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09/08/2022

O direito de suceder garante que o patrimônio não seja devoluto, que ele não fique sem
dono.
Então o direito das sucessões vem para transferir a posse o domínio a propriedade no
exato momento da morte por um princípio do direito le morte...“os bens do morto serão
imediatamente agarrados pela pessoa viva” (tradução).
Então quando da transferência do patrimônio no exemplo que o pai morre e a filha tem
que transferir os bens para o nome dela, o Estado cobra um imposto sobre essa
transferência, chamado imposto de transmissão de bens imóveis causa mortis (ITCMD).
Essa transferência patrimonial no direito sucessório em relação a morte acontece através
da sucessão legítima (segue a norma legal de acordo com a parentalidade e regimes de
bens) e testamentária. E umas outras como previdenciário, autoral, seguro de vida (mas
não seguem as regras do direito sucessório, são anômalas.
A sucessão mortis causa (normal) é no exato momento da morte para não existir
patrimônio sem dono, ter representação jurídica sempre por algum herdeiro. Seguindo a
lei da data da morte, então isso quer dizer que se eu não tiver feito a transferência
patrimonial do meu avô que morreu em 1990, qual é a lei que eu vou usar para fazer o
inventario dele, a lei objetiva? O código civil passado. Mas e a norma processual?
Segue sempre o CPC atual. Então para o direito objetivo e o sucessório, a regra segue
sempre a data do óbito.
A vocação hereditária é sempre a da lei atual. O que é uma vocação? Um chamamento,
ou seja, é o chamamento dos herdeiros a se colocarem ali na situação de receber o
patrimônio do defunto.
Onde eu abro o processo que vai garantir a legitimidade da transferência do patrimônio?
Domicílio do falecido. Se vários domicílios existirem? O último domicílio do falecido.
Se ele tiver vário domicílios... o da situação dos bens.
Nome da ação da transferência do patrimônio do morto? Inventário.
A herança também pode ser chamada de monte ou espólio, patrimônio a partilhar.
Qual é o prazo da abertura da sucessão? DOIS MESES. 60 dias NÃO são dois
meses. O código diz que o prazo da abertura da sucessão são 30 (trinta) dias, mas está
ERRADO, pois são DOIS meses.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.

A gente já viu que a legítima é exatamente a transferência patrimonial pelo motivo


parental, ou seja, não precisa fazer nada já que é transferido imediatamente. O
testamento é um documento feito por alguém em vida com efeito pos morten (a eficácia
do testamento ela é depois da morte.
A transmissão da posse no instante do falecimento está consagrado no princípio da
“saisine” = (ideia de que a posse da herança se transmite incontinenti aos herdeiros).
Não existe bem sem dono, mesmo que o herdeiro não saiba da morte, o patrimônio já
foi transferido. Então a partir da data da morte dele o herdeiro já responde por esses
bens.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

Por lei = Legítima. Por disposição de última vontade = Testamento.


Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Então no exato momento da morte quem tiver capacidade sucessória passiva recebe o
patrimônio e a lei que vai ser usada é a da data do óbito.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo
ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o
testamento caducar, ou for julgado nulo.

Essa última parte quer dizer se ele perder a validade, volta tudo para ser partilhado na
legitima.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.

Agora a gente começa a qualificar as pessoas. Quem é o herdeiro? Quem herda o


patrimônio. Agora se eu herdo com outra pessoa eu não herdo sozinho, eu herdo uma
fração ideal do patrimônio de alguém.
O patrimônio inteiro da pessoa seja ele qual for (mesmo que seja móvel), vai ser
colocado em uma massa patrimonial una indivisível até a partilha chamado espólio.
Todo esse património vai ser considerado bem imóvel até a partilha, pois ele é
indivisível. Então a até a sentença (se forem duas pessoas por exemplo) metade de tudo
ali (metade de cada coisa) é de uma pessoa e metade da outra.
Herdamos na universalidade patrimonial. Lembrando que na existência de mais de um
herdeiro continua tendo herdeiro universal, mas não é porque ele herda tudo, é porque
ele herda uma fração ideal de tudo, então ele herda na universalidade patrimonial.
O herdeiro testamentário singular ele não é universal.
Vamos supor que uma pessoa morre e deixa 3 filhos. Aberta a sucessão, é constatado
que tem 3 herdeiros então cada um herda 1/3. MAS ai você descobre que tem um
testamento que deixa apenas uma bolsa para X pessoa. Essa pessoa não vai herdar a
universalidade patrimonial, ela vai herdar bem certo e determinado segundo o
testamento. Você é herdeiro singular, também chamado de legatário.
Alguns herdeiros não podem ser afastados da sucessão, eu não posso simplesmente virar
para um filho e falar eu não quero que você herde o meu patrimônio, isso não existe no
nosso direito. Aquela história de deserdar...
A herança é uma garantia constitucional insculpida no art 5° inciso XXX.
Então temos os herdeiros legítimos, singular, necessário (aquele que não pode ser
afastado da sucessão pelo meu bel prazer, ou seja, aquele que necessariamente a herança
tem que ser transmitida).
Havendo herdeiro necessário eu só posso dispor em testamento da metade do
patrimônio.
Toda pessoa pode dispor de 100% do seu patrimônio desde que maio de 16 e não
impedida judicialmente das suas atividades administrativas patrimoniais in testado.
MAS havendo herdeiro necessário só pode testar metade.
Quem são os herdeiros necessários? São os descendentes, os ascendentes, cônjuge ou
companheiro, ou seja, são os que tem reservado a metade do patrimônio. Eles estão
dentro da classificação dos herdeiros legítimos.
Então se eu acrescentar os colaterais eu tenho a lista dos herdeiros legítimos:
descendentes, os ascendentes, cônjuge ou companheiro, colaterais. São as que os que a
lei vai chamar a herdar se o morto deixar patrimônio.
Os colaterais também são chamados de herdeiros facultativos (podem ser afastados da
sucessão).
Eu não posso afastar meu filho, pai, mãe etc da sucessão, mas posso afastar um irmão só
porque eu quero. Então eu abro um testamento, faço um testamento e falo não quero que
meu irmão fulano de tal herde meu patrimônio. Os demais só podem ser afastados por
uma declaração de indignidade ou deserdação.
Também tenho o herdeiro testamentário, nada impede que eu deixe algo pra uma pessoa
qualquer que eu queira, sendo esse meu herdeiro testamentário. Vamos supor que eu
deixe em testamento metade do meu patrimônio para X e uma bolsa para Y. Y é meu
herdeiro singular, pois herda bem certo e determinado, então é legatário e X vai ser meu
herdeiro testamentária com X, mas universal pois herda uma fração ideal do meu
patrimônio.
Esquece o art. 1790.Agota ta tudo no art. 1829.
Herdeiro tem expectativa de direito.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

II - o direito à sucessão aberta.

Vamos supor que X morre e deixa 3 herdeiros: Y, W e Q. Então esses 3 estão


recebendo uma herança do pai deles. Um deles não quer a herança e oferece esse
patrimônio a H. Isso não pode acontecer, pois antes de oferecer para um estranho eu
tenho que oferecer para os outros herdeiros, por causa do direito de preferência
chamado de prelação. E eu tenho que oferecer minha cota inteira e não só uma parte do
meu quinhão. Isso é chamado de cessão de direitos hereditários

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