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Perguntas de Orais de Direito da Família

 Diga o que entende por Família e onde se enquadra o parentesco e a afinidade.


A família é entendida como o grupo de pessoas unidas entre si por qualquer uma das relações familiares que
se extraem do artigo 1576º. À família de uma pessoa pertence o seu cônjuge, os seus parentes, afina, adotantes
e adotados.
Mas a família não é um grupo qualquer, a Constituição da República Portuguesa qualifica-a como elemento
fundamental da sociedade.
O parentesco é o vínculo que une duas pessoas em consequência de uma delas descender da outra ou de ambas
procederem de um progenitor comum, de acordo com o artigo 1578º.
A afinidade é o vínculo que liga cada um dos cônjuges ao parente do outro, atendendo ao artigo 1584º.

 O que entende por filiação.


Em sentido estrito, a filiação é uma espécie de relação de parentesco, definindo-se como a relação
juridicamente estabelecida entre as pessoas que procriam e aquelas que foram geradas, segundo o artigo
1796º.
Em sentido amplo, à filiação corresponde quer a relação jurídica familiar constituída pela procriação quer a
relação que, não tendo origem no fenómeno da procriação, produza efeitos similares.

 Quais são as modalidades de filiação?


As modalidades de filiação são três, a filiação biológica que é aquela que decorre do fenómeno da procriação,
identificando-se o parentesco no 1º grau da linha reta.
A filiação adotiva, que é aquela que, independente dos laços de sangue, se constitui por uma sentença
proferida no âmbito do processo de adoção.
A filiação por PMA heteróloga, constitui-se mediante o consentimento da parte que irá assumir a posição
jurídica de progenitor, independente dos laços de sangue e sem que tenha havido uma sentença de adoção.

 Como se chama o filho de um só dos progenitores?

 Qual a relevância jurídica dos irmãos unilaterais?

 A e B são casados em regime de separação de bens. Têm dois filhos (C e D). Por sua vez, C tem dois
filhos (E e F) e D outros tantos (G e H). Qual o grau de parentesco entre A e os filhos dos seus filhos?

 D é filho de C e A. A está casado com B. Qual a relação entre B e D?


 Qual a relação de família entre tio avó e sobrinho neto? E entre primos direitos? E entre tio
e sobrinho?

 Os primos são parentes em que grau?

 O tio e a sobrinha são parentes em que grau?

 No que consiste a declaração de maternidade?


A declaração de maternidade é o modo normal de estabelecer a maternidade e consiste numa indicação da
maternidade que tanto pode ser efetuada pela mãe ou por terceiros. Em regra, faz-se por menção desta no
registo de nascimento do filho.

 Como se procede o reconhecimento judicial da maternidade?


O reconhecimento judicial da maternidade é um modo de a reconhecer e acorre através de uma ação autónoma
de investigação de maternidade ou de declaração de maternidade.
Os artigos 1814º e 1819º consagram quem pode intentar uma ação comum de investigação de maternidade.
Na ação de investigação, o autor deve provar que o filho nasceu da pretensa mãe. Todavia, o autor beneficia
de duas presunções de maternidade, de acordo com o artigo 1816º/2 presume-se quando o filho houver sido
reputado e tratado como tal pela pretensa mãe e reputado como filho pelo público e quando exista carta ou
escrito na qual a pretensa mãe declara inequivocamente a maternidade.

 O que é a averiguação oficiosa? É um modo de estabelecimento da maternidade? E da paternidade?


A averiguação oficiosa não constitui um modo de estabelecer a maternidade nem a paternidade, sendo que é
apenas uma atividade imposta por lei com o objetivo de conduzir a tal estabelecimento por um dos modos
possíveis.

 Quais os modos de estabelecimento da paternidade?


Como decorre do artigo 1847º, o reconhecimento da paternidade efetua-se por três formas, sendo elas a
perfilhação, a decisão judicial em ação de investigação e a presunção de paternidade.

 O que é a presunção de paternidade?


Resulta do artigo 1826º/1, que o filho nascido ou concebido na constância do matrimónio tem como pais o
marido da mãe. A previsão da regra funda-se no grande grau de probabilidade de correspondência com a
realidade.
A regra abrange os casos de conceção e nascimento do filho durante o casamento, de conceção do filho antes
do casamento, desde que tenha nascido durante o matrimónio e de conceção do filho, mesmo que tenha
nascido num momento posterior.
 A presunção da paternidade funcionava se vivessem em união de facto?
Não, a presunção só funciona quando os progenitores estão casados. No caso da união de facto existe uma
perfilhação.

 Por que razão existe presunção de paternidade no casamento?


Existe a figura da presunção de paternidade no casamento uma vez que há um grande grau de probabilidade
de correspondência com a realidade.

 O que acontece quando o bebé não for filho do marido da mãe? A paternidade está estabelecida?
Supostamente entra a figura da presunção da paternidade, mas de acordo com o artigo 1832º/2 a presunção de
paternidade cessa se a mulher casada fizer a declaração de nascimento com a indicação de que o filho não é do
marido, sendo que é imediatamente admissível a perfilhação.

 A e B são casados. Depois separam-se de facto. Entretanto, B vai viver com Xavier. B agora está
grávida e não dissolveu casamento com A. Considerando o artigo 1681º, quem vai ser considerado pai?

 O que é a perfilhação?
A perfilhação é um modo de estabelecer a paternidade fora do casamento, é o ato pelo qual uma pessoa
declara relevantemente que um ser vivo da espécie humana é seu filho.
A perfilhação caracteriza-se por ser pessoal, livre, solene e irrevogável.

 O que é a adoção?
A adoção é um vínculo constituído por sentença judicial, proferida no âmbito de um processo especialmente
instaurado para o efeito que, independentemente dos laços de sangue., cria direitos e deveres paternofiliais
entre duas pessoas.

 Quais são os requisitos para adotar?


Os requisitos gerais da adoção quanto ao adotante são quatro.
É indispensável que o adotante tenha vontade de adotar (1982º/1, alínea e)), sendo que esta vontade deve
fundar-se em motivos legítimos.
No que toca ao requisito da idade mínima quanto ao adotante, em regra é 25 anos.
Na hipótese de relação conjunta a lei estabelece requisitos adicionais, sendo que os dois candidatos à adoção
devem estar ligados por uma união conjugal, ou por uma união de facto protegida, há mais de quatro anos. O
comprovativo do prazo serve como um elemento comprovativo de uma certa estabilidade do relacionamento
entre os candidatos.

 Quais são os requisitos para ser adotado?


Os requisitos para ser adotado são quatro, sendo eles a convivência com um vínculo, a não subsistência de
adoção anterior, a idade máxima e o consentimento.

 Como se sucede o processo de adoção e quais as suas fases?


De acordo com o artigo 40º do RJPA, o processo é constituído por três fases, a preparatória, a de ajustamento
entre crianças e candidatos e a fase final.
A fase preparatória abarca o estudo de caracterização da criança com decisão de adotabilidade e a preparação,
avaliação e seleção de candidatos e adotantes.
A fase de ajustamento compreende a aferição da correspondência entre as necessidades da criança e a
capacidade dos candidatos, e a organização do período de transição, o acompanhamento e avaliação do
período de pré-adoção.
O processo judicial de adoção, cuja tramitação é regulada pelos artigos 52º a 59º do RJPA, assume a natureza
de jurisdição voluntária e tem carácter urgente.

 O que a Procriação Medicamente Assistida?


A Procriação Medicamente Assistida agrupa o conjunto de técnicas destinadas à formação de um embrião
humano sem intervenção do ato sexual.

 Distinga procriação homóloga de heteróloga.

 Quem pode recorrer à PMA?


De acordo com o artigo 6º/1 a LPMA permite a todas as mulheres o acesso a este tipo de técnicas de
procriação, independentemente do seu estado civil e do seu diagnóstico.
Para ter acesso a estas técnicas basta ser maior de idade, ou seja, basta ter mais de 18 anos.

 A identidade do dador (se houver) é anónima?


O artigo 15º/1 da LPMA consagra que a regra é a de sigilo sobre a identidade de quaisquer participantes no
atos de PMA. Segundo o nº2 a pessoa nascida de PMA, pode junto dos serviços competentes obter o nome
completo do dador.
Mantém-se duas exceções, a possibilidade de obtenção de informações do dador por razões poderosas
judicialmente reconhecidas e a possibilidade de obter informação sobre a eventual existência de um
impedimento legal ao casamento.

 Como funciona na PMA o estabelecimento da paternidade?


A filiação entre a criança e os beneficiários que tiverem contribuído para a PMA com as respetivas células
reprodutoras enquadra-se numa relação familiar de parentesco, de acordo com o artigo 1578º.
O vínculo de filiação deve ser constituído em relação ao beneficiário da PMA que não contribuiu, para o
processo, com as suas células reprodutoras, desde que ele tenha consentido validamente na formação desse
vínculo.
 Qual a importância do consentimento?

 O que é a procriação medicamente assistida post mortem?


A LPMA estabelece que, após a morte do marido ou do homem que vivia em união de facto, não é lícito à
mulher inseminada com sémen do falecido, ainda que haja consentimento na inseminação, segundo o artigo
22º/1 da LPMA.
Havendo inseminação post mortem ilícita, a criança que vier a nascer é tida como filha do falecido.

 Quando ocorre o momento da produção de efeitos da filiação?


A filiação biológica legalmente estabelecida produz efeitos desde o momento do nascimento do filho, de
acordo com o artigo 1797º/2.
A adoção constitui-se por sentença, atendo ao artigo 1973º/1, pelo que os efeitos da filiação adotiva
produzem-se a partir do trânsito julgado da decisão judicial.
A filiação por PMA heteróloga produz efeitos desde o momento do nascimento do filho.

 A quem é que compete a designação do nome do filho?


O nome completo de uma pessoa é fixado no momento do registo de nascimento, de acordo com o artigo
102º/1, alínea a) do CRC.
De acordo com o artigo 103º deve compor-se no máximo de seis vocábulos gramaticais, simples ou
compostos, dos quais só dois podem corresponder ao nome próprio e quatro a apelidos.

 O que são as responsabilidades parentais?


As responsabilidades parentais consistem num conjunto de situações jurídicas que emergem de um vínculo de
filiação e incumbem aos pais com vista na proteção e promoção do desenvolvimento integral do filho menor e
não emancipado.
As responsabilidades parentais são indisponíveis e intransmissíveis que competem aos pais e apenas a eles. O
conteúdo legal das responsabilidades parentais é expressamente ordenado em torno do interesse do filho, o
que sugere que se está perante um instituto destinado à prossecução ou até a inibição do exercício das
responsabilidades parentais.

 Quais são os deveres parentais?


Poder-dever de guarda – Mediante o poder de guarda, os pais visam pela segurança e saúde dos filhos.
Poder-dever de gerir a educação – O artigo 1885º explicita as duas incumbências dos pais no âmbito do poder-
dever de dirigir a educação, sendo que devem proporcionar, de acordo com as suas possibilidades, o
desenvolvimento físico, intelectual e moral dos filhos e proporcionar aos filhos a adequada instrução geral e
profissional correspondente às aptidões e inclinações de cada um.
Dever de prover sustento – Este dever compreende a habitação, o vestuário, a alimentação e todas as
prestações conexas com as várias situações jurídicas em que se desdobram as responsabilidades parentais.
Poder-dever de representação – Aos pais incumbe um dever de representação geral dos filhos menores, ainda
que nascituros, de acordo com o artigo 1878º/1.
Poder-dever de administração dos bens – Os pais têm o dever de administrar os bens dos filhos menores, com
exceções daqueles que são mencionados no artigo 1888º/1.
Dever de obediência e autonomia da criança – Se os filhos menores devem obediência aos pais, em
contrapartida, os pais devem, de acordo com a maturidade dos filhos, reconhecer-lhes autonomia na
organização da própria vida.

 Os filhos têm deveres perante os pais?


Sim, existem deveres mútuos.

 Como se sucede o exercício das responsabilidades parentais se os progenitores estiverem casados ou em


união de facto? E se estiverem separados, alteram-se?
O atual sistema de exercício das responsabilidades parentais orienta-se pelos seguintes princípios, o exercício
comum dessas responsabilidades quando os progenitores estão juntos e o exercício comum mitigado das
responsabilidades parentais quando não vivem juntos e a possibilidade de exercício das responsabilidades
parentais por terceiro.
Assim, se os pais vivem juntos, casados ou em união de facto, aplica-se o regime do exercício conjunto pleno
das responsabilidades parentais. Caso os pais estejam separados aplica-se o regime do exercício conjunto
mitigado das responsabilidades parentais.

 Os pais podem ser inibidos do exercício das responsabilidades parentais?


Sim. A inibição resulta diretamente da lei ou é decretada pelo tribunal com fundamento na condenação do
agente em crime a que a lei atribua o efeito de inibição é designada pela expressão de inibição de pleno
direito, segundo o artigo 1913º.
Considera-se de pelo direito inibidos do exercício das responsabilidades parentais os condenados
definitivamente por crimes que a lei atribua esse efeito, quando o tribunal decretar a inibição, os menores, os
maiores acompanhados, os ausentes e os pais biológicos.

 Quais são os meios de suprimento das responsabilidades parentais?


Quando as responsabilidades parentais não são, ou não podem ser, exercidas, é precisos recorrer a
instrumentos alternativos de prossecução do interesse da criança, abrangendo as medidas de tutela e
administração de bens.
O artigo 1921º/1 enumera os casos em que a criança está sujeita a tutela, relativamente quando há morte dos
pais, inibição do exercício paternal, impedimento de facto do exercício do poder paternal e quando há filiação
não constituída.
A administração de bens é constituída quando os pais tenham sido excluídos, inibidos ou suspensos da
administração de todos / alguns dos bens ou quando a entidade competente para designar o tutor confie a
outrem a administração dos bens do incapaz.
 Como se extingue a filiação por via de declaração de maternidade?
A declaração de maternidade pode ser anulada a requerimento do declarante por coação moral ou erro que
leve ao estabelecimento de uma falsa maternidade.
A declaração de maternidade feita depois de intentada em juízo de ação de investigação de maternidade contra
pessoa diferente da pessoa declarada como mãe fica sem efeito, caduca, se a ação for julgada procedente.

 O que é a impugnação da paternidade?


A paternidade presumida do marido da mãe só pode ser destruída por ação de impugnação ou por impugnação
da presunção da paternidade em ação de investigação da maternidade.
A impugnação da paternidade de filho concebido na constância do matrimónio constitui o modo normal de
impugnação da paternidade presumida. Na ação o autor deve provar que de acordo com as circunstâncias a
paternidade do marido da mãe é manifestamente improvável, atendendo ao artigo 1839º/2.
O regime da impugnação da perfilhação encontra-se no artigo 1859º. A paternidade estabelecida por
perfilhação que não corresponda à verdade é impugnável. A perfilhação é nula se não observar a forma
correspondente ou se for anterior à conceção.

 Fale sobre o instituto de proteção das crianças e jovem em perigo.


A conceção moderna das crianças como uma pessoa e uma pessoa que não é um jovem adulto, mas um sujeito
autónomo de direitos, com especificidades resultantes de características das fases próprias do seu
desenvolvimento, repercute-se na construção dos chamados "direitos das crianças", construção que pressupõe
a necessidade de conferir proteção especial àqueles que tê menos de 18 anos de idade.
A Lei de Proteção adere a um novo modelo de proteção, assim a criança passa a ser encarada como uma
verdadeira pessoa, um sujeito cujos direitos devem ser respeitados.

 Quais são os pressupostos de uma situação de perigo onde é necessária intervir?


O pressuposto da intervenção regular de proteção é fixado pela cláusula geral do artigo 3º/1 da Lei de
Proteção, sendo que a intensão é legítima quando os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda
ponham em perigo a segurança, a saúde, a formação, a educação ou o desenvolvimento da criança e do jovem.
Qualquer pessoa eu tenha conhecimento de situações de perigo podo comunicá-las às entidades com
competência em matéria de infância.

 Que medidas existem para promover a proteção e promoção dos direitos das crianças e jovens?
As medidas em apreço são enumeradas no artigo 35º/1 da Lei de Proteção, sendo elas o apoio junto dos pais,
apoio junto de outros familiares, confiança a pessoa idónea, apoio para a autonomia da vida, acolhimento
familiar, acolhimento residencial, confiança da pessoa selecionada para a adoção.

 No que consiste a medida de apoio junto dos pais?


A medida de apoio junto dos pais consiste em proporcionar à criança ou jovem apoio de natureza
psicopedagógica e social e, quando necessário, ajuda económica.
 Diferencia o acolhimento familiar da confiança com vista a futura adoção?
O acolhimento familiar consiste na atribuição da confiança da criança ou jovem a pessoa singular ou a família,
habilitadas para o efeito. A confiança só pode ser atribuída a pessoas que não tenham qualquer relação de
parentesco com a criança ou jovem.
Pelo contrário, a confiança com vista a futura adoção consiste na colocação da criança e do jovem sob a
guarda ou de candidato selecionado para a adoção pelo competente organismo de segurança social, ou de
família de acolhimento com vista a futura adoção ou de instituição também com vista a futura adoção.

 No que consiste o apadrinhamento civil?


O artigo 2º da LAC define o apadrinhamento civil como uma relação jurídica, tendencialmente de carácter
permanente, ente, entre uma criança ou jovem e uma pessoa singular ou uma família que exerça os poderes e
deveres próprios dos pais e com ele estabeleçam vínculos afetivos que permitam o seu bem-estar e
desenvolvimento, constituída por homologação ou decisão judicial e sujeita a registo civil.

 Quais são os requisitos para que possa haver um apadrinhamento civil?


Os requisitos do apadrinhamento civil quanto ao afilhado são a conveniência de um vínculo, a idade máxima,
a inviabilidade da adoção, a não subsistência de outro apadrinhamento e consentimento.
Quanto aos padrinhos, exige-se habilitação, uma idade mínima e a vontade de apadrinhar. Pode apadrinhar a
pessoa maior de 25 anos, previamente habilitada para o efeito. A habilitação consiste na certificação de que a
pessoa singular ou os membros da família que pretendem apadrinhar uma criança ou jovem possuem
idoneidade e autonomia de vida que lhes permitam assumir as responsabilidades próprias do vínculo de
apadrinhamento civil.

 Quais são os efeitos do apadrinhamento civil? E como se extinguem?


O principal efeito do apadrinhamento civil traduz-se na atribuição do exercício das responsabilidades
parentais aos padrinhos, atendendo ao artigo 7º/1 da LAC.
De acordo com o artigo 24º/1 da LAC, o apadrinhamento civil dá corpo a um vínculo permanente que só
extingue por revogação.
A revogação extingue o apadrinhamento e é feita por decisão do tribunal, nos termos do artigo 25º/2 da LAC.
O apadrinhamento civil pode ser revogado por iniciativa de qualquer subscritor do compromisso de
apadrinhamento, do organismo competente da segurança social, de outra instituição com legitimidade para
designar e habilitar os padrinhos, da comissão de proteção de crianças e jovens, do Ministério Público ou do
tribunal.

 O que é o instituto da proteção dos idosos e qual é o seu propósito?


Não há para os idosos, uma lei como a que existe para a proteção de crianças e jovens em perigo.
No entanto, o idoso também pode estar em perigo, pode ter sido abandonado, pode estar a sofrer maus tratos
físicos e psicológicos, pode não estar a receber os cuidados ou a aferição adequados à sua idade e situação
pessoal, pode estar a ser objeto de exploração material ou financeira.
O propósito deste instituto é regular e prever medidas que contribuam para a saúde e para o bem-estar dos
idosos.
 Como é definido o casamento?
O artigo 1577º define o casamento como o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir
família mediante uma plena comunhão de vida.
O casamento caracteriza-se pela contratualidade, pela assunção do compromisso recíproco de plena comunhão
de vida, pela personalidade e pela solenidade.

 O que é uma promessa de casamento?


A promessa de casamento é o contrato pelo qual duas pessoas prometem contrair matrimónio, de acordo com
o artigo 1591º.

 Quais são os efeitos da promessa de casamento?


Mediante a promessa de casamento, as partes ficam vinculadas a casar uma com a outra. No casamento, a
natureza das obrigações de casar obsta à execução específica da promessa. No caso de incumprimento, é
conferido apenas o direito às indemnizações previstas no artigo 1594º.

 Quem têm capacidade para celebrar casamento?


A capacidade constitui um dos requisitos de fundo do casamento civil. Têm capacidade para contrair
casamento todos aqueles em que se não verifique algum impedimento matrimoniais, de acordo com o artigo
1600º.

 Distinga impedimentos dirimentes e impedimentos impedientes.


Os impedimentos podem ser dirimentes e impedientes. Os dirimentes são aqueles que, verificando-se, tornam
o casamento anulável. Os outros são impedientes.

 Quais são os impedimentos dirimentes?


O artigo 1601º enumera os impedimentos dirimentes absolutos a idade inferior a 16 anos, a demência notória
e a decisão de acompanhamento e o vínculo matrimonial anterior não dissolvido.
Por demência, entende-se qualquer anomalia psíquica que torne uma pessoa incapaz de reger
convenientemente a sua esposa ou / e o seu património.
O artigo 1602º enuncia os impedimentos dirimentes relativos, sendo eles o parentesco em linha reta e no
segundo grau da linha colateral, a afinidade na linha reta, a relação anterior de responsabilidades parentais e a
condenação de um dos nubentes por homicídio doloso contra o cônjuge do outro.

 Quais são os impedimentos impedientes?


O artigo 1604º indica que são impedimentos impedientes, além dos outros designados em leis especiais, a
falta de autorização dos pais ou do tutor para o casamento de menores, o parentesco no terceiro grau da linha
colateral, o vínculo de tutela, acompanhamento de maior ou administração legal de bens, e a pronúncia de um
dos nubentes pelo crime de homicídio doloso contra o cônjuge do outro.
 Os impedientes dirimentes (absolutos ou relativos) geram a anulabilidade? E os
impedimentos impedientes?
A celebração do casamento com impedimentos dirimentes acarreta a anulabilidade do ato,
atendendo ao artigo 1631º alínea a). Mas a anulação deve ser decretada por sentença em ação
especialmente intentada para esse fim, de acordo com o artigo seguinte. Os impedimentos
podem ser absolutos ou relativos. Os impedimentos absolutos obstam à celebração de um
casamento por uma pessoa seja com quem for. Os impedimentos relativos são aqueles que
obstam à realização de um casamento entre certas pessoas.
Nos impedimentos dirimentes não existe a consequência da anulabilidade.

 Qual o vício/sanção no casamento entre 3 pessoas?


O casamento entre três pessoas é nulo.

 Qual a sanção do casamento celebrado por um bígamo? Se o primeiro casamento for


dissolvido por divórcio, sana o vício do segundo?

 A e B divorciam-se. A tem filho de outro casamento. Pode esse filho casar com B?

 Qual a importância do consentimento no casamento?


O contrato de casamento exige o mútuo consentimento das partes, que tem de ser exteriorizado no próprio ato,
de acordo com o artigo 1617º. O consentimento matrimonial deve ser puro e simples, como decorre do artigo
1618º.
O casamento em cuja celebração tenha faltado a declaração de vontade de um ou ambos os nubentes é
juridicamente inexistente (1628º).

 Quando ocorre divergências entre a vontade e a declaração?


O casamento é anulável, por falta de vontade negocial, nos casos em que falte consciência do ato ou em que a
declaração para casar tenha sido extorquida por coação física.
Qualquer causa de falta de consciência do ato é relevante para efeitos de anulação do casamento,
designadamente a incapacidade acidental e o erro na declaração que não recaia sobre a identidade física do
outro contraente. Outra situação de divergência entre a vontade e a declaração que fundamenta a anulação do
casamento é a simulação.

 Pode haver casamento por procuração dos dois nubentes?


Não. O casamento por procuração constitui uma exceção do princípio do carácter pessoal do consentimento.
É lícita a representação por procurador de um, e apenas um, dos nubentes na celebração do casamento. Se
ambos se fizerem representar por um procurador o casamento é inexistente.
 Como se qualifica um erro-vicío?
O casamento celebrado com a vontade viciada por erro é anulável nos termos do artigo 1636º. Para ser
relevante enquanto causa de anulabilidade, o erro tem de recair sobre as qualidades essenciais da pessoa do
outro cônjuge, tem de ser desculpável e essencial.
A desculpabilidade significa que não se pode tratar de erro grosseiro, em que não teria caído uma pessoa
normal, nas circunstâncias do caso.
É preciso que o erro seja objetivamente essencial, só releva uma qualidade em concreto que, a ser conhecida,
tornaria legítima a não celebração do casamento, à luz da consciência social dominante.

 O que é a propriedade do erro?


Para ser relevante enquanto causa de anulabilidade, o erro tem de recair sobre as qualidades essenciais da
pessoa do outro cônjuge, tem de ser desculpável e essencial.

 Distinga coação física de coação moral (no regime de casamento).


O casamento é anulável, por falta de vontade negocial, nos casos em que falte consciência do ato ou em que a
declaração para casar tenha sido extorquida por coação física.
O casamento celebrado sob coação moral é anulável, desde que seja grave o mal com que o nubente é
ilicitamente ameaçado, e justificado o receio da sua consumação.

 A tem uma dívida de 10.000 Euros sobre B. Se B não casar com A este executa a dívida. Isto é coação?

 A é credor de B, ambos de sexo diferente. A vai ter com B e ameaça executar a dívida se B não casar
com ele. B aceita.

 Qual é o processo do casamento civil?


O casamento celebrado sem precedência do processo preliminar de casamento é válido.
O processo preliminar de casamento destina-se à verificação da inexistência de impedimentos (1610º) é
organizado por qualquer conservatória do registo civil (134º CRC) e inicia-se com a declaração para
casamento.
Na declaração para casamento eles comunicam a sua intenção de contrair casamento e requerem a instauração
do processo de casamento, atendendo ao artigo 135º CRC.
Efetuadas as diligências necessárias deve o conservador proferir despacho final a autorizar os nubentes a
celebrar o casamento ou a mandar arquivar o processo, à luz do artigo 144º/1.
Lavrado o despacho final a autorizar a realização do casamento, este deve celebrar-se dentro dos 6 meses
seguintes, de acordo com os artigos 1614º, 153º a 155º CRC e 1615º a 1616º.
É indispensável para a celebração do casamento a presença dos nubentes, ou de um deles e do procurador do
outro.
É obrigatória a presença de duas testemunhas sempre que a identidade de qualquer dos nubentes ou do
procurador não possa ser confirmada por uma das formas previstas no artigo154º/3 CRC. O casamento
celebrado sem a presença das testemunhas, quando obrigatória, é anulável.

 Quais são as formalidades do casamento civil por forma religiosa?


O processo preliminar de casamento corre na conservatória do registo civil.
Findo o processo preliminar de casamento, sem que se tenha verificado a existência de impedimentos, o
conservador autoriza o casamento e passa o respetivo certificado, nos termos dos artigos 146º e 147º CRC. O
certificado para casamento deve conter menção de que os nubentes têm conhecimento do disposto nos artigos
1577º, 1600º, 1671º e 1672º.
Após a celebração do casamento civil por forma religiosa, o ministro do culto deve lavrar imediatamente o
assento e enviar à conservatória competente, dentro do prazo de 3 dias, o duplicado do assento, de acordo com
os artigos 187º-A e 187º-B CRC. O conservador deve efetuar a transcrição do duplicado no prazo de um dia e
comunicá-la ao ministro do culto até ao termo do dia imediato àquele em que foi feita.
Tal como acontece com o casamento católico, o conservador deve recusar a transcrição do casamento civil por
forma religiosa se, no momento da celebração, for oponível a este matrimónio algum impedimento dirimente,
de acordo com o artigo 187º-C/3 CRC.

 O que é o casamento urgente?


O casamento urgente sob forma civil é aquele cuja celebração é permitida independentemente do processo
preliminar de casamento e sem a intervenção do funcionário do registo civil, de acordo com o artigo 1622º/1.

 Quais são as especialidades do casamento urgente?


São requisitos de fundo do casamento urgente o fundado receio de morte próxima de algum dos nubentes ou
iminência de parto, atendendo ao artigo 1622º/1.
Especialidades a nível de formalidades:
 Desnecessidade da precedência do processo preliminar de casamento.
 Dispensa-se a presença do conservador do registo civil, ou do ministro de culto.
 É obrigatória a presença de quatro testemunhas.
 Há uma fase de formalidades subsequentes à celebração (fase da homologação)

 Qual é a consequência da falta de homologação do casamento civil?


Apresentada a ata do casamento, o conservador decide se o casamento deve ser homologado, de
acordo com o artigo 1623º/2.
As causas justificativas da não homologação são referidas no artigo 1624º/1.
O casamento urgente não homologado é juridicamente inexistente, atendendo ao artigo 1628º, alínea
e)

 Como se processa o casamento católico?


A generalidade dos casamentos católicos está sujeita a processo preliminar de casamento, que é organizado
nas conservatórias do registo civil, de acordo com o artigo 1597º/1.
O casamento católico não pode ser celebrado sem que ao pároco seja apresentado o aludido certificado, a não
ser que se trate de casamento dispensado do processo preliminar de casamento (151º CRC).
Após a celebração do casamento católico, o pároco deve lavrar o assento paroquial em duplicado e enviar à
conservatória competente, dentro do prazo de três dias, o duplicado do assento.
O conservador deve transcrever o duplicado dentro do prazo de 1 dia e comunicar o registo civil do casamento
ao pároco até ao termo do dia imediato àquele em que foi feito, conforme o artigo 72º/1 CRC.
O casamento católico não transcrito produz nenhum efeito civil enquanto não for dissolvido obsta à
celebração de casamento civil subsequente, segundo o artigo 1601º, alínea c).

 O casamento católico tem de ser registado?


Sim.

 O que acontece a um casamento católico urgente celebrado entre 2 parentes do 2º grau da linha
colateral?

 O casamento de portugueses feitos no estrangeiro pode ser registado a qualquer momento?

 Quais são os deveres dos cônjuges?


Dever de respeito - Num sentido mais restrito, o dever de respeito consiste em não lesar a honra, sendo
indiscutível a ilicitude dos comportamentos de um cônjuge que atinjam a integridade moral do outro.
Dever de fidelidade - No Direito tem prevalecido a posição de identificar o dever de fidelidade com um duplo
dever de abstenção, sendo ela a fidelidade física, que impede adultério, e a fidelidade moral, que impede
qualquer ligação amorosa, não carnal.
Dever de coabitação - O dever de habitação impõe comunhão de leito, mesa e habitação. A comunhão de leito
refere-se à partilha de uma cama e prática de atos sexuais, a comunhão de mesa refere-se à comunhão de vida
económica.
Dever de cooperação - O dever de cooperação decompõe-se em duas obrigações, a obrigação de socorro e
auxílio mútuos e a obrigação de os cônjuges assumirem em conjunto as responsabilidades inerentes à vida da
família que fundaram.
Dever de assistência - É um dever estruturalmente patrimonial, envolvendo prestações suscetíveis de
avaliação pecuniária, sendo que nele cabem duas obrigações, de acordo com o artigo 1675º/1, a obrigação de
prestar alimentos e a obrigação de contribuir para os encargos da vida familiar.

 Distinga o dever de assistência do dever de cooperação?


O dever de cooperação decompõe-se em duas obrigações, a obrigação de socorro e auxílio mútuos e a
obrigação de os cônjuges assumirem em conjunto as responsabilidades inerentes à vida da família que
fundaram. O dever de assistência é um dever estruturalmente patrimonial, envolvendo prestações suscetíveis
de avaliação pecuniária, sendo que nele cabem duas obrigações, de acordo com o artigo 1675º/1, a obrigação
de prestar alimentos e a obrigação de contribuir para os encargos da vida familiar.

 O dever de assistência abrange apenas os encargos normais ou todos os encargos?

 A e B são casados. Um dia B decide que não paga nada o que estiver relacionado com A. Deixa de pagar
a água da casa, a luz, telefone, etc. O que é que A pode fazer ou só pode pedir o divórcio? Ou tem outros
meios?

 Imagine que o cônjuge violou o dever de fidelidade. Pode pedir o divórcio?

 No caso de violação desses deveres o que se sucede?

 O que são convenções antenupciais? Qual o seu propósito?


É o único modo pelo qual é permitido às partes fazerem estipulações sobre regime de bens, de acordo com o
artigo 1717º. Aa falta de convenção antenupcial, o casamento considera-se celebrado sob o regime de bens
supletivos.
Em matéria de regime de bens, vigora o princípio da liberdade de estipulação, à luz do artigo 1698º.

 Pode ser constituída uma convenção antenupcial a termo? E sob condição?


Sim!

 Quais são os limites à liberdade de celebração da convenção antenupcial?


Por força do 1699º/1 d), o artigo 1733º/1 é uma regra injuntiva que se aplica a todo e qualquer regime de bens
e não apenas ao regime típico da comunhão geral.
O artigo 1699º/2 determina que não é admissível a escolha do regime da comunhão geral nem a estipulação da
comunicabilidade dos bens referidos no artigo 1722º/1, se o casamento for celebrado por quem tenha filhos.
Não é permitida a fixação, total ou parcial, do regime de bens por simples remissão genérica para uma lei
estrangeira, para um preceito revogado, ou para usos e costumes locais (1718º).
O casamento celebrado sem precedência do processo preliminar de casamento ou por quem tenha completado
60 anos de idade considera-se sempre contraído no regime imperativo da separação de bens (1720º/1).
 Imagine que vou-me casar, mas quero fazer uma convenção antenupcial. No entanto tenho um filho. Há
alguma limitação à liberdade de convenção?
O artigo 1699º/2 determina que não é admissível a escolha do regime da comunhão geral nem a estipulação da
comunicabilidade dos bens referidos no artigo 1722º/1, se o casamento for celebrado por quem tenha filhos.

 A e B contraem casamento acordando no que respeita às relações extra-matrimoniais que cada um


fizesse o que quisesse. Quid iuris?

 O que são doações para casamento?


A doação para casamento é a doação feita a um dos esposados ou a ambos, em vista do seu casamento, de
acordo com o artigo 1753º/1, sendo que não se confundem com as prendas para casamento.

 O que é o regime de bens?


O regime de bens designa o complexo de normas relativas as efeitos do casamento que se produzam, no plano
patrimonial, durante a subsistência do vínculo matrimonial e não estejam estreitamente ligados à disciplina
dos deveres dos cônjuges.

 Quantos regimes de bens existem?


Existem dois tipos de regime de bens, os típicos e os atípicos, sendo que dentro dos típicos encontramos a
separação de bens, o regime de adquiridos e a comunhão geral de bens.

 Como se qualifica o regime da comunhão de adquiridos?


O regime da comunhão de adquiridos é apenas convencional ou supletivo, de acordo com o artigo 1717º,
desde que se não esteja perante uma das situações do regime imperativo da separação de bens, artigo 1720º/1.
O artigo 1724º é uma disposição central do regime da comunhão de adquiridos. Nos termos da alínea a), o
produto do trabalho faz parte da comunhão.
O artigo 1724º, alínea b) consagra que em regra, são comuns os bens adquiridos, a título oneroso, pelos
cônjuges na constância do matrimónio.
São ainda bens próprios os bens que cada um dos cônjuges tiver ao tempo da celebração do casamento, os
bens adquiridos na constância de matrimónio anterior, os bens sub-rogados no lugar de bens próprios, os bens
próprios de um dos cônjuges, os bens indivisos que o cônjuge for proprietário fora da comunhão e os bens que
constam no artigo 1733º/1.

 Como se qualifica o regime da comunhão geral de bens?


A comunhão conjugal de bens e a compropriedade são contitularidades de natureza distinta. A comunhão
conjugal de bens corresponde a uma contitularidade de mão comum. Enquanto a compropriedade tem na base
uma pluridade de direitos da mesma espécie que recaem sobre o mesmo bem, os sujeitos da comunhão são
titulares de um único direito sobre o chamado bem comum.
Na comunhão conjugal cada cônjuge tem necessariamente uma quota na comunhão, que é designada por
menção dos bens comuns.
As quotas na comunhão conjugal são idênticas, os sujeitos participam por metade no património comum,
sendo nula qualquer estipulação em contrário, de acordo com o artigo 1730º/1. Pelo contrário, na
compropriedade os direitos dos consortes podem ser quantitativamente diferentes, à luz do artigo 1403º/1.
A comunhão conjugal é um património de afetação especial, na medida em que se destina preferencialmente à
satisfação de determinadas dívidas, as dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges, de acordo com o
artigo 1695º.

 Como se qualifica o regime da separação de bens?


No regime típico da separação de bens, não há bens comuns, ou seja, os bens pertencem a um cônjuge, em
propriedade exclusiva, ou a ambos, em compropriedade.
O artigo 1736º/1 permite a estipulação convencional de cláusulas de presunção sobre a propriedade dos bens
móveis.
Nem mesmo no regime da separação existe uma total independência patrimonial, os cônjuges estão obrigados
a um mínimo de comunhão de vida patrimonial.

 O que são regimes atípicos? Como se identificam?


Os regimes atípicos têm de se fixados por convenção antenupcial que tanto pode ser celebrado por escritura
pública como por declaração prestada perante o funcionário do registo civil, de acordo com o artigo 1710º e
estão submetidos às restrições comuns ao princípio da liberdade de estipulação em matéria de regimes de
bens.

 É possível mudar o regime de bens?


Não. Antes da celebração do casamento vigora o princípio geral da modificação ou extinção por mútuo
consentimento dos contraentes, de acordo com o artigo 1712º/1. Após a celebração do casamento, vigora o
princípio da imutabilidade (1714º/1).

 Relativamente ao princípio da imutabilidade da convenção antenupcial. Explique e diga quais são as


exceções.
Após a celebração do casamento, vigora o princípio da imutabilidade (1714º/1). Todavia existe exceções ao
princípio da imutabilidade, estando elas consagradas no artigo 1715o/1, alíneas b), c) e d), e no artigo 1715o/1
a).

 O princípio da imutabilidade é uma forma de garantia dos direitos adquiridos?

 Quais são os sistemas de administração dos bens do casal?


O artigo 1678º fixa os poderes de administração dos bens do casal que cabem a cada um dos cônjuges.
O artigo 1678º regula inteiramente os atos de administração que se não enquadrem na categoria dos atos de
disposição.
Em teoria, são configuráveis quatro sistemas de administração dos bens comuns, a entrega da administração
apenas a um dos cônjuges, outro confere separadamente a cada um dos cônjuges a administração de uma certa
massa de bens, obriga à intervenção de ambos os cônjuges para a prática de atos sobre os bens comuns e
permite que qualquer dos cônjuges sozinho pratique tais atos.
O artigo 1678º/3 opta pelo 3º e 4º sistemas, em função do critério do tipo de administração, sendo que cada
um dos cônjuges tem legitimidade para a prática de atos de administração ordinária, mas os restantes atos só
podem ser praticados com o consentimento de ambos os cônjuges.
A administração ordinária corresponde à gestão normal, ou seja, atos que, não alterando a substância da coisa,
se destinam à sua frutificação ou conservação.

 Como é que distingue para efeitos do artigo 1678º n.º 3 os atos de administração ordinária dos atos de
administração extraordinária?

 O que são providências administrativas e quando é que se aplicam?


O cônjuge que não tem a administração dos bens pode tomar medidas de carácter administrativo relativamente
aos mesmos, enquanto gestor de negócios, nos termos dos artigos 464º e seguintes ou 1679º C. Civil.
A gestão de negócios conjugal exige que o outro cônjuge esteja impossibilitado de exercer a administração, a
impossibilidade em questão no artigo 1679º é temporária, eventual ou transitória.

 Como se administra as contas bancárias dos cônjuges?


Atendendo ao artigo 1680º cada um cônjuge pode constituir e movimentar livremente contas singulares.
Reconhece-se a cada um dos cônjuges um direito da liberdade contratual especifica, facilita o comércio
bancário, dispensando o Banco do ónus de averiguar se a constituição e a movimentação da conta se ajustam
às regras patrimoniais do casamento

 Existem regas especiais para a disposição dos bens do casal?


A legitimidade para dispor tende a coincidir com a legitimidade para administrar, aplica-se o artigo 1682º/1 e
2.
De acordo com o regente o artigo 1682º/3, alínea a) destina-se a evitar que as condições materiais de vida no
lar conjugal sejam alteradas por ato unilateral de um dos cônjuges.
O artigo 1682º-A regula os atos de disposição em vida de imóveis e no estabelecimento comercial, abstraindo-
se das regras sobre administração dos bens do casal e não distingue consoante o bem seja próprio ou comum.
Para efeitos de disposição do estabelecimento comercial e de todos os imóveis, com exceção da casa de
morada da família, é exigido o consentimento de ambos os cônjuges a não ser que entre eles vigore o regime
da separação de bens.

 Um dos membros do casal pode vender livremente a casa de morada de família?


Não. A casa de morada da família é um bem imóvel com uma especial dignidade, espaço privilegiado de
realização da comunhão conjugal.
Em qualquer regime de bens, a disposição da casa de morada da família carece do consentimento de ambos os
cônjuges, segundo o artigo 1682º-A/2.

 Em que circunstâncias ocorre os poderes de disposição por morte?


O artigo 1685º reconhece a cada um dos cônjuges tem o direito de dispor livremente por ato mortis causa dos
seus bens próprios e da sua meação no património comum. Mas no que respeita ao património comum, a plena
liberdade de disposição mortis causa limita-se à metade ideal que cabe a cada cônjuge.

 Relativamente às dívidas, quem é que é responsabilizado por elas?


A dívida contraída por um cônjuge responsabiliza também o outro, dívida comunicável que pode existir ainda
que os cônjuges estejam casados no regime de separação de bens.
A determinação da responsabilidade dos cônjuges pelas dívidas é, por vezes, condicionada pelo momento em
que foram contraídas (1691º/1, alínea c). É aplicado o artigo 1690º/2 para efeitos de responsabilização dos
cônjuges.
A aplicação do artigo1691º/1 c) tem como pressupostos a dívida contraída na constância do casamento, a
dívida contraída pelo cônjuge administrador e nos limites dos seus poderes de administração e a dívida
contraída em proveito comum do casal.
As dívidas que oneram aquisições a título gratuito são da exclusiva responsabilidade do cônjuge aceitante, a
não ser que, por força do regime de bens adotados, os bens adquiridos ingressem no património comum,
hipótese em que aquelas dívidas serão da responsabilidade de ambos os cônjuges (1693º).

 Que bens respondem pelas dívidas dos cônjuges?


Nos termos no artigo 1695º/1, pelas dívidas comunicáveis respondem os bens comuns do casal e, na falta ou
insuficiência deles, solidariamente, os bens próprios de qualquer dos cônjuges.
Pelas dívidas da exclusiva responsabilidade de um dos cônjuges respondem os bens próprios do cônjuge e,
subsidiariamente, a sua meação nos bens comuns (1696º/1).

 Imagine que A e B são casados no regime da comunhão de adquiridos. B recebe rendas do imóvel x que
já lhe pertencia antes do casamento. As rendas são próprias ou comuns do casal?
São próprias.

 A e B são casados em separação de bens e são comproprietários do imóvel x. Pode um deles vender a
sua quota parte do imóvel?
Sim, para efeitos de disposição do estabelecimento comercial e de todos os imóveis, com exceção da casa de
morada da família, é exigido o consentimento de ambos os cônjuges a não ser que entre eles vigore o regime
da separação de bens, o que é o caso.
 A e B são casados em separação de bens. B contraí uma dívida para fazer uma reparação na casa de
morada de família. Empreiteiro pretende executar a dívida. Contra quem? A dívida é comum e eles são
casados em separação de bens? Pode ser? Que bens respondem?
Uma vez que se trata da casa de morada de família, que é usufruída por ambos os membros do casal, as
dívidas de um deles são comuns, mesmo se tratando de um regime de separação de bens.
Os bens que respondem são os bens daquele que contraí a dívida, se for necessário mais vai s ebuscar os bens
do outro membro do casal.

 O que é a partilha dos bens do casal?


A partilha é o ato pelo qual se põe termo à indivisão de um património, visando a atribuição definitiva aos
cônjuges aos bens comuns, através do preenchimento das respetivas meações.
Existem duas ordens de pressupostos, a existência de bens comuns e a cessação das relações patrimoniais
entre os cônjuges ou separação superveniente de bens.
Só há partilha se houver bens comuns.

 Pode haver doações entre casados?


As doações entre cônjuges só não são válidas quando vigore imperativamente o regime da separação de bens
(1762º).
O princípio da validade da doação entre casados, justifica-se a doação entre casados é sempre revogável
unilateralmente e a doação entre casados, na falta de estipulação em contrário, vale como antecipação da
quota que cabe ao cônjuge enquanto sucessível, por força do mecanismo da imputação de liberalidades.
A doação de bens móveis só vale como doação entre casados sendo feita por documento escrito, de acordo
com o artigo 1763º/1.

 Os cônjuges podem celebrar contratos de sociedade?


O artigo 1714º/2 impede a celebração de contratos de sociedade entre os cônjuges, exceto quando estes se
encontrem separados de pessoas e bens.
No que toca às sociedades comerciais e civis sob forma comercial, é permitida a sua constituição entre
cônjuges e a participação deles na mesma sociedade desde que se trate de uma sociedade por quotas, de
sociedade anónima ou de uma sociedade em comandita na qual nenhum dos cônjuges, ou só um deles, seja
sócio comanditado.

 O que é a separação de facto?


A separação de facto verifica-se quando se preencham dois elementos, um objetivo e outro subjetivo. O
elemento objetivo é a falta de vida em comum dos cônjuges, a ausência de coabitação. O elemento subjetivo
consiste no propósito de não restabelecer a vida em comum, numa disposição anterior de não retomar a
coabitação, esse propósito tanto pode ser de ambos os cônjuges como de só um deles.

 Quais são os efeitos da separação de facto?


A separação de facto constitui fundamento do divórcio por rutura da vida em comum, nos termos da alínea a)
do artigo 1781º.
A ausência da vida em comum inerente à separação de facto leva à conversão da obrigação de contribuir para
os encargos da vida familiar em obrigações de prestar alimentos.
A ausência da vida em comum inerente à separação de facto obsta à aplicação do artigo 1681º/1, alínea b).
Os cônjuges separados de facto continuam vinculados aos deveres dos cônjuges, excetuando o dever de
assistência, no caso previsto no artigo 1675º/3.

 O que é a separação de bens?


A separação de pessoas e bens é um instituto que modifica o vínculo matrimonial, extinguindo as relações
patrimoniais e o dever de coabitação entre os cônjuges.
Como resulta do artigo 1794º boa parte do regime do divórcio é aplicável à separação de pessoas e bens. Por
conseguinte, a separação de pessoas e bens pode ser por mútuo consentimento ou sem consentimento de um
dos cônjuges.

 Distinga separação de bens de separação de facto?


A separação de facto verifica-se quando se preencham dois elementos, um objetivo e outro subjetivo. O
elemento objetivo é a falta de vida em comum dos cônjuges, a ausência de coabitação. O elemento subjetivo
consiste no propósito de não restabelecer a vida em comum, numa disposição anterior de não retomar a
coabitação, esse propósito tanto pode ser de ambos os cônjuges como de só um deles.
A separação de pessoas e bens é um instituto que modifica o vínculo matrimonial, extinguindo as relações
patrimoniais e o dever de coabitação entre os cônjuges

 Quais são os efeitos da separação de bens?


A separação de pessoas e bens afeta dois deveres conjugais, o dever de coabitação, que se extingue (pelo que
deixa de haver uma casa de morada da família) e o dever de assistência, que ou se extingue ou assume a
configuração de obrigação de obrigação de alimentos a c argo de um dos cônjuges. Os restantes deveres
subsistem.
Cessam, para o futuro, as relações patrimoniais entre os cônjuges, a comunhão conjugal de bens, as regras de
administração e disposição, as regras sobre dívidas, a proibição dos contratos de compra e venda e de
sociedade.

 Quais são as causas de cessação da separação de pessoas e bens?


A separação de pessoas e bens termina pela reconciliação dos cônjuges ou pela dissolução do casamento
(1795º-B).

 Quais as causas de extinção do vínculo matrimonial?


As causas são a inexistência, a anulabilidade, o casamento putativo e o divórcio.

 Que causas de inexistência conhece?


As causas de inexistência são unicamente as que figuram do artigo 1628º, sendo elas a celebração do
casamento não urgente perante quem não tinha competência par o ato, a não homologação de casamento
urgente, a celebração de casamento em que tenha faltado a declaração da vontade de um ou de ambos os
nubentes, a celebração de casamento por intermédio de procurador, depois que tenham cessado os efeitos da
procuração.

 Quais são as causas de anulabilidade?


Atendendo ao artigo 1627º não há outras causas de anulabilidade do casamento além das especificadas na lei,
sendo que o artigo 1631º anuncia os 3 grupos de causas de anulabilidade, o impedimento dirimente, a falta ou
vício de vontade e a ausência de testemunhas, quando legalmente exigidas.

 O que é o casamento putativo e quais são os seus requisitos?


O casamento putativo é o casamento anulado ou declarado nulo que produz efeitos, como se fosse válido, até
ao trânsito em julgado da sentença de anulação ou até ao averbamento no registo civil da decisão de nulidade,
de acordo com o artigo 1647º/1 e 3.
Os requisitos do casamento putativo são três e estão nos artigos 1630º/1 e 1647º, sendo eles a existência do
casamento, anulação do casamento civil ou declaração de nulidade do casamento católico, casamento
contraído de boa-fé pelo menos por um dos cônjuges.

 Porque é que aplica ao casamento simulado um regime diferente (do casamento putativo)?
O casamento putativo é o casamento anulado ou declarado nulo que produz efeitos, como se fosse válido, até
ao trânsito em julgado da sentença de anulação ou até ao averbamento no registo civil da decisão de nulidade,
de acordo com o artigo 1647º/1 e 3.

 Como se caracteriza a dissolução por morte?


A morte de um dos cônjuges acarreta a cessação da generalidade dos efeitos do casamento (1688º), que opera
para o futuro. Procede-se à partilha dos bens do casal.
Apesar da extinção do casamento, as relações de afinidade que ligam o cônjuge sobrevivo aos parentes do
outro subsistem, atendendo ao artigo 1585º, 2ª parte.

 O que é o divórcio?
O divórcio é uma causa de dissolução do casamento decretada pelo tribunal ou pelo conservador do registo
civil, a requerimento de um ou dos dois cônjuges.

 Qual a diferença entre divórcio por mútuo consentimento e divórcio litigioso?


A primeira classificação é inequivocamente a mais relevante, sendo que está expressamente mencionada no
artigo 1773º/1. O divórcio por mútuo consentimento é requerido na conservatória do registo civil por ambos
os cônjuges, de comum acordo, ou no tribunal se os cônjuges não acompanharem o requisito de divórcio com
todos os acordos que são exigidos nos termos do artigo 1775º/1.
O regime do divórcio litigioso em sentido amplo pode ter por base o princípio de culpa ou o princípio da
rutura. Inspirando-se no princípio da culpa, a lei faz depender a obtenção de divórcio litigioso por parte de um
cônjuge de uma violação culposa dos deveres conjugais pelo outro ou/e sujeita o cônjuge a quem é imputável
o fim da vida em comum a consequências patrimoniais negativas no campo da dissolução do casamento.

 Qual é o processo do divórcio por mútuo consentimento?


O divórcio por mútuo consentimento pode ser instaurado na conservatória do registo civil, mediante
requerimento assinado pelos cônjuges ou seus procuradores, acompanhado pelos documentos enumerados no
artigo 1775º/1.
Mantendo os cônjuges o propósito de se divorciarem, o conservador convoca os cônjuges para uma
conferência, em que verifica o preenchimento dos pressupostos legais e aprecia os acordos que foram
apresentados pelas partes com o requerimento de divórcio, segundo o artigo 1777º/1, 1ª parte.
Se os acordos apresentados acautelarem suficientemente os interesses de ambos os cônjuges e dos filhos, o
conservador homologa os acordos e decreta o divórcio. No caso contrário, o conservador convida os cônjuges
a alterar os acordos. Se forem efetuadas as modificações necessárias para salvaguardar o interesse de ambos
os cônjuges, o conservador homóloga os acordos e decreta o divórcio, procedendo-se ao correspondente
registo. Não sendo efetuadas tais modificações a homologação é recusada e o processo de divórcio é
integralmente remetido para o tribunal.
Se for apresentado pelos cônjuges acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais, a tramitação do
processo de divórcio por muito consentimento na conservatória será distinta.
O processo é enviado ao Ministério Público para que se pronuncie sobre o acordo, antes da conferência do
divórcio. Se o Ministério Público considerar que o acordo acautela devidamente os interessados dos menores
ou se o acordo tiver sido alterado pelos cônjuges nos termos indicados pelo Ministério Público, será marcada a
conferência.

 Quais são as causas do divórcio sem consentimento de um dos cônjuges?


O divórcio sem consentimento de um dos cônjuges implica o preenchimento de uma das situações
enumeradas no artigo 1781º, sendo elas a separação de facto por um ano consecutivo, a alteração das
faculdades mentais do outro cônjuge, quando dure há mais de um ano e, pela sua gravidade, comprometa a
possibilidade de vida em comum, a ausência, sem que do ausente haja notícias, por tempo não inferior a um
ano e quaisquer outros factos que, independentemente da culpa dos cônjuges, mostrem a rutura definitiva do
casamento.

 Qual é o processo do divórcio litigioso?


O divórcio litigioso, ou sem consentimento do outro cônjuge, segue uma forma de processo especial,
submetida ao disposto no artigo 931º e 932º CPC.
Ao receber o requerimento de divórcio, o tribunal informa o cônjuge que pretende a dissolução do casamento
sobre a existência e os objetivos dos serviços de mediação familiar (1774º CC).
Na falta de acordo para o divórcio por mútuo consentimento, o juiz procurará obter o acordo dos cônjuges
quanto a alimentos, quanto à regulação do exercício das responsabilidades parentais e quanto à utilização da
casa e morada de família (931º/2 CPC). Em qualquer altura do processo, é admissível a conversão do divórcio
litigioso em divórcio por mútuo consentimento (1779º/2), 931º/3 CPC).

 Quais são os principais efeitos do divórcio?


O artigo 1788º consagra o princípio de que o divórcio tem juridicamente os mesmos efeitos da dissolução por
morte. Por conseguinte o divórcio determina a cessação da generalidade dos efeitos pessoais e patrimoniais do
casamento, segundo o artigo 1688º.
A afinidade que ligava cada um dos cônjuges aos parentes do outro cessa, o ex-cônjuge não pode conservar os
apelidos do outro, salvo consentimento deste ou autorização do tribunal, nenhum dos cônjuges pode na
partilha familiar receber mais do que receberia se o casamento tivesse sido celebrado segundo o regime da
comunhão de adquiridos, cada cônjuge perde todos os benefícios recebidos ou que haja de receber do outro
cônjuge ou de terceiro e o ex-cônjuge perde o direito de suceder como herdeiro legal do outro.

 O que acontece à casa de morada de família?


Há que distinguir a situação em que a casa de morada de família pertence a um dos cônjuges ou a ambos
daquela situação em que a casa está arrendada.
Se os cônjuges viviam em casa pertencente a um deles ou pertencente a ambos, na sequência de divórcio, o
direito de nela habitar poderá vir a ser atribuído exclusivamente àquele que não era proprietário do imóvel ou
que era somente um dos contitulares, através da formação de uma relação de arrendamento.
A relação de arrendamento pode ser constituída por acordo ou sentença.
Pode acontecer que a casa de morada de família esteja arrenda a um dos cônjuges. Em tal caso, a matéria
regulada no artigo 1105º. O artigo 1105º/1 prevê que, incidindo o arrendamento sobre a casa de morada de
família, o seu destino é, na hipótese de divórcio, decidido pro acordo dos cônjuges, podendo estes optar pela
transmissão ou pela concentração a favor de um deles.

 É possível casar se um dos cônjuges for presumido morto? E no caso de este regressar?
Sim. A declaração por morte presumida não dissolve o casamento, atendendo ao artigo 115º.
Após a declaração de morte presumida, o cônjuge ausente, casado civil ou catolicamente, pode contrair novo
casamento.
Se o ausente regressar ou houver notícias de que era vivo quando foram celebradas as novas núpcias,
considera-se o primeiro casamento dissolvido por divórcio à data da declaração de morte presumida, de
acordo com a segunda parte do artigo 116º.

 A e B casam catolicamente. B desapareceu muitos anos. Há declaração de morte presumida.


A casa com C. Este casamento é válido?
Sim, uma vez que após a declaração de morte presumida, o cônjuge ausente, casado civil ou catolicamente,
pode contrair novo casamento.

 A mudança de sexo é um fundamento do divórcio?


No caso de mudança de sexo de uma das partes na constância do matrimónio, o facto é suscetível de ser
invocado como fundamento de divórcio, independentemente do casamento ter sido contraído entre pessoas do
mesmo sexo ou de sexo oposto, desde que esteja preenchido o disposto no artigo 1781º, alínea d).

 O que é o casamento rato e este pode ser dispensado?


Por casamento rato entende-se aquele que foi validamente celebrado.
A dispensa do casamento rato e não consumado corresponde a uma causa particular de dissolução do
casamento católico, que é regulada nos cânones 1142 e 1697 a 1706 do Código do Direito Canónico.

 Como ocorre a dispensa do casamento rato e não consumado?


A dispensa do casamento rato e não consumado corresponde a uma causa particular de dissolução do
casamento católico, que é regulada nos cânones 1142 e 1697 a 1706 do Código do Direito Canónico.
A dispensa é concedida a pedido de ambos os cônjuges ou de só um deles, mesmo contra a vontade do outro,
pressupõe um casamento rato e não consumado, bem como uma justa causa para a dissolução.
Por casamento rato entende-se aquele que foi validamente celebrado.

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