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CURSO DE DIREITO

Autorizado pela Portaria nº 3.355 de 05/12/02 – DOU de 06/12/02


Componente Curricular: Direito Civil VI - Sucessões
Período Letivo: 2024.1 Turma: 7º semestre
Docente: Ronaldo Soares
Discente: Lorena Dias Araújo

TRABALHO: SUCESSÃO DO CÔNJUGE

A sucessão do cônjuge é uma pauta na qual trabalha com a partilha dos bens de
um falecido, e cabe ressaltar que essa partilha ocorre entre o cônjuge sobrevivente e
demais herdeiros. Logo, falecendo a pessoa ab intestato, toda a herança será
transferida conforme disposto em lei, e por meio de uma sequência denominada ordem
de vocação hereditária.

O cônjuge sobrevivente é aquele que se encontrava casado com o falecido no


exato momento da abertura da sucessão, ou no instante da morte do autor da herança,
ou aquele que mesmo separado de fato, não estava divorciado oficialmente. Ademais,
quando o sujeito não estiver divorciado do morto na data da abertura da sucessão,
esse fará jus ao direito sucessório, no entanto, aquele que não estiver divorciado
oficialmente, passará por uma investigação a respeito de sua contribuição para a
aquisição do patrimônio que está sendo partilhado, a fim de constatar seu direito em tal
momento.

Conforme elucida o artigo 1830 do Código Civil, tem-se que “somente é


reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da
morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de
fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa
convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.”
No que tange ao chamamento dos sucessores, esse é realizado de maneira
classificada, uma vez que a classe mais próxima exclui a mais distante, por tal motivo
que se diz que essa ordem é preferencial. Diante de tal disposição, é sabido que o
cônjuge pode suceder sozinho na terceira posição; na segunda concorrendo com os
ascendentes, ou pode suceder na primeira concorrendo com os descendentes.

O cônjuge concorrerá na terceira posição quando não existirem descendentes e


nem ascendentes, recebendo assim a totalidade da herança conforme remetido no
artigo 1.838 do CC, e caberá também o direito de habitação indicado no artigo 1.831 do
CC, independentemente do regime de casamento, desde que se apresente como o
único daquela natureza a produzir inventário;

Ao analisar a sucessão do cônjuge quando interligado aos ascendentes do de


cujus, percebe-se que ela ocorrerá sempre que o cônjuge for reconhecido, e não
dependerá do regime de casamento. Entretanto, no momento da partilha, nota-se que,
mediante o artigo 1.837 do CC, o cônjuge receberá 1/3 da herança quando concorrer
com o pai e mãe do autor da herança, ascendentes de primeiro grau. Porém, quando o
ele concorrer apenas com 1 ascendente, designará metade para ambos. E quando
acontecer dele concorrer com os demais graus, o mesmo adquirirá sempre a metade
da herança, e a outra metade será dividida entre os demais ascendentes (a exemplo
dos avós, entre outros). Outrossim, o cônjuge terá ainda direito real de habitação
independentemente da herança e independente do regime de casamento.

Quando se fala na sucessão do cônjuge concorrendo com os descendentes, o


mesmo deixa a terceira posição para concorrer com os descendentes na primeira
posição. Primeiramente, deve-se reconhecer a condição de cônjuge, mas a principal
condição para a existência desta concorrência é o regime de bens, ou seja, não será
qualquer regime que permitirá que haja a concorrência com os descendentes do autor
da herança, como previsto no art. 1.829, inciso I do CC.

A respeito do regime de separação existente entre o autor da herança e o


cônjuge sobrevivente, caso ela seja o da comunhão universal de bens, não sucederá
concorrência entre o cônjuge e os descendentes, o mesmo cabe para o regime da
separação obrigatória, ou seja, nessas duas modalidades não acontecerá a
concorrência. Contudo, se o regime for da separação convencional ou da participação
final nos aquestos, há a possibilidade da concorrência entre cônjuge e descendentes.

Já na comunhão parcial de bens, é possível, como também impossível de haver


a concorrência, visto que a mesma depende da existência de bens particulares, logo, a
concorrência depende se o falecido deixou ou não bens particulares, se ele deixou,
haverá concorrência, mas se ele não tiver deixado, não haverá concorrência.

Ao estudar se a concorrência vai abranger apenas os bens particulares, todos os


bens, ou aqueles só dos aquestos, percebe-se a presença de divergências doutrinárias
e jurisprudenciais. Para um primeiro viés, temos que a concorrência só atinge os bens
particulares. Numa segunda corrente, a concorrência recai sobre todos os bens,
considerando que a lei exige apenas como requisito a existência de bens particulares,
mas não dispõe se a concorrência deve haver apenas sobre ele. E por último, a
terceira posição, dispõe que a concorrência será apenas sobre os aquestos, não
abrangendo os particulares.

Por fim, no que tange a parte que será destinada a cada um deles, fica claro
que, quando o cônjuge concorrer com descendentes comuns (do falecido e do
cônjuge), a parte do cônjuge não pode ser inferior a 1/4. Quando for com filhos
exclusivos (filho apenas do autor da herança) divide-se a herança em partes iguais a ⅙.
E se for um caso híbrido, haverá decisões sobre a divisão de 1/4 para o cônjuge e o
restante para os demais filhos, ou então realizar uma divisão igualitária, e por último
não haverá diferença entre cônjuge e companheiro, quanto a aplicação da lei, visto que
é a mesma para ambos.

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