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A superpopulação
Impende salientar que a própria Lei de Execução Penal (LEP), no seu art. 88,
estabelece que o cumprimento da pena se dê em cela individual, com área
mínima de seis metros quadrados. Ademais, o art. 85 da LEP prevê que deve
haver compatibilidade entre a estrutura física do presídio e a sua capacidade
de lotação.
Outro ponto de vista que deve ser analisado é o exposto pela socióloga Julita
Lemgruber, que aponta uma solução. Para ela, uma maior racionalidade na
imputação das penas alternativas e o empenho do Estado na melhoria dos
presídios existentes e na construção de novos são fundamentais para resolver
o problema.
Nesse sentido, a racionalidade da imputação das penas deve ser observada
por todos os operadores da sistemática penal, pois algumas penalizações só
fazem aumentar a população carcerária e estimular a fábrica de delinquentes.
A ociosidade do recluso
Organizações criminosas
A situação da saúde pública nos presídios é tão degradante que na maioria das
vezes o preso tem que sair da unidade prisional para receber o tratamento
médico adequado. Os ambulatórios que sobrevivem à má administração não
possuem as mínimas condições para a devida assistência médica. Dessa
forma, os presídios são um importante meio de transmissão da tuberculose e
de desenvolvimento de formas resistentes da bactéria causadora da moléstia.
Impende salientar que as doenças não ficam restritas aos muros dos presídios,
pois muitas são levadas para a sociedade pelos servidores penitenciários, bem
como pelos parentes dos presos, e com as visitas íntimas a sua propagação só
faz aumentar.
Tal morosidade ainda é pior quando se trata de erro judiciário, como foi o caso
de Marcos Mariano da Silva, ex-mecânico, que foi preso em 1979, acusado de
ter praticado um homicídio. Ele ficou preso - sem sequer ser julgado - por 19
anos. Parte desse tempo no Presídio Professor Aníbal Bruno, onde, em 1992,
durante uma rebelião, policiais invadiram o presídio e detonaram bombas de
efeito moral nas celas e pavilhões. Recolhido na cela cinco do pavilhão B,
Marcos Mariano da Silva foi atingido no olho esquerdo por estilhaços de uma
granada e perdeu a visão depois de seis meses. O olho direito também foi
afetado e, em 1997, o ex-mecânico ficou cego. Interessante ressaltar que o
erro só foi detectado em 1998, durante um mutirão judicial para a avaliação de
processos no presídio. O erro judicial foi ocasionado por conta de um quase
homônimo do ex-mecânico Marcos Mariano da Silva, o verdadeiro criminoso,
Marcos Mariano Silva.
Perspectivas e soluções
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/59/
Fonte:
artigo213019-1.asp