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MVO

INÍCIO DE CASOS PRÁTICOS – COMO FORMULAR

• CONVENÇÃO ANTENUPCIAL + REGIME DE BENS


Uma convenção antenupcial é o único modo pelo qual os nubentes podem estipular sobre o regime de bens. Segundo o Artº1717
CC na falta de convenção antenupcial, o casamento considera-se celebrados sob o regime de bens supletivos. A convenção antenupcial
é o acordo mediante o qual os nubentes regulam as relações patrimoniais que irão estabelecer no futuro casamento (Artº1698 e ss.
CC). É ainda, considerado um negócio celebrado em vista da futura realização de um casamento, com a necessária intervenção de,
pelo menos, um dos nubentes, na qualidade de parte. As convenções devem ser celebradas por escritura pública (Artº1710 CC), sendo
que têm capacidade para celebrar aqueles que têm capacidade para contrair casamento (Artº1708 CC), devendo ainda ser respeitado
o Artº1711 em termos de eficácia e o Artº1716 CC quanto à sua validade.
O regime de bens corresponde ao conjunto de regras cuja aplicação define a titularidade sobre os bens do casal, nesta matéria
vigora o princípio de livre estipulação (Artº1698 CC). É possível fazer uma distinção entre os regimes típicos, isto é, os fixados na lei,
nomeadamente a comunhão de adquiridos, comunhão geral e a separação de bens e os atípicos, que não estão previstos na lei. O
regime de bens adotado pelo casal é o regime atípico misto de tipo modificado, na medida em que estipularam o regime de comunhão
geral de bens, com algumas modificações, nomeadamente a titularidade do imóvel em Sintra, que se considera como bem próprio de
A (p.e.).

• PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA


A PMA agrupa o conjunto de técnicas destinadas à formação de um embrião humano sem a intervenção do ato sexual, sendo ainda
definida como o “método de causar gravidez sem ser através do coito”. O recurso à PMA é um método subsidiário de procriação
(Artº4/1 LPMA), sendo que a utilização das respetivas técnicas só pode verificar-se mediante diagnóstico de infertilidade (Artº4/2
LPMA) ou então, poderão ainda ser utilizadas por todas as mulheres independentemente do diagnóstico de infertilidade (Artº4/3
LPMA). Podem recorrer às técnicas os casais de diferente sexo (Artº6/1 LPMA) que se encontrem casados ou que vivam em condições
análogas às dos cônjuges, tendo estes que ter, pelo menos, 18 anos (Artº6/2 LPMA). No caso concreto estamos perante PMA homóloga
(quando o material genético provém do próprio casal) ou PMA heteróloga (quando o material genético não provém do próprio casal
e tenha havido recurso a um dador que se caracteriza por ser alguém exterior ao casal). Para que o recurso à PMA seja válido, é
necessário consentimento por parte dos beneficiários (Artº14 LPMA nos termos do Nº1), existindo ainda um dever de informação
decorrente do Nº2 desse mesmo artigo.

• RESPONSABILIDADES PARENTAIS
Se estiverem casadas – A e B estão casados sendo o casamento um contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir
família mediante uma plena comunhão de vida nos termos do Artº1577 CC, encontrando-se vinculados e sujeitos aos deveres conjugais
expressos no Artº1672 CC. Tendo um filho são dotados de responsabilidades parentais, ou seja, o conjunto de situações jurídicas que,
normalmente, emergem do vínculo de filiação, e incumbem aos pais com vista a proteção e promoção do desenvolvimento do filho
menor não emancipado (Artsº1877 CC), estando as suas competências explícitas no Artº1878/1 CC. E, em contrapartida, os filhos
devem obediência aos pais (Artº1878/2 CC).
Ir ao 1901 (matrimónio) e 1912 e 1906 (separados) – “o exercício das responsabilidades parentais relativamente a este seria feito
nos dos Artsº ...”

• FILIAÇÃO
A filiação é o vínculo jurídico que une duas pessoas em virtude de uma ter gerado a outra. Encontra-se presente no Artº1796 a
distinção entre estabelecimento da maternidade e estabelecimento da paternidade.
Relativamente ao estabelecimento da maternidade, segue-se o sistema de filiação, pois que a maternidade jurídica resulta do
nascimento. O estabelecimento da maternidade está regulado nos Artsº1803 a 1825, existindo dois modos de estabelecimento da
maternidade: declaração de maternidade e reconhecimento judicial.
O Artº1796/2 define que a paternidade se presume em relação ao marido da mãe e que, em casos de filiação fora do casamento,
se estabelece por reconhecimento. A presunção de paternidade é regulada pelos Artsº1826 a 1846, pressupondo que a mãe é casada
no momento do nascimento ou, quando muito, da conceção. Tendo em conta os dados estatísticos, esta é a normal maneira de
estabelecer a paternidade. O reconhecimento da paternidade está disciplinado nos Artsº1847 a 1873. Do Artº1847 resulta que o
reconhecimento da paternidade pode efetuar-se por declaração de paternidade ou por perfilhação ou por reconhecimento voluntário.

• DIVÓRCIO
Em relação ao divórcio, este pode ocorrer por duas formas: por mútuo consentimento (Artº1775 CC e ss CC) ou sem o
consentimento de um dos cônjuges (Artº1779 e ss CC). Neste caso, estamos perante a segunda hipótese, nos termos dos Artsº1773/3
e 1779 e ss CC. O sistema português atual de divórcio litigioso constitui um sistema misto, que combina os modelos de divórcio-
constatação da rutura (a concessão do divórcio exige um estado de vida conjugal intolerável e pretende pôr fim a essa situação;
qualquer um dos cônjuges pode requerer o divórcio, independentemente do seu maior ou menor contributo para o estado de crise
matrimonial) e de divórcio-remédio - Artº1785/1 (o divórcio pressupõe também um estado de vida conjugal intolerável, mas essa
situação é causada, com ou sem culpa, por um dos cônjuges, e o divórcio visa permitir ao outro cônjuge que se liberte do casamento;
o divórcio só pode ser requerido pelo cônjuge afetado pela crise matrimonial que não provocou).

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