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A palavra filiação vem do termo latino “ filiatio” que tem origem na palavra “fillius” da qual
deriva a palavra filho.
É de referir, que a filiação constitui o primeiro elo, e com certeza o mais profundo entre
aqueles que se estabelecem nas relações jurídico familiar de parentesco. Este elo pode
ser caracterizado como sendo um elo de natureza recíproca e permanente tendo em
conta que os seus efeitos pessoais se prologam durante toda a vida5.Por essa razão, nas
relações jurídicas de filiação se manifesta com maior intensidade o princípio da
solidariedade e da cooperação que deve prevalecer entre os membros da família de grau
mais próximo, no caso entre pais e filhos, tal como vem disposto a título de exemplo no
artigo 290 da lei da família.6
Ainda a propósito do conceito de filiação, importa referir, que esta pode ser definida
como um conjunto de normas que estabelecem a relação específica entre pais e filhos,
bem como os direitos e deveres recíprocos que entre estes se estabelece. O que faz com
que se subentenda que são sujeitos das relações jurídicas de filiação: os filhos e os seus
respectivos pais, assim como os tutores, tutelados e famílias de acolhimento e os
1
MEDINA, Maria do Carmo, pag. 100-101
2
SANTOS, Eduardo dos, (1999), Direito da Família, Ed. Almedina, Coimbra, pàg. 464.
3
SANTOS, Eduardo dos, (1999), Direito da Família, Ed. Almedina, Coimbra, pàg. 464.
4
Cfr. Artigos 7, 9, 10, nº 2, do artigo 11 e nº 1, do artigo 12 todos da lei da familia Lei da família n º
22/2019 de 11 de Dezembro
5
Idem,op.cit, pág.101
6
MEDINA,Maria do Carmo,pág. 99
respectivos acolhidos nos casos em que haja necessidade de suprir o poder parental 7
Tratando se dos filhos, essa relação se estabelece por via de regra a partir do seu
nascimento completo e com vida, tal como, vem descrito no número 1, do art.66 do
código civil 8, Tendo maior incidência na fase da menoridade, abrangendo o direito dos
menores, e conjunto de direitos e deveres que constituem a autoridade paternal.9
Importa referir que a relação jurídica de filiação desdobra-se em dois vínculos a ter em
conta: o que se estabelece entre o filho e o pai a que se denomina paternidade e o que se
estabelece entre o filho e a mãe denominado maternidade.10
É de referir, que a filiação constitui o primeiro elo, e com certeza o mais profundo entre
aqueles que se estabelecem nas relações jurídico familiar de parentesco.
O Estado a esse propósito emanou uma serie de direitos e deveres a serem tidos em
conta no exercício do poder parental e em especial na protecção dos menores.indicar
artigos exemplificativos
Ainda no âmbito da legislação interna os artigos 121, 124 e 139 do código civil, artigos
118 a 127 da lei da organização jurisdicional de menores, e não menos importantes os
artigos da lei da família e a lei do código do registro civil.
Procriação
Tipos de procriação
11
Idem, op.cit, pág. 464.
12
VARELA, Antunes, Direito da Família, 4ª edição, 1º volume, livraria Petrony Lda- editores, pág. 26.
13
Cfr.artigo 8 da lei da familia
As hipóteses de procriação medicamente assistida são bastantes diversificadas,
podendo abarcar a inseminação artificial, a fecundação “in vitro”, doação de óvulos/
espermas, entre outros métodos.
Importa referir que a relação jurídica de filiação desdobra-se em dois vínculos a ter em
conta: o que se estabelece entre o filho e o pai a que se denomina paternidade e o que se
estabelece entre o filho e a mãe denominado maternidade.14
Estabelecimento da filiação
Estabelecimento da maternidade
A maternidade sempre foi evidente e aberta, diante dos sinais exteriores da gestação e
do subsequente parto, a maternidade sempre encontrou fundamento nos adágios
romanos “ partus seguitum ventrem” (o parto segue o ventre) e “mater sempre certa”
diante dos factos objectivos da gravidez e do parto. 16
Paternidade
Presunção de paternidade
A presunção “pater is est” é uma regra pauliana, para o seu funcionamento carece do
preenchimento de determinados requisitos:
Fundamento da presunção
14
MEDINA, Maria do Carmo, pág.101
15
IDEM,OP.CIT,Pág.102
16
MADALENO, Rolf, (2018), Direito da Família, 8ª edição, editora forense, Rio de Janeiro, pág. 694.
Teoria do direito de acessão;
Teoria da coabitação e fidelidade;
Teoria formalista;
Teoria da coabitação casual;
Dentre as teorias acima enunciadas, a que melhor explica a presunção da
paternidade se adequando a realidade é a teoria da coabitação causal, na
medida em que: explica a concepção nos primeiros dias do matrimónio indicar
artigo e de igual modo sem excluir a função da fidelidade (dever conjugal )
indicar o artigo, o que faz com que esta actue indirectamente, por sua vez faz
da coabitação considerada a causa próxima e verdadeira na medida em que
atribui causa a uma determinada coabitação fecunda, parindo da ideia de que a
mulher casada e unida de facto deve cumprir o seu debito conjugal, mantendo
com o seu parceiro relações sexuais e uma vez provada a coabita entre mae e
filho, a lei através da regra pate ris est, presume que tal união foi fecunda e
que o filho nasceu desta relação. Pg.515 e 516 EDU
Uma vez estabelecida a filiação provem dela alguns efeitos, tais como:
Perfilhao
Poder parental
17
CARMO, 133
18
SANTOS, Eduardo dos, Direito da Família, Ed. Almedina, Coimbra, 1999, pàg. 518
Este é um conjunto de poderes-deveres exercidos conjuntamente por ambos os
progenitores, tal como vem disposto no art.293 da LF.19
Sujeitos passivos:
São sujeitos passivos do poder parental os filhos menores ou emancipados, tal como
vem disposto no artigo. 292 da LF.20 E atendendo e considerando que recaindo a tutela
no pai ou na mãe exercem estes o poder parental (art.144 da lei da familia) 21 como
afirma EDUARDO DOS SANTOS , LOGO TAMBEM os maiores interditis estão
sujeitos ao poder paternal quando a tutela é deferida a algum dos progenitores.22
Efeitos da filiação
relacionado ao dever de segurança, surge o dever de guarda dos filhos menores e neste
ambito os menores tem residência estabelecida no domicilio da família ( que pode ser
habitada pelos titulares do poder parental) ou progenitor cuja guarda esiver (art.85 do
cc). Assim sendo os pais não podem abandonar a morada de família ou aquela que os
pais lhe tiverem destinado ou dela serem retirados.23
O pai ou mae quwe expulsarem ou abandonar o filho menor pode ser condenado.
Indicar artigo do código penal.
A lei responsabiliza os pais pelos danos que o menor cause a terceiros, com base no art.
491 do cc e numero 2, do art. 488 e 489 todos do código civil.24 A este propósito a lei
estabelece uma presunção de culpa “in vigilando” ilidível se os pais demonstrarem que
“cumpriram o seu dever de vigilância ou que os danos se teriam produzido ainda que o
tivessem cumprido” casos em que substitui a obrigação a obrigação do incapaz. 25
Poder-dever de representcao
Compete ainda aos pais ou ao tutor o poder de representar os filhos menores.( numero 2,
do art.293) na medida em que a incapacidade destes é suprida pelo poder paternal e
subsidiariamente pela tutela art. 124 do cc26
19
CFR. 293 DA LEI DA FAMILIA DE 2019
20
CFR,ART. 124 do CC, conjugado com o artigo 292 da lei da familia
21
CFR.ART.144 DA LEI DA FAMILIA
22
SANTOS, Eduardo dos, Direito da Família, Ed. Almedina, Coimbra, 1999, pàg. 540.
23
Idem,op.cit,pag. 552
24
Cfr.
25
SANTOS, Eduardo dos, Direito da Família, Ed. Almedina, Coimbra, 1999, pàg. 553.
26
Idem,op.cit,pag. 559.
MEIOS DE SUPRIMENTO DO PODER PARENTAL
Aspectos Gerais
Modalidades
A lei da família estabelece no seu artigo 339, duas formas de suprimento do poder
parental, nomeadamente a tutela e a família de acolhimento.27
TUTELA
A palavra tutela deriva do verbo latim“ tueri ” que significa “olhar”, “defender” e
“proteger”.28
Noção
Sujeitos da tutela
Importa referir que os sujeitos da tutela podem ser: activos e passivos consoante a
posição ocupada na relação subjacente.
Sujeitos activo
Sujeitos passivos
Estão sujeitos a tutela: o menor nos casos em que estejam preenchidos os requisitos
do número 1, do artigo. 340 Da lei da família;
27
Cfr. Artigo 339 da lei da familia
28
EDU, Idem,op.cit,pág. 587
29
Cfr. Artigos 139 e 340 da lei da familia
30
DA MOTA PINTO, Carlos Alberto (1996), Teoria Geral do Direito Civil, 3ª edição, Coimbra Editora,
p.227.
31
EDU, op.cit, pág. 590
32
Idem,op.cit,pg.592 e 593
E os maiores interditos quando preencham os requisitos do artigo 341 da lei da
família.33
Assim sendo, pode afirmar-se que existem dois tipos de tutela: a tutela de menores e a
tutela de maiores, cujos regimes jurídicos encontram-se previstos nos artigos 346 e 379
e seguintes, respectivamente.34
Tutela de Menores
A tutela de menores tem lugar na falta de poder parental e tem por objectivo a guarda,
educação, defesa de direitos, protecção da pessoa e do património do menor (art. 346,
n.º1 e 2 da LF).35 Importa referir que este instituto jurídico não altera os vínculos legais
existentes entre o menor e a sua família natural.
Tutela de Maiores
Designação do tutor
Os requisitos especiais para ser tutor vêm descritos no artigo 380 da mesma lei.
33
Cfr.o numero 1, do art.34o e o art.341 todos da lei de familia
34
Cfr.346 e 379
35
Cfr. Números 1 e 2 do artigo 346 da lei da familia
36
Cfr. Os artigos 379 e 380
37
Cfr.art. 381
38
Cfr. artigos 333 e 343 da lei da familia
No que toca ao modo de constituição de tutela, o número 1 do art.344 estabelece que
esta pode ser constituída mediante sentença judicial, a requerimento do MP, dos
ascendentes ou colaterais até ao 4º grau de menor. O exercício da tutela é feito sob
controlo do Tribunal, conforme dispõe o n.º2 do mesmo artigo.39
Órgãos de tutela
Designação de tutor
De acordo com o art. 347, o cargo de tutor recai sobre a pessoa designada pelo pai ou
pela mãe, pela lei ou pelo tribunal., a este propósito de designação de tutor são ainda
relevantes os artigos 348, 349 e 350, todos da LF 41
A escusa da tutela só terá lugar nas situações previstas no n.º1 do art. 345 da LF.43
Conforme o dispõe no art.352 da LF, o tutelado goza dos direitos próprios dos filhos nas
relações pessoais com o tutor, a título de exemplo temos os direitos consagrados no
artigo 291 da lei da família,44 Por via disso, tem direito a ver protegidos os seus bens, o
legislador moçambicano de modo a salvaguardar o interesse dos menores e interditos
consagra a obrigatoriedade por parte do tutor de prestar contas sobre a administração de
bens em tribunal.
39
Cfr.art.344 da lei da familia
40
Cfr.artigo 345 da lei da familia
41
Cfr artigos 347, 348,349,350 da lei da familia
42
Cfr.artigo 353
43
Cfr o número 1, do artigo 345
44
Cfr artigo 351 conjugado com o artigo 291 da lei da familia
Actos, direitos e deveres, remoção e exoneração do tutor
Direitos específicos do tutor: Relativamente aos direitos, o tutor tem o direito a ser
remunerado e o direito a ser indemnizado, nos termos do art. 362 e 366, todos da LF.48
Deveres: em relação aos deveres, tutor tem a obrigação de fazer a relação dos bens do
tutelado, obrigação de prestar contas, conforme rezam os artigos 363 e 364, todos da
LF.49
Termo da tutela
FAMÍLIA DE ACOLHIMENTO
Noção
45
Cfr. Artigos 355, 356, 357 e 358 da lei da familia
46
Cfr. Art. 286 e 289 do codigo civil, conjugado com o artigo 359 da lei da familia.
47
Cfr. O artigo 360 da lei da familia
48
Cfr. Artigo 362 e 366 da lei da familia
49
Cfr.artigo 363 e 364 da lei da familia
50
Cfr. Art.368 da ,lei da familia
51
Cfr. O numero 1, do art. 390
Importa aqui referir, que a consagração da figura da família de acolhimento na lei da
família moçambicana constitui uma inovação introduzida no ordenamento jurídico
moçambicano por meio da lei da família de 2004.
A sua consagração a nível legal tem por objectivo fazer face a situação de crianças
órfãs e vulneráveis, o que veio acrescentar mais uma alternativa de amparo familiar.
52
Ficha,pg.39 e 40
53
Cfr. Artigos 114 e 117 da lei numero 8/ 2008, de 15 de julho.
54
Cfr. Artigo 114 da lei numero 8/ 2008, de 15 de julho
55
Cfr. artigos 387, 388 e 389 todos da LF.
56
Cfr. Artigos 391 e 392 da lei da família
No tocante à primeira relação a lei dispõe no seu art. 393, que o acolhido conserva todos
os direitos e deveres em relação à família natural, salvas as restrições estabelecidas na
lei.57
Esta matéria encontra-se essencialmente regulada nos artigos 396 e 397 da LF.60
Conselho de família
57
Cfr.art. 393 da Lei da familia
58
Cfr. Art.394 da lei
59
Cfr. Numero 1, do art. 395 da lei da familia
60
Cfr. Artigos 396 e 397 da lei da familia
61
Cfr. Artigos 371 a 378
62
Cfr. Artigo 371 e numero 1, do art.372 da lei da familia
63
Cfr. Numero 2, do artigo 372
Atribuições do conselho de família
Convocação e funcionamento
Administração de bens
Designação de administrador
64
Cfr. Art. 374 da lei da familia
65
Cfr. Artigos 375 e 376 da lei da familia
66
Cfr. Artigo 377 da lei da familia
67
Cfr. Artifos 384 a 386 da lei da familia.