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Direito da família- aulas práticas

2º aula- 30/09/2022
Contactos da professora: notaria@sofiahenriques.pt/ 913036091
ANO2SUBTURMA@AFDL.PT – e-mail da subturma

Estudar para a próxima aula: Existe deveres conjugais? E o seu


impacto no caso de rutura
Vai haver debate na próxima aula (dividir a turma em meio)
Casos práticos- direito da família e direito das sucessões- resolver o
1º caso

Diferença entre parentesco e afinidade:


Parentesco- descende uma da outra, ou que têm um progenitor
comum; a afinidade une o cônjuge aos parentes do outro (passa a ser
afim dos parentes do seu cônjuge)
Linha reta- é quando descende um do outro

P M

I A

S B

N C

Caso 1
Daniel contraiu casamento, em Maio de 2000, com Eduarda, viúva de
seu irmão uterino, Guilherme.
Dois anos depois, Eduarda falece e, em Junho de 2002, Daniel
contraiu novo casamento com Hermengarda, filha do anterior
casamento de Eduarda.
Em março de 2004, Daniel sofre um acidente de viação que lhe é
fatal.
Em agosto de 2005, Hermengarda vem a contrair novo casamento
com Ivo, seu antigo namorado
1. Aprecie as relações de parentesco e afinidade e seus efeitos em
sede de impedimentos matrimoniais.
2. Imagine que Ivo é filho do anterior casamento de Daniel com
Eduarda- parentesco da linha colateral em 2º grau (artigo 1602
c)- não podem casar
3. Imagine agora que Ivo é filho de um anterior casamento de
Daniel (anterior ao seu casamento com Eduarda).
Irmão uterino- aquele que é filho só da mesma mãe.
Afinidade linha colateral em 1º grau não existe
D E

H I
d-e- casados- linha colateral em 2º grau- podem casar (relação de
afinidade mantem-se)
e-h parentesco em linha reta 1º grau
d e h- afinidade em linha reta 1º grau
i e h- afinidade em linha reta em 1º grau
tio D não pode receber da sobrinha- há impedimento, a sanção é do
1640/2
Daniel e contraiu casamento com Eduarda (víuva de seu irmão
uterino Guilherme). O casamento é definido como o “contrato
celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família
mediante uma plena comunhão de vida”- artigo 1577º do CC.
O casamento caracteriza-se pela contratualidade, pela assunção do
compromisso reciproco de plena comunhão de vida, pela
pessoalidade e pela solenidade.
Não obstante a fixação injuntiva dos efeitos essenciais do casamento
(arts. 1618, 1698, 16999, as partes gozam de alguma margem de
autonomia; podem decidir quando e com quem querem casar: ou
seja, tal como está disposto no , artigo 1600 do CC “Têm capacidade
para contrair casamentos todos aqueles em que não se verifique
algum dos impedimentos previstos na lei.
Impedimentos matrimoniais são circunstâncias que de qualquer
modo obstam à realização do casamento. Estas proibições de casar
estão sujeitas a um princípio de tipicidade: são apenas as que se
encontram previstas na lei (art. 1600). Havendo impedimentos
matrimoniais, o casamento não deve ser realizado. Se, apesar disso,
vier a ser celebrado, a não observância das regras sobre
impedimentos pode determinar a anulabilidade do ato, tal como está
disposto no artigo 1631/a

Casamento católico- nulidade


Casamento civil- artigo 1631 fala-se em anulabilidade

Após a morte de Eduarda, Daniel e Hermengarda casam-se. No


entanto, por Hermengarda ser filha de Eduardo já existia
previamente uma relação de afinidade entre ela e Daniel (art. 1584):
“afinidade é o vínculo que liga cada um dos cônjuges ao parente do
outro”
A eficácia da afinidade apenas pode ser invocada se a filiação estiver
legalmente estabelecida e se este facto e o casamento estiverem
registados.
A espécie de relação de afinidade com maior importância é a afinidade na
linha reta, designadamente, a que liga os sogros às noras ou genros e a
que liga os padrastos aos enteados.
Este vínculo não finda pela dissolução do casamento por morte, mas,
cessa devido ao divórcio. – artigo 1585
Visto que entre Daniel e Eduarda não se recorreu ao divórcio, a relação de
afinidade entre ele e Hermengarda mantem-se. Estando estabelecida uma
relação de afinidade de linha reta, não é possível contraírem casamento
(artigo 1602 d).

Artigo 1604 alinha c- pois ela também é sobrinha


Qual a diferença entre impedimente impedientes (não gera
anulabilidade, mas gera sanção patrimonial) e dirimentes? Típica
pergunta de oral- resposta artigo 1631- impedimente impediente-
obsta a relação de casamento- impede a separação do casamento
Dirimento absoluto- refere-se à pessoa; dirimento relativo- refere-se
à relação entre as duas pessoas
Entre Eduarda e Hermengarda estabelece-se uma linha de
parentesco reta em 1º grau (mãe e filha). A linha diz-se reta quando
um dos parentes descende do outro- neste caso Hermengarda
descende de Eduarda. (linha ascendente para Hermengarda e
descendente para Eduarda).

Caso 21
Em Janeiro de 1995, Ana, de 15 anos, e Bernardo, de 19 anos,
casaram civilmente sem consentimento dos pais, Ana era filha de
Manuela, e Bernardo tinha sido adotado plenamente por Daniela e
Carlos.
O casamento não correu bem e o divórcio foi decretado em Julho de
1998.
Em Março de 1999, Bernardo casou com Eva, perante um pároco,
sem ter corrido previamente o processo preliminar de publicações,
visto que Eva esta em iminência de morte. Eva melhorou da sua
doença, julgavam erradamente ser incurável e fatal e doou a
Bernardo o seu apartamento no Algarve.
Em abril de 1999, descobriram que Eva era a filha biológica de Carlos,
sem contudo estar estabelecida a paternidade.
O Conservador do Registo Civil recusou-se a transcrever o
casamento.
Uns dias depois do casamento, Eva descobriu que Bernardo é
impotente.
Em Maio de 2000, Fernanda, que há muitos anos queria casar com
Bernardo, aproveitando a ocasião de este estar a ser ameaçado pelos
seus credores, propôs-lhe novamente casamento, declarando que
após o mesmo lhe faria uma doação no valor das suas dívidas. Sem
outra solução, Bernardo aceitou e casaram em julho de 2000.

1. Existem impedimentos aos casamentos de Ana e Bernardo, de


Bernardo e Eva e de Bernardo e Fernanda? Em caso afirmativo,
indique quais e enumere as consequências.
O casamento constitui uma relação jurídica familiar (art. 1576º) e é
possível defini-lo como “um contrato celebrado entre duas pessoas
que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de
vida” (art. 1577º do CC).
Existem, no entanto, diversos impedimentos matrimoniais que
impedem a celebração de um casamento válido capaz de produzir
efeitos. Entre eles, encontra-se a incapacidade de um menor com
idade inferior a 16 anos contrair matrimónio, tal como está disposto
no artigo 1601/a) do CC. O casamento de Ana e Bernardo é por isso
inválido. – casamento é anulável (artigo 1631 a do CC)
Tinham legitimidade para anular o casamento entre Bernardo e Eva
fundada em impedimento dirimente os cônjuges, ou qualquer
parente deles na linha reta ou até ao 4 grau na linha colateral, bem
como os herdeiros e os adotantes dos cônjuges e o Ministério
Público. (Ana, Bernardo, Manuela, Daniela e Carlos. Segundo o artigo
1643/1/a- Ana poderia propor a anulação até seis meses depois de
ter atingido a maioridade; enquanto Bernardo tem três anos
seguintes á celebração do casamento para o fazer (desde que não
seja depois da maioridade da Ana)- artigo 1633 podia validar depois.
Como não houve anulação do casamento, mas como é um menor
estamos perante um impedimento impediente – aplicar as sanções
do artigo 1649
Relativamente ao casamento católico realizado entre Bernardo e Eva,
a lei prevê expressamente no artigo 1599º/1 do CC, que o casamento
in articulo mortis (na hora de morte ou na provável iminência de
morrer), pode celebrar-se independentemente do processo
preliminar de casamento e de do certificado da capacidade
matrimonial. Esta dispensa do processo preliminar de casamento, no
entanto, não altera as exigências da lei civil quanto à capacidade
matrimonial dos nubentes, continuando estes sujeitos às sanções
estabelecidas na mesma lei (artigo 1599º/2).
´
Outro problema que se avulta é a possibilidade de relação entre
parentesco no 2º grau da linha colateral entre Bernardo e Eva.
Bernardo foi plenamente adotado por Daniela e Carlos. O artigo
1586º do CC estabelece que a adoção é o vínculo, que à semelhança
da filiação natural, mas independentemente dos laços de sangue se
estabelece entplre duas pessoas. Por este processo, o adotado
adquire a situação de filho do adotante e integra-se com os seus
descendentes na família deste (art. 1986º do CC). Um mês depois do
seu casamento com Eva, descobre que esta é filha biológica de
Carlos, apesar da paternidade nunca ter sido estabelecida.
Visto que a paternidade nos casos de filiação fora do casamento se
estabelece legalmente pelo reconhecimento (art. 1796/2)- seja este
voluntário ou judicial, é necessário que ele ocorra, pois só assim
poderão emerger os poderes e deveres resultantes da filiação (que
têm eficácia retroativa)- art. 1797º/2 do CC.
Segundo o artigo 1603 nº1- a prova da paternidade como
impedimento ao que está disposto no artigo 1602/c (o parentesco no
2º grau da linha coletaral) é sempre admitida antes da efetivização
do contrato patrimonial, mas o reconhecimento do parentesco na
ação de nulidade ou anulação depois do casamento já ter sido
efetivado não produz qualquer efeito. Ou seja, o facto de Eva ser filha
de Carlos não se afigura um impedimento e o casamento é válido.
Dito isto, o casamento pode ser anulável por erro que viciou a
vontade, se assim for a vontade de um ou de ambos os nubentes.
Neste caso, se Eva for capaz de provar que, se estivesse ciente da
condição de Bernardo (impotência), nunca teria contraído o
matrimónio, então o casamento é anulável-- (artigo 1636).
Artigo 1603- o casamento podia ser anulado por força do artigo
1603- por prova da paternidade

2. Pode Eva anular o seu casamento com Bernardo, com base em


falta ou vícios da vontade?
A declaração da vontade, no ato da celebração do casamento,
constituem tanto uma presunção de que os nubentes queriam
contrair o matrimónio, como de que a sua vontade não estava
viciada nem por erro nem por coação (artigo 1634).
Segundo o que está disposto no artigo 1636 do CC, o erro do
objeto (vicio da votande- artigo 249 ao 252) só é relevante se,
para efeitos de anulação recaia sobre qualidade essenciais da
pessoa do outro cônjuge, seja desculpável e se mostre que sem
ele, o casamento não teria celebrado.
Se Eva e Bernardo forem capazes de demonstrar que, se
estivessem previamente informados da filiação que os ligava
nunca teriam contraído matrimónio, então o casamento é
anulável. A anulação podia ser intentada pelo cônjuge que foi
vitima do erro (neste caso os dois); mas também os seus parentes
(Daniela e Carlos), afins na linha reta (Eva), herdeiros ou e o MP;
adotantes, se o autor falecer na pendência em causa (artigo 1641):
Eva, Daniela, Carlos e Bernardo.
Neste caso, se Eva for capaz de provar que, se estivesse ciente da
condição de Bernardo (impotência), nunca teria contraído o
matrimónio, então o casamento é anulável-- (artigo 1636).
Segundo o disposto no artigo 1645- Eva teria 6 meses, aquando do
momento do momento da dissolução do casamento para recorrer ao
processo de anulação do casamento (passados esse período o prazo
caduca- artigo 1643 alinea c

Erro- vicio- previsto no artigo- 1636- vicio da vontade tem de recair


sobre uma qualidade essencial do outro cônjuge; tem de ser
desculpável (um homem medio colocado naquelas circunstancias
teria se apercebido do erro);- impotência ; essencialidade (pode ser
objetiva- na perspetiva daquele utente era relevante aquela
qualidade essencial do outro cônjuge (tem haver com a
razoabilidade- se é não considerado essencial à luz dos valores
sociais), ou subjetiva; propriedade do erro (o erro tem de ser
próprio)- erro não é próprio sempre que aquela situação seja um
requisito da validade do casamento (teoria tradicional)- não essencial
para a professora – impotente era desculpável se tivessem sido
determinados mecanismos (medicação) que tivessem criado alguma
ilusão na perspetiva de Eva, ou não tivessem tido relações sexuais-
essencial- SÓ PODE INTENTAR NA AÇÃO- VICIO CESSA QUANDO
DEIXA DE ESTAR EM ERRO E DESCOBRE A VERDADE

3. Pode Bernardo anular o seu casamento com Fernanda, com


base em falta ou vícios da vontade? E Fernanda?
O casamento de Bernardo com Fernanda ocorreu por promessa
desta em que se contraíssem matrimónio, esta faria uma
doação em que pagaria as suas dívidas, não encontrando outra
solução possível, este acaba por aceitar. Apesar de a lei prever
expressamente que o matrimónio pode ser anulado com base
na falta da vontade ou com a vontade viciada por erro ou por
coação, por parte de um ou de ambos os nubentes (art. 1631º),
nem Bernardo nem Fernanda estavam numa situação de
simulação, inconsciência ou coação tanto física como moral
(artigo 1635º e 1638º).
Ambos os cônjuges não tinham como último recurso possível
contrair matrimonio, estando conscientes das suas ações e
consequências- não foram induzidos a erro (artigo 1634) e, por
isso, o casamento não é anulável (é válido).- estavam ambos
livre de celebrar o casamento
Relativamente à doação, esta é definida no artigo 940 do CC
como o: “contrato pelo qual uma pessoa, por espirito de
liberalidade e à custa do património, dispõe gratuitamente de
uma coisa ou de um direito, ou assume uma obrigação, em
beneficio de outra contraente”. Tendo Fernanda a capacidade
ativa de doar (artigo 948 do CC), e por se tratar do pagamento
de uma divida do seu marido, entende-se que, na falta de outra
declaração, como obrigando ao pagamentos das dividas que
Bernardo tinha aquando do momento da doação (art. 964).
Artigo 1641- Bernardo tem legitimidade para intentar a
anulação- artigo 1638- libettação de um la (não tem apenas de
ser ameaça- não é ilícito a doação, mas o nº2 2 de libertar
Bernardo de um mal- ilicitude ser ameaçado pelos credores –
requisots do artigo 1638 estavam preenchido- artigo da
anulabilidade art. 1631/b
Legitimidade- art. 1641- ação de anulação so pode ser
intentada por Bernardo (o cônjuge foi vitima de erro), mas
podem também prosseguir osa seus parentes, afins na linha
reta
Artigo 1645- prazo- dentro dos seis meses à cessação do vício-
recorrer à anulação- que é quando deixa de haver coação
(quando for paga a dívida)- tem até 6 meses até ser paga a
dívida

4. Aprecie o comportamento do Conservador do Registo Civil.


Casamento católico urgente- art. 1599; casamento católico civil- art.
1622- artigo 1611- declaração de impedimentos pelos funcionários
públicos
ARTIGO 1623- FALA DE CASAMENTOS URGENTOS CIVIS- NÃO HÁ
CASAMENTOS URGENTES CATOLICOS QUE ESTEJAM SUJEITOS A
HOMOLGAÇÃO- uma constatação, mas a transcrição- vai transcrever
o casamento que foi realizado por outra entidade (neste caso, o
padre)- O NOSSO CASAMENTO católico tem efeitos civis- através da
transcrição- mas tem de verificar os requisots necessários para a
transcrição no código do registo civil- não estão presentes os
requisitos exigidos por lei (no caso do artigo 1624- a homologação é
apenas em casamentos urgentes)
Transcrição- casamento católico
Homologação, inscrição- casamento civil
Artigo 1590- casamentos urgentes realizados entre padres- saber se
estão sujeitos a transcrição ou a homologação (os regimes são
distintos)- neste caso foi realizado perante um padre- pressupõe que
não é perante o padre este artigo, mas pode ser
Requisitos do casamento urgente católico (art. 1599): tem de preprar
na mesma o processo de casamento para adquirir a existência de
impedimentos impedientes- não vai afetar a validade daquele
casamentos- artigos que tratam da transcrição ou homolgação só se
fazem referencia aos impedimentos dirimentes (o conservador não
devia transcrever- eram irmãos)- fez bem em não transcrever
Podemos argumentar que a sua decisão não foi a mais acertada- com
no artigo 174 do CRC- divergência- sendo casamento católico urgente
tem de aplicar a alínea d; posição de professor pereira coelho é
aplicável a alínea e- impedimentos são mais restritors em
casamentos- conservador não devia ter recusado a transcrição
(conservador apenas delimita em situações muito fortes); se o
casamento não for transcrito elo não produz nenhum efeito (art.
1669; 1651/a)- exceto a impedir a celebração de um novo
casamento- não é conhecido na nossa ordem jurídica civil- art. 1625-
reserva de jurisdição- apenas os tribunais eclesiásticos tem
competência 8depende da interpretação do artigo. 174)
5. Imagine que Fernanda morre e após a sua morte Bernardo
pretende suceder à herança desta. Guilherme e Miguel, filhos
do primeiro casamento de Fernanda, contestam tal pretensão,
alegando ser inválido o casamento de sua mãe com Bernardo.
Comente de forma fundamentada ambas as posições.
Casamento putativo- artigo 1647- salvaguardar os efeitos do
casamento até ao processo de anulação (que tenha sido contraído de
boa fé, mas com impedimentos e que seria consequentemente
anulado)
ou
Se se convalidar o casamento dos dois porque o casamento anterior
de b e e fosse declarado nulo- convalidava-se o novo casamento art.
1633/1/c
- artigo 1630 (não pode ser inexistente; preciso que haja boa fe de
pelo menos um dos nubentes- mesmo que seja declarado a anulação
ele vai produzir efeitos até á data da sentença- ambos os cônjuges
estavam de boa fé- salvaguardando-se os efeitos- B podia ter os bens
de F- situação de ser uma casamento de bigamia podia ser uma
questão na situação- se se podia aplicar o artigo a questões de
bigamia nos camentos putativos

Resposta da professora
IMPEDIMENTO ENTRE FERNANDA E BERNARDO- artigo 1601 c)- o
casamento anterior não dissolvido, católico ou civil, ainda que o
respetivo assento não tenha sido lavrado no registo do estado civil
não tendo o casamento anterior de Bernardo e Eva sido dissolvido,
constitui um impedimento dirimente absoluto Bernardo e Fernanda
contraírem matrimonio- não pode estar casado com duas pessoas ao
mesmo tempo- uma vez que o casamento foi celebrado, gera
anulabilidade (casamento anulável produz efeitos)- segundo o artigo
1631 a)- têm legitimidade para intentar a ação de anulação fundada
em impedimento dirimente ou prosseguir para ela- os cônjuges
(Fernanda e bernardo), qualquer parente deles na linha reta (Daniela
E Carlos) , o Ministério Público e Eva (primeiro cônjuge do infrator- n
o caso de bigamia)- artigo 1639/1
Artigo 1643 c)
Artigo 1633 alínea c)

Casamento católico- nulidade


Casamento civil- artigo 1631 fala-se em anulabilidade
Quando estamos a resolver um caso prático, com impedimentos-
identificar a relação e ver de gera ou não impedimento (se é
dirimente ou impediente- circunstancias que obstam à celebração do
casamento)
Dentro dos impedimentos temos duas categorias (ambos são
impedimentos que obstam á celebração do casamento)
Dirimente- aqueles que uma vez celebrado o casamento gera a
invalidade do casamento (casamento católico- nulidade); casamento
civil- anulabilidade)
Dizer quem tem a legitimidade, qual o prazo, e o art. 1631
Impediente- não gera a invalidade do casamento, so tem sanções de
cariz patrimonial (1649 e 1650 artigos)
Impedimento dirimente tem uma consequência mais grave e por isso
observe o impedimento impediente- posição da professora: na
verdade se o impedimento dirimente não chegar a ser anulado deve
ser aplicado as consequências do impedimento impediente

Caso prático 9, 26, 27 e 30


Nascimento – Filiação
300
1 N
120 dias

180 dias

14/10/2022
Artigo 1618- artigo importante- proíbe
Artigo 1792- todas as doações que ocorreram entre casados,
caducam com o divorcio
Artigo 1760- doações para casamento
Artigo 1766- doação entre casado

Caso 9
Nuno e Matilde conheceram-se numa viagem a Paris e, no cimo da
Torre Eiffel, trocaram juras de amor eterno. Após uma semana de
intenso romance, regressaram a Portugal e, no aeroporto, Nuno
pediu Matilde em casamento, tendo esta logo aceite.
Nesse momento, combinaram que casariam no dia seguinte a
Matilde defender a tese de mestrado que se encontrava a preparar.
Nuno organizaria, entretanto, todos os preparativos do casamento.
E assim aconteceu. Nuno encomendou o copo de água, sinalizando o
negócio com 2. 500 euros e reservou a lua-de-mel, tendo pago para
tal 2.000 euros.
Matilde escolheu Sónia, a sua colega de viagem a Paris, para
madrinha, a qual lhes ofereceu, como prenda de casamento, o
vestido de noiva, no valor de 1. 500 euros.
Nuno, na véspera da entrega da tese, ofereceu a Matilde um anel de
noivado de diamantes, no valor de 4.000 euros.
No período entre a entrega da tese e a sua defesa, Matilde envolveu-
se amorosamente com o seu orientador, Óscar. As cenas românticas
entre os dois foram presenciadas por Nuno, quando decidiu fazer
uma surpresa a Matilde.
Nuno comunicou a todos os convidados que já não haverá
casamento.
Quid Juris?

Nuno e Matilde celebraram uma promessa de casamento. A


promessa de casamento é o contrato pelo qual duas pessoas se
comprometem a contrair matrimónio (artigo 1591º).
Uma vez que a capacidade exigida para a promessa de casamento é a
mesma que se requer para a celebração do casamento (art. 1600 e s)
e não se aplicando nem a Nuno nem a Matilde nenhum dos
impedimentos previstos na lei, estes têm a capacidade de contrair o
contrato de promessa de casamento.
A promessa de casamento foi submetida a termo, especificamente,
ao dia seguinte à Matilde defender a tese de mestrado que se
encontrava a preparar (art. 278). Relativamente ao termo, este pode
ser definido como uma cláusula acessória típica pela qual as partes
estabelecem que o negócio jurídico ou uma parte deste apenas
produz efeitos ou deixa de produzir efeitos a partir de um certo facto
futuro e certo (certo porque não há dúvidas que o facto vai ocorrer).-
errado- artigo 1618 n2- não pode ser submetido nem a termo nem a
condição- o casamento- a convecção nupcial pode estar sujeita à
condição ou termo (o casamento não)- em termos patrimoniais.
Neste caso, não havia nem condição nem termo. Neste caso, o
regime promessa não estava sujeito a termo nem a condição- aberto
a discussão.
A validade da promessa entre os esponsais não depende da
observância de uma forma especial (art. 219º) e que objeto desta era
legalmente possível (art. 280º/1).- aceita-se que seja feita de forma
tácita
Mediante esta promessa de contrato, Nuno e Matilde ficam
vinculados a casar uma com a outra. No entanto, a natureza da
obrigação de casar obsta à execução específica da promessa (arts.
1591º e 830º/1 in fine)- ou seja, só porque as partes se
comprometem a contrair património não dá direito a exigir a
celebração do casamento (não é exigido que se casem).
Sem prejuízo, Nuno vincula-se a organizar todos os preparativos do
casamento: encomenda o copo de água, sinalizando o negócio com 2.
500 euros (art. 442), reserva a lua de mel, prosseguindo ao
pagamento de 2.000. Ademais, a quantia de 1. 500 paga por Sónia
(madrinha de casamento) para o vestido de casamento, na expetativa
de celebração de matrimónio.
Apesar de tudo isto, Nuno descobre o relacionamento amoros entre
Matilde e Óscar, o que leva a retrair-se a anunciar a todos os seus
convidatos que o casamento já não se iria celebrar. Ora, de acordo
com o artigo 1594º do CC, as indemnizações são devidas pelo
contraente que culposamente der lugar à retratação do outro. Ou
seja, Nuno retraiu-se (retratação) e Matilde deve indemnizar o
esposado inocente, que das despesas feitas, quer das obrigações
contraídas na previsão do casamento (trata-se de responsabilidade
contratual art. 799- que pressupõe a culpa)→ só é indemnizável uma
parte dos danos patrimoniais emergentes, o que representa uma
limitação à extensão da obrigação geral de indemnizar (que inclui
todos os danos emergentes, os lucros cessantes e os danos não
patrimoniais), fruto da preocupação de salvaguardar, na medida do
possível, a liberdade matrimonial das partes. Além disso, segundo o
artigo 1592/1, no caso de rutura da promessa de casamento, cada
um dos contraentes é obrigado a restituir os donativos que o outro
ou terceiro, lhe tenha feito em virtude da promessa e na expetativa
do casamento- deve ser restituída a Sónia a dinheiro (1.500 euros)
que pagou pelo vestido de casamento de Matilde. APLICAMOS O
1594
- copo de água
O que deve ser indemnizado, restituído a Nuno por
- doação do anel Matilde- art. 1592º/1 e 1594º/1
- lua de mel
Além de Nuno, os beneficiários da indemnização podem ser os seus
pais ou terceiros que tenham agido em nome dos seus pais (art.
1594/1).
Segundo o disposto no art. 1594/3, a indemnização é fixada segundo
o prudente arbítrio do tribunal. – critérios de equidade (pode arbítrio
do juiz- situações específicas da lei- deve ter em conta o caso e
condição dos contraentes na função das despesas)- ter em conta a
situação concreta de ambos os nubentes
Relativamente à direito de exigir a restituição dos donativos, Nuno
enfrenta o prazo do ano, a partir do rompimento da promessa, para a
evocar. Se não o fizer, esta caduca (art. 1595º CC).

Aula de reposição- Um dia terça ou quinta- em vez de ser segunda


feira no dia da ponte- 10 de novembro às 10 da manhã

Caso 26
Anastácia e Bernardino são casados no regime da comunhão de
adquiridos, e Anastácia recebe, por doação, uma jarra chinesa, que
coloca na sala. Algum tempo depois, Anastácia decide vendê-la.
1. Quid júris?
2. E se Anastácia tivesse comprado a jarra e mais tarde a doasse à
sua amiga, Claúdia?

Anastácia e Bernardino são casados no regime da comunhão de


adquiridos. O casamento constitui uma relação jurídica familiar (art.
1576º) e é possível defini-lo como “um contrato celebrado entre duas
pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena
comunhão de vida” (art. 1577º do CC).
Relativamente ao regime de bens, este pode ser definido como o
conjunto de regras cuja aplicação define a titularidade sobre os bens
do casal. Isto é, respeita às regras que permitem saber se um bem
pertence ao património comum, ou ao património de um só cônjuge.
Os regimes de bens podem ser agrupados segundo 2 grandes
classificações
1- Contrapõem os regimes típicos dos atípicos
Típicos- enquadram-se num dos tipos previstos na lei. Estão
regulados nos arts. 1721º a 1736º: comunhão de adquiridos, (regime
específico escolhido entre Bernardino e Anastácia aquando o
momento da efetivação do matrimónio) comunhão geral e separação
de bens
Atípicos- os demais (não se encontram previstos na lei).
2- Divide os regimes em convencionais, supletivos e imperativos.
Regimes convencionais de bens- aqueles que podem ser
fixados pelas partes. A estipulação do regime de bens tem de
ser feita em convenção antinupcial (pode tanto ser um regime
típico quer atípico)- art. 1698º).
Regimes supletivos de bens- aqueles que vigoram na falta de
uma estipulação válida e eficaz das partes- ao abrigo do
disposto no art. 1717º, o regime supletivo é o da comunhão de
adquiridos.
Regimes imperativos de bens- aqueles que vigoram num
casamento mesmo contra a vontade das partes.
Neste caso o matrimónio foi celebrado no regime de comunhão de
adquiridos, sendo, consequentemente, um regime típico e de
convenção de bens (art. 1717º)- presumo eu, não há informação
suficiente no caso para o determinar ao certo.
O regime de comunhão de adquiridos vigora como regime
convencional ou supletivo. Vigora como regime convencional quando
tenha sido adotado pelos nubentes em convenção antenupcial.
Vigora como regime supletivo, relativamente aos casos celebrados
depois de 31 de maio de 1967, na falta de convenção ou no caso de
caducidade, invalidade ou ineficácia da mesma (art. 1717º).
Segundo o que está disposto no art. 1722º alínea b do CC, a jarra
chinesa que Anastácia recebeu por regime de doação é sua: é um
bem próprio (exceptuados pela lei da comunhão).
No que diz respeito à doação para casamento, é possível defini-la
como “a doação feita a um dos esposados, ou a ambos em vista do
seu casamento” (art. 1753º/1). Traduz-se numa doação em sentido
técnico, feita por um terceiro a Anastácia (critério da qualidade do
doador- art. 1754º)
- artigo 1678º/1- fixa os poderes de administração dos bens do casal
que cabem a cada um dos cônjuges.
- Anastácia não necessitava do consentimento de Bernardino para
poder aceitar a doação da jarra chinesa (art. 1683/1).
- Bernardino poderia administrar a jarra chinesa, se Anastácia lhe
tivesse conferido por mandato esse poder (art. 1678º/2/g).

Direito patrimonial primário- quem administra os bens do casal; a


matéria da disposição e oneração (criar um ónus- ex. fazer uma
hipoteca sobre uma casa- garantia real)- se basta um dos ónus ou
tem de ser os dois; regime das dividas- quem é responsável
Regime de bens:
- Regime supletivo- comunhão de adquiridos desde 1 de junho de
1967 (antes era comunhão geral de bens)
- Regime imperativo
- Regimes tipificados
- Regimes admissíveis

Caso 27
Carlos e Dora casaram em 1994. Carlos é, desde 1990, titular de uma
empresa, cujo objeto de atividade é a compra de imóveis para
revenda.
No âmbito dessa atividade, Carlos adquire uma vivenda em Sintra,
que agora pretende vender a um cliente da sua empresa. Dora,
interessada naquela vivenda para sua residência, diz que não autoriza
essa venda.

1. Quid iuris?
Carlos e Dora casaram em 1994. O casamento constitui uma relação
jurídica familiar (art. 1576º) e é possível defini-lo como “um contrato
celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família
mediante uma plena comunhão de vida” (art. 1577º do CC).

2. E se a empresa fosse um bem comum do casal?


O regime de bens é o conjunto de regras cuja aplicação define a
titularidade sobre os bens do casal
ACABAR ESTE CASO DEPOIS- FALTEI A ESTA AULA

Efeitos do casamento no campo do passivo patrimonial


Legitimidade dos cônjuges para contrair dívidas
Qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o
consentimento do outro (art. 1690º/1).

Aula de reposição- dia 14 às 9.30


Professora irá mandar casos sobre a procriação medicamente assistida

É a lei que prevalece

Aula pratica 14/11/2022


Distinguir separação de bens

Separação de bens Imperativos- situações em que a lei impõe o regime de


bens (art. 1720)
Convencionais – regime convencional- nubentes escolhem o regime
Simples separação judicial de bens- artigo 1767 e ss
Separação de pessoas e bens – casamento mantém-se e apenas se suspende a
produção de efeitos

Decreto lei- 272/2001 13 de outubro- mas tem alterações de 2019 (Diário da Republica
eletrónico)º

Artigo 1691- (dividas que responsabilizam ambos os cônjuges) tem de ser conjugado com o art.
1695º (bens que correspondem por essa dívida)
O artigo 1692º deve ser remetido para o art. 1696º

Dividas não tem a haver com quem as contrai no casamento- o casal é um só para pagar as
dívidas- ónus da prova (se não quiser ser pago em conjunto tem de ser provado o ónus da
prova). dividas foram contraídas na constancia do matrimónio

Professora defende que o regime de bens deve ser supletivo

Encargos normais devem ser sempre comunicados


Não há nenhum regime em que todos os bens sejam comuns (art. 1699/d)
Todos os bens são comuns- art. 1733

Artigo- 1726 – o bem vai assumir a maior das prestações (se for bem comum ou próprio)
Artigo 1723- alínea c): mais acórdão de unificação de jurisprudência do STJ- 12/2015-
importante para as orais
Artigo 1724- alínea b
Artigo 1727- artigo mais prático, não tem tanto relevância teórica, nem na faculdade

Matéria para as próxima aulas


União de facto
Filiação
Responsabilidades parentais

IGNORA ISTO LEO- a professora leu um caso em voz alta e foi isto que eu apanhei, mas está
uma confusão e não tenho o enunciado

A e B- enamoram-se e começaram a viver numa casa que era propriedade de A


2 anos de convivência
C e D- apaixonam-se e vão viver juntos em Março de 2012
Foram viver casa arrendada por D
Janeiro de 2018 falecem A e D- no funeral Eva aparece sua esposa, de que eram separado
judicialmente de bens desde 2015

Estabelecimento da filiação-
E casou-se com F
Mabito de natureza, criminal Fernado maus tratos- proibiçãi de contacto
Afastamento de casa de família durante 1 ano e meio

Paternidade de H como pode ser estabel

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