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Curso: Direito
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Curso: Direito
2. Filiação.......................................................................................................................4
2.5.3. Guarda.........................................................................................................9
3. Conclusão.................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas........................................................................................12
1. Introdução
A Lei da Família compreende um conjunto de normas jurídicas que regulam as relações
entre pessoas ligadas entre si por laços de familiaridade que o Estado reconhece efeitos
jurídicos, nomeadamente a procriação, o parentesco, a afinidade, o casamento e a
adopção. A aplicação da Lei da Família, pela sua abrangência, implica várias
instituições, tanto estatais como informais. Sendo uma lei civil, engloba actividades e
serviços relacionados com o registo de pessoas, casamento, divórcio, filiação, gestão
patrimonial e pensão de alimentos, mas também a gestão de conflitos ao nível da
família. O Título IV da Lei da família, trata da filiação. A filiação é definida como a
relação de parentesco que se estabelece entre pais e filhos, sendo designada, do ponto de
vista dos pais, como relação de paternidade e maternidade. A relação de filiação
estabelecida entre pais e filhos está pautada no parentesco de maternidade e paternidade.
Estes laços familiares podem ser de origem biológica, portanto, que alguns factores são
com relação à filiação vem mudando com o tempo. Como factores primordiais dentro
deste assunto podem ser destacados a dignidade da pessoa humana, a afectividade e o
melhor interesse do menor.
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2. Filiação
A palavra filiação, de acordo com o dicionário Aurélio, pode ser entendida como a
relação de parentesco que é estabelecida pessoas que concederam vida a um humano e
esta pessoa.
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os tempos mais primórdios sentiam a necessidade de individualizar e diferenciar uns dos
outros, utilizando-se de início um prenome e um “sobrenome” que fazia referência ao
local onde vivia, a família, ao nome do pai e até à profissão da pessoa. Ao decorrer dos
anos, com o aumento das populações, as sociedades vêem a necessidade de especificar
cada vez mais as pessoas, chegando à formação do nome como é visto até hoje:
prenome e sobrenome (nome de família ou patronímico) (SOUZA, 2012)
O direito a ser registado e a usar um nome, é um direito irrenegavel de todo ser humano,
pois esse é um direito que o ser humano possui logo que nasce. O registo do nome civil
é obrigatório e o nome rege o princípio da imutabilidade, o qual não pode ser alterado,
salvo em algumas situações específicas, como por exemplo: prenome ridículo, equívoco
no registo, erro de grafia, homonímia, nome estrangeiro, protecção à vítimas e
testemunhas, transexual e socioafetivo.
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Conforme a lei da família (2004) no seu artigo 216, os filhos têm o especial dever de
respeitar, estimar, obedecer e ajudar os pais e os demais familiares. Os filhos maiores
têm o dever de assistir os pais, avós, irmãos, tios e primos, sempre que estes careçam de
ajuda, apoio e solidariedade.
Conforme a lei da família (2004) no seu artigo 293, o poder parental consiste no
especial dever que incumbe aos pais de, no superior interesse dos filhos, garantir a sua
protecção, saúde, segurança e sustento, orientando a sua educação e promovendo o seu
desenvolvimento harmonioso. O poder parental inclui igualmente a representação dos
filhos menores, ainda que nascituros, bem como a administração dos seus bens.
Os pais, de acordo com a maturidade dos filhos, devem ter em conta a sua opinião nas
questões da vida familiar e reconhecer-lhes autonomia na organização da própria vida.
No que se refere à pessoa dos filhos, o artigo 299 da lei da família enumera os deveres
que os pais devem observar quanto a educação. Dentre eles, destacam-se: cabe a ambos
os pais, de acordo com as suas possibilidades e com o superior interesse dos seus filhos,
promover o desenvolvimento físico, intelectual e moral daqueles. Os pais devem
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proporcionar aos filhos, em especial aos portadores de deficiência física ou mental,
instrução geral e profissional adequada às aptidões e inclinações de cada um.
E para além dos deveres dos pais, a lei ainda preconiza os deveres dos pais e filhos. No
artigo 289, a lei estabelece que os pais e filhos devem-se mutuamente respeito,
cooperação, auxílio e assistência. O dever de assistência compreende a obrigação de
prestar alimentos e a de contribuir, durante a vida em comum, para os encargos da vida
familiar, de acordo com os recursos próprios. Os filhos devem assistir os pais sempre
que estes careçam de alimentos nos termos do disposto nos artigos 417 e seguintes da
presente Lei.
No que tange ao dever de solidariedade familiar, a lei no artigo 290 estabelece que os
filhos têm o especial dever de estimar, obedecer, respeitar e ajudar os pais e demais
parentes na linha recta. Os filhos maiores têm o dever de concorrer para a manutenção
dos pais, sempre que estes se encontrem em situação de necessidade. O dever
estabelecido anteriormente é extensivo aos avós, irmãos e tios. Os avós, os irmãos, os
tios e os primos têm o dever de cuidarem e sustentarem os familiares menores, quando
estejam em situação de orfandade ou abandono.
Quanto aos bens dos filhos, a lei determina quais são as atribuições dos pais. Além do
poder de administração geral sobre os bens dos filhos menores, os pais detêm o usufruto
legal sobre bens dos filhos e podem adquirir bens em nome deles, muito embora não
possam alienar ou gravar de ónus real os bens imóveis do menor sem autorização
judicial, nem ultrapassar os limites da simples administração.
A lei no seu artigo 313 estabelece que quanto ao rendimentos dos bens dos filhos os pais
podem utilizar os rendimentos dos bens do filho para satisfazerem as despesas com o
sustento, segurança, saúde e educação deste, bem como, dentro de limites justos e
razoáveis, com outras necessidades da vida familiar.
No caso de só um dos pais exercer o poder parental, a ele pertence a utilização dos
rendimentos do filho, nos termos estabelecidos no número 1 do presente artigo.
A utilização de rendimentos de bens que caibam ao filho a título de legítima não pode
ser excluída pelo doador ou pelo testador.
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Os pais têm a autoridade de administrar os bens dos filhos até uma certa idade, a lei
estabelece no seu artigo 317, no que tange ao fim da administração, que os pais devem
entregar ao filho, logo que este atinja a maioridade ou seja emancipado, todos os bens
que lhe pertençam. Quando por outro motivo cesse o poder parental ou a administração,
devem os bens ser entregues ao representante legal do filho.
Assim, apesar de atribuído aos pais o dever de administração dos bens dos filhos, a
alienação depende de autorização judicial para evitar que haja dilapidação dos bens dos
menores. A aquisição, por outro lado, sendo acto benéfico, não depende de autorização
judicial, salvo se for onerosa, como seria no caso da existência de pagamento de
prestações periódicas.
No que diz respeito a aceitação e rejeição de liberalidades a lei da família no seu artigo
306 estabelece que se ao filho for deixada herança ou legado, ou for feita proposta de
doação que necessite de ser aceite, devem os pais aceitar a liberalidade, se o puderem
legalmente fazer, ou requerer ao tribunal, no prazo de 30 dias, autorização para a aceitar
ou rejeitar.
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Se, decorrido aquele prazo sobre a abertura da sucessão ou sobre a proposta de doação,
os pais nada tiverem providenciado, pode o filho ou qualquer dos seus parentes, o
Ministério Público, o doador ou algum interessado nos bens deixados, requerer ao
tribunal a notificação dos pais para darem cumprimento ao disposto no número 1 do
presente artigo, dentro do prazo que lhes for cominado.
Se os pais nada declararem dentro do prazo fixado, a liberalidade tem-se por aceite,
salvo se o tribunal julgar mais conveniente para o menor a sua rejeição.
2.5.3. Guarda
A guarda é o vínculo jurídico que decorre do poder familiar e visa a protecção dos filhos
e a responsabilização dos pais pelo harmónico desenvolvimento dos menores e
incapazes.
A lei da família no seu artigo 328, retrata sobre a inibição e limitações ao exercício do
poder parental. Neste artigo, consideram-se inibidos de pleno direito do exercício do
poder parental: a) os condenados definitivamente por crime a que a lei atribua esse
efeito; b) as reincidentes por crime de lenocínio e de corrupção de menores; c) os
interditos e os inabilitados por anomalia psíquica; d) as pessoas sujeitas, nos termos do
número 1 do artigo 89.º do Código Civil, ao instituto de curadoria, desde a nomeação de
curador. Também, Consideram-se inibidos de representar de pleno direito o filho e
administrar os seus bens os menores de dezoito anos não emancipados e os inabilitados
por prodigalidade.
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As decisões judiciais que importem inibição do poder parental são comunicadas, logo
que transitadas em julgado, ao tribunal competente, a fim de serem tomadas as
providências que no caso couberem.
Quando a inibição é decretada pelo tribunal, a lei no seu artigo 330, estabelece que o
tribunal pode decretar a inibição do exercício do poder parental, a requerimento do
Ministério Público, de qualquer parente do menor ou de pessoa cuja guarda a ele estiver
confiado, de facto ou de direito, quando qualquer dos pais infrinja culposamente os
deveres para com os filhos, com grave prejuízo destes, ou quando, por enfermidade,
ausência ou outras razões, não se mostre em condições de cumprir aqueles deveres.
A inibição pode ser total ou limitar-se à representação e administração dos bens dos
filhos e pode abranger ambos os progenitores ou apenas um deles, e referir-se a todos os
filhos ou apenas a algum ou alguns deles. Salvo decisão em contrário, os efeitos da
inibição quem abranja todos os filhos estendem-se aos que nascerem depois de
decretada.
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3. Conclusão
Concluindo, a lei da família (2004), ela fez com que as crianças e adolescentes
passassem a ser tratadas como sujeitos de direitos fundamentais, com a garantia de que
o princípio da dignidade da pessoa humana será observado em qualquer situação, indo
ao encontro com a constitucionalização de todos os ramos do direito. Foi observável que
a Lei da Família trouxe mudanças importantes não só a nível das relações de família
mas também do Direito de Família, que possibilitam dar os primeiros passos para a
alteração do modelo social. Estas alterações vieram trazer fortes vínculos no que diz
respeito a filiação, ou seja, na relação entre pais e filhos, esclarecendo seus direitos e
deveres possibilitando assim uma compreensão de posicionamento de cada um na
relação familiar.
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4. Referências bibliográficas
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