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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


FACULDADE DE DIREITO - DEPARTAMENTO DE DIREITO PRIVADO
DIREITO CIVIL VII ( Sucessões) - PROF: MARIA VITAL DA ROCHA

Aluno: Ruan Araujo de Miranda

Estudo Dirigido sobre o tema: SUCESSÃO LEGÍTIMA - Vale 01 ponto na prova de API

DATA DA ENTREGAR EM SALA DE AULA, EM 26.09.2023

1. Quem são os herdeiros legitimários ou reservatários? Como é calculada a legítima?


Fundamente a resposta e exemplifique.
Herdeiros legitimários são, entre os herdeiros legítimos, aqueles que, segundo à lei, têm direito à
uma porção da herança do de cujus (a legítima).

Em uma perspectiva ampliada, existem dois tipos de herdeiros, os legítimos e os testamentários.


Aqueles se subdividem em legítimos necessários e facultativos. Os necessários, aqui chamados
de legitimários ou reservatários, são aqueles a quem a lei reserva a legítima e são avocados na
seguinte ordem de classes: descendentes, ascendentes e cônjuge ou companheiro. Os herdeiros
legítimos facultativos são os colaterais, que podem ser avocados até o quarto grau, não possuem
direito à legítima e ainda podem ser excluídos da sucessão por meio de testamento.

O cálculo da legítima segue o disposto no art. 1.847 do CCB: Primeiro, analisa-se a totalidade de
bens existentes no tempo da abertura da sucessão (morte do autor da herança); subtraem-se as
dívidas e as despesas do funeral (débitos existentes); por fim adiciona-se o valor dos bens sujeitos
à colação, tendo assim um valor líquido após os descontos e os acréscimos. Desse modo, a
legítima equivale à 50% do patrimônio líquido.

Vale ainda explicar em que consiste a colação. Os bens doados pelo autor da herança aos
descendentes presume adiantamento da herança. Portanto, após a abertura da sucessão, aquele
donatário deve prestar contas do que já recebeu a fim de igualar a legítima dos herdeiros
necessários.

Por fim, como exemplo que contextualiza a importância de proteger a legítima, tem-se o seguinte:
imagine que uma pessoa que possui herdeiros necessários realize uma doação cujo valor consiste
em 60% do seu patrimônio. Perceba que, ao realizar esse negócio jurídico, os herdeiros
necessários foram prejudicados, uma vez que o valor doado ultrapassou a porção disponível (50
%) e atingiu a legítima. Portanto, nessa doação inoficiosa, a parte que ultrapassou a legítima será
considerada nula a fim de proteger o direito sucessório dos herdeiros necessários.

2. Comente o seguinte preceito: “Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os
outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se acham ou não no mesmo grau”.
Exemplifique.
A ordem de vocação hereditária é formada por classes e graus. Assim, são chamados, em ordem:
descendentes (primeira classe), ascendentes,(segunda classe), cônjuge ou companheiro (terceira
classe), os colaterais (quarta classe). A primeira, a segunda e a quarta classes são compostas por
graus, os quais são chamados dos mais próximos aos mais remotos.
Quanto à classe de descentes, a regra é de que, sendo avocados todos aqueles do primeiro
grau,(filhos), todos herdem por direito próprio, sendo a quota-parte dividida por cabeça. Contudo,
pode ocorrer que um dos filhos seja pré-morto, indigno ou deserdado; e nesse caso, os
descendentes destes (descendentes de segundo grau do de cujos), são chamados a representar,
recebendo o que o pré-morto, indigno ou deserdado receberia, sendo esse valor igualmente
dividido entre os descendentes de segundo grau (recebem por estirpe). Contudo, pode ocorrer de
todos os descendentes de primeiro grau serem chamados e não poderem herdar, por serem todos
pré-mortos, indignos ou deserdados. Neste caso, são chamados os herdeiros de segundo grau,
que herdam por direito próprio.

Exemplo: Imagine que João morreu, deixando uma herança de R$ 1.000.000,00. Aderbal, Bruna,
Cristiano e Douglas são seus filhos e, portanto, herdeiros necessários. Contudo, Bruna é
pré-morta à João e possui dois filhos, Ellen e Felipe. Nesta situação, Aderbal, Cristiano e Douglas
herdarão por cabeça, enquanto Ellen e Felipe herdarão por representação. Aderbal, Cristiano e
Douglas receberão, cada um, R$ 250.000,00, enquanto Ellen e Felipe receberão, cada um, R$
125.000,00.

3. O cônjuge sempre é considerado herdeiro? Justifique e fundamente a resposta. Na sua


opinião, os critérios elencados no art. 1830, CC estão coerentes com a sistemática do direito
civil brasileiro? E com a nova ordem constitucional?
Há, pelo menos, duas hipóteses em que o cônjuge não é herdeiro: em caso de comoriência e em
separação judicial ou de fato há mais de dois anos.

A comoriência, então, pressupõe uma impossibilidade probatória, que é suprimida por uma
presunção. Em outras palavras, tendo duas ou mais pessoas falecido em um mesmo evento, e
não sendo possível precisar qual delas morreu primeiro, presumir-se-ão comorientes, ou seja, que
suas mortes se deram simultaneamente. Para os fins do Direito das Sucessões, havendo
cônjuges comorientes, não há transmissão de herança entre eles.

Na segunda hipótese, há a manutenção da qualidade de herdeiro do cônjuge sobrevivente mesmo


após dois anos da separação de fato ou judicial (art. 1.830, CCB). Portanto, a partir desse
momento, um não será mais herdeiro do outro. No meu ver, essa hipótese é inconstitucional, haja
vista que a Emenda Constitucional n° 66/2010 acabou com o prazo mínimo de 2 anos de
separação de fato para que as partes pudessem buscar o divórcio direto. Não faz mais sentido,
por isso, manter uma pessoa como herdeira, por qualquer período que seja. A leitura correta do
art. 1.830, portanto, deve ser: somente é reconhecido o direito sucessório ao cônjuge sobrevivente
se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente ou extrajudicialmente, nem
separados de fato.

E no regime da separação convencional de bens ? É importante não confundir Direito de Família


com Direito das Sucessões. Durante o casamento e, em eventual divórcio, não se tem partilha de
bens, mas isso não se aplica no caso de falecimento de um dos cônjuges. Na separação
convencional de bens, além de concorrer com os descendentes e os ascendentes, o cônjuge é o
herdeiro de terceira classe.

E no regime da separação obrigatória de bens ? Neste caso, apenas não há concorrência do


cônjuge com os descendentes. Havendo descendentes, a estes pertencerá a herança. Contudo,
neste regime, é possível a concorrência com os ascendentes e o cônjuge sobrevivente também
pode ser avocado como herdeiro de terceira classe.

4. O que significa concorrência no direito sucessório? Em que condições o CCB permite a


concorrência do cônjuge com os descendentes, na sucessão legítima? Fundamente a
resposta.
Concorrência é o direito que o cônjuge tem de partilhar (concorrer) com os descendentes ou os
ascendentes parte da herança. A concorrência do cônjuge com os descendentes depende do
regime de bens do casamento. Desse modo, se o regime de bens for a comunhão parcial de bens,
a separação convencional ou a participação final nos aquestros, há concorrência entre o cônjuge e
os descendentes. Essa é a explicação,de forma objetiva e direta, ao que está disposto no inciso I
do art. 1.829 do CCB: “a sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso
Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694): I - aos descendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se,
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares”.

5. O que significa cota legal? Onde se fundamenta?


Para entender o significado de cota legal, basta a interpretação do art. 1.832 do CCB em duas
partes: “em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual aos dos que sucedem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com quem concorrer”.

Na primeira parte, entende-se: nas 3 hipóteses em que há concorrência entre o cônjuge e os


descendentes (regime de comunhão parcial, separação convencional de bens e participação final
nos aquestros), a herança (resguardada a meação no caso de comunhão parcial de bens), será
dividida igualmente entre o cônjuge sobrevivente e os descendentes.

Na segunda parte, entende-se que a ratio do Legislador foi privilegiar o cônjuge sobrevivente que
é ascendente dos descendentes do de cujos, garantindo um mínimo de 25% para o cônjuge.
Imagine, portanto, que há 3 descendentes (filhos comuns entre o de cujos e o cônjuge
sobrevivente), cada um receberá 25% e o cônjuge sobrevivente receberá também 25%. Contudo,
e se forem 5 filhos também comuns ao de cujos e ao cônjuge sobrevivente ? Obrigatoriamente, o
cônjuge receberá 25%, restando 75% a ser dividido pelos 5 filhos (15% para cada)

6. Como se dá a concorrência do cônjuge com os ascendentes do de cujus? Exemplifique e


fundamente a resposta.
A concorrência do cônjuge com os ascendentes é bem mais simples do que a concorrência com
os descendentes. De acordo com o art. 1832, CCB: “concorrendo com ascendente em primeiro
grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só
ascendente, ou se maior for aquele grau”. Por exemplo, se o cônjuge concorrer com os dois pais
do falecido, receberá 1/3 da herança; se concorrer com apenas um dos pais, receberá ½ da
herança; ainda, se concorrer com os avós, bisavós ou outro ascendente de qualquer outro grau,
receberá ½ da herança.

7. No regime da comunhão parcial de bens, ao concorrer com os descendentes, o cônjuge


concorre em toda herança ou apenas em relação aos bens particulares? O que são bens
particulares? Fundamente a resposta.
O cônjuge concorre apenas com os bens particulares, isto é, aqueles que, de acordo com o
regime da comunhão parcial de bens, são incomunicáveis.

É importante entender que onde há meação, não há concorrência, e vice-versa. A meação e a


concorrência são direitos que incidem sobre porções patrimoniais distintas: enquanto a meação é
calculada sobre os bens comuns do casal, a depender o regime de bens eleito pelo casal, a
herança do viúvo ou da viúva, em concorrência com os descendentes,
incide sobre os bens particulares do falecido.

Portanto, é simples entender que a concorrência incide apenas sobre os bens particulares.

8. Persiste a cota legal do cônjuge quando ele concorre com filhos não próprios, ou seja, filhos
que são somente do de cujus?
Existem diferentes posicionamentos na doutrina. Alguns, como Veloso e Cristiano Chaves,
defendem que a garantia mínima de ¼ só é possível se todos os descendentes forem comuns.
Este posicionamento foi ratificado na Enunciado 527 das Jornadas de Direito Civil: “na
concorrência entre o cônjuge e os herdeiros de de cujos, não será reservada a quarta parte da
herança para o sobrevivente no caso de filiação híbrida. No mesmo sentido, o STJ decidiu em
2019 que o art. 1.832, parte final, reclama interpretação restritiva. Desse modo, a reserva da
quarta parte da herança não se aplica à hipótese de concorrência sucessória híbrida (STJ, REsp
1.617.650).
Venosa, por sua vez, assevera que basta a existência de um único descendente comum para que
se assegure a garantia legal de ¼ em favor do cônjuge.

Tartuce, por outro lado, propõem uma regra de proporcionalidade, assegurando ao cônjuge
sobrevivo a garantia de ¼ em relação aos descendentes comuns e a perda da garantia em
relação ao número de descendentes não comuns.

9. Em que hipótese o direito brasileiro considera o cônjuge herdeiro, independente de qualquer


regime de bens?
O cônjuge sobrevivente pode concorrer com os ascendentes do de cujos independentemente do
regime de bens estabelecido no casamento.

Ainda, não havendo nem descendentes nem ascendentes, o cônjuge (lê-se também o
companheiro) é avocado. Neste sentido, estampa o art. 1.838 do CCB: “em falta de descendentes
e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente”. Portanto, perceba
que, inexistindo concorrência com descendentes e ascendentes, o direito do cônjuge sobrevivente
à totalidade da herança independe do regime de bens do casamento.

10. O direito de habitação, assegurado ao cônjuge, está condicionado ao regime de bens do


casamento? E quanto ao companheiro? Fundamente a resposta.

Não está condicionado a qualquer regime de bens do casamento. Para a fundamentação, basta o
que diz o art. 1.831 do CCB: “ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será
assegurado, sem prejuízo de participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela
natureza a inventariar”. Percebe-se claramente que a finalidade do Legislador foi garantir uma
certa qualidade de vida ao cônjuge sobrevivente, impedindo que seja excluído do imóvel onde
residia.

Quanto ao companheiro, cita-se o Enunciado 117 do Conselho de Justiça Federal: “o direito real
de habitação deve ser estendido ao companheiro, seja por não ter sido revogada a previsão da Lei
n° 9278/96, seja em razão da interpretação analógica do art. 1.831, informado pelo art. 6°, caput,
da CR/88”. É importante ressaltar ainda que, segundo o RE 878.694, a união estável se equipara
ao casamento civil para fins de direito sucessório. Inclusive, foi este julgado que decidiu pela
inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC/2002, o qual revogado tacitamente a Lei n° 9278/96 e
não contemplou o direito real de habitação aos companheiros.

11. Analise o direito sucessório do cônjuge, na hipótese de casamento putativo.

Primeiro, é importante compreender que casamento putativo é o casamento inválido (nulo ou


anulável) que foi contraído de boa-fé (subjetiva), por um ou ambos os consortes, incorrendo em
erro (de fato ou de direito), permitindo, bem por isso, o aproveitamento dos efeitos jurídicos
decorrentes do matrimônio. Neste sentido, tem-se o art. 1.561 do CCB: “embora anulável ou
mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes
como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória”. Em complemento,
expõem o parágrafo único do mesmo artigo: “se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o
casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão”. Em uma interpretação literal
ao dispositivo, se a putatividade for verificada após a morte de um dos cônjuges, o direito
sucessório do “cônjuge” sobrevivente é considerado direito adquirido caso esse estivesse de
boa-fé no momento da celebração do casamento.

12. Fale sobre o direito sucessório dos colaterais.


Os colaterais são herdeiros legítimos facultativos. Desse modo, não têm direito à
legítima e podem ser excluídos da sucessão por meio de testamento.
Na ordem de vocação, os colaterais ocupam a quarta classe e, portanto, apenas são
chamados quando não há descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro.

Ainda, vale citar que, na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais
remotos, salvo o direito de representação concedido ao filho dos irmãos (art. 1.840,
CCB). Isso implica em dizer que são chamados, em ordem, os irmãos (colaterais de 2°
grau), os sobrinhos (colaterais de 3° grau), os tios (colaterais de 3° grau) e os primos
(colaterais de 4° grau), sendo assegurada a representação transversal do sobrinhos.

Por fim, é importante comentar que, de acordo com o art. 1.841 do CCB, os irmãos
bilaterais (germanos) recebem do dobro do que os irmãos unilaterais devem receber.

Imagine o seguinte exemplo: Aderbal morreu e não deixou descendentes,


ascendentes e cônjuges. No decorreu de sua vida, constituiu 3 casamentos e teve 6
filhos. De acordo com a classificação supracitada, dois dos irmãos são considerados
germânicos e um deles é pré-morto a Aderbal e deixou 2 filhos. Sabendo que a
herança de Aderbal era de R$ 1.000.000,00 , os filhos unilaterais receberam cada um
R$ 125.000,00; um dos irmãos germânicos recebeu R$ 250.000; e os filhos do irmão
pré-morto são chamados a representá-lo, recebendo R$ 125.000,00 cada um
(representação transversal).

13. Na sua opinião:


a) O legislador foi justo e equitativo ao tratar da sucessão do cônjuge e do companheiro, no
CCB ? Explique.
Sim, O Legislador buscou garantir a proteção do cônjuge (companheiro) sobrevivente. Parece que
a ratio adotada foi a seguinte: quanto maior os direitos econômicos decorrentes do Direito de
Família (cita-se a meação), menores os direitos sucessórios. Basta observar os dois extremos: na
comunhão universal de bens os direitos econômicos decorrentes do direito de família é máximo: a
meação é corresponde à 50% da totalidade de bens (comuns e particulares). Neste regime de
bens, o cônjuge sobrevivente não concorre com os descendentes, apenas podendo herdar ou em
concorrência com os ascendentes do de cujos ou quando não houver nem descendentes nem
ascendentes. O outro extremo é a separação convencional de bens: neste regime, o cônjuge
sobrevivente não possui direito à meação. Logo, para proteger o cônjuge sobrevivente, o
Legislador definiu que, nessa hipótese, é possível a concorrência com descendentes, ascendentes
e, obviamente, herdar quando as duas primeiras classes não existirem. Contudo, em interpretação
contrária a minha, Cristiano Chaves entende que as pessoas casadas no regime de separação
convencional de bens não podem herdar, em concorrência com os descendentes, sob pena de
afronta direta à autonomia privada e a todos os princípios garantidores da autodeterminação. O
autor afirma, neste sentido, que o cônjuge casado sob o regime de separação convencional de
bens não restaria desprotegido. Primeiro, porque, se um cônjuge deseja amparar materialmente o
outro, pode assim fazer por meio de testamento. Segundo, porque a intervenção mínima do
Estado deve ser resguardada, de forma que, uma vez que ambos os cônjuges decidiram pelo
regime da separação de bens, a voluntariedade deve ser respeitada.

b) Como é feita, atualmente, a sucessão na união estável?

O STF, em 2017, em sede de repercussão geral, concluiu que, no sistema constitucional vigente, é
inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros. Desse,
modo, assim deve ser lido o art. 1.829 do CCB: “A sucessão legítima defere-se na ordem
seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694): I -
aos descendentes, em concorrência com o cônjuge (companheiro) sobrevivente, salvo se casado
este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens
(art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não
houver deixado bens particulares;II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge
(companheiro);III - ao cônjuge (companheiro) sobrevivente; IV - aos colaterais”. Vale ainda
ressaltar que o direito real de habitação ao cônjuge estende-se ao companheiro.

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