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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO TOCANTINS

QUARTEL DO COMANDO GERAL


DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
ACADEMIA POLICIAL MILITAR TIRADENTES
CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA (CSP)

RELATÓRIO DE VIAGEM DE ESTUDOS ÀS POLÍCIAS ITALIANAS:


POLIZIA DI STATO, GUARDIA DI FINANZAS E ARMA DEI CARABINIERI

Palmas, 2023
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WANDER ARAÚJO VIEIRA – CORONEL PM
EMERSON BERNARDES DA SILVA – CORONEL PM RR

RELATÓRIO DE VIAGEM DE ESTUDOS ÀS POLÍCIAS ITALIANAS:


POLIZIA DI STATO, GUARDIA DI FINANZAS E ARMA DEI CARABINIERI

Palmas, 2023

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, SOCIAL E CRIMINAL DA ITÁLIA..................4
1.1 Síntese Histórica e Cultural.................................................................................4
1.2 Breve Descrição Político Organizacional...........................................................6
1.3 O Crime Organizado (Máfias).............................................................................. 7
1.4 Operação Mãos Limpas.....................................................................................11
1.5 Organização das Forças de Segurança Pública Italianas..............................12
1.6 O Escritório do MI de Coordenação e Planejamento......................................13
2 A POLIZIA DI STATO (PS)........................................................................................22
2.1 Breve Histórico................................................................................................... 23
2.2 Modelo Organizacional...................................................................................... 24
2.3 Planejamento Estratégico .................................................................................25
2.4 Estrutura de Cargos .......................................................................................... 26
2.5 Formação e Especialização ..............................................................................28
3 A ARMA DEI CARABINIERI......................................................................................32
3.1 Breve Histórico................................................................................................... 32
3.2 Modelo Organizacional...................................................................................... 33
3.3 Planejamento Estratégico .................................................................................36
3.4 Estrutura de Cargos ..........................................................................................39
3.5 Formação e Especialização ..............................................................................42
4 A GUARDIA DI FINANZA.......................................................................................... 45
4.1 Breve Histórico...................................................................................................45
4.2 Modelo Organizacional......................................................................................46
4.3 Planejamento Estratégico .................................................................................48
4.4 Estrutura de Cargos ..........................................................................................50
4.5 Formação e Especialização ..............................................................................53
CONCLUSÃO ............................................................................................................54

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INTRODUÇÃO

Este relatório é uma síntese descritiva sobre as informações relatadas e


coletadas no transcurso das vivências, das experiências, das aprendizagens e das
novas concepções percebidas e aprendidas durante a viagem de estudos realizada
pelo Curso Superior de Polícia do Estado do Tocantins às polícias italianas: Polizia
di Stato, Guardia di Finanzas e Arma dei Carabinieri.
O roteiro da viagem e as visitas oficiais foram prévia e cuidadosamente
programadas em constante e progressivo contato com o Coronel da Arma dei
Carabinieri Lucio Picca, adido especialista de segurança pública, da Embaixada da
Itália no Brasil em consonância com as tratativas lideradas pelo Coronel PM RR
Emerson Bernardes da Silva desde meados de junho de 2022.
Inicialmente buscar-se-á realizar um contexto histórico, social e cultural da
Itália e logo em seguida apresentar as peculiaridades das polícias visitadas, quais
sejam: a Polizia di Stato; a Guardia di Finanzas e a Arma dei Carabinieri.

1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, SOCIAL E CRIMINAL DA ITÁLIA

1.1 Síntese Histórica e Cultural


A Itália é um país localizado no sul da Europa, com uma população de
aproximadamente 60 milhões de pessoas. Ela é conhecida por sua história rica e
diversificada, influenciada por inúmeras culturas que habitaram a península italiana
desde os tempos antigos.
A história da Itália remonta aos tempos antigos, com as tribos itálicas que
habitavam a região desde o segundo milênio a.C. No período clássico, a região foi
influenciada por civilizações como a grega e a romana, que deixaram uma marca
duradoura na cultura, na arquitetura e no pensamento político do país.
A partir do século V, a Itália passou a ser dominada por invasores bárbaros, e
em seguida, pelos estados pontifícios, até a unificação em um país único em 1861.
Durante o século XX, a Itália passou por momentos de instabilidade política, com a
ascensão do fascismo e a participação na Segunda Guerra Mundial. Após a guerra,
a Itália passou por um período de reconstrução, culminando em um forte
crescimento econômico nas décadas de 1950 e 1960.

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Hoje, a Itália é uma república parlamentar e faz parte da União Europeia. Sua
capital é Roma, que é uma cidade com mais de 2.500 anos de história, conhecida
por sua arquitetura antiga, monumentos icônicos e sua influência na arte e na cultura
ocidental.
O país é dividido em 20 regiões, cada uma com sua própria história, cultura e
paisagem. A região da Toscana, por exemplo, é conhecida por suas colinas
verdejantes, vinhedos e cidades históricas como Florença e Siena. A região da
Lombardia é o centro financeiro e industrial do país, com cidades como Milão,
Bergamo e Brescia.
A economia da Itália é a oitava maior do mundo e é baseada principalmente
na indústria, com setores como a moda, o design, a maquinaria, a química e a
alimentação. O turismo também é um importante setor econômico, atraindo milhões
de visitantes todos os anos para as suas belas cidades, praias e paisagens
montanhosas.

Mapa da Itália

Apesar de sua rica história e cultura, a Itália enfrenta vários desafios sociais e
econômicos, incluindo um alto índice de desemprego entre os jovens, uma crescente
desigualdade econômica e um envelhecimento da população. No entanto, o país
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continua a ser uma das nações mais influentes e importantes do mundo, com um
patrimônio cultural incomparável e uma economia diversificada e vibrante.
A riqueza cultural e turística da Itália é imensa e está presente em toda a sua
extensão territorial. A Itália é considerada um dos berços da civilização ocidental e
tem uma herança cultural inestimável, que inclui arte, arquitetura, literatura, música e
gastronomia.
Entre as cidades mais famosas da Itália, destacam-se, as já citadas, Roma,
Florença, e outras tantas como, Veneza e Milão, cada uma com sua própria história,
monumentos e tesouros culturais. Roma é a capital da Itália e um dos centros
históricos mais importantes do mundo, com monumentos como o Coliseu, o Fórum
Romano e o Pantheon. Florença é a capital da região da Toscana e é conhecida por
sua arquitetura renascentista, incluindo a Catedral de Santa Maria del Fiore, o
Palazzo Vecchio e a Ponte Vecchio. Veneza é uma cidade única, construída sobre
uma série de ilhas interligadas por canais, e é famosa por seus canais, gôndolas,
pontes e arquitetura veneziana. Milão é a capital da Lombardia e é conhecida por
ser uma cidade de moda e design, com monumentos como a Catedral de Milão, a
Galleria Vittorio Emanuele II e o Teatro alla Scala.
Além dessas cidades famosas, a Itália possui uma ampla variedade de
atrações turísticas, incluindo as ruínas de Pompeia, a costa da Toscana, a Costa
Amalfitana, a região dos lagos italianos e as ilhas da Sicília e Sardenha. A
gastronomia italiana também é mundialmente famosa, com pratos como pizza,
pasta, gelato, risotto, entre outros.
Em resumo, a formação do povo italiano é fruto de uma mistura de culturas ao
longo da história, e a riqueza cultural e turística da Itália é incomparável, com
monumentos, tesouros artísticos e gastronômicos espalhados por todo o país.

1.2 Breve Descrição Político Organizacional


A história política ideológica da Itália é bastante complexa, pois o país passou
por diversas transformações políticas ao longo dos séculos, desde a Antiguidade até
os dias de hoje.
Na Idade Média, a Itália era dividida em várias cidades-estados
independentes, cada uma com sua própria estrutura política e ideológica. Essas
cidades-estados competiam entre si e frequentemente se envolviam em conflitos

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militares. A partir do século XV, a Itália passou a ser governada por diversas
dinastias, como a dos Médici em Florença e a dos Sforza em Milão.
No final do século XIX, a Itália unificou-se como uma nação independente,
liderada pelo rei Vittorio Emanuele II e pelo primeiro-ministro Camillo di Cavour.
Esse processo de unificação, conhecido como Risorgimento, foi marcado por
conflitos internos e guerras com outras potências europeias, como a Áustria.
No período entre as duas guerras mundiais, a Itália viveu um período de
intensa instabilidade política, com governos instáveis, crises econômicas e sociais.
Em 1922, o líder fascista Benito Mussolini assumiu o poder, estabelecendo um
regime autoritário que durou até a derrota da Itália na Segunda Guerra Mundial.
Após a guerra, a Itália passou por uma série de transformações políticas e
sociais. A Constituição Italiana foi promulgada em 1947, estabelecendo uma
república democrática parlamentar. Desde então, a Itália teve um grande número de
governos e mudanças políticas, incluindo coalizões entre partidos de esquerda e de
direita, governos tecnocráticos e crises econômicas.
Nos anos 1990, a Itália foi marcada por uma série de escândalos políticos e
econômicos, incluindo a Operação Mãos Limpas, que levou à prisão de centenas de
políticos e empresários acusados de corrupção. Esses eventos tiveram um grande
impacto na política italiana e no sistema político, levando à ascensão de novos
partidos políticos e à mudança na forma de fazer política.
Hoje em dia, a Itália é uma democracia parlamentar, com um sistema
multipartidário e uma ampla gama de ideologias políticas representadas no
parlamento, incluindo partidos de centro, esquerda e direita. A política italiana ainda
é influenciada por questões econômicas, sociais e culturais, como o desemprego, a
imigração e a relação com a União Europeia.

1.3 O Crime Organizado (Máfias)


A Itália tem uma longa história de organizações criminosas, com algumas das
mais conhecidas sendo as chamadas "máfias". As principais organizações
criminosas mafiosas que operaram e operam na Itália são:

1.3.1 A Cosa Nostra é uma organização criminosa que surgiu na Sicília,


Itália, no final do século XIX. É uma das mais poderosas e conhecidas organizações
mafiosas do mundo. Seu nome significa "Nossa Coisa" em italiano e é uma

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referência ao senso de fraternidade e lealdade que a organização prega entre seus
membros.
A Cosa Nostra é uma organização hierárquica, com um líder supremo,
conhecido como "capo di tutti capi" (chefe de todos os chefes), que controla todas as
atividades criminosas da organização. Abaixo dele, há vários "capos" regionais, que
têm controle sobre as atividades em suas áreas específicas.
Os membros da Cosa Nostra são conhecidos como "homens de honra" e
são submetidos a um rigoroso código de conduta. Eles são proibidos de cooperar
com a polícia ou autoridades, de trair outros membros da organização e de ter
relações com pessoas fora da máfia. A desobediência a essas regras pode levar à
morte.
As atividades da Cosa Nostra incluem extorsão, tráfico de drogas,
contrabando, jogo ilegal, lavagem de dinheiro e assassinato. Eles mantêm um
controle rígido sobre empresas locais e políticos, muitas vezes usando a violência
para manter seu poder.
A Cosa Nostra é conhecida por sua violência extrema, incluindo o uso de
assassinatos, tortura e sequestros. Além disso, a organização tem uma forte
influência na cultura siciliana e é muitas vezes vista como uma alternativa ao
governo em termos de resolver conflitos e disputas.
A polícia italiana tem lutado contra a Cosa Nostra por décadas, com a
Operação Mãos Limpas nos anos 90 tendo um grande impacto na organização. No
entanto, a Cosa Nostra continua a operar e é vista como uma das maiores ameaças
à segurança na Itália.

1.3.2 Camorra é uma organização criminosa italiana que atua


principalmente na região da Campânia, no sul da Itália, especialmente na cidade de
Nápoles. Ela é uma das maiores e mais antigas máfias italianas, com mais de 200
clãs e cerca de 7.000 membros.
A estrutura da Camorra é semelhante à de outras organizações criminosas,
com um chefe geral (chamado de "padrino") que lidera um grupo de membros que
controlam territórios específicos e realizam atividades criminosas como tráfico de
drogas, extorsão, jogo ilegal e assassinatos. Esses membros são divididos em
subgrupos menores, chamados de "famílias" ou "grupos de dez", liderados por um
"capo".

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As atividades criminosas da Camorra são muitas vezes realizadas em
parceria com outras organizações criminosas, tanto na Itália quanto em outros
países. A Camorra tem um forte domínio na importação e distribuição de drogas na
Europa, além de estar envolvida em diversas outras atividades criminosas, como o
tráfico de armas, contrabando, lavagem de dinheiro e fraudes financeiras.
A Camorra é conhecida por sua violência extrema, com membros muitas
vezes dispostos a cometer assassinatos e atos de violência indiscriminados para
manter seu controle sobre as áreas onde operam. Eles também têm uma cultura de
silêncio e lealdade, com membros sendo forçados a jurar lealdade à organização
sob pena de morte.
O combate à Camorra tem sido um desafio constante para as autoridades
italianas, com várias operações policiais sendo realizadas ao longo dos anos para
tentar desmantelar a organização. No entanto, a Camorra continua a operar e a
exercer uma influência significativa na região da Campânia.

1.3.3 'Ndrangheta é uma organização criminosa mafiosa que opera


principalmente na região da Calábria, no sul da Itália. A organização tem uma
estrutura altamente hierárquica, com uma liderança secreta e uma série de famílias
ou clãs que operam de forma independente, mas colaboram entre si para atingir
seus objetivos.
A 'Ndrangheta se baseia em uma cultura de sigilo, lealdade e vingança. O
código de honra da organização, conhecido como omertà, exige que os membros
mantenham segredo sobre as atividades criminosas da organização, evitem a
colaboração com as autoridades e sejam leais à 'Ndrangheta em detrimento de
qualquer outra lealdade. Os membros que violam essas regras podem enfrentar
punições severas, incluindo a morte.
A 'Ndrangheta se envolve em uma ampla gama de atividades criminosas,
incluindo tráfico de drogas, extorsão, sequestro, lavagem de dinheiro, fraude e
corrupção. A organização também é conhecida por controlar o comércio de frutas e
legumes na região da Calábria, bem como outros setores da economia local.
Os clãs da 'Ndrangheta são liderados por um chefe, conhecido como capo
crimine, que é responsável por tomar decisões importantes e resolver conflitos entre
os membros do clã. Os capi crimini se reúnem em um conselho secreto, conhecido

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como Crimine, que tem a responsabilidade de coordenar as atividades da
'Ndrangheta em toda a região da Calábria e além.
A 'Ndrangheta é conhecida por sua habilidade em se infiltrar em
instituições públicas e privadas, bem como em controlar a política local em muitas
áreas da Calábria. A organização tem sido comparada a uma empresa
multinacional, com ramos em todo o mundo, incluindo na América do Norte, América
Latina, Europa e Austrália.
Nos últimos anos, a 'Ndrangheta emergiu como uma das organizações
criminosas mais poderosas do mundo, superando a Cosa Nostra siciliana e a
Camorra napolitana em termos de influência e lucros. As autoridades italianas
lançaram várias operações para tentar desmantelar a 'Ndrangheta, mas a
organização continua sendo uma ameaça significativa para a segurança pública na
Itália e em todo o mundo.

1.3.4 Sacra Corona Unita (SCU) é uma organização criminosa


italiana que atua principalmente na região da Apúlia, no sudeste da Itália. A SCU foi
fundada no final dos anos 1970 como uma fusão de várias gangues criminosas
locais que operavam no tráfico de drogas, extorsão e outros crimes violentos.
A estrutura da SCU é altamente hierárquica e baseada em clãs familiares.
Cada clã é liderado por um chefe, conhecido como "capo-clan", que é responsável
por tomar decisões importantes e distribuir os lucros entre seus subordinados.
Abaixo do capo-clan, há várias posições dentro da hierarquia da SCU, incluindo
"capo-regime" (chefe de equipe), "soldato" (soldado), "picciotto" (mensageiro) e
"associato" (associado).
A SCU se envolve em várias atividades criminosas, incluindo tráfico de
drogas, extorsão, jogo ilegal, fraude, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e
contrabando de imigrantes. A organização é conhecida por sua violência brutal e
pelo uso frequente de assassinatos para manter o controle sobre seus territórios e
impor sua vontade sobre seus rivais.
As atividades da SCU foram alvo de intensa repressão policial na Itália nas
últimas décadas. A organização foi enfraquecida por várias investigações e prisões,
mas ainda é uma presença significativa no submundo criminoso italiano. A SCU
também é conhecida por sua conexão com outras organizações criminosas,
incluindo a Cosa Nostra siciliana e a Camorra napolitana.

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Todas essas organizações criminosas são altamente estruturadas e usam
táticas violentas para manter seu poder e expandir seus territórios. Eles têm sido
uma grande preocupação para as autoridades italianas há décadas e ainda são uma
ameaça significativa à segurança do país.

1.4 Operação Mãos Limpas

A Operação Mãos Limpas (Mani Pulite) foi uma investigação de corrupção na


Itália que ocorreu entre 1992 e 1994. A investigação foi conduzida pelo Ministério
Público de Milão e teve como objetivo desmantelar uma vasta rede de corrupção
que envolvia políticos, empresários e membros do governo.
A operação teve início em fevereiro de 1992, quando a polícia de Milão
prendeu Mario Chiesa, um político local do Partido Socialista Italiano, por corrupção.
A investigação revelou que Chiesa estava recebendo propina de empresas de
construção em troca de contratos públicos. A partir daí, a operação se expandiu
rapidamente, com a prisão de várias outras figuras políticas e empresariais.
A Mãos Limpas foi uma das maiores investigações de corrupção já realizadas
na Itália, levando à prisão de mais de 1.000 pessoas, incluindo vários membros do
Parlamento italiano, empresários e figuras políticas de alto escalão. A investigação
revelou um sistema generalizado de corrupção e suborno na Itália, conhecido como
Tangentopoli.
A operação Mãos Limpas levou a uma grande reforma política na Itália, com a
dissolução dos principais partidos políticos envolvidos em corrupção, incluindo o
Partido Socialista Italiano e a Democracia Cristã. Também resultou na criação de
novos partidos políticos, como a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas.
No entanto, a operação também foi criticada por ter levado a uma
desestabilização do sistema político italiano, com a substituição de políticos
experientes por indivíduos sem experiência política e a ascensão de líderes
populistas. Além disso, muitos dos indivíduos presos na Mãos Limpas foram
posteriormente liberados ou tiveram suas condenações anuladas, devido a
irregularidades processuais.

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1.5 Organização das Forças de Segurança Pública Italianas

O Departamento de Segurança Pública (Dipartimento della Pubblica


Sicurezza) é um dos departamentos do Ministério do Interior da Itália e é
responsável por coordenar e gerenciar as atividades de segurança pública em todo
o país.
O Departamento é composto por vários órgãos, incluindo:
a. Gabinete do Diretor Nacional de Segurança Pública: É o órgão
responsável por planejar, coordenar e gerenciar as atividades do Departamento de
Segurança Pública. Também é responsável por garantir a implementação das
políticas de segurança pública estabelecidas pelo Ministério do Interior.
b. Direção Central de Polícia de Prevenção: É responsável por coordenar
e gerenciar as atividades de prevenção de crimes, como vigilância e patrulhamento
preventivo, controle de multidões e gerenciamento de eventos. A direção também
lida com a proteção civil e a segurança em grandes eventos e celebrações.
c. Direção Central de Polícia Criminal: É responsável por investigar e
combater crimes, incluindo terrorismo, crime organizado, narcotráfico, tráfico de
seres humanos e crimes cibernéticos. A direção também é responsável por fornecer
suporte técnico e científico às investigações criminais.
d. Direção Central de Imigração e Política de Asilo: É responsável por
lidar com a imigração ilegal e as políticas de asilo. A direção é responsável por
identificar e deportar imigrantes ilegais, além de gerenciar o processo de asilo.
e. Direção Central de Serviços Técnicos e Logísticos: É responsável por
fornecer suporte técnico e logístico aos outros órgãos do Departamento de
Segurança Pública. A direção fornece serviços de tecnologia da informação, suporte
de comunicações, gerenciamento de pessoal e finanças, além de lidar com a gestão
de instalações e recursos logísticos.
Cada uma dessas diretorias é composta por várias divisões, cada uma com
funções específicas e responsabilidades. Juntos, esses órgãos trabalham para
garantir a segurança pública em todo o território italiano.

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1.6 O Escritório de Coordenação e Planejamento do Diretor Geral de
Segurança Pública do Ministério do Interior da Itália

O Escritório de Coordenação e Planejamento (Ufficio di Coordinamento e


Pianificazione, UCP) do Diretor Geral de Segurança Pública do Ministério do Interior
da Itália é uma estrutura que tem como objetivo principal coordenar e planejar as
atividades relacionadas à segurança pública no país. As funções principais do UCP
são as seguintes:
a. Coordenação das atividades de segurança pública: o UCP é
responsável por coordenar as atividades das diferentes forças de segurança
italianas, incluindo a Polizia di Stato, os Carabinieri, a Guardia di Finanza e a Polizia
Penitenziaria. O objetivo é garantir uma atuação integrada e eficaz no combate ao
crime e na manutenção da ordem pública.
b. Planejamento estratégico: o UCP é responsável por desenvolver
planos estratégicos para a segurança pública no país. Isso inclui a definição de
políticas e diretrizes para as forças de segurança, bem como a elaboração de planos
de ação para lidar com situações de crise.
c. Cooperação internacional: o UCP é responsável por coordenar a
cooperação internacional da Itália em questões de segurança pública. Isso inclui a
participação em fóruns internacionais, como a Interpol e a Europol, além da
cooperação com outros países em investigações criminais e operações de
segurança.
d. Monitoramento e análise da situação de segurança: o UCP é
responsável por monitorar a situação de segurança no país e analisar os dados para
identificar tendências e padrões de criminalidade. Isso ajuda a orientar as políticas
de segurança pública e a definir as prioridades de atuação das forças de segurança.
e. Coordenação de operações especiais: em situações de crise ou
operações especiais, o UCP é responsável por coordenar as atividades das forças
de segurança envolvidas. Isso inclui a definição de estratégias, o planejamento e a
execução de operações conjuntas.

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Visão Geral das Forças de Segurança Italianas

Esse Escritório reúne as seguintes forças policiais:


a. Polizia di Stato: é a principal força policial da Itália, com cerca de 111
mil policiais em serviço. Ela é responsável por manter a ordem pública, combater o
crime e garantir a segurança nacional em todo o país.

Brasão da Polizia di Stato

b. Carabinieri: A Arma dei Carabinieri é uma força policial militarizada


com cerca de 117 mil membros, responsável pela segurança pública em áreas rurais
e pequenas cidades, além de tarefas de segurança nacional.
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Brasão da Arma dei Carabinieri

c. Guardia di Finanza: é uma força policial militarizada responsável por


combater o crime financeiro e a evasão fiscal, além de proteger as fronteiras e
garantir a segurança marítima.

Brasão da Guardia di Finanza

d. Corpo Forestale dello Stato: é uma força policial responsável pela


proteção e gestão das florestas e áreas naturais da Itália, além de realizar tarefas
relacionadas à proteção ambiental. Em dezembro de 2016, houve a absorção desta

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força policial, desde então ela existe como um ramo especializado dentro da Arma
dei Carabinieri

Brasão do Corpo Forestale dello Stato


e. Polizia Penitenziaria: é a força policial responsável pela gestão e
segurança dos estabelecimentos prisionais italianos, garantindo a segurança dos
prisioneiros e dos funcionários.

Brasão da Polizia Penitenziaria

f. Vigili del Fuoco: são os bombeiros italianos, responsáveis por


combater incêndios, realizar resgates em emergências e prestar assistência em
casos de desastres naturais.

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Brasão do Vigili del Fuoco

g. A Scuola di Perfezionamento per le Forze di Polizia (SPFP)

A Scuola di Perfezionamento per le Forze di Polizia (SPFP) é uma instituição


de ensino superior italiana, dedicada à formação de oficiais e especialistas em
segurança pública. Fundada em 1947, a SPFP tem sua sede em Roma e é
considerada uma das mais importantes escolas de segurança pública da Europa.

Escudo da Scuola di Perfezionamento per le Forze di Polizia

A história da SPFP remonta ao pós-Segunda Guerra Mundial, quando a Itália


passou por uma reforma em suas forças de segurança. Na época, foram criadas
diversas instituições de ensino para formar e aperfeiçoar policiais em diferentes

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áreas. A SPFP foi criada com o objetivo de oferecer cursos de pós-graduação em
segurança pública, destinados a oficiais e especialistas em segurança pública.

Imagem Aérea da Scuola di Perfezionamento per le Forze di Polizia

A SPFP oferece cursos de especialização e de pós-graduação em diversas


áreas relacionadas à segurança pública, como direito penal, investigação criminal,
inteligência policial, entre outras. Entre os cursos oferecidos estão:
 Curso de Especialização em Direito Penal (CEDP): destinado a oficiais
e especialistas em segurança pública que desejam aprofundar seus conhecimentos
em direito penal, com duração de um ano;
 Curso de Especialização em Investigação Criminal (CEIC): destinado a
oficiais e especialistas em segurança pública que desejam se aperfeiçoar em
investigação criminal, com duração de um ano;
 Curso de Especialização em Inteligência Policial (CEIP): destinado a
oficiais e especialistas em segurança pública que desejam se especializar em
inteligência policial, com duração de um ano.

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Auditório da Scuola di Perfezionamento per le Forze di Polizia

O Diretor da SPFP é eleito de acordo com um critério de rotação entre os


mais altos dirigentes das Forças de Segurança italianas dentre os Dirigenti Generali
da Polizia di Stato, os Generais de Divisão da Arma dei Carabinieri e do Corpo da
Guardia di Finanza. O cargo é trienal e improrrogável.
Os chefes dos serviços são os Dirigenti Superiori da Polizia di Stato ou oficiais
de nível equivalente da Arma dei Carabinieri ou da Guardia di Finanza. O mesmo
critério de rotação também é aplicado a essas posições.
A SPFP faz parte da Agência Europeia das Academias de Polícia, conhecida
como CEPOL, do francês Collège Européen de Police, que funciona desde 2005 e
se ocupa de desenvolver, implementar e coordenar a formação policial europeia.
Forma uma rede constituída pelas academias de polícia das unidades nacionais dos
Estados membros da União Européia. A Secretaria da CEPOL está localizada em
Budapeste (Hungria).

Logomarca da CEPOL

h. Ufficio per il Coordinamento e la Pianificazione Delle Forze di Polizia


A coordenação das forças policiais surge da necessidade de responder a uma
necessidade cada vez mais sentida de racionalizar o potencial estrutural e
operacional de cada uma das forças policiais, otimizando a utilização e distribuição
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dos respectivos meios e integrando a organização e execução dos respectivos
serviços da mesma forma que um planejamento comum e sistemático.

Edifício Sede do Escritório de Coordenação e Planejamento das Forças Policiais

A concretização destas necessidades compete ao Gabinete de Coordenação


e Planejamento das Forças Policiais, ao qual a lei atribui as responsabilidades da
polícia de segurança, confirmando a centralidade da coordenação no quadro da
administração da segurança pública policial.
O escritório, tanto pela sua natureza integralmente solidária, cujo contato
próximo e direto com os comandos e direções centrais de cada uma das Forças
Policiais e, finalmente, devido à posição legal especial dentro da administração de
Segurança Pública, certamente pode ser definido como uma "casa comum" das
Forças de polícia.

i. IILA – Organização Internacional Ítalo-latino americana


Em 16 de novembro de 2020, o Chefe de Polícia-Diretor Geral de Segurança
Pública assinou um Memorando de Entendimento entre o Departamento de
Segurança Pública e o I.I.L.A.

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Logomarca da Organização para Cooperação Policial Italo-Latino Americana

Dentre as ações desencadeadas pelo IILA, está a assinatura de acordos entre


para melhorar a coordenação e garantir maior complementaridade em setores de
interesse recíproco, com definição de acordos bilaterais futuros entre a Itália e cada
país membro de organizações/associações internacionais.
Definição de pacotes de formação interforça sobre os principais contextos de
ilegalidade de acordo com os requisitos de segurança regional (por exemplo, em
matéria de crime organizado, terrorismo internacional, tráfico de droga, crime
informático, cibercrime e imigração ilegal).
A formação como “valor” e elemento de incentivo da cooperação policial
internacional, cujos objetivos são:
 Inclusão nos planos de formação do módulo pedagógico sobre
cooperação policial internacional.
 Identificação, também pela Direção Central dos Estabelecimentos de
Ensino, pela Escola Superior e pela Escola de Aperfeiçoamento das Polícias de
Roma, dos formandos com competências e “espírito internacionalista”.
 Identificação de oficiais e dirigentes das Forças Policiais estrangeiras
para que possam frequentar cursos altamente especializados na Escola Superior de
Prevenção e Combate ao Crime Organizado Transnacional e formação superior em
Coordenação e Planeamento das Forças Policiais na Escola Superior de Formação
de Forças Policiais em Roma;
 Organização de seminários específicos para a preparação dos
processos de seleção para as candidaturas de policiais nas principais organizações

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internacionais, em colaboração com a SIOI (Società Italiana per l'Organizzazione
Internazionale), através de simulações em inglês dos testes de admissão.
A IILA conta uma divisão de assuntos bilaterais bastante ativa, inclusive
fomentando a visita de delegações estrangeiras na Itália, como promovendo visitas
em outros países e continentes.
A organização de visitas de estudo requer, desde o início, um conhecimento
detalhado do sistema de segurança italiano e uma análise das necessidades de
treinamento de contrapartes estrangeiras.
Estes elementos permitem o desenvolvimento de agendas através de uma
colaboração estruturada com todos os atores envolvidos, por diversas razões, na
cooperação internacional (Polícias, Magistratura, Ministério dos Negócios
Estrangeiros, Ministérios e diversas autoridades nacionais e internacionais).
Durante as visitas, a Divisão de Assuntos Bilaterais oferece aos colegas do
exterior todo tipo de assistência, tanto logística quanto organizacional, desde o
momento de sua chegada à Itália até o momento de sua despedida.
Essa assistência foi de fundamental importância para a concretização
satisfatória da visita de estudos da delegação do Curso Superior de Polícia do
Estado do Tocantins à Itália.
A Divisão de Assuntos Bilaterais apoia o planejamento de atividades de
capacitação/formação em benefício das polícias de países terceiros com os quais
vigoram acordos/convénios de cooperação em matéria de segurança e de migração.
A promoção e a execução de programas de formação multidisciplinar, cursos de
atualização, publicações e campanhas de informação em benefício das polícias de
países terceiros é um objetivo prioritário.

Foto de delegações de anos anteriores à Italia

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Esforços específicos foram feitos para identificar oficiais e diretores das
Forças Policiais estrangeiras interessados em participar dos cursos altamente
especializados realizados na Escola Superior de Prevenção e Combate ao Crime
Organizado Transnacional, criada em 2015, em Caserta, por decreto do Chefe de
Polícia, bem como no Curso de Formação Avançada em Coordenação e
Planeamento das Forças Policiais realizado na Escola de Aperfeiçoamento das
Forças Policiais de Roma.

2. A POLIZIA DI STATO (PS)

2.1 Breve Histórico

A Polizia di Stato da Itália foi criada em 1981, a partir da fusão de várias


forças policiais existentes no país, incluindo a Polizia di Stato Antimafia, a Polizia
Ferroviaria (Polícia Ferroviária) e a Polizia Stradale (Polícia Rodoviária).
A história da Polizia di Stato está intimamente ligada à história da Itália
moderna. Durante o período fascista liderado por Benito Mussolini, a força policial
era usada para reprimir opositores políticos e manter a ordem pública. Durante a
Segunda Guerra Mundial, muitos policiais italianos foram recrutados para ajudar as
forças alemãs na ocupação de outras partes da Europa.
Após a guerra, a Polizia di Stato foi reformulada e passou a ter um papel mais
importante na manutenção da ordem pública e no combate ao crime organizado. A
partir da década de 1970, a força policial passou a se concentrar no combate ao
terrorismo, que havia se tornado uma grande ameaça para a Itália na época.
Entre as principais operações realizadas pela Polizia di Stato, destacam-se a
Operação Mani Pulite (Mãos Limpas), realizada na década de 1990, que visava
combater a corrupção no sistema político italiano; e a Operação Nemesis, realizada
em 2007, que resultou na prisão de vários membros da máfia siciliana.
A Polizia di Stato também é responsável por garantir a segurança em grandes
eventos e manifestações, como as Olimpíadas de Inverno de Turim em 2006 e as
manifestações do G8 em Gênova em 2001.

23
Solenidade em Roma com a Polizia di Stato fardada

2.2 Modelo Organizacional

A Polizia di Stato é a principal força policial da Itália, responsável pela


aplicação da lei e pela segurança pública em todo o país. A estrutura organizacional
da Polizia di Stato é dividida em três níveis: central, regional e local.
O nível central é composto pelo Questore, que é o chefe da Polícia de Estado
de cada província, e pelo Direttore Centrale della Polizia di Stato, que é o chefe da
Polizia di Stato a nível nacional e reporta diretamente ao Ministro do Interior. Este
nível também inclui a Direzione Centrale per i Servizi Tecnici, que é responsável por
fornecer apoio técnico e operacional à Polizia di Stato, como comunicações e
tecnologia da informação, e a Direzione Centrale per gli Affari Personale, que é
responsável pelos recursos humanos da organização.
O nível regional é composto pelas Questure, que são as agências policiais de
cada província, lideradas pelo Questore. Cada Questura é responsável pela
aplicação da lei em sua área de jurisdição, bem como pela segurança pública e pela
manutenção da ordem.
O nível local é composto pelas Commissarie, que são as delegacias de polícia
em cada cidade ou município. Cada Commissaria é liderada por um Commissario,
que é responsável pela aplicação da lei em sua área de jurisdição e pela
manutenção da ordem pública.
Além disso, a Polizia di Stato tem várias unidades especializadas, como a
Unidade de Investigação Financeira (Unità di Informazione Finanziaria), que

24
combate a lavagem de dinheiro e a fraude fiscal, a Polizia Ferroviaria, que é
responsável pela segurança ferroviária e a Polizia di Frontiera, que é responsável
pela segurança nas fronteiras do país.
A estrutura organizacional da Polizia di Stato da Itália é altamente
hierarquizada e centralizada, com o controle exercido pelo governo central. A
organização é altamente treinada e equipada com tecnologia moderna, permitindo
que a Polizia di Stato cumpra efetivamente suas funções de manutenção da ordem
pública e aplicação da lei em todo o país.
O efetivo da Polizia di Stato de acordo com informações oficiais de 2023, a
força policial conta com cerca de 111.000 policiais em serviço ativo. Esse número
inclui policiais em todo o território italiano e em várias áreas especializadas,
incluindo investigação criminal, controle de fronteiras, trânsito e segurança pública
em eventos.

Patrulhamento da Polizia di Stato na Cidade de Roma

2.3 Planejamento Estratégico da PS

O planejamento estratégico da Polizia di Stato da Itália é uma ferramenta


fundamental para a organização e gestão da instituição policial. O objetivo do

25
planejamento estratégico é estabelecer os objetivos e metas a longo prazo da polícia
e definir as estratégias e ações necessárias para alcançá-los.
O planejamento estratégico da Polizia di Stato é baseado em três pilares
fundamentais: a prevenção e o combate ao crime, a proteção dos cidadãos e a
promoção da segurança pública. Para alcançar esses objetivos, a polícia
estabeleceu uma série de prioridades estratégicas, como a modernização das
infraestruturas e tecnologias, o aprimoramento da formação dos agentes e a
cooperação internacional para combater o crime transnacional.
Outra característica importante do planejamento estratégico da Polizia di
Stato é a abordagem integrada e interdisciplinar. A polícia trabalha em estreita
colaboração com outras instituições governamentais, como as forças armadas, a
Guardia di Finanza e a polícia local, para garantir a segurança e a proteção dos
cidadãos italianos.
Além disso, a Polizia di Stato também promove a participação da sociedade
civil na definição das políticas de segurança pública. A polícia tem investido em
projetos de prevenção ao crime e na promoção da segurança comunitária,
envolvendo escolas, organizações não-governamentais e outras entidades da
sociedade civil.
Em resumo, o planejamento estratégico da Polizia di Stato da Itália é uma
ferramenta fundamental para a gestão e organização da instituição policial, baseado
em uma abordagem integrada e interdisciplinar e com a participação ativa da
sociedade civil na promoção da segurança pública.

2.4 Estrutura de Cargos da PS

A Polizia di Stato é composta por diversos cargos, que podem ser divididos
em três principais categorias:

a. Cargos de Execução: agentes e superintendentes: esses cargos


correspondem ao nível operacional da hierarquia da Polizia di Stato e incluem
funções como patrulhamento, investigação, manutenção da ordem pública,
administração e logística. Dentre os cargos específicos da Polizia di Stato, podemos
destacar:

26
Distintivos de agentes e supeintendentes

b. Cargos de Vice Inspetores e Inspetores: esses cargos correspondem


ao nível intermediário da hierarquia da Polizia di Stato e incluem funções como
supervisão de equipes, coordenação de operações policiais, investigação criminal e
gestão administrativa.
• Vice Ispettore di Polizia: supervisiona equipes de agentes,
auxilia na investigação de crimes e participa de operações policiais;
• Ispettore di Polizia: lidera equipes, participa de operações
policiais mais complexas, toma decisões estratégicas e gerencia ações de
prevenção e combate ao crime.

Distintivos de vice inspetores, Inspetores Comissário Substituto

c. Cargos de Direção: esses cargos correspondem ao nível gerencial na


hierarquia da Polizia di Stato e incluem funções como liderança da organização,
planejamento estratégico, tomada de decisão em situações de crise, representação
da Polizia di Stato perante outras autoridades e entidades nacionais e internacionais.

27
Distintivos de Vice Comissário, Comissários e Vice Questores

d. Cargos de Alta Direção: esses cargos correspondem ao nível mais alto


da hierarquia da Polizia di Stato e incluem funções como direção geral da
organização e se reportam diretamente aos Ministros de Estado.

Distintivos de Diretores

2.5 Formação e Especialização na PS


2.5.1 A Scuola Superiore di Polizia (SSP)
Trata-se de uma escola de formação e de aperfeiçoamento da Polizia di Stato
italiana, responsável por treinar e aperfeiçoar policiais em diversas áreas de
atuação. A instituição foi criada em 1949, em Roma, e é considerada uma das mais
importantes do país.
A história da SSP remonta à década de 1930, quando a Itália estava sob o
governo fascista de Benito Mussolini. Na época, o regime investiu na formação de
uma polícia altamente treinada e eficiente, criando a Scuola Centrale di Polizia
(Escola Central de Polícia) em Roma, que serviu de modelo para a criação da SSP
após a Segunda Guerra Mundial.

28
Atualmente, a SSP oferece cursos de especialização para policiais em
atividade, e cursos de aperfeiçoamento para oficiais de polícia de outros países.
Entre os cursos oferecidos estão:
• Curso Básico de Formação para Agentes (CBFA): destinado a
candidatos que tenham concluído o ensino médio e desejam se tornar policiais, com
duração de um ano;
• Curso de Aperfeiçoamento para Oficiais (CAO): destinado a oficiais de
polícia em atividade, com duração de três anos;
• Curso de Aperfeiçoamento em Segurança Pública Internacional
(CASPI): destinado a oficiais de polícia de outros países, com duração de seis
meses.

Policiais na Escola Superior da Polizia di Stato

Além desses cursos, a SSP também oferece cursos de especialização em


áreas como investigação criminal, segurança pública, inteligência policial, entre
outras. A instituição conta com uma equipe de professores altamente qualificados,
muitos dos quais são policiais em atividade ou aposentados com ampla experiência
na área de segurança pública.
O compromisso assumido pela Escola traduz-se na missão de atribuir
funcionários com preparação multidisciplinar às articulações centrais e periféricas da
Administração, desde as disciplinas teórico-jurídicas e profissionalizantes até à
preparação técnico-operacional e desportiva. No entanto, esta missão não se esgota

29
na formação inicial, mas projeta-se, numa perspectiva de permanente atualização e
aperfeiçoamento, ao longo da vida profissional do Policial.
A partir do ano letivo 2019/2020 foi renovado o Mestrado de nível II integrado
no percurso formativo dos Cursos de Oficiais do cargo ordinário e do cargo
técnico. A partir do Mestrado em "Ciências da Segurança" da Universidade
"Sapienza" de Roma já ativo para Cursos para Comissários, através de um diálogo
frutífero com a Universidade Romana, nasceu uma oferta de pós-graduação mais
adequada ao perfil profissional de o Oficial de Polícia e o conhecimento altamente
qualificado já possuído pelos visitantes. O novo Master, destinado às duas funções,
assume a denominação de “Direito, organização e gestão da segurança”, dedica
amplo espaço à engenharia de organização e gestão e tem a duração de um ano.
Destacam-se ainda os seguintes cursos e seminários oferecidos pela Scuola
Superiore di Polizia (SSP):
 Curso para Comissionários de Polizia di Stato;
 Curso para Comissários Técnicos da Polizia di Stato;
 Curso para Médicos da Polizia di Stato;
 Curso de Formação em Gestão;
 Seminário de Atualização Profissional e Formação de Especialistas
para Diretores de Polícia de Alto Estado;
 Seminário de Atualização Profissional para Altos Gerentes da di
Stato;

30
Fachada da Scuola Superiore di Polizia
2.5.1 Inspetoria das Escolas da Polizia di Stato
Criada por decreto do Ministro do Interior de 18 de outubro de 2019, cujo
objetivo é assegurar as atividades de coordenação e controle das escolas e centros
de formação e especialização dessa força, de acordo com as orientações adotadas
pela alta administração da PS. O Ispettorato delle scuole della Polizia di Stato (ISPS)
é uma instituição responsável pela supervisão e coordenação das escolas de
formação da Polizia di Stato italiana. O ISPS tem sua sede em Roma e é parte
integrante da estrutura organizacional da Polizia di Stato.
A história do ISPS está relacionada à evolução da formação policial na Itália.
Nos anos 1960, o país passou por um processo de modernização de suas forças de
segurança, com a criação de escolas de formação em diferentes áreas. Nesse
contexto, foi criado o embrião do ISPS, com o objetivo de coordenar e supervisionar
essas escolas.
A organização do ISPS é dividida em diferentes áreas, cada uma responsável
por uma parte específica da formação policial. Entre as áreas de atuação estão a
formação de policiais, a formação de oficiais de polícia, a formação de especialistas
em segurança pública, entre outras.
O ISPS oferece cursos de formação e aperfeiçoamento em diferentes áreas
relacionadas à segurança pública. Entre os cursos oferecidos estão:

31
 Curso Básico de Formação para Agentes (CBFA): destinado a
candidatos que desejam ingressar na Polizia di Stato, com duração de
um ano;
 Curso de Formação para Oficiais (CFO): destinado a oficiais de polícia
em atividade, com duração de três anos;
 Curso de Aperfeiçoamento em Segurança Pública (CASP): destinado a
especialistas em segurança pública, com duração de seis meses;
 Curso de Aperfeiçoamento em Direitos Humanos e Policiamento
(CADH): destinado a policiais e especialistas em segurança pública,
com duração de três meses.
Além desses cursos, o ISPS também oferece cursos de especialização em
áreas como investigação criminal, inteligência policial, segurança pública
internacional, entre outras.

Distribuição das Escolas e dos Centros de Formação na Italia

3. A ARMA DEI CARABINIERI

3.1 Breve Histórico


A Arma dei Carabinieri é uma força policial italiana de natureza militar,
fundada em 13 de julho de 1814, pelo rei Vittorio Emanuele I, como um corpo militar
32
para garantir a segurança interna do Reino da Sardenha. Ao longo dos anos, a Arma
dei Carabinieri expandiu suas atividades e hoje é uma das principais forças de
segurança da Itália.
No início, a função principal dos Carabinieri era manter a ordem pública em
áreas rurais e proteger as estradas. No entanto, com o passar do tempo, a sua
missão foi ampliada para incluir tarefas de investigação criminal, segurança interna,
proteção da ordem pública e garantia dos direitos civis. Com a unificação da Itália
em 1861 as responsabilidades dessa força policial de estenderam por toda a Itália.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Carabinieri se distinguiram como uma
força policial altamente eficaz, lutando contra o fascismo e o nazismo e protegendo a
população civil. No período pós-guerra, a Arma dei Carabinieri foi reorganizada e
sua estrutura foi ampliada, tornando-se uma força de segurança de abrangência
nacional.

A partir da década de 1970, os Carabinieri passaram a se dedicar cada vez


mais à luta contra o crime organizado, especialmente a máfia siciliana, a Cosa
Nostra, e a Camorra napolitana. Os Carabinieri se destacaram na prisão de vários
líderes dessas organizações criminosas e na luta contra o tráfico de drogas e armas.
Nos últimos anos, a Arma dei Carabinieri tem se concentrado cada vez mais
na luta contra o terrorismo e na proteção da segurança pública em grandes eventos,
como a Copa do Mundo de 2006 e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006.
A Arma dei Carabinieri está presente nas 19 regiões, nas 102 províncias e
nas 8101 comunas da Itália.

Representação do Escudo dos Carabinieri

3.2 Modelo Organizacional


33
A organização dos Carabinieri é baseada em um sistema de unidades
regionais, provinciais e municipais, com um total de mais de 1000 unidades em todo
o país. A hierarquia é baseada em uma estrutura militar, com oficiais generais,
oficiais superiores, oficiais subalternos, sargentos e soldados.
Atualmente, a Arma dei Carabinieri é uma das principais forças de segurança
da Itália, com mais de 117.000 membros. A sua missão é garantir a segurança
interna, proteger os direitos civis e lutar contra a criminalidade organizada e o
terrorismo. Além disso, os Carabinieri também estão envolvidos em missões de paz
e operações humanitárias no exterior.
A Arma dei Carabinieri é uma força policial militarizada da Itália, que tem a
responsabilidade de garantir a segurança pública e a manutenção da ordem em todo
o país. Sua estrutura organizacional é dividida em três níveis: central, regional e
local.
No nível central, a Arma dei Carabinieri é liderada pelo Comandante Geral,
que é nomeado pelo Presidente da República e reporta diretamente ao Ministro da
Defesa. O Comandante Geral é assistido por um Estado Maior, que é responsável
por coordenar as atividades da Arma dei Carabinieri em todo o país.

Comandos Interregionais dos Carabinieri

No nível regional, a Arma dei Carabinieri é dividida em 19 Comandos


Regionais, cada um responsável por uma determinada área geográfica do país.

34
Cada Comando Regional é liderado por um General de Brigada, que é responsável
pela aplicação da lei em sua área de jurisdição.

Comandos Regionais dos Carabinieri


No nível local, a Arma dei Carabinieri é composta por várias unidades
territoriais, cada uma liderada por um Coronel, que é responsável pela aplicação da
lei em sua área de jurisdição. As unidades territoriais estão espalhadas por toda a
Itália, em cada província e cidade.

Comandos Provinciais e Comandos de Grupo dos Carabinieri

A Arma dei Carabinieri também tem várias unidades especializadas, incluindo


a Unidade de Operações Especiais (Raggruppamento Operativo Speciale), que é
responsável por operações especiais em situações de crise e a Unidade de
35
Investigação Criminal (Nuclei Investigativi), que é responsável por investigar crimes
graves, como terrorismo e crimes organizados.

Comandos Subalternos e Estações de Carabinieri


A estrutura organizacional da Arma dei Carabinieri é centralizada e
hierarquizada, com o controle exercido pelo governo central. A organização é
treinada e equipada com tecnologia moderna, permitindo que se cumpra
efetivamente suas funções de garantir a segurança pública e a manutenção da
ordem em todo o país.
De acordo com informações oficiais de 2021 apresentadas durante a visita, o
efetivo da Arma dei Carabinieri, a força policial militar da Itália, é de cerca de
111.000 militares em serviço ativo. Esse número inclui Carabinieri em todo o
território italiano e em várias áreas especializadas, como investigação criminal,
controle de fronteiras, trânsito, operações especiais e segurança pública em
eventos. A Arma dei Carabinieri é a maior força policial militar na Itália e tem uma
ampla variedade de funções, incluindo a manutenção da ordem pública, o combate
ao crime e a proteção de bens e serviços estratégicos nacionais.

36
Áreas de Atuação Especializada dos Carabinieri

3.3 Planejamento Estratégico


O planejamento estratégico da Arma dei Carabinieri é baseado em três pilares
fundamentais: a prevenção e o combate ao crime, a defesa do território nacional e a
cooperação internacional para combater o crime transnacional.
Para alcançar esses objetivos, a Arma dei Carabinieri estabeleceu uma série
de prioridades estratégicas, como o fortalecimento da inteligência policial, a
modernização das infraestruturas e tecnologias, o aprimoramento da formação dos
agentes, a melhoria do relacionamento com a sociedade civil e a intensificação da
cooperação internacional.
Outra característica importante do planejamento estratégico da Arma dei
Carabinieri é a abordagem integrada. A instituição trabalha em estreita colaboração
com outras instituições governamentais, como a Polizia di Stato, as forças armadas
e a polícia local, para garantir a segurança pública em todo o território italiano.
Além disso, a Arma dei Carabinieri também promove a participação ativa da
sociedade civil na promoção da segurança pública. A instituição tem investido em
projetos de educação cívica, treinamento para jovens, além de campanhas de
conscientização para prevenir a violência, o tráfico de drogas e outros crimes.
Como modelo de referência, o último plano estratégico da Arma dei
Carabinieri foi o Plano de Transformação 2020-2022, lançado em 2020. Este plano
estratégico define a estratégia da Arma dei Carabinieri para os próximos três anos e
tem como objetivo melhorar a eficiência e eficácia da organização, fortalecendo sua

37
capacidade de cumprir sua missão de proteger a segurança pública e combater a
criminalidade.
O Plano de Transformação 2020-2022 da Arma dei Carabinieri é composto
por cinco objetivos estratégicos:
a. Fortalecimento da capacidade de inteligência e análise: este
objetivo visa melhorar a capacidade de coletar, analisar e compartilhar informações
de inteligência para apoiar a prevenção e combate à criminalidade.
b. Aumento da eficácia na luta contra a criminalidade organizada:
este objetivo visa fortalecer a capacidade para combater as organizações
criminosas, incluindo o crime transnacional e o terrorismo.
c. Melhoria da eficiência operacional: este objetivo visa aumentar a
eficiência nas suas operações, melhorando a gestão de recursos e a coordenação
entre as unidades.
d. Fortalecimento da segurança digital: este objetivo visa melhorar a
capacidade de enfrentar ameaças cibernéticas e de segurança digital, tanto para a
própria organização quanto para a sociedade em geral.
e. Melhoria da qualidade dos serviços prestados: este objetivo visa
melhorar a qualidade dos serviços prestados à sociedade, fortalecendo a
comunicação com os cidadãos e aumentando a transparência.
Cada um desses objetivos estratégicos é detalhado em um plano de ação
específico, com metas e indicadores de desempenho que permitem avaliar o
progresso em relação a cada objetivo. O Plano de Transformação 2020-2022 é
atualizado anualmente para garantir que a organização esteja sempre alinhada com
as mudanças no ambiente externo e as necessidades internas.
Para exemplificar apresentamos algumas metas e indicadores de
desempenho delineados no Plano de Transformação 2020-2022, que podem servir
de estudo comparado para nossos futuros planejamentos:
a. Fortalecimento da capacidade de inteligência e análise:
 Aumentar o número de fontes de informações utilizadas em 20% até o
final de 2022.
 Reduzir em 10% o tempo médio necessário para analisar e disseminar
informações até o final de 2022.
 Aumento da eficácia na luta contra a criminalidade organizada:

38
 Aumentar em 15% o número de operações conjuntas com outras
agências nacionais e internacionais até o final de 2022.
 Reduzir em 20% o número de atividades criminosas atribuídas a
organizações criminosas até o final de 2022.
b. Melhoria da eficiência operacional:
 Reduzir em 5% o tempo médio de resposta às emergências até o final
de 2022.
 Aumentar em 10% o número de casos resolvidos através do uso de
tecnologias de análise de dados até o final de 2022.
c. Fortalecimento da segurança digital:
 Aumentar em 20% o número de agentes treinados em cibersegurança
até o final de 2022.
 Reduzir em 30% o tempo médio de resposta a incidentes de segurança
digital até o final de 2022.
 Melhoria da qualidade dos serviços prestados:
 Aumentar em 10% o índice de satisfação dos cidadãos em relação aos
serviços prestados até o final de 2022.
 Reduzir em 15% o número de reclamações recebidas em relação aos
serviços prestados até o final de 2022.
3.4 Estrutura de Cargos

A estrutura hierárquica dos Carabinieri da Itália é organizada em três níveis:


suboficiais, oficiais e generais. A descrição detalhada da hierarquia de cargos segue
essa exemplificação, conforme as explicações feitas na Academia de Formação de
Oficiais dos Carabinieri:
a. Suboficiais:
Carabiniere: é o posto inicial dos Carabinieri, após a conclusão do curso de
formação na Academia de Polícia. São responsáveis pela manutenção da ordem
pública, segurança e proteção civil.
Carabiniere Scelto: é um cargo de nível mais elevado, conquistado após
alguns anos de serviço e com a aprovação de um exame específico.
Brigadiere: é a próxima graduação, alcançado após cerca de seis anos de
serviço. Eles geralmente são responsáveis pela supervisão de outros carabinieri em
atividades operacionais.
39
Brigadiere Scelto: é uma graduação intermédia entre brigadiere e
maresciallo, geralmente ocupado por carabinieri com mais de 10 anos de serviço.
Maresciallo: alcançado após cerca de 14 anos de serviço. São responsáveis
por liderar e supervisionar outros carabinieri e atividades operacionais.
Guardadas as devidas acepções nominais, verifica-se muita similaridade
entre nossas praças e os suboficiais carabinieri.
b. Oficiais:
Sottotenente: é o posto inicial dos oficiais dos Carabinieri, após a conclusão
do curso de formação na Academia de Oficiais. Eles são responsáveis pela
supervisão de atividades operacionais e pelas operações de combate ao crime.
Tenente: é um posto intermediário entre sottotenente e capitano, geralmente
ocupado após alguns anos de serviço.
Capitano: é um posto de nível mais elevado, geralmente alcançado após
cerca de 12 anos de serviço. São responsáveis pela gestão e coordenação das
atividades operacionais e pela supervisão de outros oficiais e suboficiais.
Maggiore: é um posto intermediário entre capitano e tenente colonnello,
geralmente ocupado por oficiais com mais de 18 anos de serviço.
Tenente Colonnello: é um posto mais elevado, alcançado após cerca de 23
anos de serviço. São responsáveis pela gestão e coordenação das operações em
nível tático.
Colonnello: é um posto de alto nível, geralmente alcançado após cerca de 28
anos de serviço. São responsáveis pela gestão e coordenação das operações em
nível estratégico.
Percebe-se que há uma similaridade quase que total entre os cargos e postos
de oficiais com os praticados nas polícias militares no Brasil.
c. Generais:
Generale di Brigata: é um posto de general de brigada, geralmente ocupado
após cerca de 33 anos de serviço.
Generale di Divisione: é um posto de general de divisão, geralmente
ocupado após cerca de 37 anos de serviço.
Generale di Corpo d'Armata: é um posto de general de corpo de exército,
geralmente ocupado após cerca de 40 anos de serviço.

40
Generale: é o posto mais alto da hierarquia dos Carabinieri. Eles são
responsáveis pela gestão das operações em todo o país e pela coordenação com
outras agências de segurança.
Neste segmento encontramos a grande diferença com a estrutura de cargos
das PMs no Brasil. É comum o generalato ao corpo diretivo superior em todas as
forças de segurança com estatuto militar na Europa.

3.4.1 Política Remuneratória


Conforme pôde-se constatar pelas entrevistas feitas durante as
apresentações dos Carabinieri, verificou-se que salários mensais brutos, com base
nas informações conjuntamente pesquisadas na Lei de Orçamento da Itália para
2021, com a oficial que nos ciceroneou, chegamos a esse quadro:
Carabiniere - salário inicial de 1.400 euros
Carabiniere Scelto - salário de 1.800 euros
Brigadiere - salário de 2.000 euros
Brigadiere Scelto - salário de 2.200 euros
Maresciallo - salário de 2.400 euros
Maresciallo Ordinario - salário de 2.600 euros
Luogotenente - salário de 3.000 euros
Capitano - salário de 3.500 euros
Maggiore - salário de 4.000 euros
Tenente Colonnello - salário de 4.500 euros
Colonnello - salário de 5.000 euros
Generale di Brigata - salário de 6.000 euros
Generale di Divisione - salário de 7.000 euros
Generale di Corpo d'Armata - salário de 8.000 euros
Generale - salário de 9.000 euros
É importante notar que esses salários são de ordem geral e podem variar
dependendo de vários fatores, como anos de serviço, bônus e adicionais, entre
outros.

3.4.2 Distintivos e Dragonas

41
Dragonas e Distintivos de Cargos dos Suboficiais no início da Carreira

Distintivos de Cargos dos Suboficiais Avançados na Carreira

Distintivos de Cargos dos Oficiais Subalternos à Superiores

42
Distintivos de Cargos dos Oficiais Generais

3.5 Formação e Especialização

O processo de formação, especialização e aperfeiçoamento dos suboficiais e


oficiais da Arma dei Carabinieri é bastante rigoroso e inclui uma série de etapas.

3.5.1 Formação:

a. Suboficiais: Os candidatos a suboficial ingressam na Academia de


Polícia em Velletri, onde recebem treinamento básico em operações policiais, direito
penal e civil, tiro, defesa pessoal, primeiros socorros e outras habilidades essenciais.
O curso tem duração de cerca de um ano e meio.
b. Oficiais: Os candidatos a oficial ingressam na Scuola Ufficiali
dell’Arma dei Carabinieri, em Aurélia-Roma, onde recebem treinamento em
liderança, gerenciamento de crises, operações táticas e estratégicas, além de cursos
avançados de direito, economia, história e ciências políticas. O curso tem duração
de quatro anos.

43
Solenidade de Abertura Oficial do Ano Letivo da Scuola Ufficiali della’Arma dei Carabinieri em 2023

3.5.2 Especialização:

a. Suboficiais: Após a conclusão do curso básico, os suboficiais têm a


oportunidade de se especializar em áreas específicas, como investigação criminal,
patrulhamento de fronteiras, proteção civil, trânsito, antiterrorismo e outras áreas.
Eles frequentam cursos especializados em institutos de treinamento em todo o país.
b. Oficiais: Os oficiais também têm a oportunidade de se especializar em
áreas específicas, como inteligência, operações especiais, antiterrorismo, logística,
planejamento estratégico e outras áreas. Eles frequentam cursos especializados,
além de participar de missões de treinamento no exterior.

3.5.3 Scuola Ufficiali dell’Arma dei Carabinieri

A organização da Scuola Ufficiali dell’Arma dei Carabinieri é dividida em


várias unidades, incluindo a unidade de treinamento, a unidade de administração e a
unidade de pesquisa. Cada unidade é liderada por um oficial sênior da Arma dei
Carabinieri.

A estrutura da escola é projetada para fornecer uma educação abrangente


aos cadetes, abrangendo áreas como liderança, tática, armamento, direito,
operações de busca e salvamento, operações antiterrorismo e outras áreas
44
relevantes para a atuação da Arma dei Carabinieri. O programa de estudos é
projetado para durar quatro anos e inclui um mix de treinamento teórico e prático.
O seu organograma é dividido em diferentes áreas e departamentos que se
reportam ao Comandante da escola, atualmente o General de Brigada Marco Di
Giovannantonio. A estrutura hierárquica é a seguinte:
 Comandante;
 Vice comandante;
 Secretariado do Comandante;
 Departamento de Ensino;
 Departamento de Treinamento e Instrução;
 Departamento de Estudos;
 Departamento de Apoio Administrativo e Logístico;
Atualmente, essa Escola de Formação conta com cerca de 700 cadetes,
distribuídos em diferentes anos letivos.
O currículo é dividido em quatro anos letivos. As disciplinas cursadas por
cada ano podem variar, mas geralmente são as seguintes:
a. Primeiro Ano:
 Direito constitucional e administração pública;
 Direito penal e processo penal;
 Direito civil e processo civil;
 História e instituições do Carabinieri;
 Estratégia e tática;
 Teoria geral da segurança pública;
 Ciência política;
 Língua estrangeira (inglês).
b. Segundo ano:
 Direito administrativo e direito do trabalho;
 Direito internacional e direito comunitário;
 Criminologia e sociologia da criminalidade;
 Técnica de investigação e coleta de provas;
 Segurança urbana e rural;
 Segurança de eventos públicos e grandes reuniões;

45
 Noções de medicina legal;
 Língua estrangeira (inglês).
c. Terceiro ano:
 Direito do meio ambiente e direito da economia;
 Direito da comunicação e direito da informática;
 Direito das relações internacionais e das organizações internacionais;
 Direito militar e direito do serviço;
 Gestão estratégica de recursos humanos;
 Segurança cibernética;
 Noções de psicologia aplicada à segurança pública;
 Língua estrangeira (inglês).
d. Quarto ano:
 Estágio prático;
 Trabalho de conclusão de curso;
 Língua estrangeira (inglês).

4. A GUARDIA DI FINANZA

4.1 Breve Histórico


A Guardia di Finanza (GdF) italiana é uma força policial militarizada
responsável pela fiscalização de questões financeiras, tributárias, econômicas e
aduaneiras na Itália. Foi fundada em 5 de julho de 1774, pelo Rei Vittorio Amedeo III,
como Corpo dei Censori, com o objetivo de combater a evasão fiscal e a fraude em
Piemonte.
Em 1862, o Corpo dei Censori foi renomeado para Guardia di Finanza e
passou a ter responsabilidades adicionais, como a proteção da fronteira italiana e a
luta contra o contrabando. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Guardia di Finanza
lutou ao lado das forças armadas italianas e depois da guerra, ajudou a estabelecer
a ordem pública no país.
Nos anos seguintes, a instituição passou por várias mudanças estruturais e
em 1959, a lei nº 1211 reorganizou a força e a tornou parte integrante das forças
armadas italianas. Atualmente, é liderada por um Comandante Geral, como a
patente de general.
46
Emblema da Guardia di Finanza com destaque para as cores Verde e Amarelo

4.2 Modelo Organizacional

Atualmente, é liderada por um Comandante Geral, como a patente de general


e é composta por 63.789 funcionários, incluindo oficiais, suboficiais e soldados. A
Guardia di Finanza é uma força policial de natureza militarizada e está sob a
autoridade do Ministério da Economia e Finanças.
A estrutura organizacional da GdF é composta por um quartel-general em
Roma, 11 comandos regionais, 17 comandos provinciais e 188 comandos de
batalhão. Além disso, existem unidades especializadas para combate a crimes
financeiros, cibersegurança, tráfico de drogas e contrabando, e outras questões
específicas.
Essa força policial opera em todo o território italiano, bem como em águas
internacionais e em colaboração com outras agências de aplicação da lei de outros
países. Também tem uma forte presença no campo internacional, participando de
operações de cooperação com outras forças de segurança, incluindo as da União
Europeia e da Interpol.
Conforme se verificou nas apresentações, a GdF conta com 389 veículos
navais, 53 aeronaves, 69 drones e mais de 10.800 viaturas de vários tamanhos e
finalidades.
4.2.1 Tipos de Atuação Policial
47
a. Polícia Financeira:
 Combate à fraude fiscal e à economia paralela;
 Fiscalização dos gastos públicos;
 Combate ao contrabando de produtos alfandegários e
energéticos.
b. Polícia Econômica:
 Investigação econômica sobre ativos de grupos do crime
organizado e combate à lavagem de dinheiro;
 Proteção da propriedade e dos direitos do consumidor;
 Combate a todos os tráficos ilícitos;
 Controle econômico do território e serviço de utilidade pública
117.
c. Segurança e Ordem Pública:
Em concurso com as demais forças policiais.
d. Polícia Marítima:
Atua com exclusividade.

Aeronva da Guardia di Finanza na atuação da Polícia Marítima. Destaque para o Verde e o Amarelo

4.2.2 Grupos Especiais de Atuação Policial


 Gruppo di Investigazione Criminalità Organizzata (GICO);
 Gruppo Operativo Antidroga (GOA);
 Gruppo Anticrimine Tecnologico (GAT);
48
 Commando Operativo Aeronavale (ROAN);
 Antiterrorismo Pronto Impiego (ATPI);
 Serviço de Cães antidroga.

4.3 Planejamento Estratégico

Como modelo de planejamento estratégico, a GdF segue um ciclo de


planejamento de cinco anos, chamado de "Piano d'Indirizzo Strategico" (PIS). O
último ciclo foi para o período de 2019 a 2023, e, portanto, o próximo está previsto
para o período de 2024 a 2028.

No entanto, a GdF também tem planos anuais que visam aperfeiçoar suas
atividades e estratégias em curto prazo. Para 2023, a GdF apresentou seu
"Programma Operativo Annuale" (POA), que é uma espécie de plano de ação para o
ano corrente. O POA para 2023 da GdF se concentra em quatro objetivos principais,
que são:
 Combate à fraude e evasão fiscal;
 Prevenção e combate à criminalidade econômica e financeira;
 Fortalecimento da segurança cibernética e proteção de dados
pessoais;
 Fortalecimento da capacidade operacional e de treinamento dos
recursos humanos.
Para cada um desses objetivos, foram estabelecidas metas e indicadores
específicos. Alguns exemplos incluem:
 Combate à fraude e evasão fiscal;

49
 Realização de pelo menos 10.000 inspeções fiscais especiais;
 Recuperação de pelo menos 10 bilhões de euros em impostos
sonegados;
 Redução de pelo menos 20% da fraude no comércio eletrônico;
 Prevenção e combate à criminalidade econômica e financeira;
 Realização de pelo menos 20.000 inspeções em empresas suspeitas
de crimes financeiros;
 Desmantelamento de pelo menos 50 organizações criminosas;
 Apreensão de pelo menos 1 tonelada de drogas e 50 armas ilegais;
 Fortalecimento da segurança cibernética e proteção de dados
pessoais;
 Realização de pelo menos 2.000 inspeções em empresas de TI;
 Investimento em pelo menos 100 novas ferramentas de segurança
cibernética;
 Sensibilização de pelo menos 1 milhão de usuários da Internet sobre
segurança cibernética e proteção de dados pessoais;
 Fortalecimento da capacidade operacional e de treinamento dos
recursos humanos;
 Treinamento de pelo menos 5.000 oficiais da GdF;
 Investimento em tecnologia de ponta para operações especiais;
 Aumento da eficiência de pelo menos 10% em operações de patrulha.
Esses são apenas alguns exemplos das metas e indicadores estabelecidos
pela GdF para o seu POA de 2023. Cada objetivo tem várias metas e indicadores
específicos, que são monitorados regularmente para garantir que a organização
esteja cumprindo suas metas e alcançando seus objetivos.

4.3.1 Metas e Indicadores

O POA 2023 da GdF estabeleceu as seguintes metas e indicadores:


a. Defesa da economia e da sociedade:
 Aumento da eficácia da atividade investigativa no combate à fraude
fiscal e financeira (indicador: número de operações concluídas);

50
 Aumento do controle do território nacional (indicador: número de
controles realizados);
 Melhoria da proteção dos direitos de propriedade intelectual (indicador:
número de operações realizadas).
b. Segurança e defesa:
 Aumento da capacidade de resposta às ameaças internacionais
(indicador: número de operações conjuntas com outras agências de
segurança);
 Reforço da capacidade de intervenção em emergência (indicador:
tempo médio de resposta às solicitações de ajuda).
c. Inovação e modernização:
 Fortalecimento das capacidades digitais e tecnológicas (indicador:
percentual de processos digitalizados);
 Aperfeiçoamento da gestão de recursos humanos (indicador:
percentual de formação realizada).
d. Eficiência e eficácia institucional:
 Melhoria da eficiência administrativa e operacional (indicador:
percentual de economias alcançadas);
 Aperfeiçoamento dos processos de gestão financeira (indicador:
percentual de conformidade com os regulamentos de contratação
pública).
Esses objetivos foram definidos com base nas prioridades estratégicas da
Guardia di Finanza para o ano de 2023 e têm indicadores específicos que permitem
avaliar o desempenho e monitorar o progresso em relação às metas estabelecidas.

4.4 Estrutura de Cargos

A estrutura hierárquica da GdF segue os mesmos padrões da Arma dei


Carabinieri. Para facilitar o entendimento e a equivalência dos postos e graduações
entre as forças policiais italianas, foi apresentado esse quadro que esclarece
satisfatoriamente a questão:
QUADRO DE COMPARAÇÃO HIERÁRQUICA DAS POLÍCIAS ITALIANAS

Carabinieri Guardia di Finanza Polizia di Stato Polizia Penitenziaria

51
capo del dipartimento
   
capo della polizia - dell'amministrazione
generale di corpo generale di corpo
direttore generale della penitenziaria
d'armata d'armata
pubblica sicurezza  
comandante generale comandante generale
capo del corpo

generale di corpo generale di corpo


Prefetto Direttore dell'Istituto
d'armata d'armata

dirigente generale di
generale di divisione generale di divisione dirigente generale
pubblica sicurezza

generale di brigata generale di brigata dirigente superiore dirigente superiore


colonnello colonnello primo dirigente primo dirigente
tenente colonnello tenente colonnello vice questore dirigente
maggiore maggiore vice questore aggiunto dirigente aggiunto
primo capitano primo capitano - -
commissario capo
capitano capitano commissario capo
penitenziario
commissario
tenente tenente commissario
penitenziario
vice commissario
sottotenente sottotenente vice commissario
penitenziario

luogotenente qualifica luogotenente qualifiche sostituto commissario sostituto commissario


speciale speciali coordinatore coordinatore

luogotenente luogotenente sostituto commissario sostituto commissario

maresciallo maggiore maresciallo aiutante ispettore superiore ispettore superiore

maresciallo capo maresciallo capo ispettore capo ispettore capo

maresciallo ordinario maresciallo ordinario ispettore ispettore

maresciallo maresciallo vice ispettore vice ispettore


brigadiere capo qualifica brigadiere capo qualifica sovrintendente capo sovrintendente capo
speciale speciale coordinatore coordinatore
brigadiere capo brigadiere capo sovrintendente capo sovrintendente capo
brigadiere brigadiere sovrintendente sovrintendente
vicebrigadiere vicebrigadiere vice sovrintendente vice sovrintendente
appuntato scelto qualifica appuntato scelto assistente capo assistente capo
speciale qualifica speciale coordinatore coordinatore
appuntato scelto appuntato scelto assistente capo assistente capo

appuntato appuntato assistente assistente

52
carabiniere scelto finanziere scelto agente scelto agente scelto

carabiniere finanziere agente agente


allievo carabiniere allievo finanziere allievo agente allievo agente

4.4.1 Política Remuneratória


Segue abaixo a lista apresentada pelos oficiais da GdF com os salários brutos
com base nas informações atualizadas até o início do ano de 2023:
Posto ou Graduação/Salário Mensal Bruto (em Euros)

 Generale di Corpo d'Armata: 13.611,13


 Generale di Divisione: 12.141,85
 Generale di Brigata:10.930,43
 Colonnello: 9.553,52
 Tenente Colonnello: 8.348,54
 Maggiore: 7.397,93
 Capitano: 6.570,85
 Tenente: 5.741,99
 Maresciallo Luogotenente: 3.266,31
 Maresciallo Maggiore: 2.674,57
 Maresciallo Ordinario: 2.315,45
 Appuntato Scelto: 2.091,68
 Appuntato: 1.982,88
 Finanziere: 1.686,49

4.5 Formação e Especialização

A Academia da Guardia di Finanza é a instituição responsável pela formação


dos oficiais da força, além de oferecer cursos de aperfeiçoamento para os
suboficiais e os oficiais já formados. A Academia está localizada na cidade de
Bergamo, na região da Lombardia, norte da Itália.
A Academia é comandada por um general da Guarda di Finanza. Atualmente,
o comandante é o General de Brigada Fabrizio Parrulli. A Academia é dividida em
53
diversos departamentos, cada um responsável por uma área específica de ensino,
como Economia e Direito, Administração e Finanças Públicas, Investigação
Financeira e Segurança Pública.
A formação dos oficiais é dividida em duas fases: o Curso de Formação Inicial
de Oficiais (CFO) e o Curso de Formação de Comando (CFC). O CFO tem duração
de três anos e é dividido em três etapas: a primeira é dedicada a matérias teóricas e
práticas básicas, a segunda é dedicada à formação especializada em diferentes
áreas, e a terceira é dedicada a estágios práticos em unidades da Guarda di
Finanza.
Já o CFC tem duração de um ano e é voltado para a formação de oficiais para
cargos de comando e chefia. Durante o CFC, os oficiais aprofundam seus
conhecimentos em áreas como liderança, estratégia, gestão e operações.
Além dos cursos de formação, a Academia oferece também cursos de
aperfeiçoamento para suboficiais e oficiais já formados.

Fachada da Academia da Guardia di Finanza em Bergamo na Região da Lombardia

CONCLUSÃO

A visita de estudos às forças policiais italianas, incluindo a Arma dei


Carabinieri, a Polizia di Stato e a Guardia di Finanzas, ofereceu muitas vantagens
para se colocar em prática nas polícias do Brasil.
Primeiramente, as forças policiais italianas têm um alto nível de
profissionalismo e são altamente respeitadas pela comunidade. Essa reputação é
resultado de anos de treinamento rigoroso, investimento em tecnologia e táticas de
54
aplicação da lei eficientes. Essas práticas podem ser adaptadas e implementadas
nas polícias do Brasil para melhorar a eficiência e a eficácia das operações policiais.
Além disso, a visita de estudos às forças policiais italianas ofereceu a
oportunidade de aprender com a experiência e o conhecimento de especialistas em
segurança pública, incluindo comandantes, oficiais e instrutores que atuam na área.
Essa interação com especialistas em segurança pública pode ajudar a aprimorar a
capacidade de gerenciamento, liderança e planejamento estratégico dos oficiais e
delegados das polícias do Estado do Tocantins.
É importante destacar a abordagem das forças policiais italianas em relação
ao uso da tecnologia em aplicação da lei, que é bastante avançada. A adoção de
tecnologias modernas pode auxiliar no combate à criminalidade e no monitoramento
de áreas de risco, por exemplo.
Por fim, a visita de estudos ajudou a desenvolver parcerias internacionais
entre as forças policiais, possibilitando a troca de informações e conhecimentos na
área de segurança pública, além de uma maior cooperação em operações conjuntas
vindouras, uma vez que o crime é transnacional.

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