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Noção de Direito: O Direito é um sistema de normas organizado que visa regular as relações entre os
indivíduos.
Noção de Direito da Família: O DF é um sistema de normas organizado que visa regular as relações
familiares.
Art. 1580º CC
1. A e D são parentes (art. 1578º 1º pte), em linha reta (art. 1580º nº1 , 1ª pte CC), e descendente (art. 1580º
nº2 CC) de grau 3 (art. 1581º CC). (o progenitor não conta)
2. D e E são parentes pois procedem de um progenitor comum (art. 1578º), em linha colateral (1580 nº1 2ª
pte),de grau 4 (art. 1581º nº2 CC).
Afinidade
Outra fonte do Direito da Família é a afinidade.
Noção de Afinidade:
art. 1584º CC “Afinidade é o vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro.
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Exemplo de casos de afinidade.:
A L
M B E C J
N T F
G I
J é afim de E na linha colateral e no 2º grau, tal nos diz o art. 1585º CC.
J é afim de I na linha reta e no 2º grau, tal nos diz o art. 1585º CC.
E e L (enteado e madastra no caso) , logo não E não é parente de L, pois não corresponde às
condições do art. 1578º CC, é então afim de L na linha reta e em 1º grau. – art. 1585º CC.
T e M, T é afim de M na linha colateral e no 3º grau, tal nos diz o art. 1585º CC.
J e M, parentes não são, pois para que J fosse afim de M, C tinha que ser parente de M o que não o
é. Posto isto, não são parentes, nem afins, com base nos arts. 1578º e 1585º CC. Logo, não
apresentam nenhuma relação jurídico familiar (pois a Lei não o prevê), é de acordo com o princípio
da Tipicidade.
Não há liberdade de celebrar relações jurídico familiares que não estejam previstas na Lei. Ou seja,
não se criam relações familiares atípicas. Estão todas tipificadas.
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Casamento
Pressupostos do Casamento:
Para além da capacidade genérica de exercício para se celebrar um casamento é necessário que não
se verifiquem determinadas circunstâncias que a Lei designa por impedimentos matrimoniais.
Mesmo quanto à capacidade de exercício, encontramos quanto ao casamento uma exceção à regra, isto é,
não se exige que o casamento tenha que ser celebrado por quem tenha completado já 18 anos.
Uma vez que do art. 1601º a) CC, decorre a existência de impedimento apenas aos que completaram 16
anos.
Impedimento matrimonial: circunstâncias que não se podem verificar sob pena de algo acontecer ao
casamento.
Nulo
Anulável
Inexistente juridicamente (mais grave)
Por sua vez, os impedimentos dirimentes estão divididos em absolutos (art. 1601º CC) e relativos (1602º
CC).
Quer isto dizer que os casamentos celebrados apesar da existência de um qualquer impedimento
dirimente são anuláveis nos termos do art. 1631º a) CC.
Por outro lado, nenhum casamento celebrado apesar da existência de um impedimento impediente (art.
1604º CC) nunca é anulável.
Art. 1601º CC – no casamento um impedimento dirimente é absoluto porque, o sujeito está impedido de
casar seja com quem for (qualquer um dos sujeitos).
Para além da diferença relativa à eficácia sancionatória que se encontra entre os dirimentes e os
impedientes e para além da diferença entre as duas espécies de dirimentes há ainda que estabelecer as
seguintes diferenças:
Analisado o art. 1633º CC podemos concluir que se em causa estiver um dirimente só se for absoluto é que
é possível promover posteriormente a confirmação do casamento anulável.
Não encontramos no art. 1633º CC nenhuma alusão aos dirimentes relativos porque todas as
circunstâncias previstas no art. 1602º CC têm um caráter imutável ou tendencionalmente imutável o que
impede que se venha a permitir a posterior confirmação do casamento.
Interpretado que seja o art. 1609º CC concluímos que a dispensa de impedimentos não abrange nenhum
dirimente, mesmo dentro dos impedientes só os que se mostram previstos no art. 1609º CC é que são
passíveis de dispensa.
o Casamento civil
o Casamento católico
Nota.: não há na Lei previsto que o casamento civil pode ser nulo.
Art. 1698º CC - Liberdade de convenção este artigo é a única manifestação direta do princípio da
liberdade contratual do art. 405º CC.
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Nota.: não há casamento que não tenha necessariamente um regime de bens.
Art. 1698º CC
“Os esposos podem fixar livremente, em convenção antenupcial, o regime de bens do casamento, quer
escolhendo um dos regimes previstos neste código, quer estipulando o que a esse respeito lhes aprouver,
dentro dos limites da lei.”
Separação de bens
Comunhão geral de bens
Comunhão de adquiridos
Nota.: qualquer casamento celebrado tem de ter um regime de bens associado. Este regime de bens pode ser
escolhido, sendo que essa escolha não tem que ser restrita a 3 regimes tipificados.
Regime de Bens
Típicos:
Comunhão de adquiridos – supletivo – art. 1721º a 1731º CC
(se nada for dito o regime adotado é este)
Atípicos:
Adotado sempre
Não corresponde a nenhum dos típicos.
Art. 1698º + 1699º + 1710º + 1716º CC Convenção antenupcial
Comunhão de Adquiridos
Art. 1717º CC
As 3 hipóteses para o regime de comunhão de adquiridos
“Na falta de convenção antenupcial, ou no caso de caducidade, invalidade ou ineficácia da convenção, o
casamento considera-se celebrado sob o regime da comunhão de adquiridos.”
Comunhão Geral de Bens
Há comunhão geral de bens porque, as partes assim escolheram.
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Separação de Bens
As duas circunstâncias que levam à imperatividade do regime de separação de bens está previsto no art.
1720º nº1 a) e b) CC.
Quer as partes queiram ou não nada podem decidir/escolher, a Lei impõe que o regime seja por
separação de bens. (tem caráter imperativo)
Artigo 1723º CC
No regime da comunhão de adquiridos, o rendimento de cada um deles correspondem a bens comuns.
Exemplo:
António casou no regime de comunhão de adquiridos sendo dono de uma casa antes de ter casado.
António precisa de saber se a casa é um bem próprio.
Se o regime é comunhão de adquiridos, a casa tendo sido adquiridos antes, é um bem próprio de
António. – art. 1723º CC
Outro exemplo:
Bernardo prometeu comprar, à 8 anos atrás, um terreno a Andreia, mas nunca foi celebrado o contrato
de compra e venda.
Andreia, solteira, então foi utilizando o terreno como Bernardo não lho comprou durante 8
anos.
Posteriormente Andreia casou, no entanto, o terreno continua a ser classificado como um bem
próprio (de Andreia), de acordo com o disposto no art. 1722º nº1 c) CC.
NOTA: Para o regime utilizado ser o da separação de bens, tem que ser escolhidos pelos titulares.
Quando casados, os titulares podem dizer e escolher que os seus bens próprios passem a bens comuns.
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Administração do Património do Casal
Administrar não é igual a alienar (transferir para outrem) nem onerar.
Será um ato de administração ordinário – se se limitar a manter ou conservar a coisa no estado em que
ela está (não consubstancia nenhum ato que não seja manutenção ou conservação), senão será um ato de
administração extraordinária.
EXEMPLOS:
Atos de Administração Ordinária: Atos de Administração Extraordinária:
3. Fora dos casos previstos no número anterior, cada um dos cônjuges tem legitimidade para a
prática de actos de administração ordinária relativamente aos bens comuns do casal; os restantes actos de
administração só podem ser praticados com o consentimento de ambos os cônjuges.
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Artigo 1678º CC
Administração do Património do Casal
Bens Comuns
REGRAS Os dois administram os bens – trata-se de uma administração conjunta (a não ser que o ato seja
de administração ordinária)
- Artigo 1678º nº3, pte final CC
EXCEÇÕES:
1. Art. 1678º nº3, 1ª pte CC
2. Art. 1678º nº2 a) CC
3. Art. 1678º nº2 b) CC
4. Art. 1678º nº2 c) CC
5. Art. 1678º nº2 d) CC
6. Art. 1678º nº2 e) CC (bens móveis/ próprios / comuns)
Bens Próprios
REGRAS art. 1678º nº1 CC, não se discute neste nº1 se o ato administrativo é ordinário ou
extraordinário. O titular do próprio bem tem o direito de administrar como quiser, seja de forma ordinária
ou extraordinária.
EXCEÇÕES:
1. Art. 1678º nº2 e) CC
2. Art. 1678º bº2 f) CC
3. Art. 1678º nº2 g) CC
Volta a ser necessário o consentimento nos casos previstos no nº3 art. 1682º CC
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Artigo 1682º-A CC
Sejam os imóveis próprios ou comuns – carece sempre do consentimento de ambos os cônjuges.
Exemplo: O Sr. António tem um imóvel como bem próprio, e é casado com Berta. Se o Sr. António
quiser vender (ou seja, negócio jurídico de compra e venda) a declaração negocial que ele tem que proferir
no contrato de compra e venda é que vende.
O seu cônjuge pode dizer “vendo”?
António e Berta têm agora um bem imóvel comum. Aqui ambos têm que ter consentimento para proferir a
declaração negocial “vendo”.
Se o bem for comum, e mesmo assim um deles vender sem o consentimento do seu cônjuge – a
consequência é a anulabilidade.
NOTA: Só falamos em consentimento, no sentido estrito da palavra, se os bens forem próprios de um dos cônjuges.
O imóvel é comum e se for alienada sem o consentimento do outro, aplica-se o regime da alienação de
coisa alheia – nº4 do 1687º.
Se o imóvel é próprio e se for alienado sem o consentimento do outro, é anulável – 1687º, nº1 CC
Nota.: Se a responsabilidade dos cônjuges não é solidária – esta é então conjunta. – art. 1695º nº2 CC
Em nenhuma das duas formas de modificação o casamento é extinto, ele só se dissolve por morte ou por
divórcio.
Simples separação judicial de bens
O legislador prevê que se o cônjuge achar que o património estiver a ser administrado pelo outro de má
forma, de mau uso, de má administração, de modo a diminuir o seu valor… - assiste-lhe o direito de propor
uma ação judicial contra o outro, para que o regime de separação de bens passe a vigorar. Assim, antes
que o outro cônjuge “estrague tudo” dá-se a modificação do regime de bens para o regime de simples
separação dos bens e dá-se a partilha dos respetivos bens.
Art. 1767º CC
A simples separação judicial de bens é litigiosa, tem um carater exclusivamente litigioso.
Nota: Art. 1716º CC a convenção tem de ser feita antes do casamento, caduca ao fim de um ano, se o
casamento não tiver sido celebrado.
Costuma sair em exame
o c) sem consentimento, sendo de um cônjuge contra o outro tem que ser apresentado motivo
legalmente atendível (invocando-o e demonstrando-o), juiz analisa e decide; a partir de 95 passa a
ser possível por mutuo consentimento, sem ter que apresentar motivo.
EXEMPLO.: A e B casaram sob regime de comunhão de adquiridos, para que eles vejam o regime da
comunhão de adquiridos é preciso que A e B o escolham? Não, pois são supletivos. No entanto, mesmo
que o escolham, depois de casados não podem mudar o regime.
Podem mudá-lo depois de casados? Não– art. 1714º nº1 CC
As exceções relativamente ao princípio da imutabilidade estão previstas no art. 1715º
Embora, é importante referir que apenas se dão estas exceções através de autorização do tribunal,
está então sujeita a uma sentença. Art. 1715º c) CC
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Divórcio
Art. 1773º CC
→ Divórcio litigioso, por um lado (sem consentimento de um dos cônjuges, dá-se por resolução de um
contrato de casamento).
→ Divórcio por mútuo consentimento, por outro lado (com consentimento de ambos dos cônjuges,
dá-se por revogação de um contrato de casamento).
Durante vários anos só era possível o divórcio por mutuo consentimento, nas conservatórias do registo
civil, se não houvesse filhos de ambos os cônjuges, se estes filhos já fossem maiores, ou se já teriam
acabado as atividades parentais. Com a Lei 61/2008, de 31/10, esta questão mudou. – art. 1773º nº3 CC
No divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges pressupõe-se uma ação judicial de um cônjuge
contra o outro cônjuge, com uma causa de pedir no pedido – art. 1781º CC
Exemplo.:
A: com 1.000.000€ casou com B: com 0€
Casaram pelo regime geral de bens, o 1.000.000€ passou a ser bem comum pelo art. 1732º B foi declarado
principal ou único culpado, então vai receber 0€
Se o regime fosse o de bem de adquiridos, o 1.000.000€ era bem próprio art. 1722º nº1 a).
Incumprimento dos deveres conjugais - basta demonstrar que houve o incumprimento sem ter que provar
culpa.
causas de pedir para o divorcio litigioso = mesmas causas da separação judicial de pessoas e bens ≠
pedido
Competência:
→ Conservatórias:
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→ Tribunais:
Se a convenção antenupcial foi feita perante funcionário do registo civil - conservador tem que
procurar oficiosamente.
Ex: Art. 1775º a) , casal diz que não tem bens comuns.
Mas têm e disseram que não tinham, intencionalmente ou não. Isto afeta a existência deles?
Afeta o facto de serem bens comuns ou não?
ANEXO
Divórcio por mutuo consentimento
Art. 1773º CC – o divórcio por mutuo consentimento é uma das modalidades do divorcio, em Portugal.
O divórcio por mútuo consentimento foi igualmente alvo de intervenção legislativa a lei 61/2008 de 31 de outubro.
Não foi alterada a sua designação, mas veio terminar com a exclusiva competência das Conservatórias do
Registo Civil que resultava do DL 272/2001 de 13 de Outubro.
Entre o período de vigência daquele DL e o momento da sua parcial alteração o divórcio por mútuo
consentimento só podia ter lugar na CRC mesmo nos casos em que havia filhos menores carecidos da
regulação do exercício das responsabilidades parentais (designado anteriormente por poder parental).
Até à entrada em vigor do DL 272/2001 de 13 de Outubro o divórcio por mútuo consentimento so
era possível ser tramitado nas CRC nos casos em que não houvesse filhos carecidos de regulação do poder
paternal.
Havendo-os competente era o Tribunal. Com a atual redação do art. 1773º CC introduzida pela Lei
61/2008 de 31 de Outubro pode afirmar-se que os tribunais viram repristinada a sua competência em
matéria de divórcio por mútuo consentimento.
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Divórcio por mutuo consentimento no âmbito da responsabilidade parental
Porém, a competência dos tribunais em matéria de divórcio por mútuo consentimento não é aferida em
função da existência ou não de filhos carecidos da regulação do exercício das responsabilidades parentais.
Esta, é determinada pela existência ou não de acordo dos cônjuges no que diz respeito aos aspetos
previsto no art. 1775º. + art. 10º DL 272/2001 de 13 de outubro.
Assim, é competente a CRC de forma exclusiva se os cônjuges para além do óbvio acordo em se
divorciarem, demonstrarem estar de acordo naquele do 1775º. Não estando é exclusivamente competente
o tribunal.
Para que seja competente a CRC é, pois, necessário que nela dê entrada o requerimento subscrito pelos
cônjuges ou pelos seus representantes voluntários instruído com o acordo também subscrito por ambos
relativo a cada um dos seguintes aspetos:
a) Relação especificada dos bens comuns do casal e respetivos valores ou pretendendo que se
proceda imediatamente ao divórcio na mesma conservatória à partilha do acervo conjugal de
um acordo quanto a essa mesma partilha (272ºa) a 272ºc do DL 324/2007 de 28 de Setembro)
b) Acordo quanto ao exercício das responsabilidades parentais ou certidão da sentença que haja
sido proferida quanto ao mesmo aspeto quando ainda sejam menores os filhos do casal
e) Se tiver havido convenção antenupcial lavrada por EP, deve juntar-se certidão dela
A falta de um qualquer daqueles aspetos implica que a CRC não possa tramitar o processo de
divórcio por mútuo consentimento.
Se tiver dado entrada na CRC existindo filhos menores em relação aos quais se juntou com o pedido de
divórcio o acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais o conservador não pode apreciar o
pedido de divórcio e muito menos decidir sobre ele enquanto aquele acordo não tiver sido homologado
pelo MP do tribunal da área da conservatória.
O conservador do registo civil remete por ofício para o MP e este tem o prazo de 30 dias para
homologar ou não o acordo. Para não homologar o MP apresentará os aspetos que devem ser alterados
pelos cônjuges com vista à homologação do acordo. O conservador do RC notifica os requerentes para
alterarem o acordo apresentado nos termos referidos pelo MP.
Se for acatada a decisão do MP os cônjuges apresentam na conservatória o acordo com as
alterações para que o conservador por ofício o remeta ao MP para homologação.
É porém possível, evitar este novo envio para homologação se o conservador verificar que o novo
acordo contempla de modo claro todas as alterações indicadas pelo MP.
Homologado que seja o acordo o conservador notifica os cônjuges para uma conferência a que
alude o art. 1776º.
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Nessa conferência o conservador interpela os cônjuges para apurar da manutenção da vontade em
se divorciarem e também da manutenção dos outros acordos já entregues. Não havendo nenhuma
alteração o conservador profere despacho tendente ao divórcio requerido e caso os cônjuges renunciem
ao recurso da decisão o conservador promove de imediato os correspondentes abreviamentos
correspondentes ao assento do casamento e nascimento de cada um dos cônjuges.
→ 2º Não sendo guarda conjunta o regime de visitas do progenitor que não tenha a guarda
deles;
o Quando for possível a guarda conjunta, fica definido que em regra os menores
estarão com cada um por períodos entre os 8 e os 15 dias ou até mais. É evidente
que esta guarda conjunta só poderá ser alvo de homologação do MP se de modo
algum os menores possam ter mais prejuízo do que benefícios pelo facto de
alternarem permanentemente a vivência com um e outro progenitor.
A Lei 61/2008 de 31 de Outubro, como atrás já se disse excluiu a culpa no divórcio sem consentimento de
um dos cônjuges.
Antes dessa alteração legislativa, a existência de culpa podia ter como consequência a penalização
se o tribunal se declara como principal e único culpado do divórcio - anterior redação do art. 1790º,
compreendia-se esta redação de modo que o cônjuge principal ou único culpado não pudesse receber o
patrimônio comum nos mesmos termos que teria recebido se não tivesse sido considerado principal e
único culpado do divórcio.
A atual redação do art. 1790º contempla a expressão divórcio sem se ter tido o cuidado mais do que
exigível sem que fizesse alusão à modalidade do divórcio sem consentimento.
Tal qual como esta redigida hoje é um claro convite a todos quantos estejam casados no regime de
comunhão geral de bens ou regime que pressuponha comunicabilidade de bens superior à comunhão de
adquiridos, apor termo ao casamento, nem que para tal incumpra os seus deveres e com isso obtenha o
divórcio, pelo facto de a partilha se revelar economicamente mais vantajosa, pois não são partilhados com
o cônjuge ofendido todos os bens que seriam próprios à luz do regime comunhão de adquiridos, para alem
desta violência evidente o 1790º atual é uma absoluta contradição da liberdade de convenção antenupcial
(1698º).
Não pode o ordenamento jurídico por um lado permitir que se escolha o regime de comunhão geral
de bens superior aos que resultam da comunhão de adquiridos impossibilitar posteriormente que a
partilha seja feita de acordo com o regime de bens que foi adotado.
De que adiante escolher por exemplo.: o regime da comunhão geral de bens quando depois em
caso de divórcio nenhum dos cônjuges pode na partilha receber mais do que receberia se fosse o regime
da comunhão de adquiridos. A inserção do atual 1790º na subsecção IV que trata dos efeitos do divórcio
deve pelo menos justificar que se pergunte se igualmente será aplicável ao divórcio por mútuo
consentimento.
Mesmo que assim não se entenda, por desde logo se achar estranho, a verdade é que o legislador
não teve o cuidado devido em relação a esta delicada matéria.
ANEXO
Estabelecimento da Filiação
A filiação é um vínculo de base natural ou biológica, mas é também um vínculo jurídico e registado na
medida em que não basta a filiação natural para que se produzam os seus efeitos jurídicos uma vez que é
igualmente necessário que essa filiação natural seja reconhecida na ordem jurídica.
De acordo com o art. 1796º CC, a filiação relativamente à mãe resulta do facto do nascimento e
estabelece-se nos termos dos arts. 1803º a 1825º CC.
Ainda de acordo com o art. 1796º CC e no que toca ao pai presume-se a paternidade em relação ao marido
da mãe e estabelece-se pelo reconhecimento nos casos de filiação fora do casamento.
Esta diferenciação tem uma fácil e compreensível justificação.
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Avulta neste ponto a circunstância de a relação natural entre o filho e a mãe ser patente e clara no
momento do parto enquanto, que a relação natural entre o filho e o pai decorre de um processo biológico
oculto só determinável através de certas presunções.
Isto significa que a maternidade só se estabelece pela prova da própria filiação biológica e que por
isso, o ato voluntário do seu estabelecimento não pode ter eficácia constitutiva como se demonstra pela
possibilidade de impugnação sem limites de prazo da maternidade estabelecida através da declaração.
Quanto à paternidade que não beneficia da notoriedade da gravidez e do parto, o nº2 do art. 1796º CC,
admite o seu estabelecimento pelo ato pessoal e voluntário da perfilhação.
Estabelecimento da Maternidade
O nº1 do art. 1796º CC, diz-nos que a maternidade se estabelece nos termos dos arts. 1803º a 1825º CC.
Destes artigos resulta que a maternidade se estabelece por via da declaração, da averiguação oficiosa e
do reconhecimento judicial.
Declaração de Maternidade
Quando a própria mãe declara o nascimento e a sua maternidade, essa declaração é registada por
assento e quando a maternidade resultar da declaração de pessoa diferente da mãe essa circunstância fica
mencionada no referido assento de nascimento.
Quando o registo é omisso quanto à maternidade, a mãe pode fazer a todo o tempo a declaração
de maternidade – art. 1806º , nº1 , 1ª pte CC
Reconhecimento Judicial
Diz-nos o art. 1814º CC que quando não resulte de declaração, a maternidade só pode ser reconhecida em
ação especialmente intentada pelo filho para esse efeito.
Assim, se A filho de B (mãe) está registado como filho de C, são necessárias duas operações:
Averiguação Oficiosa
Sempre que a maternidade não esteja mencionada no registo de nascimento, deve o funcionário remeter
ao tribunal – certidão integral do registo, a fim de se averiguar oficiosamente a maternidade. – art. 1808º
nº1 CC
Estabelecimento da Paternidade
De acordo com o art. 1796º nº2 CC, a paternidade presume-se em relação ao marido da mãe e nos casos
de filiação fora do casamento estabelece-se pelo reconhecimento.
A relação entre o progenitor e o filho estabelece-se por presunção quanto aos filhos concebidos e nascidos
na constância do matrimónio.
Quanto aos filhos nascidos ou concebidos fora do casamento, essa relação estabelece-se pelo
reconhecimento. – art. 1847º CC.
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De acordo com este art. 1847º CC, são duas as formas de reconhecimento da filiação fora do casamento:
a) A perfilhação – art. 1849º a 1863º CC
b) O reconhecimento judicial – art. 1869º a 1873º CC
A Perfilhação
É o ato pelo qual uma pessoa declara que outra já concebida, nascida ou falecida é seu filho. – art. 1854º
CC
A perfilhação é um ato pessoal, pelo que o poder de partilhar não se transmite aos herdeiros do
perfilhante.
Quanto à forma e de acordo com o art. 1853º CC, a perfilhação pode ser feita por:
Reconhecimento Judicial
Diz o art. 1869º CC que a paternidade pode ser reconhecida em ação especialmente intentada pelo filho se
a maternidade já se achar estabelecida ou for pedido conjuntamente o reconhecimento de uma e outra.
Apesar de ser possível o estabelecimento da paternidade por via da perfilhação sem a maternidade
se achar estabelecida – art. 1851º CC.
Não é admissível o reconhecimento judicial da paternidade sem a maternidade estar estabelecida
ou se estabelecer simultaneamente.
O art. 1871º nº1 CC estabelece como base da presunção da paternidade um conjunto de factos – alíneas a)
a e) desse mesmo artigo.
Averiguação Oficiosa
O que atrás se disse a propósito da averiguação oficiosa deve aqui ser igualmente tido em conta
adaptadamente, uma vez que as circunstâncias são idênticas.
Sempre que se lavre registo de nascimento, apenas com a maternidade estabelecida deve o funcionário
remeter ao tribunal certidão integral do registo com o objetivo de se averiguar oficiosamente a identidade
do pai. – art. 1864º CC
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Perguntas acerca do apadrinhamento e adoção possíveis de sair em exame:
Quem pode ser apadrinhado
Quem pode apadrinhar
Consequências
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