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PRINCIPAIS

DÚVIDAS SOBRE
INVENTÁRIO
QUE EU RECEBO NA
CAIXA DE PERGUNTAS DO
INSTAGRAM
QUEM SOU EU?
Advogada há mais de 9 anos, sócia nominal do
escritório de Danielle Lopes Advocacia e Consultoria
especializada com atuação em todo território nacional
na área de Direito de Família e Sucessões, professora
de pós-Graduação no Instituto Elpídio Donizete – IED,
professora em diversos cursos práticos em Direito de
Família e Sucessões. Faz parte da direção do IBDFAM
– Franca – SP.
separamos para você as 12
principais dúvidas que chegam
na caixinha de perguntas sobre
inventário. Uma delas pode ser a
sua dúvida.
Qual a diferença entre
MEAÇÃO e HERANÇA?

Meação faz referência ao Direito de Familia sendo a efetivação do


direito à metade do patrimônio compartilhado com alguém. Ela
torna se presente quando do findar do casamento, seja por
separação ou morte de um dos cônjuges.

Dica da Dani: Sempre verifique antes de mais nada se no caso


que você vai trabalhar, existe ou não meação, ela deve ser
separada antes de ir para a herança;

Herança diz respeito à sucessão de bens que ocorre com o


falecimento de alguém que possui bens. A lógica contida na
sucessão é perpetuação e estabilidade dos legítimos
beneficiários A herança necessária é um direito dos
ascendentes, dos descendentes e do cônjuge, se houver.

Neste sentido, meação e herança nao se confundem, pois a


herança sempre diz respeito à parte que cabia ao falecido de
determinado patrimônio, enquanto a meação diz respeito a
partilha ocorrida posteriormente ao fim do casamento
UMA MÃE COM 5 FILHOS PODE
DISPOR DE 100% DO SEU
PATRIMÔNIO EM BENEFÍCIO
APENAS DE 2, FAZENDO UM
TESTAMENTO?

Se uma pessoa possui um ou mais herdeiros necessários, ela


não poderá dispor de 100% em testamento. O art. 1.845, do
Código Civil estabelece quais são esses herdeiros: “Art. 1.845.
São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o
cônjuge.”
E, para proteger esses herdeiros, assegurou a eles metade dos
bens da herança, como é determinado no art. 1.846, do CC: “Art.
1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a
metade dos bens da herança, constituindo a legítima.”
Assim, havendo herdeiros necessários, não será possível dispor
da totalidade dos seus bens. O que poderá ser feito é dispor até
50% da parte disponível, por testamento, beneficiando um ou
mais filhos, podendo, inclusive, realizar o testamento para
beneficiar qualquer outra pessoa que ela queira.
Concluímos que, não se pode beneficiar um filho ou mais e
EXCLUIR os demais, mas pode sim, usar parte da herança (50%)
para deneficiar um ou mais deles.
Cônjuges casados sob o regime de
separação convencional de bens,
quando um deles morre, o outro
recebe a HERANÇA?

Sim, o cônjuge sobrevivente terá direito ao recebimento da


herança, desde que não estejam separados judicialmente,
nem separados de fato há mais de 2 anos, de acordo com a
leitura do art. 1.830, do Código Civil.
Diferente do que ocorre no divórcio, aqui no inventário, quem
é casado no regime da separação convencional, é
considerado herdeiro do falecido, concorrendo com os
demais herdeiros, sendo eles ascendentes ou descendentes,
e ainda podendo herdar sozinho caso não haja nenhum dos
anteriores.
Conforme preceitua o art. 1829 do Código Civil:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime
da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de
bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
É POSSÍVEL FAZER CESSÃO DE
DIREITOS HEREDITÁRIOS ANTES DO
INVENTÁRIO?

Sim! O Código Civil traz em seu art. 1.793 que: “O direito à


sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.”.

Porém, essa cessão de direitos só poderá ser feita após a


abertura da SUCESSÃO, que não precisa ser
obrigatoriamente o momento da abertura do inventário.

O art. 426 do CC estabelece que não pode ser objeto de


contrato a herança de pessoa VIVA, porém, a abertura da
sucessão se dá no momento do FALECIMENTO, que é
exatamente o momento em que a herança será transmitida,
permitindo assim, a cessão de direitos hereditários, após a
morte, mas antes da abertura do Inventário, devendo ser feita
nesses casos, por Escritura Pública.
É possível fazer o reconhecimento da
união estável post mortem no
inventário extrajudicial?

Sim, é possível graças à Resolução nº 35 de 2007 do Conselho


Nacional de Justiça, que estabelece que o reconhecimento
da união estável poderá ocorrer no inventário extrajudicial,
desde que todos os herdeiros estejam de acordo e desde que
não haja menores de idade ou incapazes, caso contrário, será
necessário realizar o pedido na via judicial.
O QUE É O DIREITO REAL DE
HABITAÇÃO DO VIÚVO(A)?

O art. 1.831 do Código Civil, traz o direito real de habitação


permite que o cônjuge sobrevivente – e também o
companheiro -, qualquer que seja o regime de bens adotado,
permaneça no imóvel em que residia com o falecido.

Trata-se, pois, de um direito vitalício e de caráter


personalíssimo, que não pressupõe a inexistência de outros
bens no patrimônio do sobrevivente.
Posso não pagar o ITCMD, caso
consiga o deferimento da Justiça
Gratuita no inventário judicial?

Primeiramente, é necessário entender que a Justiça Gratuita


não tem relação nenhuma com a isenção do ITCMD, pois
ainda que você consiga seu deferimento, caso não preencha
os requisitos da isenção, deverá pagar o ITCMD.

Os casos de isenção do ITCMD ou ITCD estão ligados à


própria lei do imposto, é nela que você vai encontrar o que é
isento ou não, de acordo com seu Estado, ou Estado de
localização do bem.

Para saber mais, consulte a lei do imposto do seu Estado.


OS CÔNJUGES SE CASARAM NA
VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 E
EM 2019 UM DELES VEIO A FALECER.
QUAL REGRAMENTO DE SUCESSÃO
SERÁ APLICADO? O CÓDIGO CIVIL DE
1916 OU O CÓDIGO CIVIL DE 2002?

No Código Civil de 1916, no regime de comunhão parcial de


bens, não era garantido aos cônjuges a concorrência na
herança dos bens particulares, porém, o Código Civil de 2002
trouxe essa garantia. Portanto, é importante saber qual regra
será aplicada no inventário.

O art. 1.787 do Código Civil estabelece que: “Regula a sucessão


e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.”

Dessa forma, quando tratamos a respeito de inventário, o


regramento a ser utilizado é aquele da época da abertura da
sucessão, ou seja, da data do falecimento e não da data da
abertura do inventário, que pode ser realizado anos depois.
No caso em questão, deverá ser utilizado o Código Civil de
2002, pois é a lei vigente em 2019, ano do falecimento de um
dos cônjuges.
Como fica o imóvel financiado no
inventário?

Sabemos que é comum uma pessoa para adquirir um imóvel, fazer um


financiamento longo, de 10, 20, 30 anos. O que acontece se no meio disso a
pessoa falece?
A primeira coisa a verificar é se neste contrato havia algum seguro em caso de
morte. Muitas instituições financeiras oferecem esta cobertura securitária em
relação a morte do mutuário. Havendo clausula neste sentido, haverá a quitação
dos débitos do imóvel através do sinistro. Entrando a propriedade completa no
inventário

Mas e quando não tem o seguro? Neste caso, ou os herdeiros assumem as


próximas parcelas, ou poderão alienar o bem, quitar o financiamento e o que sobrar
do valor será partilhado. E quanto ao ITCMD? Como fica?
.
No preenchimento da guia referente a este imóvel, você deve colocar a descrição do
valor que efetivamente será transmitido para os herdeiros, ou seja, o valor já pago
pelo autor da herança, que chamam de valor amortizado. Tem decisão do STJ neste
sentido.
.
Mas também tem decisão do SEFAZ/SP no sentido de que a conta seria feita
através da subtração das parcelas faltante, do valor venal do imóvel.
Seria feito assim:
- Levantar o valor venal do próprio bem (móvel ou imóvel), cujo direito está
sendo transmitido ( A );
- Calcular o valor total que seria necessário para quitar as obrigações do
contrato (valor presente à data do óbito) ( B );
- Obtidos tais valores (A e B), o valor venal do direito transmitido será o
resultado positivo da subtração entre esses dois valores, ou seja: Valor do
direito = A – B; desde que positivo ( A > B )
O CÔNJUGE COM DIREITO
REAL DE HABITAÇÃO TEM
QUE PAGAR ALUGUEL AOS
DEMAIS HERDEIROS?

Não. Quem tem o direito real de habitação, tem o direito de


continuar morando no imóvel sem pagar aluguel aos demais
herdeiros.
.
Muita gente confunde esse direito, porque com o divórcio não
é isso que acontece. Se o imóvel era dos dois, aquele que
residir lá unicamente, terá que pagar aluguel proporcional ao
outro., quando do divórcio.
.
Porém na sucessão não é assim, quando falamos do direito
real de habitação, o viuvo(a) tem o direito garantido por lei de
habitar nesse imóvel, em que anteriorment residia com o
falecido, sem ter que pagar nada para os demais herdeiros.
Porém, o direito se restringe apenas a moradia, não pode
alugar ou sublocar este imóvel.
.
Fique atento para não confundir hem?!
Conta conjunta tem que ser
apresentada em inventário?

Ficar atento a isso!

Embora o cotitular da conta possa continuar a ter acesso à


mesma, fazendo transferência de valores e pagamentos sem
se quer a abertura do inventário. Terá que apresentar os
valores contidos nela através de extratos.

Muitos clientes acham que isso não é necessário.

Cuidado!

A única forma deste valor não entrar na partilha seria


comprovando a origem dele, de forma exclusiva pelo cotitular
vivo. O que não é nada fácil, mas não deixa de ser uma
possibilidade.

Para consulta: REsp 1836130/RS


Meu pai faleceu e deixou bens em
dois Estados, como fica o ITCMD?
pago junto ou em cada Estado?

NÃO!
ITCMD é imposto estadual.
.
Você terá que pagar o imposto em cada estado em que o
imóvel se localize.
Seguindo as regras e valores de lá.
.
Então, se o pai tinha imóveis e faleceu no estado de São Paulo
o inventário foi aberto la, porém tinha também uma fazenda em
Minas Gerais, haverá o pagamento do ITCMD nos dois Estados
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@daniellelopes._

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