amorosas
com colegas de trabalho -, o casal passou a ter discussões constantes e a fazer vidas
separadas.
Na sequência da última discussão, ambos decidem que é inviável uma vida em comum e
pretendem pôr termo definitivo ao casamento.
RESPOSTA:
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Luís Monteiro a91497
2.É um direito pessoal – é ao próprio que cabe intentar a perspetiva ação sem
prejuízo dos herdeiros poderem prosseguir na ação. Uma coisa é falecer na
pendencia na ação outra é para propor.
3.irrenunciavel – devemos considerar que o direito ao divórico é irrenunciável, seja
no momento anterior à celebração do casamento seja no momento posterior.
No que respeita às modalidades do divórcio estas estão previstas no 1773º, onde está
prevista a modalidade do divorcio por mutuo consentimento e sem consentimento do
outro cônjuge – 1773º nº1.
No que respeita ao divorcio por mutuo consentimento, ambos os cônjuges, têm de ter
o propósito de se divorciar, porém esta modalidade subdivide-se, existindo o divórcio
por mutuo consentimento administrativo (que corre na conservatória do registo civil) e
aqui os cônjuges estão acordados quanto ao divórcio e quanto aos assuntos referidos
no artigo 1775º. Por outro lado, o divorcio por mutuo consentimento judicial corre no
tribunal e os cônjuges estão acordados quanto ao divórcio, mas não quanto aos
assuntos previsto no artigo 1775º do CC, como estabelece o 1773ºnº2 do CC.
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Luís Monteiro a91497
relação matrimonial e, portanto, deverá ser proposta uma ação de divórcio por mútuo
consentimento nos termo do 1773ºnº2.
Neste caso, o enunciado não nos dá dados logo temos de equacionar as duas
situações:
- artigo 1775º
Artigo 1775.º - (Requerimento e instrução do processo na conservatória do
registo civil)
2. Caso outra coisa não resulte dos documentos apresentados, entende-se que os
acordos se destinam tanto ao período da pendência do processo como ao período
posterior.
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Luís Monteiro a91497
D)devemos considerar que a casa de morada de família tanto pode ser adquirida como
arrendada.
F) o destino dos animais de companhia vai se relacionar com este caso.
Tem de estar acordados quanto à intenção de se divorciar como aos acordos do 1775º.
Neste caso, quais seriam os acordos que os cônjuges teriam de apresentar na
conservatória.
Artigo 1776º nº3 – com a conservatória do registo civil são produzidos os efeitos de
uma sentença normal.
Caso A e B só estivessem acordados quanto ao divórcio mas não existisse entre eles
quanto alguns assuntos do 1775º então, apesar do divórcio continuar a ser um divórcio
por mutuo consentimento, passará a ser judicial e correrá no tribunal – 1773ºnº2.
Caso assim fosse, estaríamos na via judicial e caberia ao juiz decidir quanto a essas
questões complementares. – artigo 1778º a) (corre no tribunal) + 1773º+
1776º(conservatória) – DEVEMOS EFETUAR AS REMISSÕES.
Recebido o requerimento do divorcio o juiz vai analisar a factualidade alegada pelas
partes.
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Luís Monteiro a91497
No caso concreto no que respeita À casa de morada de família, esta era arrendada, e
portanto, o juiz iria socorrer-se do disposto no artigo 1105º do CC, caso a casa fosse
própria, o juiz iria socorrer-se do artigo 1793º - no caso concreto.
Artigo 1105º:
Artigo 1105.º - (Comunicabilidade e transmissão em vida para o cônjuge)
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Luís Monteiro a91497
Agora sobre o destino dos animais de companhia: o tribunal iria ter em consideração –
1793º- A :
Artigo 1793.º-A - (Animais de companhia)
Neste caso o destino o juiz vai atender aos interesses de cada um dos cônjuges aos
filhos do casal e o bem-estar animal.
Esta decisão do destino – o juiz tem sempre em consideração os interesses e as
propostas dos cônjuges – 1778º.
1. b) Suponha agora que Antónia e Belmiro têm dois filhos: Ana, de cinco anos, e
Bruno de oito. Quid iuris?
RESPOSTA:
Alem dos acordos que tínhamos falado na resposta anterior, passamos a ter aqui dois
filhos menores e para que haja divórcio por mútuo consentimento, os cônjuges terão
de entregar o acordo previsto na alínea b) do artigo 1776º- este acordo relacionado
com princípio do superior interesse das crianças.
É necessário que o ministério publico acautele se o acordo privilegie ao superior
interesse das crianças- o divórcio entra na mesma na conservatória e se existirem filhos
menores e se existir acordo sobre os filhos menores este sobe a apreciação do tribunal
– remissão do 1775ºnº1b) + 1776º -A do CC.
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Luís Monteiro a91497
Se o acordo estiver mal feito profere despacho , convida os pais a alterar, voltam a
corrigir, volta à conservatória e é marcada a CONFERÊNCIA ?.
O processo de divorcio sai da conservatória e passa a ser tramitado no tribunal o
divorico por mutuo consentimento administrativo pode converter-se num divórcio por
mutuo consentimento judicial.
Aula tp – 8/3/2023
RESPOSTA:
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Luís Monteiro a91497
Neste caso de Antónia e Belmiro tinham que chegar a acordo quanto à necessidade ou
não da proteção de alimentos – alínea c) do 1775º. Os acordos quanto à obrigação de
alimentos encontram-se junto da panóplia de acordos que têm de entrar na
conservatória.
Em abstrato, teria ou não direito a alimentos? – mesmo com o divorcio pode perdurar
este dever de assistência. Prestação de alimentos que tenha a mesma qualidade de
vida que mantinha no casamento – será possível? Em princípio esta qualidade de vida
não será obrigado a prestar nos termos do artigo. Em regra, após o divórcio cada um
dos cônjuges deve sustentar-se 2016ºA.
Muitas vezes quando juntamos o 1775 c) – os cônjuges prescindem mutuamente de
alimentos.
Esta prestação e medida dos alimentos é arbitraria? – artigo 2004º , esta prestação
tem de ser feita proporcionalmente – os alimentos devem ser dados tendo em conta os
meios daqueles que prestam, mas também temos de olhar para a necessidade para a
necessidade daqueles que os recebe – capacidade de quem presta + necessidade de
quem recebe.
CARACTERIZAÇÃO TEORICA:
Os alimentos revestem carater patrimonial e periódico – artigo 2005º nº1 – prestações
pecuniárias mensais.
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Luís Monteiro a91497
Belmiro tem direito a esta pensão de alimentos? Pode ter direito, mas não tem o
direito a exigira a manutenção da vida que tinha à data do casamento – nos termos do
2016ºA- na fixação do montante de alimentos o tribunal deve ter em conta
determinadas circunstâncias – duração do casamento, economia do casal, idade dos
cônjuges...
O cônjuge credor não pode exigir o nível de vida de que tinha à data.
I caso pratico 13
Em 2020, Artur sai definitivamente do lar conjugal ao desconfiar que Maria mantinha,
há já alguns anos, uma relação extramatrimonial. Desde então passou a viver com
Beatriz, sua secretária na empresa em que trabalha.
Tomando conhecimento de tal facto, Maria pretende terminar o seu casamento e, para
esse efeito, intenta uma ação de divórcio.
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Luís Monteiro a91497
RESPOSTA:
Neste caso temos o Artur e a Maria – a Maria quer terminar o casamento e intenta uma
ação de divórcio. Temos uma situação de divórcio sem o consentimento do outro
cônjuge – prevista no artigo 1773ºnº3.
Este tipo de divórcio é proposto por um dos cônjuges contra o outro sendo certo, porém,
que é necessário a existência de uma causa objetiva. Não há divorcio só porque sim ou
não – tem de haver uma causa justificativa! Que tipo de causas justificativas objetivas
podem ser fundamentadoras de divórcio – as causas objetivas estão no 1781º - FAZER
A REMISSÃO PARA ESTE ARTIGO.
No caso em concreta Maria propõe o divórcio sendo que necessita de alegar e provar
uma causa objetiva.
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Luís Monteiro a91497
consecutivo, a maria poderá enquadrar o seu pedido nos termos da alínea a) do 1781º.
(separação de facto)
No caso, pode pedir de acordo com o 1781º desde que estejam os elementos do 1782º -
elemento objetivo (não se verificar a comunhão de vida (mesa, deleito, habitação há
mais de um ano ininterrupto) e o elemento subjetivo (ambos ou pelo menos de um deles
não ter a intenção de a estabelecer) – quando mais fundamentos alegar, mais
possibilidades há de ganhar a ação de divórcio.
No caso em concreto poderá estar em causa a violação ode deveres conjugais oque
poderá levar a que a Maria fundamente a sua ação de divórcio nos termos da alínea d)
do artigo 1781º. No caso concreto, parece que foi violado o dever de fidelidade
(VERTENTE POSITIVA OU NEGATIVA VER A DISTINÇÃO) – aqui foi violado o
dever de fidelidade quanto à sua modalidade negativa.
O enunciado diz-nos também que existiram agressões físicas e verbais – foi aqui
violado também o dever de respeito – 1671º, neste caso como não cabe na violação de
mais nenhum dever aplicamos o dever de respeito.
Dever de respeito:
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Luís Monteiro a91497
No caso concreto, o Artur agrediu a Maria, ou seja, violou o dever de respeito na sua
vertente negativa.
EM CONCLUSÃO,
No caso concreto, a Maria tem legitimidade para propor ação de divórcio sem
consentimento nos termos do artigo 1785º do CC. + 1781º - REMISSÃO MUITO
IMPORTANTE. (legitimidade)
1792º uma ação de responsabilidade civil – poderia haver ligar a atribuição ode uma
indemnização a Maria, sendo certo, porém que este pedido teria de ser formulado
numa ação autónoma – tal como impõe o 1792º, se for proposta uma ação de
responsabilidade civil extracontratual nos termos do artigo 483º, o lesado deverá
alegar a violação dos direitos de personalidade. No caso em concreto, qual era? –
artigo 70º direito geral de personalidade- esta ação só pode ser proposta pela violação
de deveres de personalidade e não pela simples violação dos deveres conjugais –
PODE SER MUITO IMPORTANTE.
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Luís Monteiro a91497
Há autores, como a prof. Cristina que diz que a simples violação de deveres conjugais
por si só já bastará para que haja uma causa para que seja atribuída uma
indemnização.
II
Alberto propôs em dezembro de 2017 uma ação de divórcio contra a mulher, Daniela,
acusando-a de, juntamente com o filho de ambos, Carlos, o ter agredido violentamente
em Novembro de 2017.
Na contestação, Daniela defende que o pedido não pode proceder, visto que se tratara
apenas de uma única agressão. Além disso, deduz reconvenção pedindo que seja
decretada a separação judicial de pessoas e bens contra o marido, o qual tem sido visto a
passear-se, em público, de mão dada, com uma mulher de mau porte.
RESPOSTA:
Em primeiro lugar devemos fazer toda a caracterização do direito de divórcio e todas
as suas modalidades (36º da CRP) direito pessoal potestativo irrenunciável – 1773º +
protocolo adicional de 1975.
1774º - mediação familiar – mesmo o divórcio sem consentimento
Neste caso temos uma das duas modalidades de divórcio – divórcio sem mútuo
consentimento.
Para propor a ação tinha de ter uma causa objetiva- neste caso devemos averiguar se
tinha ou não uma causa objetiva.
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Luís Monteiro a91497
1785º - teríamos aqui a questão da legitimidade e é ele que tem de alegar e PROVAR –
temos de considerar que também é preciso provar não basta alegar (relatórios
médicos, prova testemunhal).
O processo de divorcio 1779º - tem de ter a tramitação prevista nestes artigos, não
sendo possível tenta converter o divórcio em m mutuo consentimento – temos de referir
tudo no teste. – manter o propósito de se divorciar.
No. Divorcio antes de mandar a petição inicial chama a outra parte – para saber se se
mantém o propósito, depois pode converter o sem consentimento num com mútuo
consentimento.
Neste caso, ela CONSTESTOU, logo a conversão em mútuo não fora possível –
(contestação e reconvenção) – senão não teria contestado. – O divorcio é um processo
diferente.
Pede a separação de pessoas e bens: aqui podemos dizer separações de pessoas e bens
ao contrário de separação judicial de bens, porque esta pode correr na conservatória
ou no tribunal – enquanto a separação judicial de bens corre só no tribunal.
1795º CC - e possível por termo através da reconciliação, sendo que eta norma deve
ser harmonizada – 272/2001 de 13 de outubro – porque, o processo de reconciliação é
da competência exclusiva da conservatória do registo civil, cuja tramitação se encontra
prevista nos artigos 12 e 13 do referido decreto-lei.
Por ultimo, como se disse a separação de pessoas e bens termina também pelo divórcio
e diz-nos o 1795º d) que decorrido um ano sobre o transito em julgado da sentença que
tiver decretado a separação judicial de pessoas e bens, qualquer um dos cônjuges pode
requerer que a separação seja convertida em divórcio – não se pode passado um ano
pedir a convulsão – contudo se forem as duas pode ser em momento anterior. – também
será na divórcio, mas decretada a separação de pessoas e bens e passado 3 meses
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Luís Monteiro a91497
ambos chegam a conclusão que na ovale a pena, podem, logo, naquele momento, pedir
a conversão em divórcio.
CONCLUSÃO
No caso em concreto, tendo A pedido o divórcio alegando o conseguindo provar! a
causa objetiva supra identificada, parece-nos que a ação de divorcio seria julgada
procedente, por outro lado, caso conseguisse que o seu pedido fosse procedente então o
juiz iria decretar o divórcio – 1795ºnº2 do CC.
I – caso prático 14
Artur intentou uma ação de divórcio contra Caetana, alegando que: (i) Caetana passa
longas temporadas fora de casa, existindo uma separação entre ambos; (ii) Caetana
decidiu filiar-se num partido político que Artur não suporta, sendo frequentes as
discussões sobre matérias políticas, tornando a convivência entre ambos difícil; (iii)
Artur já não nutre por Caetana os mesmos sentimentos e entende que não há razão para
continuarem casados.
Caetana contesta alegando que: (i) As ausências são por períodos previamente
determinados e limitados no tempo, em virtude da sua atividade profissional de
treinadora de atletas de alta competição; (ii) A divergência política e a mudança de
sentimentos não consubstanciam motivos válidos para requerer o divórcio.
Quid iuris?
RESPOSTA:
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Luís Monteiro a91497
Assim sendo, quanto à separação de facto, parece-nos que essa alegação por parte de
Artur não será procedente e no que respeita ao fundamento objetivo da alínea d) do
artigo 1781º, tudo ficará dependente da prova objetiva que se viesse a realizar em
julgamento.
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Luís Monteiro a91497
II
Maria interpôs, em 20 de dezembro de 2018, ação de divórcio contra seu marido, João,
com o qual estava casada no regime de comunhão geral de bens. O divórcio foi
decretado em 27 de fevereiro de 2019.
Quid iuris?
RESPOSTA:
Nota : devemos fazer uma linha cronológica sempre que nos referimos ao divórcio.
Casaram no regime de comunhão geral de bens, o que significa que celebrar uma
convenção antenupcial – podiam fazer nos termos do 1698º com as limitações previstas
no 1699º - importante referir sempre !!
Maria e João quiseram fixar um regime de bens diferente do regime supletivo previsto
na lei, assim sendo – temos de apresentar sempre o regime.
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Luís Monteiro a91497
Nos temos do artigo 1732º, se o regime de bens for da comunhão geral, o património
comum é constituído por todos os bens presentes e futuros dos cônjuges. Sendo certo,
porem que o legislador dignificou no artigo 1783º os bens que são incomunicáveis- O
QUE É QUE ISTO SIGNIFICA- estes bens não saem da esfera do titular.
Se era um bem adquirido por um dos cônjuges antes de casar, depois de asar não
integra o património comum – continua na esfera de quem o cria alínea h), por
exemplo.
No caso concreto, o pai de João faleceu na pendência da ação, vamos ver o artigo
1789º - o divórcio extingue as relações pessoais e patrimoniais dos cônjuges. + 1788º.
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Luís Monteiro a91497
O que permite estar norma é que a ação em 200 se peça áqueos atos começam a contar
desta data, porque a partir desta data já não há comunhão de casal -se for provado que
não há separação de facto posso pedir ao juiz.
NO CASO CONCRETO:
Ela tem direito ou não? Já que ele faleceu na pendencia da ação. É um efeito
patrimonial pois produz-se desde a propositura da ação logo, não terá direito – se
tivesse falecido antes já teria. Se fosse direito pessoal teria direito pois é partir do
transito em julgado.
No que respeita aos efeitos pessoais, estes produzem-se a partir do transito em julgado
da sentença do divórcio – tal como ordena o nº1 do artigo 1789º. Já os efeitos
patrimoniais retroagem à data da propositura da ação. – como dispõe o nº1 do mesmo
receito legal.
No caso concreto, os efeitos do divórcio entre Maria e João, quanto aos pessoais
produzem-se a 27/2 e quanto aos patrimoniais a 20/2.
Todavia, no que respeita aos terceiros os efeitos do divórcio só se contam da data a
partir do registo da sentença – artigo nº3 do artigo 1789º.
Nota apenas para o caso da separação de facto que permite !!!! ao cônjuge que alega a
separação ode facto de requerer que os efeitos do divórcio retroajam a data da
celebração – artigo 1789ºnº2, sendo que no caso não se aplica. – BREVE
DEMONSTRAÇÃO TEORICA.
Como o pai do João faleceu após a propositura do ação do divórcio e uma vez que os
efeitos patrimoniais cessam a partir da data da propositura da ação, então, Maria
NÃO TERIA RAZÃO.
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Luís Monteiro a91497
Diga-se, ainda, que caso o pai do João tivesse falecido antes da propositura da ação,
aí sim Maria teria razão, sendo certo porém que a partilha seria sempre feita nos
termos do artigo 1790º, isto é, mesmo ele estando casado no regime da comunhão
geral, teriam de fazer a partilha, como se estivesse tratados no regime da comunhão de
adquiridos. De acordo com a prof Cristina dias é o valor da meação de cada um dos
cônjuges que vai cairas ou seja independentemente de estarem ou não casado na
comunhão geral de bens. A prof entende, portanto, que se impõe na partilha um regime
diverso do que aquele que os cônjuges tiveram intenção de estipular. Trata-se de uma
limitação sem justificação à liberdade contratual.
Passados dezanove anos João recebe uma carta de Alice, onde esta lhe conta que é a sua
verdadeira mãe biológica mas que não o pretende assumir publicamente por nunca ter
sido casada.
Enfurecido com ambas, João pretende que Alice conste como sua mãe no registo. Quid
iuris?
RESPOSTA:
Ana, de 15 anos, encontra um recém-nascido e regista-o (tendo em conta que lhe deu
um nome: João Benvindo). Ao mesmo tempo que faz a declaração de nascimento, faz a
declaração de maternidade.
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Luís Monteiro a91497
Alice escreveu uma carta onde refere que é a verdadeira mãe. O João pode pedir à
Conservadora paracorrigir? Não pode, mesmo que não haja dúvidas (ex.: exame de
ADN). A Conservadora não irá acolher o pedido dele.
Se já existe um assento com um nome, é necessário limpar esse nome para depois
poder escrever outro. limpa-se através de uma ação de impugnação e se esta ação de
impugnação proceder, é possívelestabelecer a maternidade através de uma ação de
reconhecimento judicial da maternidade.
A declaração de maternidade pode variar caso a criança tenha menos de 1 ano ou mais
de ano. No primeiro caso, a conservatória avisa a mãe de que foi indicada como mãe
(art.º 1804.º do CC); após umano, a mãe é notificada para se pronunciar (art.º 1805.º do
CC).
Resposta:
Conforme impõe o art.º 1803.º do CC, aquele que declarar o nascimento deve, sempre
que possível, indicar a mãe (≠ declaração) e a maternidade deverá constar
obrigatoriamente no registo (n.º 2 do art.º 1803.º do CC – fazer remissão para o art.º 1.º,
n.º 1, al. a) do CRegCiv).
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Luís Monteiro a91497
No que respeita à idade da Ana (15 anos), esse dano também não é relevante para
efeitos de estabelecimento da maternidade, pois o legislador apenas exige capacidade
negocial de gozo para perfilhar, ou seja, os 16 anos (art.º 1850.º do CC). Portanto, a
idade da Ana é irrelevante para o estabelecimento da maternidade.
Refere o art.º 1807.º do CC que o João tem legitimidade para propor a ação sem
dependência de prazos.
Por outro lado, o legislador não concretizou uma norma específica para a legitimidade
passiva. E segundo o Prof. Guilherme Oliveira, não nos devemos socorrer da aplicação
da regra geral prevista no art.º 30.º do CPC, que obrigaria a propor a ação contra a mãe
enquanto titular da relação material controvertida. Mas sim, por aplicação analógica do
art.º 1846.º e 10.º do CC, deve-se demandar a mãe e a pretensa mãe.
Tendo a ação de impugnação sido julgada procedente, e não tendo existido declaração
de maternidade, poderá ser proposta uma ação de reconhecimento judicial da
maternidade nos termos do art.º 1814.º do CC [afasta-se o reconhecimento voluntário].
A legitimidade ativa para este reconhecimento judicial está prevista no art.º 1814.º do
CC. Cabe ao João a prova (mesmos métodos de prova acima identificados,
designadamente o art.º 1801.º do CC.
Quanto à legitimidade passiva, a ação deve ser proposta contra a pretensa mãe, nos
termos do art.º 1819.º n.º 1 do CC.
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Luís Monteiro a91497
esta ação. 1 Art.º 1796.º, n.º 1 do CC – Relativamente à mãe, a filiação resulta do facto
do nascimento e estabelece-se nos termos dos artigos1803.º a 1825.º
No que respeita à prova, o João, a quem cabia provar que nasceu da pretensa mãe
(art.º 1816.º, n.º 1 do CC), sempre poderia socorrer-se de uma presunção de
maternidade a favor de Alice, pois diz a al. b) do n.º 2 do art.º 1816.º do CC que a
maternidade se presume quando exista carta ou escrita no qual a pretensa mãe declare
inequivocamente a sua maternidade.
II
No verão passado, Antonieta deu à luz um menino a quem fez questão de dar o nome de
Bártolinho, em homenagem ao pai.
1. a) Quid Iuris?
RESPOSTA:
Antonieta e Bártolo têm dois filhos. Jacinta quer saber como se estabeleceu a
paternidade dos dois filhos.
89
Luís Monteiro a91497
O art.º 1796.º, n.º 2 do CC refere que sempre que a mãe for casada, aplica-se o art.º
1796.º, n.º 2, primeira parte do CC: se a criança nasce na constância do casamento
presume-se que o pai é marido da mãe (“presume-se” » remissão do art.º 1796.º, n.º 2,
1.ª parte para o art.º 1826.º do CC).
O art.º 1796.º, n.º 2, 2.ª parte do CC (“os casos de filiação fora do casamento,
estabelece-se pelo reconhecimento”) refere-se a “reconhecimento”, existindo dois
tipos: voluntário (fazer remissão para 1849.º) ou judicial (fazer remissão para 1869.º
do CC).
RESPOSTA
Lei da União de Facto – condições análogas à dos cônjuges (comunhão de mesa, leito
e habitação) + considerações teóricas
O art.º 1796.º é claro, fala no marido, e não em unido de facto. esta presunção é um
efeito do casamento (apenas).
Há doutrina que defende que também é uma limitação ao art.º 36.º, n.º 4 da CRP
(relacionada com a distinção dos filhos dentro ou fora do casamento).
90
Luís Monteiro a91497
Há doutrina que diz que não devido ao caráter informal da união de facto, que não
permite ao Estado aferir do início e do fim da relação de facto, a prova é muito
subjetiva (são os próprios a declarar) e há quem entenda que esta presunção só possa
operar no casamento.
No mês passado António descobre, na arrecadação da casa dos seus pais, um postal
dirigido a Amélia e escrito por Euclides, seu antigo vizinho, onde este assume ser o
verdadeiro pai de António e relata o intenso romance que viveu com Amélia de outubro
de 2014 a maio de 2015. António fica muito perturbado e começa a compreender
porque Manuel nunca o tratou da mesma forma que à sua irmã Inês.
RESPOSTA:
António descobre um postal em casa em que Euclides diz que é o verdadeiro pai de
António.
António quer ver estabelecida a verdade jurídica (o pai que está no papel não é o seu
verdadeiro pai).
A maternidade deriva do próprio parto biológico (nascimento), nos termos dos arts.º
1796.º, n.º 1 e 1803.º a 1825.º do CC
91
Luís Monteiro a91497
Quando os filhos nasceram, Amélia e Manuel já eram casados, pelo que nasceram na
constância do casamento (art.º 1796.º, n.º 2, 1.ª parte do CC).
Tal significa que vai atuar a presunção de paternidade (pater is est), que consta do
art.º 1796.º, n.º 2 do CC e do art.º 1826.º do CC.
Diga a forma mais eficaz de fazer cessar a presunção – art.º 1832.º do CC – a mãe
pode afastar a presunção (é meu marido, mas não é o pai).
António descobre um bilhete em que alguém se autonomeia pai dele. António quer
corrigir a situação.
A paternidade presumida nos termos do artigo 1826.º não pode ser impugnada fora
dos casos previstos nos artigos seguintes (art.º 1838.º do CC).
A paternidade do filho pode ser impugnada pelo marido da mãe [Manuel], por esta
[Amélia], pelo filho [António] ou, nos termos do artigo 1841.º, pelo Ministério Público
92
Luís Monteiro a91497
(art.º 1839.º, n.º 1 do CC). esta norma define a legitimidade ativa para a ação de
impugnação da presunção da paternidade.
Nos termos do art.º 1841.º do CC, o suposto verdadeiro pai poderá requerer ao
Ministério Público que proponha a ação de impugnação da presunção da paternidade.
No caso, seria Euclides (não tem legitimidade ativa; quem tem é o MP, em sua
representação).
Quanto à legitimidade passiva, aplica-se o art.º 1846.º do CC, estipulando o n.º 1 que
“na ação de impugnação de paternidade devem ser demandados a mãe, o filho e o
presumido pai quando nela não figurem como autores”. No caso concreto, quem tem
legitimidade passiva é a mãe (Amélia) e o presumido pai (Manuel) [o filho não porque
é quem propõe a ação].
Em relação à prova são admitidos todos os meios de prova em Direito, bem como os
que estão previstos no art.º 1801.º do CC, sendo que, como refere o n.º 2 do art.º 1839.º
do CC, na ação o autor (António) deve provar que, de acordo com as circunstâncias, a
paternidade do marido da mãe é manifestamente improvável. No caso concreto, o
António poderá juntar como prova documental o referido postal dirigido por Euclides a
Amélia. Euclides poderia ser arrolado por António para ser testemunha (prova
testemunhal).
Remissão do art.º 1838.º do CC para os arts. 1839.º, 1841.º, 1846.º, 1801.º, 1839.º, n.º
2 e 1842.º do CC.
Se esta ação fosse julgada procedente, poderia agora estabelecer a paternidade através
do reconhecimento, que tanto poderá ser voluntário (perfilhação – art.º 1849.º do CC),
como judicial (investigação da paternidade – art.º 1869.º do CC), tudo tal como
estabelece o art.º 1847.º do CC.
93
Luís Monteiro a91497
A ação de investigação da paternidade está prevista no art.º 1869.º do CC, que dispõe:
“A paternidade pode ser reconhecida em ação especialmente intentada pelo filho
[António – legitimidade ativa] se a maternidade já se achar estabelecida ou for pedido
conjuntamente o reconhecimento de uma e outra.”
Quanto à legitimidade passiva, por remissão do art.º 1873.º do CC, aplica-se o art.º
1819.º do CC, o que significa que a ação será proposta contra o pretenso pai (Euclides).
O António vai propor a ação contra Euclides (art.º 1819.º ex vi 1873.º do CC).
Em relação à prova são admitidos todos os meios de prova em Direito, bem como os
que estão previstos no art.º 1801.º do CC.
No caso concreto, estão preenchidas as presunções das alíneas c) e e), tendo em conta
os dados que constam do enunciado, designadamente que entre outubro de 2014 e maio
de 2015, Euclides e Amélia viveram um intenso romance.
No que respeita aos prazos, por remissão do art.º 1973.º do CC, aplica-se o art.º 1817.º
do CC (falar das considerações teóricas sobre a constitucionalidade deste artigo e sobre
94
Luís Monteiro a91497
os acórdãos no caso de o prazo ter sido esgotado; caso contrário, dizer que está dentro
do prazo).
António está dentro do prazo nos termos do art.º 1817.º, n.º 1 do CC, sendo que, se
não estivesse, poderia ser levantada a constitucionalidade desta norma (+ divergência
constitucional).
II
Rodolfo nasceu em 2008 e foi registado como filho de Cláudia, solteira, encontrando-se
a paternidade omissa. Em 2018 Cláudia passou a viver em condições análogas às dos
cônjuges com Júlio. Este, em julho de 2019, decidiu perfilhar Rodolfo.
Em agosto desse mesmo ano, Cláudia e Júlio casaram. Dessa união nasceu Rita, em
2021.
Suponha que Rita descobre que Rodolfo não é filho de Júlio, seu pai, e pretende que a
perfilhação feita por este último fique sem efeito.
Quid iuris?
RESPOSTA:
No que respeita à paternidade, Rodolfo nasceu e a sua mãe não era casada, o que
significa que não opera a presunção de maternidade (art.º 1796.º, n.º 2, 1.ª parte do
CC), mas sim que a paternidade do Rodolfo será estabelecida através de
reconhecimento (remissão para o art.º 1847.º do CC).
Por outro lado, o art.º 1850.º do CC refere que tem capacidade para perfilhar os
maiores de 16 anos. Isto significa que o legislador estabelece um momento para o
homem perfilhar.
95
Luís Monteiro a91497
No que respeita à forma para perfilhar, o art.º 1853.º do CC refere que a perfilhação
pode fazer-se: a) Por declaração prestada perante o funcionário do registo civil; b)
Por testamento; c) Por escritura pública; d)
O art.º 1854.º do CC refere que a perfilhação pode ser feita a todo o tempo, antes ou
depois do nascimento do filho ou depois da morte deste.
Por seu turno, o art.º 1858.º do CC refere que a perfilhação é irrevogável, mesmo
quando feita em testamento que venha a ser revogado.
Todavia, esta irrevogabilidade pode ser afastada por impugnação (art.º 1859.º do
CC) ou através da relação da perfilhação por erro ou coação, nos termos do art.º
1860.º do CC.
O ato de perfilhação não poderá introduzir ou ser composto por cláusulas que
limitem/alterem/modifiquem os efeitos da perfilhação, sob pena de se considerarem
como não escritos (art.º 1852.º, números 1 e 2 do CC).
No caso concreto, Júlio perfilhou Rodolfo. Acontece, porém, que Rita, uma outra
filha de Cláudia e de Júlio, vem descobrir que o seu irmão Rodolfo é apenas seu irmão
uterino, o que significa que quer descobrir a verdade.
Apesar de não ser mãe nem pai, tem um interesse pessoal e patrimonial.
Mas pode-se lançar mão de uma ação de impugnação, no caso de Rita ter
legitimidade ativa para tal, o que sucede, nos termos dos art.º 1859.º do CC.
No caso concreto, Rita tem legitimidade ativa para propor esta ação, porquanto tem
um interesse pessoal e patrimonial (designadamente em termos sucessórios) para
impugnar um ato de perfilhação que não corresponda à verdade (art.º 1859.º, números
1 e 2 do CC).
Quanto à legitimidade passiva, o legislador não faz uma previsão expressa, o que
significa que é necessário analisar as duas testes:
→ A tese do Prof. Guilherme de Oliveira, que refere que se está perante uma lacuna na
lei e, portanto, ter-se-á de aplicar, analogicamente, o disposto no art.º 1846.º do CC,
ou seja, devem ser demandados o pai (Júlio), a mãe (Cláudia) e o filho (Rodolfo).
→ Por outro lado, a outra tese defende que deve ser aplicado o art.º 30.º do CPC, ou
seja, que a ação deve ser instaurada contra os titulares de uma relação matrimonial
96
Luís Monteiro a91497
controvertida contra aqueles que têm interesse direto em contradizer, ou seja, no caso
concreto, apenas o pai (Júlio) e o filho (Rodolfo), excluindo a mãe.
Quanto ao prazo, refere o art.º 1859.º, n.º 2 do CC, que a ação pode ser intentada a
todo o tempo.
Em relação à prova são admitidos todos os meios de prova em Direito, bem como os
que estão previstos no art.º 1801.º do CC.
AULA TP 19/4/2023
I casos nº17
Martim, nascido a 26/03/1970, foi registado como filho de Nina e pai incógnito.
Pretendendo o reconhecimento judicial da paternidade, Martim intentou uma ação de
investigação contra Orlando, em janeiro de 2010, invocando factos subsumíveis a um
relacionamento da sua mãe com Orlando.
− 1.o Orlando foi casado com Pilar, entretanto falecida, de quem tem três filhos;
− 2.o Nina trabalhou como costureira na casa dos pais do Orlando entre 25 de
maio
e 30 de setembro de 1969;
97
Luís Monteiro a91497
− 10.o No início do namoro, Orlando prometeu a Nina que casaria com ela logo
que
Martim;
Quid iuris?
RESPOSTA:
procedimento.
Ainda existem situações destas, seja porque a mãe não sabe, seja porque o
pai, voluntariamente, não quer
perfilhar.
98
Luís Monteiro a91497
2 do CC).
Não é possível fazer-se este método nos casos de: a mãe ou o pai forem
parentes ou afins em linha reta
dois anos sobre a data do nascimento (se a Conservatória não comunica nada
ao tribunal e passaram dois
anos, já não é possível recorrer a este método) (art.º 1866.º do CC); casos de
procriação medicamente
Acontece que o Martim tem um conjunto de factos que o levam a achar que
uma determinada pessoa é
pai dele.
99
Luís Monteiro a91497
remissão expressa do art.º 1873.º do CC. A ação deve ser proposta contra o
pretenso pai, ou seja, contra
Orlando.
No caso concreto há herdeiros (três filhos), pelo que a ação teria de ser
proposta contra Orlando,
enquanto pretenso pai (art.º 1819.º, n.º 1 ex vi art.º 1873.º do CC) e contra os
seus herdeiros (três filhos
deste).
100
Luís Monteiro a91497
Quanto à al. c), é sustentada pelo facto 3.º; a al. e) é sustentada pelo facto 5º.
Para isso, é necessário calcular o período legal de conceção, que, nos termos
do art.º 1798º. Do CC, é
ficado nos primeiros 120 dias dos trezentos que precederam ao seu nascimento.
1871.º´
101
Luís Monteiro a91497
Por último, cumpre ainda analisar-se o prazo de que Martim dispõe para
propor a respetiva ação e estes
Além dos 10 anos que dispõe após a maioridade, tem os três que dispõe após
a retificação, declaração de
A ação pode ainda ser proposta nos três anos posteriores à ocorrência de
algum dos seguintes factos: a)
A al. c) não pode ser aplicada porque se sabia quem era o pai.
Mas a al. b) já permite: é o que acontece no caso. Martim era tratado como
filho do Orlando e podia,
102
Luís Monteiro a91497
maternidade !!
clonagem.
que se propõe a beneficiar daquela técnica que dão o seu material genético
103
Luís Monteiro a91497
Até 2016, a coisa corria mais ou menos bem. Existiu uma grande reforma e as
coisas começaram a correr
Foi alvo de várias análises pelo Tribunal Constitucional e ainda hoje continua
sem regulamentação.
entregar a criança e quer ser mãe. O que dizia a lei é que não podia haver
arrependimento e essa norma foi
julgada inconstitucional.
Aquilo que se tem hoje é que a gestante pode revogar o seu consentimento até
ao momento do registo da
Princípio da igualdade (art.º 13.º, n.º 1 da CRP) – permite que pessoas que
não tenham capacidade normal para a procriação possam recorrer a estas
técnicas assistidas.
104
Luís Monteiro a91497
O art.º 7.º da LPMA fala das finalidade proibidas: não é possível escolher
determinadas características do nascitura.
O Prof. Jorge Duarte Pinheiro entende que se estabelece a qualidade jurídica de mãe a
favor da beneficiária. no momento da celebração do contrato de gestação.
O n.º 2 refere que esta é realizada a título totalmente excecional e o n.º 3 atribui um
critério preferencial a que a mulher gestante já tenha sido mãe.
Nenhum médico, nos termos do art.º 11.º, pode ser obrigado a realizar estas técnicas de
PMA. Trata-se da objeção de consciência dos métodos.
105
Luís Monteiro a91497
PMA face ao dador). O n.º 6 refere que em caso algum o assento de nascimento
da criança pode fazer referência a que a mesma nasceu fruto de uma técnica de
procriação medicamente assistida.
morte e uma única gravidez. Se daqui nascer uma criança, a mesma é havida
como filha do falecido. A herança pela morte dele ficará jacente (art.º 23.º, n.º 5
da LPMA), ou seja, não há partilha até se concretizar o projeto parental. O
capítulo VII refere-se a responsabilidade criminal e a ilícitos de mera
contraordenação social. Pedir e conseguir ter acesso a uma finalidade proibida
é crime (art.º 37.º), assim como em relação aos contratos onerosos de gestação
de substituição (art.º 39.º), bem como nos casos de procriação post mortem sem
consentimento (art.º 42.º-A).
II
Altina e Barnabé são casados, não têm filhos por opção própria, e pretendem
socorrer-se do recurso a técnicas de procriação medicamente assistida (em
específico, à técnica de Inseminação Artificial) para ter um filho que possua
características genéticas que lhe permitam ser um atleta de alta competição.
106
Luís Monteiro a91497
1. a) Considere que Cristiano concorda, mas que diz que apenas o fará caso seja
garantido o seu anonimato absoluto, em face das implicações públicas para a sua
imagem decorrentes de tal ato. Quid iuris?
Resposta:
O método está previsto ou não nos termos da lei? Eles queriam mesmo sem tentar os
métodos naturais. – no exame.
É possível pedir ao Cristiano para ser o dador? Artigo 3º da PMA. Não pode existir uma
técnica de recurso a PMA com o intuito de criar uma finalidade proibida (artigo 7º do
PMA, sob pena de responsabilidade criminal)
Percurso de introdução:
Pode recorrer abstratamente, mas primeiro tem de tentar o método natural, só em casos
de infertilidade é que pode recorrer a PMA – o artigo 7º da responsabilidade criminal +
princípio de anonimato mais de identidade.
Em caso de PMA:
Fazer a distinção dos métodos de PMA – sexuada e assexuada. Na lei portuguesa são
apenas permitidas os processos de procriação sexuada. Com a origem de dois
componentes genético (masculino e feminino). No caso concreto o A e o B querem
recorrer a um técnica de PMA – a inseminação artificial que está prevista no artigo
107
Luís Monteiro a91497
2ºnº1 a), sendo que através do Decreto Regulamentar 6/2016 de 29 de dezembro, dá-se
preferência a esta técnica de PMA.
O processo de inseminação artificial está também desenvolvido nos artigos 19º a 23º da
referida lei. Neste caso A e b não poderiam recorrer de imediato a uma técnica de pma
visto que o que vigora no nosso oj nos termos do 4ºnº1 da lei de pma – princípio da
subsidiariedade. Assim sendo, numa primeira hipótese, A e B não poderiam recorrer de
imediato a esta técnica visto que a lei dá preferência ao método natural através da
prática sexual.
Nos termos do artigo 19º, têm ambos mais de 18 anos. – artigo 6ºnº2. De acordo com o
artigo 19º é permitida a inseminação artificial com sémen de um dador, sendo que nos
termos do artigo 20º a criança que nasce com recurso À inseminação artificial é tida
como de quem tiver prestado o seu consentimento para o recurso à técnica de PMA em
causa. O que é que é aferido no momento do estabelecimento da filiação?
Sem prejuízo disto diz o 21º que em caso algum o dado pode ser havido como pai da
criança.
No caso em analise a criança que viesse nascer dos recursos a Esta PMA para ao qual
havia sido dado consentimento do casal, era havida como filha deste. Todavia, era dito
no enunciado. Todavia é nos dito que no enunciado o casal pretende que a criança nasça
com característica de um atleta de alta competição , sucede porem como nos é dito no
artigo 7º que não pode ser utilizado a PMA para características não medicas, sob pena
de se incorrer em responsabilidade criminal nos termos do artigo 37º da mesma lei –
remissão do 7ºnº2 para o 37º.
Por ultimo cumpri ainda analisar o pedido de Cristiano que estabelecia como condição
preservar a sua anonimato, na versão original da PMA , efetivamente prevalecia o
princípio do anonimato sobre o direito à identidade genética e a quando dessa versão,
apenas era divulgado em caso de sentença judicial ou em caso de impedimento legal
para casar. Todavia, este direito à identidade genética, previso no artigo 26º nº3,
entedia-se que estava a ser afetada. Por conseguinte, o artigo 15º na sua versão
originária seria inconstitucional, foi efetivamente o que o TC disse eme 2018 225/2018
que veio a declarar a inconstitucionalidade com força obrigatória geral deste artigo 15.
Após esta decisão, nasceu a atual redação do artigo 15º e passamos a ter uma exceção
ampla ao direito ao anonimato, e o legislador consagrou a possibilidade da
possibilidade que nasceu de uma técnica de pma a partir de uma idade igual ou superior
a 18 anos, saber qual a identidade civil do dador. Nos termos do artigo 4º identidade
civil do dador corresponde ao seu nome completo. Apesar desta exceção ampla, o
legislador manteve as duas inicialmente previstas, ou seja através da decisão judicial ou
através do impedimento legal ao casamento, sendo certo porém que continuo a
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Luís Monteiro a91497
preservar este conhecimento apenas à pessoa que nasceu de uma técnica de PMA e não
ao nubente dador.
RESPOSTA:
O que diz o 18ºnº1? Aplica-se também à gestação de substituição a presente lei.
Parece que legislador quem distinguir as PMA propriamente ditas com a gestação de
substituição pois configura e prevê num número à parte, pois ao longo da lei, vai
prevendo normas especiais para a gestação de substituição e tem uma norma quanto
ao arrependimento especial. Antigamente na lei, quando foi prevista a primeira lei da
PMA, a partir que o casal desse inicial ao processo, não haveria direito ao
arrependimento – hoje já se entende que a norma não é inconstitucional e é possível,
logo não é lesada a expectativa de ninguém.
109
Luís Monteiro a91497
I CASOS Nº18
Xavier e Lúcia estão casados e dessa união nasceu Carlota. Carlota, aos sete anos,
pretende abandonar a escola religiosa que frequenta, porque «anda impressionada».
O pai considera que tal mudança será benéfica. Contudo, Lúcia não concorda.
Quid iuris?
RESPOSTA:
RESPONSABILIDADES PARENTAIS - O QUE SÃO ?
É uma vinculação ou uma conformação legal – na verdade é o poder dever, porque não
tem a discricionariedade de agir da forma que entenderem. A vontade dos pais não é
totalmente discricionária tem de haver uma conformação com o que está na lei-
quando falamos de poder falamos de um poder quase autoritário. Poder totalitário
sobre a criança. O pai tem poderes funcionais face a criança – não são os pais que têm
o poder. De facultar os direitos. Hoje os pais têm de cumprir a lei e a “tutelar” a vida da
criança.
Como vamos ver o legislador tem o poder-dever mas temos de olhar aos interesses da
criança em função da sua maturidade. Há questões que cabem a ambos os pais. O que
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Luís Monteiro a91497
Até que idade os pais têm exercício das responsabilidades parentais – até à
emancipação ou maioridade – artigo 122º é menor quem não completar 18 anos de
idade. + 130 plena capacidade de exercício. Os pais só têm este exercício até aos 18
anos. Porem enquanto na o for completada a formação profissional existe um outro
limite para os 25. Os pais podem estar casados ou separados? à união de facto aplica-
se o mesmo regime do casamento no caso das responsabilidades parentais. A tomada
de decisão é feita pelos 2 no dia-a-dia, ou pode haver a necessidade de consentimento.
De outro cônjuge na união de facto como residem na mesma habitação aplicam-se as
mesmas disposições como se fossem casados. – 1877º +. 1874º.
NO CASO
O A e O B. têm uma filha com 7 anos e ela não quer permanecer no colégio. Num
primeiro momento, se os pais entenderem que continue, tem de continuar, 1886º, mas
diz-nos que os pais não se entendem ,que o pais quer tirar e a mãe não.
Temos de verificar que são casados ou não 1901º - na constância do matrimonio as
responsabilidades pertence a ambos os pais. Diz-nos o nº2 que os pais têm de exercer
estas responsabilidades parentais de comum acordo. Se faltar um acordo de acordo
com o nº2 qualquer um deles pode recorrer ao tribunal. Em regra é realizada em
111
Luís Monteiro a91497
comum acordo por parte dos pais, mas não há acordo e o juiz é que tem de decidir.
Este 1901/3 é um reflexo do 1878ºnº2 que diz que a criança deve ser chamada a
participar e ser ouvida de acordo com a sua maturidade.
No caso concreto, incidia ainda sobre uma questão de particular importância, sendo
que o legislador deixou para a doutrina e para a jurisprudência a aferição deste
conceito indeterminado. Analisando estas questões de particular importância deverá
ser questões existências e fundamentais para o desenvolvimento, segurança, saúde e
de formação da criança e ainda todos os atos que se relacionem com o seu futuro,
sendo avaliadas de acordo com as circunstâncias próprias da vida da criança – o artigo
1902º diz-nos que se um dos pais praticar um ato no exercício das suas
responsabilidades parentais presume-se que exigiu com o consentimento do progenitor
a não ser que a lei preveja expressamente a exigência do consentimento de ambos os
progenitores ou se trate de uma questão de particular importância, o que significa que
no caso do tratado da educação ode carlota, sendo e particular importância era
exigido o consentimento de ambos os cônjuges. Não existindo consentimento de
ambos, ou acordo entre ambos, qualquer um deles podia recorrer ao tribunal nos
termos do nº2 do artigo 1901º. E, no primeiro momento, o juiz tentará obter a
conciliação entre pais, se tal não for possível o tribunal ouvirá a criança nos termos do
nº3 do mesmo preceito legal e ainda, nos termos do artigo 5º do regime geral do
processo tutelar cível que nos diz que a criança tem direito a ser ouvida sendo a sua
opinião tida em consideração pelas autoridades judiciárias na determinação do seu
superior interesse. Este 1901ºnº3 está ainda em consonância com aquilo que
encontramos no nº2 do artigo 1978º quando nos diz que a opinião das crianças deve
ser tida em conta nos assuntos – organização da sua própria vida,
Por último, devemos referir de acordo que nos é dito por Guilherme de Oliveira, a
escolha de um estabelecimento de ensino de carater religioso integrado no sistema
nacional não parece manifestar uma escolha de religião propriamente dita. A escolha
dessa instituição pode apenas ter a ver com a residência da criança, com a qualidade
de ensino e com a convivência social. Assim sendo, a carlota tal como nos diz 1886º, no
que respeita à educação religiosa, não poderá, sozinha tomar essa decisão e diz o
1885º que cabe aos pais promover o desenvolvimento físico, intelectual e moral dos
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Luís Monteiro a91497
filhos, cabe aliás como está consagrado no artigo 36º nº5 da CRP. À união de facto
aplica-se o mesmo regime do que na constância do casamento. + 36ºNº5 DA CRP.
ADOÇÃO:
Enquadramento inicial:
Esta é uma relação jurídica familiar – consta do elenco do artigo 1576º o CC – esta é uma
das relações jurídico familiares, depois vem referida pelo artigo 1586º do CC – noção de
adoção. – nos termos do artigo 1973º - REMISSÃO DO 1586º PARA O 1973º.
É semelhante ao vínculo de afiliação natural. Enquanto que na PMA queremos que isso exista
no caso de adoção temos uma filiação sociológica afetiva que se estabelece e que vai ser
semelhante à filiação natural (é aqui que muitas vezes o juiz decide ou não se pode haver
adoção, vai olhar se apesar de serem do mesmo sangue vai constituir um vinculo afetivo e
sociológico semelhante à filiação natural – artigo 1586º.
Acabou a adoção plena e restrita.
A própria constituição no artigo 36º CRP – a adoção é uma forma para se constituir família.
Num enquadramento inicial importam também quem pode adotar e quem pode ser adotado.
Interessa também no exame em que fase do processo em que estamos do processo de adotação
podemos estar num processo inicial, se o juiz já recebeu o requerimento da adoção - fase final)
– RJPA – Regime jurídico dos processos de adoção -artigo 40º e seguintes.
113
Luís Monteiro a91497
1976º e seguintes -quem pode adotar ( nesta questão de quem pode adotar temos a questão
subdividida em dois singular ou coletiva )e quem pdoe ser adotado.
1979º quem pode adotar – no nº1 está a adoção coletiva, no nº2 está a adoção singular.
Pessoas casadas ou unidas de facto ( se tiverem mais de 25 anos e estiverem juntas há mais de
4 anos). De forma singular – só pode adotar se tiver mais de 30 anos, mas pode ser também
para os 25???
Quem pode ser adotado? Qual o limite de idade para ser adotado? 15 anos ou 18, dependendo
de situações excecionais, mas normalmente é 15. Como é que o juiz vai aferir se entre a
criança e o adotante se estabeleceu uma ligação. A criança fica a cargo afetivo – por 15 dias,
mas também temos os 6 meses ?- Após isso é emitido um relatório que via chegar às mãos do
juiz e este vai referir de acordo como período anterior se a ligação foi estabelecida.
Idade mínima para a adoção? – o legislador não tipifica no 1980º, mas se formos ao 1982º a
mãe só pode entregar a criança para a adoção após 6 semanas de vida desta.
Por último, quando aos efeitos da adoção – constitutivos e extintivos. Extingue a filiação
natural acaba e destrói a vinculação natural, deixa de existir qualquer filiação natural.
Modifica a vida jurídica daquela criança pois é constituída uma nova relação jurídica familiar,
depois passa ter. direito a nome (apelido). Relativamente ao nome próprio , já não é bem
assim, pois os adotantes ao podem mudar só porque sim o nome da criança.
Por último, a adoção é. Irrevogável, não pode haver revogável da decisão de adoção – é como
se tivesse nascido daquelas pessoas, não se pode mudar mais.
114
Luís Monteiro a91497
Quid iuris?
RESPOSTA:
Existe um limite máximo, sendo que não pode haver uma diferença entre os adotantes de 50
anos – não pode haver um “gap geracional” superior a 50 anos – neste caso está respeitado a
diferença de idades entre os dois candidatos.
Depois dos requisitos, devemos falar dos efeitos – existe aqui um direito ao nome ( apelido que
irá mudar). Quanto ao nome, devemos atender à idade da criança, porque ela pode identificar-
se ou não como o nome.
Relação jurídico familiar nos termos do 1576º, sendo a que sua noção concreta está no artigo
1586º, goza ainda de proteção constitucional conforma estabelece o nº7 do artigo 36º. Diz
ainda o artigo 1586º que o legislador equipara o parentesco de grau através da adoção ao
parentesco natural, sendo isso aliás o que se pretende no processo de adoção. Na verdade, a
relação ou o vínculo não vai ser um vinculo biológico, mas sim um vínculo afetivo e
sociológico.
Cumpre ainda acrescentar, que a adoção é um ato misto – é um ato que nem é publico nem
privado – é um ato misto porque parte da vontade das partes e para se adotar, porém, também
carece de um ato público, porque a adoção é decretada por sentença judicial. Cumpre ainda
dizer-se como diz o artigo 1973º a adoção é regulada em diploma próprio – RJPA.
Este regime jurídico do processo de adoção, no artigo 3º dispõe quanto aos princípios
basilares do processo de adoção onde encontramos, por exemplo, o princípio do superior
interesse da criança, o princípio da continuidade das relações psicológicas profundas e o
princípio da audição obrigatória da criança.
115
Luís Monteiro a91497
A idade do Pedro (adotado) também está dentro dos limites impostos por lei – 1980º, visto que
tem menos de 15 anos – nº1 do mesmo artigo. Os adotantes como o adotado estão em
condições para que venha ser decretada a adoção.
Falta-nos a fase do processo: no enunciado dá-nos a entender que a adoção fora requerida, a
tramitação do processo de adoção encontra-se nos artigos 40º e seguintes do RJPA. Fase de
ajustamento – adoção e pre adoção, a ultima fase é a judicial – dentro do tribunal. NO RJPA
diz o que acontece em cada caso.
No caso em concreto, estamos na última fase do processo de adoção, na fase judicial, que
integra a tramitação judicial do processo, com vista a que seja no final proferida uma sentença
116
Luís Monteiro a91497
– 1973º nº1 e artigo 52º no regime jurídico do processo de adoção- PODE SER IMPORANTE
PARA GANHAR PONTOS.
Estando na última fase do processo, significa que a fase preparatória e a fase ajustamento
tiveram sucesso. Nesta fase judicial é necessário oque se verifique o consentimento para a
adoção, pelas pessoas descritas no artigo 1981º - ver esta norma em caso se tiver mais de 12
tinha de dar consentimento.
No caso concreto, os adotantes- alínea e) do artigo 1981ºn1.
Todavia os candidatos a adotantes, pretendem ainda que o nome do Pedro seja alterado. Em
abono da verdade, a adoção produz os efeitos previsto no 1986º, 1987º e 1988º, sendo que um
dos efeitos é que o adotado perde os apelidos de origem e adquire com as necessárias
adaptações no artigo 1975º. + 1988º in fine.
Quanto ao nome próprio, devemos atender à idade, sendo que pode ser excecionalmente ser
alterado – mas, normalmente permanece desde que hajam razões de identidade pessoal 26º da
CRP.
1989º do CC a adoção é irrevogável é constitutiva e extintiva.
II
Alberto comprou um automóvel. Como não tinha dinheiro para o pagar de imediato
resolveu adquiri-lo a prestações. Quando estavam pagas metade das prestações Alberto,
a quem o médico deu poucos dias de vida, nas suas plenas faculdades mentais, decide
fazer um testamento.
1. a) O irmão João fica com o carro e o irmão Pedro fica com o resto dos bens;
2. b) João fica com o carro e com o encargo de realizar as restantes prestações e
Pedro fica com os restantes bens;
Quem responde, em cada uma das alternativas de testamento, pelo pagamento das
restantes prestações do carro?
RESPOSTA:
Devemos começar por dizer sempre o que é a solução e depois referir o 2031º - a
sucessão abre-se no momento da morte.
2032º- devemos chamar o sucedido – serão chamados aqueles que gozam de prioridade
– 2033º - fala da capacidade sucessória, além do Estado todas as pessoas (...) na
solução.
Quem tem vocação sucessória? Quem são as pessoas que podem ser chamadas?
2033º - dentro das pessoas que podem ser chamadas, há uma hierarquia.
1- Herdeiros legitimários -sucessão legitimária- (a lei diz que a estes tem de dar,
não se pode tirar??)
2- Herdeiros contratuais
3- Herdeiros testamentários
4- Sucessão legitima
Existe sempre uma quota indisponível que tem de ser garantida, temos de garantir sempre uma
parte. Como é que vamos resolver quando ocorrem casos de hierarquia?
2025,2026,2027º
2024º
2031º
2032 º
2033º
2046º
Primeiro quem é que vamos chamar?
E depois temos de fazer a distinção se são herdeiros ou se são legatários.
2030ºnº1 – os sucessores são herdeiros ou legatários – os herdeiros é na totalidade ou uma
cota de património. O legatário diz respeito aos bens determinados. Bens indeterminados
(herança). O sucessor a título universal o legatário éa titulo individual.
118
Luís Monteiro a91497
O herdeiro parece vai ter sempre mais que o legatário, o legatório PODE TER MAIS DO QUE
O HERDEIRO.
Não há herdeiros legitimários – no caso podia dispor livremente dos seus bens- sucessão
testamentária.
Se o senhor Alberto tinha um filho, começávamos a dizer que são chamados os primeiros
sucessores da linha de sucessão que são só herdeiros legitimários e por imposição legal tem de
ser atribuída uma legitima parte, depois disso há uma quota disponível que pode ser usada
para o testamento.
119
Luís Monteiro a91497
Devemos agora aferir quem são os chamados, sendo que desde o chamamento até a designação
a herança é jacente. Cumpre distinguir que o João é legatário nos termos ao artigo 2030ºnº1
do CC e nº2 2ª parte, porque sucede um bem determinado. E Pedro é herdeiro, porque sucede
num conjunto de bens não determinado – 2030ºnº1 1ª parte.
Cumpre ainda verificar quem responde pelos encargos do pagamento das prestações do carro,
ou seja, do legado que foi deixado por Alberto a João. Nos termos da alínea a), o alberto
atribui o legado ao João, mas não o onera com o encargo – o que significa que será um
encargo da herança no termo do 2068ºdo CC.
Para o efeito, se Pedro, um herdeiro aceitar a herança a título de inventário – 2071º só
responde pelos encargos até ao limite da herança, mas caso aceite pura e simplesmente,
cabeará este nos termos do nº2 do 2071º, provar que afinal existe mais bens da herança para
cobrir os encargos – sobre quem é que impende o ónus ??
Se aceitar a titulo de inventario, não tem de fazer prova de absolutamente nada, inverte-se o
ónus da prova.
Se fosse pela alínea b),o Pedro já não tinha que assumir o pagamento, nº1 do 2265º a
contrario- uma vez que dispõe + 2265ºnº2 – trata-se de uma clausula modal e supletiva, pois a
regra é que os herdeiros são responsáveis pelo cumprimento dos legados.
Tendo A disposto desta forma o legatário Joca responde pelo cumprimento dos legados,
também dentro dos limites da coisa legada – 2276ºnº2 do Cc. Sendo certo, porém, que o Pedro
poderia repudiar ao legado, nos termos do 2249º e 2062º do Cc
2279º nº1 e 2277º - NOTAS FINAIS + 2278º QUANDO A HERANÇA É INSUFICIENTE PAR
AO PAGAMENTO.
120
Luís Monteiro a91497
Belmiro veio a falecer com 95 anos de idade. O único parente sobrevivo é um bisneto do seu
irmão mais velho. O bisneto considera-se herdeiro de Belmiro e, quando verifica que este
dispôs, gratuitamente, de quase todos os seus bens, sente-se lesado nos seus direitos.
Quid iuris?
RESPOSTA:
FAZER A HIERARQUIA
Não há herdeiros legitimários, logo não tem os a legítima – afastamos. A seguir devemos
considerar a sucessão contratual – esta é primeiro porque o testamento é revogável. Diz-se que a
sucessão contratual terá mais força, PORQUE SÓ SÃO PREVISTOS aqueles contratos
sucessórios previstos na lei. A partir do momento que o contrato sucessório é feito não pode ser
unilateralmente revogável, no testamentário, basta um para revogar.
Então chegamos à sucessão legitima onde são chamados os herdeiros. O bisneto é herdeiro?
Aqui o bisneto seria chamado nos termos da alínea c). Devemos ir primeiro ao 1577º do CC.
Limites do parentesco 1582º - os efeitos de parentesco produzem-se até ao 6º grau da linha
colateral. Aqui é 5 na linha colateral. O bisneto é parente em 5º grau da linha colateral, logo
ainda entra nos efeitos do parentesco.
Se houvesse sucessão legitimaria e houvesse um filho de B, já não levaria nada. O bisneto irá
herdar se algum das linhas anteriores não existir só vai herdar se sobrar alguma parte dos bens –
o que sobre continua a ficar para os herdeiros legitimários. Na legitima não existe cota
indisponível.
I – CASO 20
Vasco conheceu Isabel com quem veio a casar, em 1996. Na convenção antenupcial que
celebrou, Vasco decidiu atribuir, para depois da sua morte, a Isabel dois prédios rústicos de que
era proprietário. Do casamento nasceram dois filhos.
Anos volvidos, sentindo a morte mais próxima, Vasco decide o seguinte:
a) Doar ao seu irmão João uma quinta no norte do país, mas reservando para si a fruição da
mesma por lá querer continuar a passar as suas férias;
b) Partilhar os seus restantes bens entre os seus futuros herdeiros, de modo a evitar
desentendimentos no momento da sua morte.
Pronuncie-se sobre os atos e disposições de Vasco.
121
Luís Monteiro a91497
RESPOSTA:
Que tipo de sucessão temos aqui? – quando à convneção antenupcial temos uma sucessão
contratual.
Alínea b)
PARTILHA EM VIDA- ESTÁ NO LIVRO DAS SUCESSÕES, mas está mal, por lapso do
legislador.
Mas não estamos a falar de um contrato mortis causa- a partilha dá-se também ela em vida. Nas
sucessões o que vamos falar é a morte, tudo o que estamos a falar em mortis causa é sucessão,
nestes casos estamos a falar de um negócio inter vivos. Aqui já não é proprietário, mas tem uma
reserva dos direitos. O legislador teve a preocupação de evitar o cenário dos possíveis herdeiros
no momento da morte do de cujus.
Temos aqui a possibilidade da partilha se fazer em vida. A causa não é a morte – a pessoa a
quem faço a doação 2029º - a partilha em vida pode ser feita com ou ser reserva de usufruto, a
maior parte das vezes, na vida prática dá-se com a reserva de usufruto.
Esta é uma doação em vida, se no momento da morte aparecer mais um herdeiro. O contrato
mantém-se valido, mas temos de garantir a legitimaria deste novo herdeiro (legitimaria). O que
distingue a partilha em vida? A partilha em vida exige o consentimento de todos os possíveis
herdeiros.
Artigo 2029º - se não houver logo o pagamento, depois o valor é atualizado. Se não pagar logo
a diferença que devo esse pode mudar por imperativo legal.
No caso concreto, cumpre começar por distinguir a sucessão mortis causa, em que a morte era
causa da transferência da titularidade dos bens, ou direitos. Da sucessão inter vivos, ou seja, a
sucessão em vida, visto que, a modificação subjetiva da relação jurídica ocorre em vida do
titular.
No caso concreto, Vasco, na sua convenção ante nupcial pré-casamento estipulou que isabel, a
sua esposada ficasse com 2 imóveis. Estamos no domínio da sucessão prevista no artigo 2028º
como diz que há sucessão contratual, quando no contrato alguém renuncia a sucessão da pessoa
viva ou dispõe da sua própria sucessão ou da sucessão de terceiros ainda não aberta. No caso
concreto qual é a situação? – neste caso dispõe da sua própria sucessão.
122
Luís Monteiro a91497
Acontece porem que o 2028ºnº2 diz que os contratos sucessórios são apenas aqueles admitidos
na lei, sendo nulos todos os demais.
O Vasco celebrou uma convenção antenupcial nos termos do 1698º do CC, tendo
convencionado nos termos do artigo 1700º a instituição de herdeiros, ou a nomeação ode
legatário em favor da sua esposada. – 1701º nº1 a). cumpre dizer-se que nos termos do artigo
1701º nº1 que a instituição contratual deste tipo (existem 3 tipos-mas devemos considerar no
caso concreto), a sucessão contratual na opode ser unilateralmente regulada após a aceitação-
1701ºnº1.
Relativamente a Isabel era será herdeira ou legatária- nos termos do 2030º, é preciso aferir se
isabel será herdeira ou legatária, sendo que o herdeiro é um sucessor a título universal e o
legatário é um sucessor a título individual – IMPORTANTE.
Neste caso concreto, Isabel será legatária, visto que irá receber aquando da morte de V, dois
bens certos e determinados. – Artigo 2030ºnº2 2ªparte.
O Vasco celebrou um contrato de doação a favor do seu irmão João, no caso concreto estamos
perante uma doação em vida inter vivos, visto que o Vasco, através daquela doação quer que se
modifique naquela altura o elemento subjetivo da relação jurídica. a doação está prevista no
artigo 1940º, sendo que, no caso concreto, o Vasco onerou aquela oneração com reserva de
usufruto. Nos termos do artigo 1958º do CC, o doador tem a faculdade de reservar para si ou
para terceiro o usufruto dos bens doados. Nos termos do artigo 1439º, o usufruto é o direito de
gozar temporária e plenamente uma coisa ou direito alheio sem alterar a sua forma ou
substância, significa que no caso concreto, o irmão do João só terão propriedade plena da
quinta quando o usufruto se extinguir( a quando da morte ou mais cedo).
Cumpre ainda sublinhar-se nos termos o 1946º ºn1 que é proibida a doação por morte, sendo
que não é aplicado no caso concreto porque estamos no domínio de uma doação em vida. No
caos concreto esta doação em vida produz imediatamente os seus efeitos atribuindo ao João o
direito sobre aquele imóvel, (ainda que condicionado à reserva do seu usufruto).
Por último devíamos falar da partilha em vida. A partilha em vida, pese embora esteja no livro
das sucessões, na verdade, também não existe aqui sucessão por mortis causa. A partilha em
vida está regulada no artigo 2029º e trata-se de uma doação entre vivos.
Na verdade, esta partilha em vida não se trata de um facto sucessório, uma vez que os bens
doados são doados em vida, não são deixados pelo doador e não fazem parte da sua herança,
não se trata de uma partilha de bens da herança, mas de um partilha de bens presentes e atuais.
Nos termos do artigo 2029º, diz-nos que não é havido como sucessório o contrato pelo qual
alguém faz doação entre vivos com ou sem reserva de usufruto de todos os seus bens ou de
facto que eles ou a algum dos seus presumidos herdeiros legitimários, sendo, todavia, exigido o
consentimento ode todos. Cumpre ainda dizer que os donatários pagam ou obrigam-se a pagar
aos outros um valor que proporcionalmente lhe tocaria nos bens do ato. Sendo que no nº3 do
artigo 2029º diz-nos que as tornem em dinheiro quando não sejam realizadas logo no momento,
estão sujeitas a atualização nos termos gerais -artigo 551º do CC.
Ainda quanto a partilha em vida, devemos dizer que se sobreviver ou se tornar conhecido outro
presumido herdeiro legitimário pode este exigir que lhe seja composta em dinheiro a parte
correspondente.
Em suma, a disposição realizada por Vasco era validas por serem supra analisadas.
II
123
Luís Monteiro a91497
António, viúvo e sem filhos e cujos pais já faleceram, fez um testamento em que determinou o
seguinte:
Agapito achou pouco o valor dos bens com que ficou contemplado e repudia a liberalidade a seu
favor.
Para quem vão os bens que António tinha previsto para Agapito?
REPOSTA:
Não há herdeiros legitimários, logo não temos de garantir a legitima, pois senão haveria uma
tensão entre o testamento e a legítima. Na legitima tenho duas proporções em que tenho de
determinar determinados bens desta forma – na disponível temos os herdeiros legitimários.
O testamento, se ofender esta parte, vou ter de reduzir por inoficiosidade uma porção do
testamento e em função do valor que excedeu.
Neste caso foi feito um testamento neste são deixados bens imoveis ao seu amigo Vitor, vítor-
artigo 2030º diz que o herdeiro sucede na totalidade ou numa quota da de património. Há uma.
Doutrina que se entende que se está a falar de herdeiros porque se falado de uma quota de.
património. Contudo de acordo com o princípio da autonomia privada temos de considerar a
vontade do testador.
Se olharmos para a conjetura dos bens concluímos que será legatário – artigo 2030ºnº3 diz que
quer deixar o remanescente àquela pessoa.
Na realidade vai importar o direito a acrescer – a minha proporção vai passar a alguém. Se o
testar disser que não vai aceitar face ao facto há. Uma substituição indireta, se o testador não
disser nada, vai passar. Para os meus descendentes te, não tenho filhos, logo teria direito a
acrescer.
O Agapito diz que. Não ,quero, só podemos repudiar depois de sermos chamados, ou das 3,
uma:
124
Luís Monteiro a91497
20133º - sucessão legal, em ultima rácio pode ser chamado o Estado pois é o ultimo herdeiro
legal do António.
RESPOSTA da professora:
No caso concreto, o António por testamento deixou os seus bens imóveis ao seu amigo Vítor
(afastar e discutir a doutrina divergências doutrinais) – res certa – o que não parece o caso,
atenta da vontade do testador. Diz-nos no artigo 2187º, que na interpretação das disposições
testamentárias, observar-se-á o que parecer mais ajustado com a vontade do testador.
Em caso de dúvida a vontade do testador será sempre admitida produção de prova 2187ºnº2.
Cumpre ainda dizer-se que nos termos do artigo 2030ºnº5, a classificação odada pelo testador
não lhe confere o título de herdeiro ou legatário. No caso concreto, Vítor é ou será legátário –
2030ºn2 2ª parte.
A associação será também legatário a 2030ºnº2, segunda parte e apesar de ser uma pessoa
coletiva em sentido estrito, tem capacidade sucessória nos termos da alínea d) do nº2 do artigo
2033º.
Quando ao remanescente dos bens a favor de Agapito, não há dúvidas de que este será herdeiro
nos termos do 2030ºnº3, porque sucede no remanescente dos bens de António. Todavia, diz-nos
o caso concreto que Agapito deveria, nos termos do artigo 2062º, oque significa que é
necessário aferir quem irá suceder após este repudio. A forma do repudio está no 2063º que
remete par ao artigo 2127º do CC.
Cumpre ainda dizer-se que se Agapito fosse casado era necessário o consentimento do cônjuge
para repudiar à herança – 1683º nº2. O repúdio é ainda irrevogável. – Artigo 2066º do CC. No
caso concreto, em primeiro lugar, cumpre verificar-se se existe substituição direta – se o
testador substitui outra pessoa face ao herdeiro instituído não poder ou não querer aceitar a
herança.
No caso concreto o António não fez prever no seu testamento essa situação. Cumpre a eficácia
como impõe o 2062º, se existe direito a representação. Dá-se nos termos do artigo
2039º ,quando a lei chama os herdeiros ou legatário a ocupar a posição daquele quando não quis
aceitar a herança.
Artigo 2041º
125
Luís Monteiro a91497
No enunciado não diz se Agapito tinha descendestes, e, portanto, não poderíamos lançar mão do
direito de representação. Assim, teremos de analisar a possibilidade de existir o direito de
acrescer tal como ordena o artigo 2301º.
Se dois ou mais herdeiros forem instituídos em partes iguais numa totalidade ou numa quota de
bens e algum deles não puder ou não quiser aceitar a herança acrescerá a sua parte aos outros
herdeiros – quanto ao direito a acrescer entre legatários está previsto no artigo 2301º- isto
significa que para existir direito a acrescer entre herdeiros tem de existir uma vocação plural –
tem de ser chamada mais do que uma pessoa como herdeira – pressupostos da vocação
sucessória.
Assim ponderado que não existe substituição direta, direito de representação e direito a acrescer
entre herdeiros, caímos no âmbito da sucessão legítima. A sucessão legítima encontra-se
regulada no artigo 2131º, 2132º e a classe sucessiva está no artigo 2133º.
AULA 17/5/2023
Alberto morreu nos finais do verão passado. Sobreviveu-lhe a viúva, Beatriz, os dois filhos,
Carlos e Duarte, e um filho que Beatriz tinha de um matrimónio anterior, Eduardo.
Duarte, ao ter conhecimento da morte do pai, teve um colapso cardíaco que lhe provocou morte
imediata. Deixou, porém, um filho, Filipe, do seu casamento com Ana, entretanto já dissolvido
por divórcio.
Alberto havia feito um testamento deixando a sua quota disponível ao primo Paulo. Contudo,
este, além de ter uma medida de acompanhamento, morreu uma semana antes de Alberto,
deixando como seu único filho, Júlio, com quem vivia. Para além disso, nesse mesmo
testamento, Alberto deserdou Carlos por este ter casado com Rosa contra sua vontade.
O valor dos bens deixados por Alberto é de 10.000€. Como se faz a partilha?
RESPOSTA:
. o de cujus é quem dá origem à sucessão – devemos saber quem éo. Primeiro a morrer,
fazendo o esquema,
Alberto fez um testamento. E deixou a quota indisponível a primo Paulo, o primo Paulo tem
uma medida de acompanhamento – pode interessar somente para a capacidade sucessória.
1ª coisa que temos de dizer: O A morreu e abre-se a sucessão- nos termos do artigo 2024º diz-se
sucessão o chamamento de uma ou mais pessoas (...) – REFERIR A NOÇÃO QUE ESTÁ NA
NORMA DO ARTIGO 2024º.
A sucessão abre-se nos termos do artigo do 2031º - lugar da sucessão, sendo chamados os seus
sucessores, tal como dispõe o artigo 2032º.
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Luís Monteiro a91497
Assim sendo, com a morte do A, este deixa como seus sucessores – (quem é herdeiro de
Alberto?)- Neste caso será B(cônjuge) + C e D(descendentes) sendo estes seus herdeiros
legitimários – nos termos do 2157º, sendo que ao herdeiros legitimário cabe a legitima nos
termos do 2156º, ou seja a quem cabe a porção de bens de que o de cujus não pode dispor por
ser legalmente destinada aos herdeiros legitimários. -VER E FAZER O ESQUEMA DESTA
FAMILIA.
São chamados e têm de ter uma ordem – a ordem do 2157º. Os herdeiros legitimários são
chamados em conformidade com as regras da sucessão legítima, por remissão legal e expressa
do artigo 2157º que nos remete para os artigos 2134º e 2146º, sem prejuízo de eventual direito
de representação nos termos dos artigos 2138º e 2042º.
Porque é que tem de haver um cuidado com os herdeiros- a lei assegura a um quarto de
património.
Temos o valor do património, agora vamos calcular a legitima – devemos por começar por
enquadrar a legitima nos termos do 2157º.
No 2159º - aplicamos se existir cônjuge e filhos e aplicamos o 2159ºnº2 se não existir cônjuge e
existir filhos. – neste caso há cônjuge, logo vamos ter de aplicar o nº1.
Nesta medida qual é a porção de bens que têm de ficar indisponíveis? Nos termos do 2159ºnº1,
a legítima a cônjuge e aos dois filhos tem de ser de 2/3 da herança, o que significa que a quota
disponível será de 1/3.
Para fazermos o calculo da quota indisponível, temos de aferir ao valor do património deixado
por Alberto, diz-nos o enunciado que o Alberto deixou bens no valor de 10.000 €, sendo que
vamos presumir destes 10.000€ respeita a valor de bens próprios deste, não sendo por isso
necessário fazer a partilha dos bens comuns do casal. SE ELE FOR VIUVO É TUDO DELE,
SE FOR DO REGIME DE SEPARAÇÃO É TUDO DELES. – DEVEMOS CONSIDERAR SE
EXISTE OU NÃO PATRIMÓNIO COMUM.
Assim sendo, caberá agora calcular a legítima nos termos do artigo 2162º, no caso concreto a
legítima será de 6.666 – quota indisponível – quota disponível 3,333
Alberto pode no domínio da sucessão testamentária deixou em testamento a Paulo a sua quota
disponível, o que significa que nomeou um herdeiro – nos termos do artigo 2030ºnº2. O
testamento foi realizado nos termos do artigo 2179º do CC.
Se deixou a quota disponível em princípio o testamento é valido, assim sendo, tendo alberto
deixado a Paulo o valor da quota disponível, este testamento será válido porque não ofende o
valor da legítima dos herdeiros legitimários. O facto de ser maior acompanhado continua a ter
capacidade sucessória, nos termos do artigo 2033º do CC. Todavia, o Paulo morreu primeiro do
que alberto, o que significa que haverá lugar ao direito de representação – SE MORRER
PRIMEIRO É REPRESETNAÇÃO, SE MORRER DEPOIS É TRANSMISSÃO E DIREITO
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Luís Monteiro a91497
DE ACEITAR A HERANÇA. Isto tem lógica porque vai representar a pessoa que
eventualmente seria herdeiro.
Assim sendo, nos termos do artigo 2039º, dá-se a representação sucessória, sendo que são
chamados os descendentes deste herdeiro com vista a ocupar a posição daquele que não pode
(morreu) ou não quis (repudiou) aceitar a herança.
A representação testamentária que está prevista no artigo 2041º que se aplica no caso em
concreto, sendo chamados os descendentes do que faleceu antes daquele que iria beneficiar do
testamento, assim sendo será chamado Júlio em representação de Paulo.
No mesmo testamento o que é que alberto faz? – Alberto deserda o seu filho Carlos por não
gostar da Rosa. Nos termos do 2166º o autor da sucessão pode, em testamento, com expressa
declaração da causa, deserdar o herdeiro legitimário, privando-o da legítima – que causa é que
pode ser admitida, as que constam do nº1 do mesmo artigo: temos de ver se se enquadra em
alguma destas alíneas.
No caso concreto, nenhuma causa justificativa nos termos das alíneas a- c do nº1 nos termos do
2166º, esta intenção de Alberto não terá nenhum efeito jurídico. Ou seja, o C é para todos os
efeitos, herdeiros legitimário com direito à legítima, cumpre ainda dizer-se que a impugnação
da deserdação está no 2167º e caduca ao fim de dois anos (existe um prazo).
E se os bens que ele deixou ofendessem a legítima, deveríamos de fazer uma redução de
liberdades.
O que é que acontece depois? Sucede que ao ter conhecimento da morte do seu pai, Duarte
falece, o Duarte e seu herdeiro legitimário e foi chamado a herdar no momento da morte do seu
pai – alberto.
Ou seja, respondeu ao chamamento. Toda via, como sabemos a herança decve ser aceite nos
termos do 2050º, sendo que nos termos do 2056º a aceitação pode ser expressa ou tacita- 2056º
e 2057º.
Todavia, nos termos do 2058º se o sucessível chamado à herança falecer sem a haver aceitado
ou repudiado transmite-se o direito de aceitar ou de repudiar. Neste caso, nos termos do artigo
2058º nº1, 2157º e 2133ºnº1 a) - será chamado a aceitar a herança o filho deste, Filipe.
2158ºnº1(herdeiros) (2157º e 2133ºnº1 a) – para chamar). Ou seja, neste caso, caberá a Filipe
aceitar ou repudiar a herança de Alberto. Em suma, a partilha será feita da seguinte forma:
A Beatriz, cônjuge sobreviva, caberá assim 2222€ que foi calculada nos termos do 2159ºnº1,
sendo certo que respeita o ordenado na parte final do artigo 2139º nº1 – esta regra diz que
existindo cônjuge não pode ficar com menos de um quadro.
Remissão do 2139º para o 2157º ? – não percebi o facto de estar uma parte assegurada, mas não
será relevante neste caso.
128
Luís Monteiro a91497
Filipe igual tendo sido transmitido direito a aceitar a herança (ou a repudiar)
Julio 3333€ visto que sucede no direito à representação do seu pai Paulo.
II
Abílio estava casado com Beatriz, de quem tinha dois filhos, Cristóvão e David. Enquanto
Cristóvão tinha quatro filhos, ou seja, Ester, Frederico, Gustavo e Hélder, David tinha apenas
dois, Isaura e José.
Em 2015, Ester e Isaura foram condenadas por terem envenenado a sua avó Beatriz, que morreu
imediatamente.
Abílio deixa bens no valor de 6.000€. Num testamento destinou metade destes bens a uma
instituição de solidariedade social. A outra metade ficou, em partes iguais, reservada para os
dois filhos aos quais Abílio ainda recomendou que trabalhassem ser quisessem ser ainda mais
ricos.
RESPOSTA:
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Luís Monteiro a91497
Ao fazer o esquema devemos começar por referir a ordem por qual cada um deles
morre.
Abílio deixa 6.000 euros. Deixa metade dos bens a instituição opor testamento e a
outra metade aos dois filhos.
No caso concreto não há cônjuge sobrevivo, ele era viúvo e portanto este 6000€
corresponde à totalidade dos bens de A. Nessa medida, cabe agora calcular o valor da
legítima que deverá ser aferida nos termos do artigo 2159º/2, consoante seja um ou
dois filhos.
No caso em concreto são dois filhos, logo a legitima será de dois terços. Qual é a
norma para calcular? é a do 2162º
Acontece, à data da sua morte, com base no que já dispusemos upra, sucederam a A
em, direito de representação os seus netos, filhos do seu filho pré- falecido C.
O direito de representação está no 2039º, sendo que a sucessão legal está no artigo
2042º. Assim sendo, os seus netos serão seus herdeiros legitimários.
O A fez um testamento que equivale a sucessão voluntaria testamentária, sendo que o
testamento vem regulado no artigo 2179º e seguintes.
Sendo que, no caso concreto, trata-se também de um herdeiro nos termos do artigo
2030º nº2.
Todavia, neste testamento, o A deixou 3000 à associação, sendo que apenas pode
dispor dentro da sua quota disponível no valor de 2000€.
130
Luís Monteiro a91497
Uma vez que ofende a legítima, ou seja a parte dos bens que imperativamente ficarão
destinados aos herdeiros legitimários, haverá lugar à redução por liberdades
inoficiosas – 2168º.
Este artigo 2168º diz que as liberalidades são redutíveis a requerimento dos herdeiros
legitimários ou seus sucessores tal como impõe o artigo 2169º. Esta redução abrange
em primeiro lugar as disposições testamentarias e em segundo lugar, os legados e por
ultimo as liberdades que hajam sido feitas em vida do autor da sucessão.
Nos termos do artigo 2172º, se bastar a redução das disposições testamentárias, esta
será feita proporcionalmente. Diz ainda o artigo 2174º que quando os bens são
divisíveis, a redução faz-se separando deles a parte necessária para preencher a
legítima. Se os bens forem indivisíveis a redução faz-se nos termos do artigos 2174º.
A ação de redução de liberalidades inoficiosas caduca nos termos do artigo 2178º no
prazo de 2 anos.
Assim sendo, a associação apenas vai receber 2000€.
Falta-nos a situação do D.
Acontece, porém, que tanto Ester como Isaura poderão ser consideradas incapazes por
indignidades, visto que foram condenadas pelo homicídio da sua avó. Sendo que diz o
artigo 2034º - carecem de capacidade sucessória por motivo de indignidade nos
termos da alínea A o condenado, como autor ou cúmplice de homicídio doloso ainda
que não consumado contra o autor da sucessão ou contra o seu cônjuge, descentes,
acescente adotante ou adotado.
A declaração de indignidade está prevista no artigo 2036º, sendo que a ação deve se
intentada no prazo de 2 anos. Ela é indigna nos termos do artigo 2034º porque
cometeu homicídio doloso contra a cônjuge do de cujus. É indigna nos termos na alínea
a) nos termos 2034º porque cometeu homicídio doloso contra ascendente de que
transmitiu i direito de aceitar a herança.
A capacidade de I é aferida face ao D e não face ao A.
Vai direito a acrescer dentro de cada estirpe, nos termos do artigo 2137º nº2 ex vi
2157º.
Temos de dar a conhecer que temos de dizer que temos de dividir primeiro por 4 só
depois é que dividimos por 3-
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III
Gustavo, viúvo, teve quatro filhos: Dora, Helena, Fernando e Gilberto. Em vida, Gustavo doou
a Gilberto um terreno no valor de 10.000 €, mas que atualmente vale 30.000 €. Gilberto morreu
em 2011, sobrevivendo-lhe a mulher, Joana, e uma filha, Inês.
Vítima de doença prolongada, Gustavo faleceu em janeiro de 2015, deixando bens no valor de
50.000 €.
Acontece, porém, que Júlia, internada há muito tempo, veio a falecer em fevereiro de 2015, sem
se ter pronunciado se aceitava as joias, sobrevivendo-lhe apenas o marido Bernardo.
Quid iuris?
RESPOSTA:
Devemos começar sempre por fazer o esquema familiar, para perceber quem morreu quem
descendeu e ascendeu.
G morre e temos como herdeiros – D,H,F,I. I surge por força do direito de representação pro
força do seu morte g.
G é viúvo não existe bens comuns a partilhar, ele deixou 50.000€ e portanto será este o valor
do seu património. Sucede que, por atencipação, o G havia doado ao seu filho Gilberto, pai da
Inês.
Quando tenho um testamento que afeta a quota disponível vou reduzir esse testamento ou
legado.
Vamos ter de restituir À herança aquilo que habia disposto em vida face aos herdeiros
legitimários- 2104º . diz-se colação a restituição à massa da herança para igualação da
partilha os bens ou valores que lhe foram doados anteriormente. Trata-se de uma operação
prévia à partilha, diz-nos o artigo 2105º que só estão sujeitos à colação os descendentes que
eram à data da doação, presuntivos herdeiros legitimários do doador.
Nos termos do artigo 2108º, a colação faz-se pela imputação do valro da doação ou da
importância das despesas da quota hereditárias ...- ver artigo.
Contudo, é preciso ter atenção ao que dispõe o artigo 2109º, porque o valro dos bens doados
deve ser aferido à data da abertura da sucessão.
Isto significa portanto, para que Inês em direito de representação do seu pai Gilberto possa
entrar na partilha da herança, terá de restituir agora, para efeitos de colação o valor de
30.000€ - porque o terreno vale agora esse mesmo valor.
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Inês sucede nos termos do direito de representação nos termos do artigo 2039º,2040º e 2042º,
ou seja, sucede em representação na sucessão legal como descendentes de Gilberto. Devemos
SEMPRE DE REFERIR COMO É QUE É CHAMADO.
Para o calculo da legitima deve atender-se aos bens existentes do património do autor À dfata
da sucessão – o valor é de 50.000€, ao valro dos bens doados que é 30.000€ e às dividas da
herança (neste caso não é necessário subtrair) – 2162º. São os bens da herança que vao
responder pelas dívidas.
Só posso chegar ao valor final se subtrair as dívidas da herança. O calculo da legitima tem de
obedecer a X valor.
Contudo o legislador não concretizou o valor para estas alterações, a doutrina apesar de que
com alguma divergência tem entendido que deve ser realizada pela seguinte lógica:
Neste sentido, significa que ao valor dos bens deixados no valor de 50.000€ dividas deve
somar-se o valor do bem doado sujeito à colação, ou seja, 30.000€ é sempre o valor atual que
consideramos. – 2109º
Agora importa chegar ao valor da quota disponível – artigo 2159º nº2, 2/3 o que da o valor de
2/3 oque dá o valor de 53.333€ sendo o quota disponível de 26.666€ -existem mais do que dois
filhos.
Ao doar o filho Gilberto não disse que er apor conta da quota disponível assim estamos perante
um adiantamento da quota disponível, vamos ao valor da quota disponível por isso vamos às
deixas testamentarias.
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IV
Jerónimo, casado com Helena no regime de separação de bens, morreu em 2014 deixando o
filho Luís e quatro netos, Óscar, Pedro, Rui e Telmo, filhos do seu filho falecido em 2011,
Nestor, cuja mulher, Raquel, ainda é viva.
Sabendo que Jerónimo deixou bens no valor de 250.000€, proceda à respetiva partilha.
RESPOSTA:
São chamados as relações jurídicas os seus sucessores – artigo 2024º + 2031º + 2032º.
São seus sucessores, desgindadmentoe: L, O , P, R, I H – são herdeiros legitimários nos
termos do 2157º a quem cabe a legitima, a quem cabea legitima nos termos do 2155º.
No caso concreto legítima será de 2/3 da herança dos termos 2159ºnº1, porque há
cônjuge. O P R I suceder em direito de representação de N, artigo 2039º e 2140º?.
Para aferir a legítima temos de nos socorrer dos artigo 2162º do Cc. Isto signficia que
para efeitos do calcula da legítima, devemos considerar o valor de bens deixados por J
que é de 250.000 + 50.000 que havia sido doados ao seu filho Nestor. Ou seja um total
de 300.000.
Assim sendo o valor da quota indisponível será de 200.000 e da quota disponível será
de 100.000
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O valor da quota indisponível a ser divido por cada um das estirpes, conferia a H a L e
ao conjunto do O P R G filhos de Nestor. Isto significa que o valor doado por Jerónimo
ao Nestor ainda seria inferior ao valor da quota indisponível.
Acontece que o R e T repudiaram à herança – 2062º, sendo que segundo estes artigo,
os efeitos do repudio da herança retroagem-se ao momento da abertura da sucessão,
considerando-se como não chamado o sucessível que a repudie. Isto significa que.
Tendo o R e o T repudiado à herança, haverá direito de acrescer a favor de O e P, nos
termos do artigo 2137º nº2 ex vi 2157º - ordem de chamamento,
A helena seu cônjuge irá receber 66.666€, o Luís o seu filho irá receber o 66.666€ e os
filhos de nestor terão direito a 66.666€ em virtude de Rui e Telmo terem repudiado à
herança além da doação e do valor da doação já recebido – 50.000, irão receber cada
um destes dois a quantia de (66.666/4=16.6666/2=8.666€). 8.666€ cada um por força
do direito a acrescer.
O Gustavo irá receber por efeitos daquele testamento o valor da quota disponível de
100.000€
CUIDADO COM:
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