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Índice

1. Introdução..................................................................................................................2

2. Metodologia...............................................................................................................3

3. Objectivos:.................................................................................................................3

3.1. Objectivo geral....................................................................................................3

3.2. Objectivos espécifico..........................................................................................3

4. Fundamentação teórica...............................................................................................4

5.1. Estabelecimento da Filiação...............................................................................5

5.2. Declaração da maternidade e perfilhação...............................................................5

5.3. O estabelecimento da maternidade e paternidade..................................................6

5.3.1. Estabelecimento da maternidade a pedido da mãe..........................................7

5.3.2. Estabelecimento da paternidade......................................................................7

5.4. Inexistência de presunção de paternidade na união de facto..................................7

5.5. Poder parental.........................................................................................................8

5.5.1. Meios de suprir o poder paternal.....................................................................8

6.1. Constituição da adopção.....................................................................................9

6.2. Requisitos gerais para adopção.............................................................................10

6.3.1. Adopção plena................................................................................................10

6.4. Efeitos de adopcão................................................................................................11

6.5. Quem pode ser adoptado plenamente...................................................................11

6.6. Adopção restrita....................................................................................................11

6.7. Requisitos para adopcão.......................................................................................12

6.8. Confiança com vista a futura adopção..................................................................13

7. Conclusão.................................................................................................................15

Bibliografia......................................................................................................................16

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1. Introdução
O presente trabalho em grupo de carácter avaliativo da cadeira de Direito da familia,
tem como tema a filiação.

O trabalho vai ter como foco principal perceber os parámetros estabelecidas pelo
legislador no tocante a filiacão assim como adopção.

Tendo em conta que o nosso país sofre anualmente com as clamidades naturais, guerras,
assassinatos, só para citar algumas, desperta atencão em saber como funcionam as
normas da filiacão e adopção para melhor sabermos como são salvaguardados os
interesses dos petizes naquela situacão.

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2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho em grupo usou-se pesquisa bibliográfica dos
livros físicos e em formato electrónicos, por outro lado, usou-se o método de
confrontação das ideias dos autores com opiniões diferentes, para melhor obter uma
boa informação.

3. Objectivos:
3.1. Objectivo geral

Conhecer o que a lei diz sobre a filiação.

3.2. Objectivos espécifico

 Entender como o ordenamento estabelece padrões da declaração de


maternidade;
 Perceber os meios de suprimento do poder parental;
 Obter conhecimentos sobre adopção.

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4. Fundamentação teórica
O nascimento é um facto jurídico autónomo, independente de qualquer outro facto
jurídico. Ou seja, mesmo que não seja possível estabelecer a filiação, o nascimento, por
si só, terá relevância jurídica. Daí que, de acordo com o artigo nº1 da lei nº12/2018), do
Código de Registo Civil, o nascimento seja um facto obrigatoriamente sujeito a registo
(independentemente da possível identificação dos progenitores). Porém, será também de
extrema importância determinar e estabelecer os vínculos de maternidade e paternidade.

Segundo Rossan, M.C. (2017), o Direito da Filiação pode ser analisado em sentido
amplo, isto é, incluindo tanto afiliação biológica como a filiação jurídica (que podem
coincidir ou não). Já a filiação em sentido estrito refere-se ao laço biológico de
parentesco. A filiação em sentido amplo abrangerá tanto aquela gerada pelo vínculo
biológico, como a afectiva e meramente jurídico como a adopção (p.12). Dai o nosso
interesse de aprofundar o conhecimento da matéria.

5. A FILIAÇÃO

Filiação – vem do latim filiatio, ou seja, o estado de filho. Nesse sentido, a doutrina
menciona que: O estado de filiação é a qualificação jurídica dessa relação de parenteso,
compreendendo um complexo de direitos e deveres reciprocamente considerados. O
filho é titular do estado de filiação, da mesma forma que o pai é titular do estado de
paternidade em relação a ele. Assim, onde houver paternidade juridicamente
considerada, haverá estado de filiação (José, 2012, p.5).

Toda ciranca tem direito ao registo. Segundo o artigo nº1 da lei nº12/2018, do Código
de Registo Civil, o registo, independentemente da possível identificação dos
progenitores, é obrigatório.

O Direito da Filiação pode ser analisado em sentido amplo, isto é, incluindo tanto
afiliação biológica como a filiação jurídica (que podem coincidir ou não). Já a filiação
em sentido estrito refere-se ao laço biológico de parentesco. A filiação em sentido
amplo abrangerá tanto aquela gerada pelo vínculo biológico, como a afectiva e
meramente jurídico como a adopção (Rossan, M.C. 2017, p.12).

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5.1. Estabelecimento da Filiação

O estabelecimento da filiação pode ser encontrado no nosso ordenamento jurídico


patente no artigo 214 da lei nº22/2019-lei-da-familia dispondo o seguinte:

Os filhos têm os mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres,


independentemente da origem do seu nascimento; seguido pelos números 1á3 do artigo
215 da mesma lei, fala do direito a ser registado e a usar um nome pelo adoptado:

Os filhos têm o direito a ser imediatamente registados depois do seu nascimento; têm
direito a ter um nome próprio e a usar o apelido da família dos pais e o registo a que se
refere o número 1 do presente artigo deve ser efectuado até seis meses após o
nascimento da criança.

5.2. Declaração da maternidade e perfilhação


A filiação é a ligação de uma pessoa a outra a partir do reconhecimento da parentalidade
da mesma, ou seja, a ligação do filho com os seus pais, seja biologicamente ou por
adopção.

A filiação é um direito reconhecido a filhos originados ou não pelo casamento,


incluindo ainda os adoptivos, sendo todos portadores dos mesmos direitos. O código
civil Moçambicano veda qualquer tipo de discriminação de filhos adoptivos e nascidos
fora do casamento.

Filiação natural é a relação existente entre o filho e as pessoas que o geraram. Os pais
podem reconhecer o filho conjunta ou separadamente, antes ou depois do seu
nascimento e até após a sua morte, se deixar descendentes. O reconhecimento do estado
de filiação constitui direito personalíssimo indisponível e imprescindível, exercitável
contra os pais e os seus herdeiros sem qualquer restrição.

Na filiação, todos os filhos gozam dos mesmos direitos, ou seja, os filhos têm os
mesmos direitos e estao sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da origem do
seu nascimento. Apartir dos artigos 214 e seguintes da lei de familia, ou seja, lei
nᵒ22/2019 de 11 de Dezembro.

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O nascimento é um facto jurídico autónomo, independente de qualquer outro facto
jurídico. Ou seja, mesmo que não seja possível estabelecer a filiação, o nascimento, por
si só, terá relevância jurídica. Daí que, de acordo com o artigo n.º1, do Código de
Registo Civil, o nascimento seja um facto obrigatoriamente sujeito a registo
independentemente da possível identificação dos progenitores. Porém, será também de
extrema importância determinar e estabelecer os vínculos de maternidade e paternidade.

O Direito da Filiação pode ser analisado em sentido amplo, isto é, incluindo tanto a
filiação biológica como a filiação jurídica (que podem coincidir ou não). Já a filiação
em sentido estrito refere-se ao laço biológico de parentesco (é esta a acepção dos artigos
1796.º e seguintes). A filiação em sentido amplo abrangerá tanto aquela gerada pelo
vínculo biológico, como a afectiva e meramente jurídico (adopção).

5.3. O estabelecimento da maternidade e paternidade


Essa matéria pode encontrar no nº 1 e 2 do artigo 223 da lei da familia, dizendo que:

1. Na declaração de nascimento deve ser, sempre que possível identificada à mãe do


registando.
2. A maternidade indicada é mencionada no registo.

A maior diferença neste âmbito é que a maternidade será, essencialmente, um feito


biológico e a paternidade, por sua vez, tem contornos eminentemente jurídicos. A
maternidade resulta do facto do nascimento (n.º 1 do artigo 1796.º do codigo civil), ou
seja, do parto. A menção da maternidade, enquanto consequência da correspondente
indicação ou declaração encontra-se prevista nos artigos 1803º do codigo civil e
seguintes. A mãe quando declara a maternidade está a fazer uma declaração de ciência
(com a excepção da situação que decorre da gestação de substituição). Em regra, não
existe na declaração da maternidade um conteúdo volitivo, um acto de vontade (ao
contrário do que sucede na perfilhação). Só assim se explica porque o legislador não
consagrou nenhuma regra sobre a capacidade da mãe para declarar a maternidade.

Não havendo indicação ou declaração de maternidade, é ainda possível que o


estabelecimento seja feito através de uma acção judicial que declarará a maternidade por
sentença.

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5.3.1. Estabelecimento da maternidade a pedido da mãe

Se se tratar de filho nascido ou concebido na constância de matrimonio e existir


perfilhação por pessoa diferente do marido da mãe, pode esta requerer ao tribunal que
declare a maternidade. Artigo 241 da lei nᵒ 22/2019 de 11 de Dezembro lei da familia. E
nisso é aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos artigos 239 e 240 da
presente lei.

5.3.2. Estabelecimento da paternidade

O filho nascido ou concebido na constância do matrimônio ou da união de facto da mãe


tem como pai presumido o marido ou companheiro da mãe.

O momento da dissolução do casamaneto por divórcio ou da sua anulação, bem como o


da cessação da união de facto, é o de trânsito em julgado da respectiva sentença ou da
decisão recaída no divórcio por mutuo consentimento ou da declaração de cessação de
união de facto. Artigo 244 da lei nᵒ 22/2019 de 11 de Dezembro lei de familia.

5.4. Inexistência de presunção de paternidade na união de facto


O disposto no n.º 1 do artigo 1826.º do codigo civil, consagra a velha regra do direito
romano «pater is est quem nuptiae demonstrant». Assim, os filhos concebidos ou
nascidos na constância do casamento estão abrangidos por esta presunção de que o pai
será o marido da mãe. Esta presunção assenta numa ideia de probabilidade, onde se
assume que o marido da mãe será, em princípio, o pai dos filhos desta. Esta presunção é
ilidível (iuris tantum). Daí que apreocupação com a verdade biológica permita que esta
presunção seja afastada quando pareça inverosímil.

A presunção «pater is est…» estende-se aos filhos concebidos na constância do


casamento dos progenitores, mas nascidos posteriormente à sua dissolução, declaração
de nulidade ou anulação. A prova da concepção durante o casamento é facilitada pela
presunção estabelecida no artigo 1798.º do codigo civil (que estabelece o lapso temporal
em que o filho foi concebido).

Esta presunção marital abrange ainda os filhos nascidos na constância do matrimónio,


apesar de concebidos antes dele. Deste modo, será suficiente que o nascimento ocorra
durante o casamento, ainda que a concepção tenha sido em data anterior a este. Porém, a
presunção do filho nascido, mas não concebido, na constância do matrimónio será uma

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presunção mais frágil. A presunção do marido da mãe não é absoluta. A preocupação
com a verdade biológica permite que esta presunção seja ilidida quando possa parecer
inverosímil. A presunção pode cessar ou ser impugnada.

5.5. Poder parental


O poder parental compreende direito e deveres dos pais sobre os filhos. Segundo José,
A. (2017) “É o complexo de direitos e deveres concernentes ao pai e à mãe. fundado no
direito natural, confirmado pelo Direito positivo e direcionado ao interesse da família e
do filho menor não emancipado, que incide sobre a pessoa e o patrimônio deste filho e
serve como meio de manter, proteger e educar” (p.4).

Enquanto que a lei da familia no seu artigo 292 esclarece que: os filhos estão sujeitos ao
poder parental até atingir a maioridade ou a emancipação. Mas o poder parental consiste
no especial dever que incumbe aos pais de, no superior interesse dos filhos, garantir a
sua protecção, saúde, segurança e sustento, orientando a sua educação e promovendo o
seu desenvolvimento harmonioso. O poder parental inclui igualmente a representação
dos filhos menores, ainda que nascituros, bem como a administração dos seus bens. Os
pais, de acordo com a maturidade dos filhos, devem ter em conta a sua opinião nas
questões da vida familiar e reconhecer-lhes autonomia na organização da própria vida.
Isto de acordo com os numeros 1 a 3 do artigo 293 da lei supra.

5.5.1. Meios de suprir o poder paternal

De acordo com o dicionario portugues, suprir quer dizer completar,preencher, cromatar


o que em outras palavras podemos dizer tapar o vaziu dos parentes. Sendo essa materia
esta tipifica no artigo 390 da lei nº22/2019 de 11 de dezembro lei da familia
esclarecendo o seguinte:

O poder parental é suprido por meio da tutela ou da família de acolhimento.

6. Adopção

A palavra adoptar vem do latim adoptare, que significa escolher, perfilhar, dar o seu
nome a, optar, ajuntar, escolher, desejar. Do ponto de vista jurídico, a adopção é um
procedimento legal que consiste em transferir todos os direitos e deveres de pais
biológicos para uma família substituta, conferindo para crianças/adolescentes todos os
direitos e deveres de filho, quando e somente quando forem esgotados todos os recursos

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para que a convivência com a família original seja mantida. É regulamentada pelo
Código Civil, que determina claramente que a adopção deve priorizar as reais
necessidades, interesses e direitos da criança/adolescente. A adopção representa também
a possibilidade de ter e criar filhos para pais que não puderam ter filhos biológicos, ou
que optaram por ter filhos sem vinculação genética, além de eventualmente atender às
necessidades da família de origem, que não pode cuidar de seu filho.

A adopção é uma realidade que exerce, hoje em dia, uma função de defesa e promoção
do interesse da criança. Segundo Azevedo, Moura, (2000) apud Magalhães, F.(2014),
adopção é associada à problemática de crianças em risco e àquelas que se encontram
institucionalizadas. A adopção é uma medida de proteção social que permite à criança a
sua integração numa família como local privilegiado do seu desenvolvimento. O papel
da criança é influenciado pelas prioridades da sociedade onde se insere. Adopção é um
processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal
se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o
seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor
e compreensão Adoção renasce como parte integrante do Direito, isto é visto como uma
perspetiva que contempla as necessidades do adoptado, nomeadamente a sua proteção e
necessidade de afecto, bem como a impossibilidade de alguns casais terem filhos
biológicos (p.10,16).

Segundo o artigo 16 da lei nº 22/2019 de 11 de dezembro lei da familia, dá a noção de


adopção; esta é o vínculo que, à semelhança da filiação natural, mas independentemente
dos laços do sangue, se estabelece legalmente entre duas pessoas.

Por oposição ao parentesco natural, que é o verdadeiro parentesco, a adopção é assim


um parentesco legal, criado à semelhança daquele. Não quer isto dizer, porém, que se
trate de uma ficção da lei. O que acontece é que a adopção assenta em outra verdade,
uma verdade afectiva e sociológica, distinta da verdade biológica em que se funda o
parentesco.

6.1. Constituição da adopção

Quando espreitamos o os números 1 e 2 do artigo 1973º do Decreto-Lei nº 47 344, de


25 de Novembro de 1966 codigo civil, explana o seguinte:

1. O vínculo da adopção constitui-se por sentença judicial.

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2. O processo será instruído com um inquérito, que deverá incidir, nomeadamente, sobre
apersonalidade e a saúde do adoptante e do adoptando, a idoneidade do adoptante para
criar e educar o adoptando, a situação familiar e económica do adoptante e as razões
determinantes do pedido de adopção. Assim sendo, existem requisitos para tal efeito.

6.2. Requisitos gerais para adopção

A adopção visa realizar o superior interesse da criança e será decretada quando


apresente reais vantagens para o adoptando, se funde em motivos legítimos, não envolva
sacrifício injusto para os outros filhos do adoptante e seja razoável supor que entre o
adoptante e o adoptando se estabelecerá um vínculo semelhante ao da filiação.

O adoptando deverá ter estado ao cuidado do adoptante durante prazo suficiente para se
poder avaliar a conveniência da constituição do vínculo de acordo com os numeros 1 e 2
do artigo 1974 codigo civil supra citada.
6.3. Espécies de adopção

A lei prevê dois tipos de adopção: a plena e a restrita - artigo 1977º do codigo civil.

1. A adopção é plena ou restrita, consoante a extensão dos seus efeitos.

2. A adopção restrita pode a todo o tempo, a requerimento dos adoptantes, ser


convertida em adopção plena, desde que se verifiquem os requisitos exigidos.

6.3.1. Adopção plena


O legislador explica que podem adoptar plenamente duas pessoas casadas há mais de
quatro anos e não separadas judicialmente de pessoas e bens ou de facto, se ambas
tiverem mais de vinte e cinco anos; pode ainda adoptar plenamente quem tiver mais de
trinta anos ou, se o adoptando for filho do cônjuge do adoptante, mais de vinte e cinco
anos. Por outro lado, só pode adoptar plenamente quem não tiver mais de 60 anos à data
em que o menor lhe tenha sido confiado, mediante confiança administrativa, confiança
judicial ou medida de promoção e protecção de confiança a pessoa seleccionada para a
adopção, sendo que a partir dos 50 anos a diferença de idades entre o adoptante e o
adoptando não poderá ser superior a 50 anos. Mas também pode, no entanto, a diferença
de idades ser superior a 50 anos quando, a título excepcional, motivos ponderosos o
justifiquem, nomeadamente por se tratar de uma fratria em que relativamente apenas a
algum ou alguns dos irmãos se verifique uma diferença de idades superior àquela. Nota-

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se que o disposto no nº 3 não se aplica quando o adoptando for filho do cônjuge do
adoptante.
Pela adopção plena o adoptado adquire a situação de filho do adoptante e integra-se com
os seus descendentes na família deste, extinguindo- se as relações familiares entre o
adoptado e os seus ascendentes e colaterais naturais, em atencão ao artigo 1979º codigo
civil.

6.4. Efeitos de adopcão

O artigo 1986º do código civil dá-nos a conhecer que:

1. Pela adopção plena o adoptado adquire a situação de filho do adoptante e integra-se


com os seus descendentes na família deste, extinguindo-se as relações familiares entre o
adoptado e os seus ascendentes e colaterais naturais, sem prejuízo do disposto quanto a
impedimentos matrimoniais nos artigos 1602º a 1604º do mesmo código.

2. Se um dos cônjuges adopta o filho do outro mantêm-se as relações entre o adoptado


e o cônjuge do adoptante e os respectivos parentes.

6.5. Quem pode ser adoptado plenamente

Os numeros 1 e 2 do artigo 1980º do código civil detalha que podem ser adoptados
plenamente os menores filhos do cônjuge do adoptante e aqueles que tenham sido
confiados ao adoptante mediante confiança administrativa, confiança judicial ou medida
de promoção e protecção de confiança a pessoa seleccionada para a adopção; o
adoptando deve ter menos de quinze anos à data da petição judicial de adopção; poderá,
no entanto, ser adoptado quem, a essa data, tenha menos de dezoito anos e não se
encontre emancipado quando, desde idade não superior a quinze anos, tenha sido
confiado aos adoptantes ou a um deles ou quando for filho do cônjuge do adoptante.

6.6. Adopção restrita

Quem pode adoptar restritamente?

A resposta está no artigo 1992º do codigo civil dizendo que:

1 – Pode adoptar restritamente quem tiver mais de vinte e cinco anos.

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2 – Só pode adoptar restritamente quem não tiver mais de 60 anos à data em que o
menor lhe tenha sido confiado, mediante confiança administrativa, confiança judicial ou
medida de promoção e protecção de confiança a pessoa seleccionada para a adopção,
salvo se o adoptando for filho do cônjuge do adoptante.

No seu esclarecimento Magalhães, F.(2014), em contrapartida, na adopção restrita o


adoptado conserva todos os direitos e deveres em relação à família natural.

Actualmente, em geral, quando se fala em adopção associa-se à adopção plena pois,


considera-se que esta é a que melhor defende os interesses da criança, permitindo-lhe a
integração numa família em tudo semelhante à família biológica, adquirindo o seu
sobrenome e tornando-se seu herdeiro legítimo( p.8).

Quanto à adopção restrita, para Azevedo, Moura (2000), e uma vez que podem existir
contactos com a família biológica, é considerada uma fonte de ambivalência, quer para
a criança, quer para a família, num complexo triângulo de relações, Ainda De acordo
com estas mesmas autoras, é importante distinguir duas formas de proceder à adopção:
Situações de Raíz e Situações de Facto.

Entende-se por Situações de Raíz os casos em que os candidatos à adopção formalizam


a sua candidatura junto do organismo da Segurança Social da sua área de residência. As
Situações de Facto, dizem respeito aos casos em que o casal já tenha a seu cargo uma
criança e que solicite posteriormente ao Serviço a elaboração do estudo e relatório
social com vista à sua adopção.

6.7. Requisitos para adopcão

Para que a adoção possa ser decretada têm que estar assegurados alguns requisitos.

Assim, a adopção, tanto a plena como a restrita, deve respeitar os seguintes requisitos
gerais:

 Apresentar reais vantagens para o adotando que tanto podem ser de ordem
patrimonial como não patrimonial;
 Existir legitimidade de motivos que se encontra no facto de o casal adoptante
desejar, além de mais, partilhar a sua felicidade familiar com uma criança.

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6.8. Confiança com vista a futura adopção

1 – Com vista a futura adopção, o tribunal pode confiar o menor a casal, a pessoa
singular ou a instituição quando não existam ou se encontrem seriamente
comprometidos os vínculos afectivos próprios da filiação, pela verificação objectiva de
qualquer das seguintes situações:

a) Se o menor for filho de pais incógnitos ou falecidos;

b) Se tiver havido consentimento prévio para a adopção;

c) Se os pais tiverem abandonado o menor;

d) Se os pais, por acção ou omissão, mesmo que por manifesta incapacidade devida a
razões de doença mental, puserem em perigo grave a segurança, a saúde, a formação, a
educação ou o desenvolvimento do menor;

e) Se os pais do menor acolhido por um particular ou por uma instituição tiverem


revelado manifesto desinteresse pelo filho, em termos de comprometer seriamente a
qualidade e a continuidade daqueles vínculos, durante, pelo menos, os três meses que
precederam o pedido de confiança.

2 – Na verificação das situações previstas no número anterior o tribunal deve atender


prioritariamente aos direitos e interesses do menor.

3 – Considera-se que o menor se encontra em perigo quando se verificar alguma das


situações assim qualificadas pela legislação relativa à protecção e à promoção dos
direitos dos menores.

4 – A confiança com fundamento nas situações previstas nas alíneas a), c), d) e e) do
número anterior não pode ser decidida se o menor se encontrar a viver com ascendente,
colateral até ao 3º grau ou tutor e a seu cargo, salvo se aqueles familiares ou o tutor
puserem em perigo, de forma grave, a segurança, a saúde, a formação moral ou a
educação do menor ou se o tribunal concluir que a situação não é adequada a assegurar
suficientemente o interesse do menor.

5 – Têm legitimidade para requerer a confiança judicial do menor o Ministério Público,


o organismo de segurança social da área da residência do menor, a pessoa a quem o

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menor tenha sido administrativamente confiado e o director do estabelecimento público
ou a direcção da instituição particular que o tenha acolhido.

6 – Têm ainda legitimidade para requerer a confiança judicial do menor:

a) O candidato a adoptante seleccionado pelos serviços competentes, quando, por


virtude de anterior decisão judicial, tenha o menor a seu cargo;

b) O candidato a adoptante seleccionado pelos serviços competentes, quando, tendo o


menor a seu cargo e reunidas as condições para a atribuição da confiança administrativa,
o organismo de segurança social não decida pela confirmação da permanência do
menor, depois de efectuado o estudo da pretensão para a adopção ou decorrido o prazo
para esse efeito (Magalhães, F. 2014, p. 23, 24,25 26).

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7. Conclusão
Chegado ao fim do presente trabalho, conclui que: A filiação é a ligação de uma pessoa
a outra a partir do reconhecimento da parentalidade da mesma, ou seja, a ligação do
filho com os seus pais, seja biologicamente ou por adopção.

A filiação é um direito reconhecido a filhos originados ou não pelo casamento,


incluindo ainda os adoptivos, sendo todos portadores dos mesmos direitos. O código
civil Moçambicano veda qualquer tipo de discriminação de filhos adoptivos e nascidos
fora do casamento.

Filiação natural é a relação existente entre o filho e as pessoas que o geraram. Os pais
podem reconhecer o filho conjunta ou separadamente, antes ou depois do seu
nascimento e até após a sua morte, se deixar descendentes. O reconhecimento do estado
de filiação constitui direito personalíssimo indisponível e imprescindível, exercitável
contra os pais e os seus herdeiros sem qualquer restrição.

Apresentar reais vantagens para o adotando que tanto podem ser de ordem patrimonial
como não patrimonial;

Existir legitimidade de motivos que se encontra no facto de o casal adoptante desejar,


além de mais, partilhar a sua felicidade familiar com uma criança, constituem como os
requisitos para adopcão.

A palavra adoptar vem do latim adoptare, que significa escolher, perfilhar, dar o seu
nome a, optar, ajuntar, escolher, desejar. Do ponto de vista jurídico, a adopção é um
procedimento legal que consiste em transferir todos os direitos e deveres de pais
biológicos para uma família substituta, conferindo para crianças/adolescentes todos os
direitos e deveres de filho, quando e somente quando forem esgotados todos os recursos
para que a convivência com a família original seja mantida.

O processo de adoção é um processo muito delicado e um processo longo. É um


processo delicado porque normalmente quando os candidatos se dirigem a este serviço
vem da consequência de não conseguirem concretizar a filiação biológica. E, quando
não o conseguem pode ser, por exemplo, devido a questões de fertilidade, questões
essas que dizem respeito à vida íntima do casal.

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A lei prevê dois tipos de adopção: a plena e a restrita.

Bibliografia
Lei n. 22 ̸2019 de 11 de Dezembro, lei da Família.

Código Civil Decreto-Lei no 47 344, de 25 de Novembro de 1966.

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PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos humanos. São Paulo: Saraiva. 2010.

RAMIÃO, Tomé d’Almeida. A Adopção – Regime Jurídico Actual. Lisboa: Quid Juris,
2007.

Magalhães, Filipa Manuela Pinho. Adoção e a sua realidade.Universidade Fernando


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