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Efeitos do casamento

Regime de Bens
• Conjunto de regras que estabelece para certos bens ou para bens subjetivamente caracterizados, um
sistema de destinação e efeitos.
• Estatuto que disciplina os interesses econômicos, ativos e passivos de um casamento,
regulamentando as consequências em relação aos próprios nubentes e a terceiros, desde a
celebração até a dissolução do casamento, em vida ou por morte.
• O Código Civil traz no Título II O Regime de Bens entre os Cônjuges:
• Regras gerais a respeito do tratamento patrimonial (arts. 1.639 a 1.652)
• Preceitos relacionados com o pacto antenupcial (arts. 1.653 a 1.657)
• Regras especiais quanto aos quatro regimes de bens (arts. 1658 a 1688)
• Princípio da Livre estipulação de Pacto ou Liberdade de Convenção  o casal pode escolher o que
quiser quando não for já estipulado por lei (ex.: maior de 70 anos, deve adotar a separação
obrigatória). Escolha do casal, antes da celebração do matrimonio, durante a fase da habilitação.
Mas para que haja esse direito de escolha impõe-se a celebração do pacto antenupcial (art 1653),
através de escritura publica a ser registrada no cartório.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens,
o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
• Princípio da Mutabilidade motivada  as partes por livre acordo podem mudar o regime
posteriormente à celebração do casamento, desde que atendidas as condições estabelecidas em lei
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de
terceiros.

Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre
os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes
que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-
se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
• Princípio da Indivisibilidade de Regimes  O regime de bens é o mesmo para ambos os
consortes.
• Princípio da Variedade de Regimes de Bens
o Comunhão parcial ou universal
o Separação
o Participação final dos aquestos
o Regime misto (pacto)  as partes estabelecem como querem fazer o regime d e bens.
Criação de um novo regime.

Conjunto de Normas que disciplinam as relações patrimoniais dos cônjuges entre si e com relação a
terceiros, decorrentes do casamento.
• São quatro os regimes regulados pelo Código Civil:
A) Separação de bens (convencional): Cada componente da sociedade conserva a propriedade
dos bens que possuía ao casar e daqueles adquiridos durante o matrimonio ficando responsável
pela sua administração e respondendo isoladamente pelas dívidas, nada se comunicando com o
outro par. (Artigos 1687 e 1688 CC)
Art 1687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos
cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art 1688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos
rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
Obs.: Separação obrigatória/legal de bens (art 1641). Não é considerada a vontade dos nubentes.
Estes não têm a possibilidade de escolher qual regime de bens irão adotar, vez que este é imposto pela lei,
sendo desnecessária a elaboração de pacto antenupcial. E é por isso que este regime é chamado de separação
legal de bens.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
(1523)
II - da pessoa maior de setenta anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Não é considerada a vontade dos nubentes. Estes não têm a possibilidade de escolher qual regime de bens irão
adotar, vez que este é imposto pela lei, sendo desnecessária a elaboração de pacto antenupcial. E é por isso
que este regime é chamado de separação legal de bens.
 Súmula 377 – STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância
do casamento”  nos casamentos pelo regime de separação obrigatória, os aquestos (bens adquiridos
onerosamente na constância do matrimonio) se comunicam por força da súmula. Portanto aproxima-se
ao regime de comunhão parcial de bens. Poderiam as partes estabelecer a separação absoluta, assim,
afastando a sumula? Cristiano Chaves acredita que sim por conta da autonomia privada.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da
separação obrigatória. (ver artigo 1647)
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado
no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Na lição de Ricardo Fiúza relator do projeto do Código Civil de 2002, precisamente com relação às vedações
inseridas no art. 977:
“[…] No primeiro caso, o da comunhão total, a sociedade seria uma espécie de ficção, já que a titularidade das
quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no âmbito da
sociedade conjugal, da mesma maneira que todos os demais bens não excluídos pelo art. 1.668, a ambos
pertencentes.
No que tange ao regime da separação obrigatória, a vedação ocorre por disposição legal, nos casos em que
sobre o casamento possam ser levantadas dúvidas ou questionamentos acerca do cumprimento das
formalidades ou pela avançada idade de qualquer dos cônjuges.”

o Súmula 377 e UE
Não importa quanto cada um contribuiu, e sim que há a solidariedade entre os cônjuges.
União Estável: os dois tem a mesma participação. Valeria o mesmo que no casamento com separação
obrigatória. Assim, não importa quanto cada um contribuiu, é dividido igualmente entre eles.

B) Comunhão Universal de Bens: Todos os bens se tornam comuns e se dividem por igual,
sem considerar se foram adquiridos antes ou depois do casamento, pertencendo a metade a cada
um dos cônjuges. (Artigos 1667 a 1671 CC)
o Cessa a individualidade de patrimônio e forma-se uma universalidade patrimonial, numa fusão
de acervos patrimoniais;
o Regra: Comunicam-se tanto os bens anteriores ou presentes como os posteriores à celebração
do casamento, com a comunicação plena de bens.
o Necessita de pacto antenupcial
o Era o regime legal até 1977

Esquematização
Ele Ela
Casamento
Bens Comuns

Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos
cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição
suspensiva; v 1951
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em
proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.

Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos,
quando se percebam ou vençam durante o casamento.

Obs.: Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens,
alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

Lei 9610/98 Dos direitos autorais - Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos
resultantes de sua exploração, não se comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário.

C) Comunhão parcial de Bens: Onde há bens particulares de cada cônjuge, adquiridos antes
do casamento ou os subrogados em seu lugar e, ainda, os recebidos por doação ou sucessão,
sendo comuns aqueles adquiridos após o casamento fora das hipóteses anteriores. (Artigos: 1658 a
1666 CC)
o Regime supletivo de vontade
o Dispensa a celebração de pacto antenupcial
o Necessidade de autorização do cônjuge para alienar bens imóveis.
o Regime que prevalece na hipótese de invalidade da Convenção (ex: foi feito um pacto, mas não
legalizou totalmente, o pacto vira inválido, então tem-se a comunhão parcial).
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do
casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
└ Regra: Entram na comunhão os bens adquiridos a título oneroso (compra e venda) ou eventual
(prêmio), ficando excluídos os adquiridos antes das núpcias ou, durante o matrimônio, a título gratuito
(doação ou herança).  Onde há bens particulares de cada cônjuge, adquiridos antes do casamento ou
os subrogados em seu lugar e, ainda, os recebidos por doação ou sucessão, sendo comuns aqueles
adquiridos após o casamento fora das hipóteses anteriores
Ou seja.... O que é meu é meu, o que é seu é seu, e o que é nosso, metade de cada um. Há titularidade
exclusiva de bens particulares, e comunhão dos bens adquiridos, a título oneroso ou eventual, durante a
convivência.

Presume-se que durante o casamento, as partes se ajudam para a aquisição de bens não só monetariamente
mas também psicologicamente e moralmente.

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; (salário – mas o que comprar com o salário será divido
entre os dois)
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos
cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; (mega sena)
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Obs.:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto
no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; ver 1669 e 1656
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia
separada.

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue
sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

Lembrando que..
IV Jornada de Direito Civil – Enunciado 340
Art. 1.665: No regime da comunhão parcial de bens é sempre indispensável a autorização do cônjuge, ou seu
suprimento judicial, para atos de disposição sobre bens imóveis.

FGTS e Indenizações Trabalhistas


“Configuram frutos civis do trabalho, integrando, nos casamentos realizados sob o regime da Comunhão
Parcial sob a égide do Codigo Civil de 1916, patrimônio comum e, consequentemente, devendo ser
considerados na partilha quando do Divorcio ( STJ, 3a. T REsp 848.660/RS j. 3.5.2011 - Min. Paulo de Tarso
Sanseverino)  não deveria ser assim, tendo em vista que o salário é incomunicável, devendo, cada um, ficar
com o seu próprio salário.

Esquematização
Três diferentes esferas patrimoniais:
a) Bens particulares dele
b) Bens particulares dela
c) Bens comuns que serão partilhados numa dissolução de casamento.

Ele Ela
Casamento

Deles

Dessa forma, os bens próprios correspondem ao artigo 1659. Enquanto os bens comuns se enconram no artigo
1660.

D) Participação Final dos Aquestos: regime misto onde há bens particulares de cada cônjuge
e participação nos aquestos adquiridos após o casamento. É um regime onde ha separação de bens
durante o casamento e comunhão parcial no momento da separação (Artigos 1672 a 1686.)
Durante o casamento cada cônjuge mantém um patrimônio próprio, individual e livremente administrado. Na
dissolução (pelo divorcio ou morte) cada um terá direito à meação sobre os bens que o outro adquiriu na
constância da convivência.
Acaba sendo similar a uma comunhão parcial, porque o que importa é realmente na hora do divórcio, que é
quando divide os bens.
 Associados nos ganhos e dissociados nas perdas
o Os bens a serem partilhados são apurados e calculados na dissolução;
o Haverá uma reconstituição contábil
o Levanta-se o acréscimo patrimonial de cada um durante o casamento, faz-se um balanço e aquele
que enriqueceu menos tem direito à metade do saldo encontrado

Art. 1.672. No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante
disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens
adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a
qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se
forem móveis.

Aquestos: Bens adquiridos onerosamente durante a convivência


Bens anteriores ao casamento ou subrogados em seu lugar não entram na apuração

Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de
alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante autorização
judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.

Durante o casamento cada cônjuge mantém um patrimônio próprio, individual e livremente administrado. Na
dissolução (pelo divórcio ou pela morte) cada um terá direito à meação sobre os bens que o outro adquiriu na
constância da convivência. - Associados nos ganhos e dissociados nas perdas.
Os bens a serem partilhados são apurados e calculados na dissolução; - precisa de um contador.
Haverá uma reconstituição contábil. Levanta-se o acréscimo patrimonial de cada um durante o casamento, faz-
se um balanço e aquele que enriqueceu menos tem direito à metade do saldo encontrado
Bens anteriores ao casamento ou subrogados em seu lugar não entram na apuração!
Exemplo:
Homem
Patrimonio Original: 1.000.000 Patrimonio Final: 1.700.000
acréscimo 700.000
Ela tem direito a metade= 350.000
Mulher
Patrimonio Original: 500.000 Patrimonio Final: 800.000
acréscimo 300.000
Ele tem direito a metade= 150.000
>> Ela receberá 200.000 (saldo apurado)

Para fins contábeis cada cônjuge fará jus :


a) total dos bens adquiridos antes do casamento
b) metade dos bens comuns adquiridos conjuntamente por ambos
c) metade dos bens adquiridos onerosamente por cada um durante o casamento
d) integralidade dos adquiridos a título gratuito (doação/sucessão)
e) metade dos bens adquiridos onerosamente pelo outro durante o casamento
Bens imóveis: Precisam da autorização do outro para alienar, salvo disposição em contrário no pacto
antenupcial

Pacto Antenupcial (Artigos: 1639, 1653 a 1657 CC. )


Os noivos podem estipular, antes de celebrado o casamento, o regime de bens que melhor se adeque as suas
necessidades. É feito para falar somente sobre questões patrimoniais
CC - Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos
os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Novo CPC – Art 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser
requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que
justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1o Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital
que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30
(trinta) dias da publicação do edital.
§ 2o Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação
da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro
civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins.

Pacto Antenupcial: Negócio Jurídico bilateral de Direito de Família onde os nubentes tem autonomia para
estruturar, antes do casamento, seu regime de bens. Primeiro entra com a habilitação, e depois tem que ir no
Cartório de Notas fazer o pacto antenupcial, para estabelecer o regime do casamento.
CONTEÚDO: Deve deliberar sobre os efeitos econômicos. Tudo pode, desde que se trate de direitos
disponíveis. Assim, não é permitido fazer acordos sobre dispensa dos deveres do casamento, como prescindir
do dever de fidelidade e mútua assistência, assim como renunciar aos alimentos, ou alterar a ordem entre os
herdeiros, ou ainda, impedir que algum dos cônjuges peça o divórcio, que a mulher depois de separada não
possa namorar sob pena de perder a guarda dos filhos, que o marido faça vasectomia em caso de separação ou
a mulher ligue as trompas, e por aí vai.

O pacto antenupcial não pode violar a dignidade da pessoa humana. Ex: não é possível estipular que, durante o
casamento, os cônjuges deverão manter relações sexuais diariamente.
Mas, poderiam estipular que não terão que pagar alimentos sobre o outro? Talvez sim, já que não viola a
dignidade da pessoa humana.
O pacto tem que ser em relação ao próprio casamento... Mas pode estabelecer algo sobre a guarda - ex: se
houver um divórcio, até 6 anos o filho fica só com a mãe, e depois a guarda vira compartilhada.

Obs.: Pacto antenupcial – a regra é que é valido se seguir as formas estipuladas em lei e se dele seguir o
casamento. O pacto antenupcial trata de assuntos patrimoniais apenas! Assim, ele serve apenas para
estabelecer as regras patrimoniais do casal.
E se a pessoa faz um pacto antenupcial mas depois desiste de casar, mas permanece na união estável? Qual
regime vigora?Há uma discussão sobre isso, visto que as partes manifestaram sua vontade.

• Formalidades:
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o
casamento.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu
representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á
convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro
especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.

O pacto antenupcial só será válido se, realmente, houver o casamento. A partir da data do casamento o regime
de bens produzirá efeitos jurídicos.
Na União Estável, a regra é a comunhão parcial. Mas, pode-se utilizar esse pacto que havia sido feito para o
casamento, na UE? Qual regime regerá essa união entre os conviventes? Aquele escolhido pelas partes no
pacto antenupcial ou o regime legal, da comunhão parcial de bens?

Obs.: Caso julgado – UE sem casamento


o Inválido: (...) A escritura pública de pacto antenupcial apenas estabeleceu o regime da comunhão
universal de bens para a hipótese da celebração do casamento entre os conviventes, o que, in casu,
não ocorreu em razão do falecimento da companheira. Assim, como não sobreveio o casamento civil,
o pacto por eles celebrado é ineficaz, vigorando, à falta de contrato escrito, o regime da comunhão
parcial de bens, nos termos dos artigos 1.640 e 1.725 do Código Civil.
o Valido: (...) , DIANTE DE PACTO ANTENUPCIAL. EFICÁCIA DE DECLARAÇÃO DE VONTADE DAS PARTES NO QUE
TANGE AO REGIME DE BENS, AINDA QUE NÃO TENHA SE CONSUMADO O CASAMENTO (...)

Obs.: É possível fazer um pacto antenupcial afastando a Súmula 377? Já existem algumas decisões nesse
sentido, para proteger as partes (caso uma delas não queira que nada vá para outra parte, e sim para seus
filhos, por exemplo). Valorização da autonomia privada e da liberdade individual a partir da incomunicabilidade
absoluta dos aquestros, mesmo havendo um regime de separação obrigatória de bens. Isso reduz burocracias
no âmbito do Direito Civil, sendo extrajudicial.
"Se há cláusula no pacto que afaste a incidência do regime da separação obrigatória, essa será nula, pois o art.
1.641 do Código Civil é norma de ordem pública, indisponível, indeclinável pela autonomia privada. Todavia,
não há qualquer problema em se afastar a Súmula 377 pela vontade das partes, o que, na verdade, ampliaria
os efeitos do regime da separação obrigatória, passando esse a ser uma verdadeira separação absoluta, em
que nada se comunica." - Tartuce
"Seria uma separação obrigatória com pacto antenupcial. Portanto, com a morte de um dos cônjuges, todos os
bens do falecido pertencerão aos descendentes."
"Se a lei não pretende que haja comunicação alguma e a Súmula 377 permite a comunhão de todos os
aquestos (afasta-se do espírito do Código Civil), podem os nubentes, por pacto, afastar parcialmente a
incidência da Súmula para que haja comunhão de alguns, mas não de todos os aquestos. O pacto pode prever
separação total com relação aos imóveis apenas. Ao contrário, pode prever a separação apenas quanto aos
móveis."
"Se a ratio legis (proteger idosos de casamentos realizados por interesse econômico) é a proteção daquele que
se casa e a Súmula acaba por desproteger tais pessoas, pois gera uma comunhão dos aquestos, por que não se
admitir um pacto antenupcial que estabeleça a separação total de bens?" "É válido e possível o pacto
antenupcial que estabeleça separação mais radical que a obrigatória."

Regra geral do regime de bens


Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto
no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia
separada.

• Outorga
Ex: O marido foi viajar, e desapareceu. Como a mulher conseguirá vender um bem imóvel que eles tinham? O
juiz deve autorizar, pois não poderia ter só a assinatura da mulher.

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue
sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato
praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade
conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular,
autenticado.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem
suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.

Efeitos Patrimoniais do Casamento.


Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as
limitações estabelecidas no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens próprios;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou
sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro
cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino,
desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado
de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.

• Eficácia do Regime de Bens: Dura até que o casamento seja dissolvido pela separação, pelo Divórcio
ou pela morte.

União estável
Histórico
 Alternativa para casais separados de fato ou judicialmente.
 Constituída por "falta de opção" antes da Lei do Divórcio.
 Família ilegítima  somente o casamento formava uma família legítima
 Conhecida como concubinato antes da CF/88, não produzia efeitos no Direito de Família  a mulher
era chamada de concubina
 Súmula 380
COMPROVADA A EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE DE FATO ENTRE OS CONCUBINOS, É CABÍVEL A SUA
DISSOLUÇÃO JUDICIAL, COM A PARTILHA DO PATRIMÔNIO ADQUIRIDO PELO ESFORÇO COMUM.
Data de Aprovação
Sessão Plenária de 03/04/1964
 Súmula 382  permitiu que a união estável fosse reconhecida como sociedade de fato, podendo haver
uma separação de bens
A Vida em comum, sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracterização do
concubinato.
Data de Aprovação
Sessão Plenária de 03/04/1964
Indenização por serviços prestados

Obs.: concubinato puro


concubinato impuro

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de
2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

 Proteção a família  constituição. Reconhece que pessoa que moram juntas podem constituir família.
Fundada no afeto.
o Lei 5860/73 Lei Orgânica da Previdência admitiu a designação de dependente a companheira do
segurado que vivesse sob sua dependência econômica há mais de cinco anos  a previdência
consagrou o perido de 5 anos para união estável
o Lei dos Registros Públicos (6015/73): Uso do patronímico do companheiro se vivessem há mais de
cinco anos, ou se há menos tempo tivessem filhos e não houvesse impedimento.  também
consagra como 5 anos para terem tratamento de como se fossem casados

Definição
A CF consagrou a união estável como sede familarista, submetendo-se à normatividade do afeto (art 226, CF,
§3)
Na sequencia foi editada a Lei 8971/94, que disciplina o direito dos companheiros aos alimentos e a sucessão,
impondo como requisitos para a UE a situação de solteiros, divorciados iy viúvos e que houvesse uma
convivência mínima de 5 anos ou a existência de prole.
Depois em 1996, adveio a lei 9278, que extirpou os requisitos anteriormente mencionados, passando a
considerar a UE como entidade familiar de convivência duradoura, publica e continua entre o homem e a
mulher, com objetivo de constituir família. Assim, afastou a exigência temporal.

Lei 8971/94  pode entrar com ação de alimentos se vc conviver por mais de 5 anos
Regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo,
que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de
25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade.
Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher solteira,
separada judicialmente, divorciada ou viúva.
Lei 9278/96  não estipula tempo. Mas aqui ainda se fala de ‘homem’ e ‘mulher’
Regula o § 3° do art. 226 da Constituição Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e
uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.
Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes:
I - respeito e consideração mútuos;
II - assistência moral e material recíproca;
III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns.

Código Civil
Definição de união estável  fala a mesma coisa que a lei de 96
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Definição de concubinato
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
• Concubinato Puro: o termo não é mais utilizado a partir da edição do Código Civil 2002. Equivale à
União Estável. 1723
• Concubinato Impuro: Convivência estabelecida entre pessoas impedidas de casar. (1727 cc)
 Adulterino: pessoa casada com amante
 Incestuoso: impedidos de casar por impedimentos decorrentes do parentesco
 Desleal: outra união estável

Obs.: Benefício previdenciário - divide no primeiro grau, e com os recursos pros últimos fica mais difícil dividir
Prestação de alimentos - divide

Elementos essenciais (art 1723 do CC e art 226 §3º da CF)


O contrato de união estável è apenas um meio de prova que havia união estável, ou fotos, bens, filhos. A
utilização desse contrato serve como meio de prova, mas não é absoluto! É apenas relativo
• a) Estabilidade: não momentânea ou acidental.
• b) Publicidade: notoriedade, não clandestinidade.
• c) Continuidade: solidez do vínculo, sem interrupções constantes
• d) Ausência de Impedimentos matrimoniais: Só é possível caracterizar a UE quando for possível
convertê-la em casamento excluindo-se 1521 VI – se ele já estiver separado de fato pode haver ue)
Objetivo de Constituir Familia: intuito familiae

Deveres na união estável e no casamento


Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.  é necessário haver fidelidade
x
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.

Efeitos Sociais
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída
pela família.
 Presunção de paternidade – Não Existe  a lei fala “marido”, então na união estável não há essa
presunção
 Vinculo de Afinidade  se estabelece da mesma forma
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou
companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Provimento 52/2016
A presunção de paternidade na eu só vale quando for reprodução assistida. No casamento pode ser
inseminação artificial ou reprodução assistida.
A presunção de paternidade se estende a união estável em alguns casos

RESOLVE:
Art. 1o. O assento de nascimento dos filhos havidos por assistida, será inscrito no livro "A",
independentemente de prévia observada a legislação em vigor, no que for pertinente, mediante o
comparecimento de ambos os pais, seja o casal heteroafetivo ou homoafetivo. munidos da documentação
exigida por este provimento.
§ 1o. Se os pais forem casados ou conviverem em união estável, poderá somente um deles comparecer no
ato de registro, desde que apresentado o termo referido no art. 2o. § 1o. inciso III deste Provimento.
§ 2o. Nas hipóteses de filhos de casais homoafetivos, o assento de nascimento deverá ser adequado para que
constem os nomes dos ascendentes, sem haver qualquer distinção quanto à ascendência paterna ou materna.
Art. 2o. É indispensável, para fins de registro e da emissão da certidão de nascimento, a apresentação dos
seguintes documentos:
I - declaração de nascido vivo - DNV:
II - declaração, com firma reconhecida, do diretor técnico da clínica, centro ou serviço de reprodução humana
em que foi realizada a reprodução assistida, indicando a técnica adotada, o nome do doador ou da doadora,
com registro de seus dados clínicos de caráter geral e características fenotípicas, assim como o nome dos seus
beneficiários;
III - certidão de casamento, certidão de conversão de união estável em casamento, escritura pública de união
estável ou sentença em que foi reconhecida a união estável do casal.

Regime de Bens
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais,
no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.  comunhão parcial de bens. Não existe pacto
antenupcial, mas pode fazer um contrato. Para que haja esse regime, é bom guardar os meios de prova, pois
tudo deve ser provado

I Jornada de Direito Civil - 115


Art. 1.725: há presunção de comunhão de aquestos na constância da união extramatrimonial mantida entre os
companheiros, sendo desnecessária a prova do esforço comum para se verificar a comunhão dos bens.

Inexistindo regulamentação contratial em contrário, (contrato de convivência) as ergras do regime serão de


comunhão parcial.
O tratamento patrimonial deve ser o mesmo na UE e no casamento.

Certidão (Declaração de união estável) e Cartório de Notas


União Estável - instrução Normativa 14/2013 reconhecimento no âmbito do CNJ
A certidão de união estável pode ser solicitada em qualquer cartório de notas do Brasil. Para requerer a
certidão, não existe tempo mínimo de relacionamento nem necessidade de comprovação de que o casal vive
junto.
Os artigos 3º e 4º da Instrução Normativa nº 14/2013 do CNJ especificam quais os documentos necessários
para obter a certidão de união estável
Art. 3º O reconhecimento da união estável deve ser instruído, preliminarmente, pela apresentação da cópia, acompanhada do
original, dos seguintes documentos do companheiro:
I – cédula de identidade;
II – certidão de inscrição no cadastro de pessoa física;
III – certidão de nascimento, se solteiro; ou
IV - certidão casamento, contendo a averbação da sentença do divórcio, da separação judicial ou da sentença anulatória e certidão de
óbito, se for o caso, quando o companheiro do requerente já tiver sido casado.
Art. 4º O reconhecimento da união estável está condicionado à comprovação da sua existência mediante:
I – declaração firmada pelo requerente, em formulário próprio;
II – entrega de, no mínimo, três dos seguintes instrumentos probantes:
a) escritura pública declaratória de união estável, feita perante tabelião;
b) cópia do imposto de renda acompanhada de recibo de entrega à Receita Federal do Brasil, em que conste o companheiro como
dependente;
c) disposições testamentárias em favor do(a) companheiro(a);
d) certidão de nascimento de filho em comum, ou adotado em comum;
e) certidão/declaração de casamento religioso;
f) comprovação de residência em comum;
g) comprovação de financiamento de imóvel em conjunto;
h) comprovação de conta bancária conjunta;
i) apólice de seguro em que conste o(a) companheiro(a) como beneficiário(a);
j) procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
k) encargos domésticos evidentes;
l) registro de associação de qualquer natureza em que conste o (a) companheiro (a) como dependente;
m) qualquer outro elemento que, a critério da Administração, se revele hábil para firmar convicção quanto à existência de união de fato
e sua estabilidade
 Não é necessário que haja esses documentos apresentados no CNJ para que seja reconhecida
a Uniao estável. São apenas bons meios de prova. Mas tambem é necesário lembrar que um
papel de reconhecimento não prova, por si só, que exigiu ali uma UNiao estável.

Provimento 37 do Conselho Nacional de Justiça, possibilitando o registro civil da união estável, inclusive
homoafetiva, pelo Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais da Sede, ou, onde houver, no 1º Subdistrito da
Comarca em que os companheiros têm ou tiveram seu último domicílio, no Livro E.
Todavia, conforme art 8º do Provimento, o registro não será possível nos casos em que um dos companheiros
for casado, ainda que separado de fato.
Ao contrário do registro de casamento, que é obrigatório, o registro da união estável continua
facultativo pelo casal.

O Provimento 37 também esclareceu que em todas as certidões relativas ao registro de união estável no Livro
"E" constará advertência expressa de que esse registro não produz os efeitos da conversão da união estável
em casamento.

Art. 6o . O Oficial deverá anotar o registro da uniã o está vel nos atos anteriores, com remissões recíprocas, se lançados em seu Registro
Civil das Pessoas Naturais, ou comunicá -lo ao Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais em que estiverem os registros primitivos dos
companheiros.
§ 1o. O Oficial averbará , no registro da uniã o está vel, o óbito, o casamento, a constituição de nova uniã o está vel e a interdição dos
companheiros, que lhe serã o comunicados pelo Oficial de Registro que realizar esses registros, se distinto, fazendo constar o conteúdo
dessas averbaçoẽ s em todas as certidões que forem expedidas.
§ 2o. As comunicações previstas neste artigo poderã o ser efetuadas por meio eletrônico seguro, com arquivamento do comprovante de
envio, ou por outro meio previsto em norma da Corregedoria Geral da Justiça para as comunicaçoẽ s de atos do Registro Civil das Pessoas
Naturais.
́ o prévio registro da uniã o está vel para que seja registrada a sua dissolução, devendo, nessa hipótese, constar
Art. 7o. Nã o é exigivel
do registro somente a data da escritura pública de dissolução.
§ 1o. Se existente o prévio registro da uniã o está vel, a sua dissolução será averbada à margem daquele ato.
§ 2o. Contendo a sentença em que declarada a dissolução da união está vel a menção ao período em que foi mantida, deverá ser
promovido o registro da referida uniã o está vel e, na sequência, a averbação de sua dissolução.
Art. 8o. Nã o poderá ser promovido o registro, no Livro E, de uniã o está vel de pessoas casadas, ainda que separadas de fato, exceto se
separadas judicialmente ou extrajudicialmente, ou se a declaração da uniã o está vel decorrer de sentença judicial transitada em julgado.

O motivo da alteração é dar maior segurança jurídica àqueles que pretendem registrar, como forma de ter
algum documento para órgãos previdenciários, clubes e planos de saúde, sem que tal documento seja
necessariamente feito por escritura pública.
Ele expõe que terceiros com quem os companheiros passarem a realizar negócios jurídicos também terão
como exigir um documento público oficial, no caso a certidão, que garantirá plena eficácia e fará prova de sua
boa-fé, caso venha a ser questionado em decorrência de algum negócio jurídico.

 Livros – Lei de Registros Pùblicos


A - para o registro de nascimentos e para as averbações dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou
reconhecerem a filiação, bem como para a averbação dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção (arts. 9o e
10);
B - para o registro de casamentos e para as averbações das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação
do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal (arts. 9o e 10);
B Auxiliar - para o registro de casamento religioso para efeitos civis (art. 1.515 e 1.516 - efeitos gerados a partir
da celebraçaõ );
C - para o registro de óbito e da sentença declaratória de morte presumida;
C Auxiliar - para o registro de natimorto (art. 9o);
D - para o registro dos proclamas (art. 33, VI, da Lei 6.015/73);
E - para os registros dos demais atos relativos ao estado civil.

Art 77 – Pensão (?)

Problemas
• Caracterização do objetivo de constituir família:
• Duração
• Namoro qualificado - Esta deve se afigurar presente durante toda a convivência, a partir do efetivo
compartilhamento de vidas, com irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a família
deve, de fato, restar constituída.
• Noivado – relação de noivado não demostra a affectio maritalis por si só. A cronologia do relacionamento
pode ser assim resumida: namoro, noivado e casamento. E, como é de sabença, não há repercussão
patrimonial decorrente das duas primeiras espécies de relacionamento. No contexto dos autos, inviável o
reconhecimento da união estável compreendida, basicamente, nos dois anos anteriores ao casamento, para o
único fim de comunicar o bem então adquirido exclusivamente pelo requerido. Aliás, a aquisição de
apartamento, ainda que tenha se destinado à residência dos então namorados, integrou, inequivocamente, o
projeto do casal de, num futuro próximo, constituir efetivamente a família por meio do casamento
• Famílias Paralelas - estabeleceu ser impossível, de acordo com o ordenamento jurídico pátrio, conferir
proteção jurídica a uniões estáveis paralelas. Mas o TJMA já reconheceu direitos de família paralela ao
casamento.

Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal


Histórico
Antigamente para se separar litigiosa, tinha que falar que o motivo da separação era por conta do outro
cônjuge. Aqui tinha que ficar brigando, como por exemplo, da questao de filhos, etc
Se queria se separar consensualmente, a separação so era permitida depois que o casal ficasse um tempo
junto. Na consensual deveria estabelecer todo um acordo com o outro cônjuge. Tudo deveria estar
estabelecido

Isso se modificou com a CF/88. Ela mudou afirmando que a separação poderia ocorrer após mais de um ano
casados (antes eram 2 anos). Para poder se divorciar, tinha que estar separado de fato por 2 anos, e a prova
seria através de prova testemunhal. Depois os juizes começaram a pedir apenas uma declaracao de
testemunhas, cm o objetivo de evitar que pessoas separadas com menos de 2 anos se separassem

• Código Civil de 1916


 Desquite era o meio de dissolução  era o nome dado à separação judicial antes da Lei do
Divórcio
 CC 16: Art. 229. Criando a família legítima, o casamento legitima os filhos comuns, antes dele
nascidos ou concebidos (arts. 352 a 354)

• Lei do Divórcio de 1977 - regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus
efeitos e respectivos processos, e dá outras providências
 Divórcio e Separação Judicial
 Art 38 da Lei - O pedido de divórcio, em qualquer dos seus casos, somente poderá ser
formulado uma vez (Revogado pela Lei nº 7.841, de 17.10.1989)
Depois da Lei do Divórcio, passou-se a ter separação judicial litigioso ou consensual. Para se
divorciar de forma litigiosa, era preciso provar que o motivo para querer se separar era por conta
do outro cônjuge. Para se separar consensualmente, era preciso ter um certo tempo de casada,
pois só era permitida depois que tivesse ficado um tempo junto com o cônjuge (1 ano). A diferença
da consensual para a litigiosa é que na primeira era necessário estabelecer todo o acordo que
seria feito com o cônjuge (nome, solteiro, etc., ...), enquanto que na segunda os cônjuges
brigavam, discutiam, quanto a esses aspectos. No início, depois de 5 anos da sentença de
separação judicial é que podia dar entrada no divórcio.
Para poder fazer o divórcio direto, era preciso estar separado de fato há 2 anos, depois evoluiu para 1
ano.

 Constituição Federal de 1988


Art. 226, CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano
nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.
Assim, com a Constituição Federal de 1988, o art.226, §6o, tratou da dissolução do casamento
após 1 ano de separação judicial. Em 2010, esse § foi alterado pela Emenda Constitucional no 66,
que retirou a última parte, e manteve somente que “o casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio”. A partir disso, passou a ter uma enorme discussão doutrinária quanto a separação
judicial não mais existir. Assim, o Judiciário não fazia separação judicial, mas o cartório continuava
fazendo a separação extrajudicial. Agora voltou a ter a possibilidade de ingressar com separação
judicial no Judiciário. (Informativos 604 e 610, STJ). O NCPC, no art.731, fala de separação,
surgindo a discussão se a separação tinha voltado a existir. V Jornada de Direito Civil - art.1.571

 Lei 11441, de 4 de janeiro de 2007 - Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e
divórcio consensual por via administrativa.  permitiu que o divorcio e a separação consensual
pudessem ser feitos no cartório. Antes de 2007 só era possível no judiciário

 Código Civil de 2002


Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a
presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado;
salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.

Emenda Constitucional 66 – 07/10


Art 226. 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um
ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos
 Colégio Notarial
ENUNCIADO 1: A Emenda Constitucional 66/2010 tem aplicação imediata, não estando os seus efeitos
condicionados à necessidade de qualquer alteração no Código Civil Brasileiro. As modificações que
eventualmente sejam feitas neste, terão a finalidade única e exclusiva de adaptá-lo à nova ordem
constitucional.
Enunciado 2: O prazo mínimo de 2 (dois) anos de separação de fato exigido para a obtenção do divórcio direto
e o prazo mínimo de 1 (um) ano da separação para a obtenção do divórcio-conversão deixaram de ser exigidos
por força da Emenda 66/2010. Como decorrência, não há mais a necessidade de testemunhas para a lavratura
da escritura de divórcio direto, mantendo-se todos os demais requisitos que não sejam de caráter meramente
temporal até então exigidos para a lavratura de ambas as modalidade de escrituras de divórcio.
Enunciado 3: Tendo em vista que a separação (consensual ou judicial) não é tão-somente uma etapa prévia
do divórcio, mas possui efeitos diferentes do mesmo (como a manutenção, por qualquer motivo, do vínculo
matrimonial) e o fato de que dela não tratou a Emenda Constitucional 66/2010, continua sendo possível,
com uma faculdade concedida aos cônjuges, a lavratura de escrituras de separação consensual, desde que
assim requeiram, alertados que sejam pelo tabelião ou escrevente da possibilidade de realização do divórcio
direto, tudo a ser consignado no corpo da escritura.
Enunciado 4: Em interpretação sistemática e teleológica, tendo em vista que o aspecto temporal deixou de
figurar como exigência para a obtenção do divórcio em qualquer de suas modalidades, o prazo mínimo de
um ano de casamento, previsto no art. 1574 do Código Civil como requisito para a separação consensual
deixa igualmente de ser aplicado, podendo os cônjuges, independentemente do tempo de casados, obterem a
separação consensual, observando-se as premissas lançados no enunciado 3.

Quem se divorcia pode casar de novo com quem quiser, mas se quiser casar novamente com a
mesma pessoa, tem que entrar novamente com o processo de habilitação.
Quando se divorcia, em algum momento tem que ser feita a partilha de bens.

Morte Presumida – quando a pessoa some, pode separar?


A petição inicial do divórcio deve conter que o local é incerto e não sabido.
Pode haver o reconhecimento o divorcio dependendo do caso.
Primeiro, na inicial do divórcio tem que botar que o local
em que ela reside é desconhecido; colocar o nome, cpf, e outros dados, ver qual vai ser a vara em
que vai ser tratada o assunto. Posteriormente, tem que citar por edital. Em contrapartida, caso
tenha uma morte presumida, tem que provar que a pessoa sumiu, em condições nas quais não é
possível encontrá-la. Presume-se que aquela situação ocorreu de tal forma que a pessoa morreu.

Separação Judicial
A separação dissolve a sociedade conjugal mas conserva o vínculo matrimonial.
Não podem casar com outras pessoas
Os cônjuges separados podem restaurar o casamento. Possibilidade do restabelecimento da sociedade
conjugal restrita à hipótese de separação judicial
Na separação nao precisaria fazer a separação do regime de bens, no divorcio precisa, ja que pode casar de
novo.
A separação judicial dissolve a sociedade conjugal, mas conserva o vínculo matrimonial. O vínculo
entre as pessoas continua existindo, mesmo que ninguém esteja vendo, e se elas quiserem voltar
a estar casados, basta dizer que quer restaurar o casamento. Quem separou judicialmente ou
extrajudicialmente, não pode se casar com outras pessoas, mas pode começar união estável.
Quando está separado, cessa o regime de bens, ou seja, presume-se comunhão parcial; é
possível não fazer partilha de bens.

Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges
restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.
Parágrafo único. A reconciliação em nada prejudicará o direito de terceiros, adquirido antes e durante o estado
de separado, seja qual for o regime de bens.

Ações de Família – Processual


Separação administrativa prevista no CPC - Art 731, CPC. A homologação do divórcio ou da separação
consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges,
da qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas;
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado
o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
Art. 732, CPC. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação
consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável.

Separação Administrativa
É possível a reconciliação do casal, cuja separação se deu administrativamente através do registro de um novo
negócio jurídico bilateral em cartório de registro civil, independente de decisão judicial
Art. 733, CPC. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não
havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura
pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
§ 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem
como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por
defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial

V Jornada de Direito Civil


- Art. 1.571. “A Emenda Constitucional n° 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e
extrajudicial”.
- Art. 1.574, caput. “Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional n° 66/2010, não há prazo mínimo
de casamento para a separação consensual”.
- Art. 1.574, parágrafo único. “Na separação judicial por mútuo consentimento, o juiz só poderá intervir no
limite da preservação do interesse dos incapazes ou de um dos cônjuges, permitida a cindibilidade dos pedidos,
com a concordância das partes, aplicando-se esse entendimento também ao divórcio”.

Separação Litigiosa
Requisitos para se fazer o divórcio ou separação extrajudicial
Com a publicação da Lei 11.441, de 04/01/07, tornou-se possível a realização de divórcio e separação em
cartório, mediante escritura pública da qual constarão as disposições relativas à partilha dos bens comuns do
casal, quando houver, e à pensão alimentícia, desde que seja consensual, não haja filhos menores ou incapazes
do casal e desde que haja assistência de advogado comum ou advogados de cada um deles, cuja qualificação e
assinatura constarão do ato notarial.
“Art. 310. As partes devem declarar ao Tabelião, no ato da lavratura da escritura, que não têm filhos comuns
ou, havendo, que são absolutamente capazes, indicando seus nomes e as datas de nascimento.
§ 1°. Havendo filhos menores, será permitida a lavratura da escritura, desde que devidamente comprovada a
prévia resolução judicial de todas as questões referentes aos mesmos (guarda, visitação e alimentos), o que
deverá ficar consignado no corpo da escritura.
§ 2°. Nas hipóteses em que o Tabelião tiver dúvida a respeito do cabimento da escritura de separação ou
divórcio, diante da existência de filhos menores, deverá suscitá-la ao Juízo competente em matéria de registros
públicos.”

Lavratura Divórcio Consensual


a) certidão de casamento (validade – 6 meses, art. 286 par. 1º CNCGJ/RJ);
b) documento de identidade oficial, CPF e informação sobre profissão e endereço dos cônjuges;
c) escritura de pacto antenupcial (se houver);
d) documento de identidade oficial, CPF e informação sobre profissão e endereço dos filhos maiores (se
houver) e certidão de casamento (se casados);
e) documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens (se houver):
→ imóveis urbanos: via original da certidão negativa de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis
atualizada (30 dias), carnê de IPTU, certidão de tributos municipais incidentes sobre imóveis, declaração de
quitação de débitos condominiais
→ imóveis rurais: via original certidão negativa de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis
atualizada (30 dias), declaração de ITR dos últimos 5 (cinco) anos ou Certidão Negativa de Débitos de Imóvel
Rural emitida pela Secretaria da Receita Federal, CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural expedido pelo
INCRA bens móveis: documento de veículos, extratos bancários e de ações, contratos sociais de empresas,
notas fiscais de bens e jóias, etc.
f) descrição da partilha dos bens (se houver);
g) definição sobre a retomada do nome de solteiro ou da manutenção do nome de casado.
h) definição sobre o pagamento ou não de pensão alimentícia
i) carteira da OAB, informação sobre estado civil e endereço do advogado.
Em caso de partilha de bens, deve ser providenciado também o pagamento de eventuais impostos devidos.
Quando houver transmissão de bem imóvel de um cônjuge para o outro, a título oneroso, sobre a parte
excedente à meação, incide o imposto municipal ITBI (no Município do Rio de Janeiro, conforme Lei
Municipal nº 1.364/88).
Quando houver transmissão de bem móvel ou imóvel de um cônjuge para outro, a título gratuito, sobre a
parte excedente à meação, incide o imposto estadual ITCMD (no Estado do Rio de Janeiro, conforme Lei
Estadual 1.427/89).
j) Procuração particular das partes para o advogado;

Outras Questões
• Desnecessidade de procuração, bastando a presença do advogado;
• Não se aplicam as regras da competência —> pode ser em qualquer competencia. Mas o Judiciario é o
órgão competente;
• O uso da via administrativa é facultativo
A esfera extrajudicial não é local para quaisquer discussões, tendo o tabelião apenas a função de
homologar o acordo previamente elaborado. Portanto, na hipótese de haver bens em comum, a partilha
destes já deve estar esclarecida.

Divórcio Judicial e Administrativo


O Divórcio rompe o vínculo matrimonial
Podem casar com quem quiserem
Os ex cônjuges precisam casar novamente se quiserem restaurar o casamento

Divórcio Consensual ou Litigioso Judicial


Art. 694, CPC. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da
controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a
mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os
litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.

Art. 695, CPC. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória,
o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto
no art. 694.
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado
de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.

 Cumulação —> Pode entrar com uma ação de divorcio cumulado com ação de guarda para o
filho. Mas nao pode cumular com ação de alimentos para o filho pq o rito são diferentes.

Art. 327, CPC. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que
entre eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

 Culpa
A maior parte da doutrina entende que a culpa não pode mais ser discutida nas ações de divórcio. É, aliás,
entendimento de grande parte dos integrantes do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família),
instituição que representa o Direito de Família moderno.

Obs.: Informativo – antes o juiz deveria perguntar se as partes tinham certeza que ureia se divorciar

 Competência
Art. 53, CPC. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união
estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;

 Mediação
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias
para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do
direito.

Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum,
observado o art. 335.

Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e
deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.

Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz,
ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista.

Usucapião Familiar
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade
divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Essa lei tornou possível discutir abandono de lar.

Medidas Protetivas de Urgência – Lei Maria da Penha


A Vara da Violência Doméstica ou Vara Criminal são responsáveis pela Lei Maria da Penha, e
dentro dessa lei é possível pedir o divórcio, em função da proteção que tem que ser dada à
mulher.
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz
poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de
urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e
incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob
pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
momento, auxílio da força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art.
461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

União estável
A Uniao estável passa a ser reconhecida a partir da CF/88, antes disso era chamado de concubinato.
CF: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Art. 1.571, CC. A sociedade conjugal termina:


III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado;
salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Separação e Divórcio têm eficácia desconstitutiva. Enquanto a Ação de reconhecimento de União Estável:
Declaratória. A sentença reconhece que a União existiu e identifica o período de convivência em face dos
efeitos patrimoniais. —> as consequências do casamento e união estável são diferentes
Não há necessidade de ação pondo fim a União que se estabeleceu sem qualquer interferência do Estado.
 Dissolução da União Estável
Art. 1.723, CC. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais,
no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e
assento no Registro Civil. —> não precisa recorrer ao Judiciario, põe ser feito no cartório
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato

Como se inicia uma união estável? Muitas vezes quando se junta. Se começa de uma forma
informal, para não constituir união estável, basta que se separe. Porém, algumas pessoas
entendem que seria importante fazer um documento desfazendo essa união, ainda que não tenha
feito nenhum documento para iniciá-la.

Fé publica – o documento de reconhecimento de uniao estavel tem fe publica mas pode nao vale nada. Entao o
que vale como prova é o conjunto de comprovações provando que aquela uniao realmente existiu. Se tem fé
pública, significa que aquela união estável existiu? Se tem um documento declarando que tem união estável,
tem mais uma prova de que ela realmente aconteceu, porém, é possível ter fé pública e não ter de fato união
estável, não há prova absoluta da existência dessa união.

Obs.: ficar noivo prova que não existia união estável.

Nao é reconhecida no país, união paralela.

Coabitação nao é requisito essencial para reconhecimento da uniao estavel pelo STJ e STF é
apenas um indicio.

Para entrar com uma ação de reconhecimento e dissolução de união estável, é preciso provar que
ela existiu e que depois acabou, sendo necessária a presença de testemunhas, fotos, viagens,
mostrando que tinha uma relação de dependência, ou que ambos moravam no mesmo lugar. É
preciso provar quanto tempo ficou junto, de modo a saber quanto a partilha de bens e também
quanto ao INSS.
O INSS da um determinado tempo para receber o pensionamento, depois de um ano vc só recebe 4 meses.
Dependendo do tempo que fiquei, vou receber um tempo diferente da pensão

Guarda de Crianças
Guarda, Convivência, Alienação Parental
Sempre busca-se o melhor interesse da criança, sacrificando-se o interesse dos pais.
Se for consensual tem que estar tudo estabelecido.

MP só se envolve quando há criança no meio, tanto divorcio litigioso quanto consensual. Em qualquer hipótese
no processo de familia, manda-se para o MP quando há um incapaz.

Deve-se estabelecer com quem o filho vai ficar.


No caso de divorcio consensual, na inicial, é preciso estar dito se o casal tem filhos, e como vai
ser a guarda, pois o melhor é fazer tudo junto, com a partilha de bens, etc.
Quando há filhos, o MP tem que se manifestar quanto a alimentos e guarda de filhos, tanto no
divórcio consensual quanto no litigioso.
O art.1.583 trata das modalidades de guarda, e foi modificado pela Lei 11.968/08. Antes de 2008,
a regra era que a guarda ficava com a mãe, e o pai pagava alimentos e visitava.
Guarda compartilhada - responsabilização conjunta de pai e mãe

Guarda - É a proteção da pessoas dos filhos


Modalidades de Guarda
 Compartilhada – responsabilização conjunta. As decisoes são tomadas conjuntamente.
 Unilateral – memso na unilateral o outro tem deveres de prestação de alimentos e visitação.

Guarda no CC de 1916
Art. 325. No caso de dissolução da sociedade conjugal por desquite amigável, observar-se-á o que os conjugues acordarem sobre a
guarda dos filhos. (Revogado pela Lei nº 6.515, de 1977).
Art. 326. Sendo o desquite judicial, ficarão os filhos menores com o conjugue inocente.
§ 1º Se ambos forem culpados, a mãe terá direito de conservar em sua companhia as filhas, enquanto menores, e os filhos até a
idade de seis anos.
§ 2º Os filhos maiores de seis anos serão entregues à guarda do pai.
Art. 326. Sendo desquite judicial, ficarão os filhos menores com o cônjuge inocente. (Redação dada pela Lei nº 4.121, de
1962). (Revogado pela Lei nº 6.515, de 1977).
§ 1º Se ambos os cônjuges forem culpados ficarão em poder da mãe os filhos menores, salvo se o juiz verificar que de tal solução possa
advir prejuízo de ordem moral para êles. (Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962).
§ 2º Verificado que não devem os filhos permanecer em poder da mãe nem do pai deferirá o juiz a sua guarda a pessoa notòriamente
idônea da família de qualquer dos cônjuges ainda que não mantenha relações sociais com o outro a quem, entretanto, será assegurado
o direito de visita. (Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962).
Art. 327. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular por maneira diferente da estabelecida nos
artigos anteriores a situação deles para com os pais. (Revogado pela Lei nº 6.515, de 1977).
Parágrafo único. Se todos os filhos couberem a um só conjugue, fixará o juiz a contribuição com que, para o sustento deles, haja de
concorrer o outro.
Art. 328. No caso de anulação do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 326 e 327. (Revogado pela
Lei nº 6.515, de 1977).
Art. 329. A mãe, que contrai novas núpcias, não perde o direito a ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados, mandando o juiz,
provado que ela, ou o padrasto, não os trate convenientemente (art. 248, n. I, e 393). (Vide Decreto do Poder Legislativo nº 3.725, de
1919).
 Pátrio Poder
Art. 384. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I. Dirigir-lhes a criação e educação.
II. Tê-los em sua companhia e guarda.
III. Conceder-lhes, ou negar-lhes consentimento, para casarem.
IV. Nomear-lhes tutor, por testamento ou documento autentico, se o outro dos pais lhe não sobreviver, ou o sobrevivo não puder
exercitar o pátrio poder.
V. Representa-los nos atos da vida civil.
V. Represental-os, até aos dezeseis annos, nos actos da vida civil, e assistil-os, após essa idade, nos actos em que forem partes,
supprindo-lhes o consentimento. (Redação dada pelo Decreto do Poder Legislativo nº 3.725, de 1919).
VI. Reclama-los de quem ilegalmente os detenha.
VII. Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.

Poder Familiar
Guarda continua sendo um dos atributos do poder familiar
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I - dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela
Lei nº 13.058, de 2014) —> diferente de 1916
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014)
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação dada pela Lei
nº 13.058, de 2014)
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro
Município; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; (Redação dada pela
Lei nº 13.058, de 2014)
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e
condição. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) —> tem gente que acha que é inconstitucional pois
engloba trabalho infantil

Guarda
• Os filhos menores de idade, necessariamente, ficam sob a representação legal do pai e da mãe.
• A rigor, ficam nessa condição os menores de 16 (dezesseis) anos, porque os que tenham a idade entre
os dezesseis e os dezoito (art. 3º, I e art. 4º, I, CC), sendo, relativamente capazes, são apenas assistidos
por pai e/ou mãe.
• O ideal é que pai e mãe exerçam, conjuntamente, a guarda do filho comum.
Apesar da ruptura do casal, o exercício em comum da autoridade parental, reserva a cada um dos pais o direito
de participar das decisões importantes que se referem à criança. Quando se fala em guarda conjunta, deseja-
se, realmente o exercício em comum da autoridade parental em sua totalidade. A nocao de guarda
compartilhada consiste no exercício comum, pelos pais, de um certo numero de prerrogativas relativas e
necessárias à pessoa da criança, fazendo os pais adaptarem-se a novas posições e/ou situações até então não
acordadas previamente. Autoridade parental conjunta.

Art. 1.583. No caso de dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal pela separação judicial por mútuo
consentimento ou pelo divórcio direto consensual, observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda
dos filhos.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
—> antes de 2008, a regra er que a criança ficasse com a mãe e o pai ficava com alimentos. Estabelcia-se uma
guarda única. Essa guarda compartilhada surge com a necessidade de evitar o afastamento do filho do outro
conjuge. Obriga ambos os pais a participarem da vida dos filhos.
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art.
1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai
e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos
comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
o
§ 2 A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e,
objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: (Incluído pela Lei nº
11.698, de 2008).
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a
mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: (Redação
dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
II – saúde e segurança; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
III – educação. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos
filhos. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor
atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e,
para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações
e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, de
2014)

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698,
de 2008).
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de
divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de
2008). —> a decisão sobre a guarda pode estar presente nos autos do divorcio
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo
necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua
importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de
suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). —> algumas pessoas acreditam que pode
cobrar uma multa por nao estar visitando. Mas as vezes pode nao ser bom para a criança. Ou pode dar uma
multa para cada vez que impedir a criança.
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que
possível, a guarda compartilhada. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
o
§ 2 Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores
declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de
2014) —> é possivel que um dos genitores afirme que não quer a guarda
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o
juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou
de equipe interdisciplinar. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o
juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou
de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a
mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) —> tendo como base o estudo social psicológico,
estabelece-se a visitação. Mas tambem pode haver a determinação que a visitação será livre
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou
compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao
número de horas de convivência com o filho. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou
compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação
dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à
pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de
parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a
pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de
parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores
sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia
pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)

Guarda compartilhada não significa que a criança convive com ambos os pais, mas que os dois pais tem uma
responsabilidade sob aquela criança. Os dois devem participar daquela decisão
Assim, guarda compartilhada e convivência são institutos diferentes.

Obs.: enquanto o juiz não decide de quem é a guarda,a guarda é dos dois
Convivência
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia,
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses
da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.398, de 2011)
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se aos
maiores incapazes.
Assim, inicialmente, impende ressaltar que o bem maior a ser protegido é o bem estar da criança, que tem o
direito de ser criada e educada no seio da família, conforme estabelecido pelo artigo 19 do Estatuto da Criança
e do Adolescente. 3. Nessa toada, o rompimento do relacionamento entre os pais e eventuais desavenças
existentes entre o casal não devem influenciar na relação com os filhos, nem tampouco obstar a visitação e a
companhia que deve existir entre os mesmos, esta assegurada pelos artigos 1.632 e 1.634, inciso II, ambos do
Código Civil. 4. Dessa forma, os pais devem envidar esforços no sentido de uma convivência civilizada

Guarda Alternada
Uma semana com um, uma semana com ouro, por exemplo. Em lei não existe, mas há essa criação
Quando os filhos ficam sob a guarda material de um dos pais por períodos alternados de tempo. Duplicidade de
domicílios.

Alienação Parental
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010.
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a alienação parental.
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz
ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
II - dificultar o exercício da autoridade parental;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente,
inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou
dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de
convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade
parental ou decorrentes de tutela ou guarda.
Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de
criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais
aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência
familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da
residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar.

LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017.


Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e
altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art 4º. b) o ato de alienação parental, assim entendido como a interferência na formação psicológica da criança
ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem os tenha sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculo com este;
c) qualquer conduta que exponha a criança ou o adolescente, direta ou indiretamente, a crime violento contra
membro de sua família ou de sua rede de apoio, independentemente do ambiente em que cometido,
particularmente quando isto a torna testemunha;

Poder Familiar e autoridade parental


Atributos // Suspensão e Destituição
Poder Familiar
Bevilaqua: Pátrio poder é o complexo de direitos que a lei confere aos pais sobre a pessoa e os bens dos
filhos.
 Autoridade do pai: sociedade patriarcal, machista e hierarquizada
Autoridade Temporária exercida até a maioridade ou emancipação dos filhos

Obs.: O poder familiar quando se chamava patrio poder era mesmo autoridade, podia mandar no filho até os
21 anos. Direito que os pais tinham e os filhos estavam submetidos

Definição: Conjunto de faculdades, encomendadas aos pais, como instituição protetora da menoridade, com
o fim de lograr o pleno desenvolvimento e a formação integral dos filhos, seja físico, mental, moral,
espiritual e social (Waldyr Grisard Filho)

Hoje o poder familiar é muito mais dever do que poder. Dever que os pais tem para que os filhos alcancem
essas maturidades.
Autoridade tem mais a ver com a função educativa dos pais de prover aos filhos todos os direitos para sua
autonomia.

Autoridade Parental assume mais uma função educativa que uma gestão patrimonial e é oficio finalizado à
promoção das potencialidades criativas dos filhos, onde não é possível conceber um sujeito subjugado a outro
(Pietro Perlingieri).
Representa o exercício da autoridade dos pais sobre os filhos menores, no interesse destes.
Muito mais dever do que poder.

Poder familiar: recebe críticas enfatiza a idéia de poder mas deveria expressar a função parental de DEVER
FAMILIAR. Se utiliza-se o termo “Autoridade Parental”: destacaria que os interesses dos pais estão
condicionados ao melhor interesse dos filhos, como pessoas dotadas de dignidade, e na convivência familiar.

Quem tem o poder familiar ou autoridade parental são só os pais. Avós podem ter a tutela, trazendo
obrigações típicas do poder familiar, mas não tem esse poder familiar. Assim, não tem direitos característicos
do poder familiar, como adquirir os bens.. o poder familiar nunca será se não dos pais, ao contrario da tutela
que pode ser passada para outro em caso de morte.

Lei 12.318/10 - Alienação Parental


Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de
convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade
parental ou decorrentes de tutela ou guarda.
Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de
criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais
aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
VII - declarar a suspensão da autoridade parental

Quando você cuida da criança sem ter feito nada, você tem a guarda de fato. Para guarda judicial basta que se
ingresse com ação judicial. Se aquela criança não tiver com nenhum poder familiar sobre ela, pode exigir a
tutela. Tutela é equivalente ao poder familiar, deveres muitos parecidos mas não é poder familiar. O tutor, por
exemplo, não herda nada do tutelado, enquanto os pais herdam.
Em caso de destituição do poder familiar, a criança pode ir para adoção e caso seja adotada, os pais adotivos
terão o poder familiar. Essa é a única hipótese em que se pode alterar o poder familiar.

>> Lei de adoção:


Regra: ascendente (avós, bisa..) não pode adotar. Isso porque se confunde as relações.
Exceção caso concreto: menina com 8 anos estuprada, engravidou e os pais adotivos descobriram. Quando a
criança nasceu, depois de 16 anos os pais adotivos (agora avós) entram com ação de adoção desta criança. Os
pais adotivos criaram o neto como filho.

Constituição Federal: conjunto de deveres cometidos à famíia


Art. 227, CF. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Conjunto de deveres dos pais e dos filhos – relação mutua de dever de cuidado
Art. 229, CF. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Menoridade cessa com 18 anos mas a questão de alimentos vai até mais tarde porque ele precisa ter condições
objetivas de sustento. Depois de 18 anos acaba o poder familiar dos pais, passando a ser responsável por todas
suas questões.

Código Civil
Art. 1.630, CC. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631, CC. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles
recorrer ao juiz para solução do desacordo.  pode pedir que o juiz escolha qual escola o filho estudará. Pode
ser morar no exterior.
Art. 1.632, CC. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre
pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
 De quem é o exercício? Sempre só dos pais (sejam eles adotivos ou biológicos).
Em caso de multiparentalidade, todos eles terão o poder familiar desde que estejam na certidão como pais.

Em caso de perda do poder familiar, o pai terá ou não dever de visita a depender do caso. O pai que for
destituído do poder familiar continua com os deveres decorrente deste, mas perde todos os direitos. Assim,
continua tendo que pagar alimentos.
ex.: pai se droga em frente a criança. Pai perde o poder familiar e a criança vai morar com a mãe, mas o pai tem
que pagar alimentos. A destituição do poder não faz com que deixe de ser pai. O nome continua na certidão. O
dever continuam, tendo que pagar alimentos.

Código Civil – exercício em conjunto com 227 CF e 22 ECA


Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos filhos: Não traz referência aos deveres (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014)
I - dirigir-lhes a criação e a educação; e o dever de assegura-las (55 ECA) (Educação em todos os sentidos).
Pode perder o poder familiar caso não assegure. Dever de educar e assegurar essa educação
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (direito e dever de controlar e
fiscalizar a vida da criança - direito exercido no interesse da criança)
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;  só quem tem poder familiar pode conceder
isso
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro
Município;  ambos os pais devem autorizar essa mudança de residência para outro estado
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
Expressões e resquícios do antigo poder doméstico, modelo de pátrio poder (IX)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. (Incompatível
com a CF - art. 1o, III e 227 - explorando a vulnerabilidade de crianças. Situação típica de quando a família era
considerada unidade produtiva e os filhos menores utilizados em trabalhos não remunerados)  é grave pq
pode estar explorando a vulnerabilidade da criança sendo entendido que vai contra a CF

ECA
Convivência Familiar
Dentre as obrigações do poder familiar, está a convivência familiar. É um DIREITO FUNDAMENTAL da criança.
Convivência familiar é conviver, não só morar junto mas ter contato com pais e avós. Existe agora o direito
regulamentado dos avós verem os neto

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional
terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente,
com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em
quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
§ 4 Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por
meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela
entidade responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
 se o pai ou mãe estão presos, eles podem ter contato com os filhos. Só haverá perda de poder familiar se
houver crime CONTRA os filhos.
Poder familiar  § 5o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em
acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 6 A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional
e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 2 De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe,
mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento
especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 3 A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)  quem esta com a criança que foi colocada para adoção, tem 180 dias para
procurar alguém da familia de origem que queria ficar com ela. Serviço social tem que pesquisar, através da
certidão de nascimento, outros parentes para ficar com a criança.
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa
apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e
determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de
entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre
a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder
familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-
la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do
dia seguinte à data do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 8 Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será
determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e
oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)  contraditório com §3º. O direito de sigilo vai acabar no
momento que o serviço social for pesquisar os parentes para ficar com a criança. Muitas mãe deixam a criança
no hospital e fogem justamente para evitar que se saiba de quem é aquela criança (se não souber qm é a mãe,
o serviço social não vai buscar familiares desta para ficar com a criança e, consequentemente, não vão
descobrir.)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no
prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar
de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 1 O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos
aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de
adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem
parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção
familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Exercício do Poder Familiar  Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e
pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
§ 1 Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
§ 2 A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese
de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

Suspensão ou Perda do Poder Familiar (ECA Art 155 até 163)

Exercício do Poder Familiar – do Usufruto e da Administração dos Bens de Filhos


Menores
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:
I - são usufrutuários dos bens dos filhos;
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.  sempre para o bem da criança
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos
menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados.
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens; havendo
divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária.
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome
deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente
interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.
Art. 1.692. Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do filho, a requerimento
deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador especial.
Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais: (...)
 Responsabilidade pela administração dos bens dos filhos menores. Em se tratando de filho menor, os
pais possuem o poder de representação legal (art. 1.634, VII e 1690) e devem sempre agir em benefício
dele. O art. 1.689 do Código Civil de 2002 estabeleceu que os pais, enquanto no exercício do poder familiar,
são responsáveis pela administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade

Deveres concernentes ao Poder Familiar  se define como um complexo de direitos e deveres


pessoais e patrimoniais com relação ao filho menor e que deve ser exercido no melhor interesse deste. Trata-
se de um direito-dever, exercido pelos pais em benefício e a serviço dos interesses do filho
 Convivência familiar e comunitária (21 a 24) ECA
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
autoridade judiciária competente para a solução da divergência.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de
auxílio. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou
filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Suspensão e Extinção do Poder Familiar


Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: (sem responsabilidade)
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os
bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe
pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando
convenha.  quando cometer tipo de violência. Palmada não é motivo de perda do poder familiar. Pra isso
serve também a convivência familiar, em que caso haja perda de poder familiar dos pais, buscar um familiar
para que a criança não fique em instituição de acolhimento até o final do processo.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por
sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: (com responsabilidade)
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente
 Ver ECA art 18-A e 18-B
• Suspensão do Poder familiar – ECA art 129, inc X
 VER Lei 12318/10 – Alienação Parental, art 6º, inc VII
Caso Julgado: Genitores com histórico de negligência prolongada no exercício dos deveres inerentes ao poder
familiar. Reiterado descumprimento do dever de assistência. Menores encontrados desnutridos e em
residência desprovida de condições mínimas de habitabilidade. Falta de amparo material e moral à família.
Suspensão e perda da guarda de outros filhos já decretada em demandas anteriores. Menores adaptados ao
convívio com a família substituta. Ambiente satisfatório ao pleno desenvolvimento das crianças. Coesão
familiar confirmada pelo estudo social

Suspensão
A suspensão é medida determinada pelo Juiz para a prática de determinados atos, para a segurança da criança
e do adolescente e de seus haveres. Ela pode ser total ou parcial, sendo que a total priva o genitor de todos os
direitos que emanam do poder familiar.
• sempre pode ser revista
• só deve ser adotada quando outra medida não possa produzir o efeito desejado
• Cessada a causa que levou à suspensão, o impedido volta a exercer a autoridade.

Guarda
A Guarda é um dos atributos do poder familiar, embora não seja sua essência, pois existem guardiões sem o
poder parental (Famílias recompostas, tutela).
A guarda consiste na faculdade que os pais têm de conservar consigo os filhos, mantendo-os perto de si,
fixando o lugar de sua residência, e sob sua autoridade parental

 Obs.: Lei 12013/09 alterou Lei 9394/96


Art. 1o O art. 12 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional,
passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
incumbência de:
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da
escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo
representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de
cinqüenta por cento do percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001

Filiação
Filiação Fora do Casamento
 Reconhecimento de filhos  se um homem não quer registrar o filho, a mãe pode registrar sozinha e
depois entra com açao e investigação de paternidade.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-
se erro ou falsidade do registro.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; —> por exemplo, “deixo minha casa a minha filha
fulana”- mesmo que não esteja registrado, ele fala que é filha.
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único
e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento,
se ele deixar descendentes.—> a pessoa pode deixar no cartório afirmando que o fulano que vai nascer é filhos
ele e quer q seja registrado em seu nome

Obs.: vício de consentimento —> registrou sem saber que não era o pai. Porém, se ao registrar, ele sabia que
nao era pai, na pode alegar erro. Depende se, naquele momento, houve boa-fé

Caso julgado (ver): o homem registrou, mas depois não teve mais nenhum contato. É considerado pai

Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la,
provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar
conjugal sem o consentimento do outro.
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos
o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.

Obs.: para entrar com acao de alimentos, deve-se provar que a pessoa é pai ou avô

o Reconhecimento voluntário (art 1609)


a) No termo de nascimento: consiste no ato do suposto pai dirigir-se ao cartório onde foi lavrado o assento de
nascimento e manifestar, pessoalmente, o desejo de reconhecer como seu, o filho anteriormente registrado
apenas no nome da mãe.
A paternidade somente é lançada no registro quando o pai comparece, declara e assina.
b) Por testamento ainda que incidentalmente manifestado: o Código Civil já cuidava desta forma de
reconhecimento, porém, a inovação refere-se ao termo incidentalmente, que não era previsto pelo Código Civil
e pela Lei n° 883/49. Significa que o suposto pai poderá reconhecer o filho por meio de testamento, seja ele
público, cerrado, particular, ou até mesmo em testamentos especiais. O testamento poderá ter por dm
exclusivo o reconhecimento da paternidade, ou ainda poderá ser reconhecida a paternidade incidentalmente
quando feito o testamento. Não se faz necessário termos sacramentais, mas é indispensável que o propósito
de reconhecer venha firmado de forma indiscutível. Só se limitará como subsídio para ação de investigação de
paternidade se a perfilhação não fluir de forma clara e inequívoca.
A nulidade do testamento não invalida o reconhecimento, a menos que seja atingida a declaração de vontade
no aspecto intrínseco, como se dá com a demência do testador.
c) Por escritura pública: a escritura pública deve ser lavrada por tabelião competente, em suas notas, com a
observância e obediência a todas as formalidades previstas na Lei dos Registros Públicos. O importante é que
haja identificação do que reconhece a paternidade, e daquele que tem sua filiação admitida.
A declaração de reconhecimento não será obrigatoriamente objeto específico do instrumento, podendo-se
fazer de modo incidente e acessório, em qualquer ato notarial assinado pelo declarante e pelas testemunhas,
de forma explícita e inequívoca. Assim, é possível que a perfilhação se faça, por exemplo, em uma escritura de
compra e venda.
d) Por escrito particular: a Lei 8.560/92 em seu art. 1°, II, traz o escrito particular para o elenco das formas de
reconhecimento voluntário.  essa lei reconhece expressamente a possibilidade de reconhecimento do filho
fora do casamento
e) Por manifestação expressa e direta perante o juiz: se o suposto pai, estando na presença do juiz por
qualquer motivo, manifestar o desejo de proceder ao reconhecimento, deve o juiz determinar que se reduza a
termo suas declarações e que se proceda à retifícação do registro de nascimento.
• ECA Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
• Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento,
se deixar descendentes..
f) No procedimento de averiguação oficiosa de paternidade: tal procedimento vem previsto no art. 2° da Lei
8.560/92. O § 3° da referida lei estabelece os casos em que o reconhecimento é feito de forma voluntária.
g) Na ação judicial de investigação de paternidade: ente voluntário se o suposto pai reconhecer a paternidade
consensualmente ou mediante acordo nos autos da ação investigatória.

Ação de investigação de paternidade


• Objetiva o reconhecimento compulsório do filho, por omissão ou recusa do investigado, tenha ou não
havido convivência familiar.
• Reconhecimento de Estado de filiação é direito imprescritível
ECA Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o
segredo de Justiça.
• Legitimidade: filho e o MP

Jornada de Direito Civil – 521. Art 1606. Qualquer descendente possui legitimidade, por direito próprio, para
propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de qualquer ascendente de grau
superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da filiação em vida.

Lei 8560/92
• Regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências.
Art. 2o-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
serão hábeis para provar a verdade dos fatos. (Incluído pela Lei nº 12.004, de 2009).
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório. (Incluído pela Lei nº 12.004, de 2009).
Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixarão os alimentos
provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite.
Ação de reconhecimento da parentalidade
Princípio maior da dignidade da pessoa humana. A demanda não tem como objetivo investigar a paternidade,
mas sim reconhecer a parentalidade. Há um direito à identidade genética, cujo vetor interpretativo remonta à
própria dignidade da pessoa. Existe uma condição ínsita a cada indivíduo de ver declarado seu estado, cujo
reconhecimento pelo Poder Judiciário trará repercussões em suas relações mais íntimas.
A pessoa, caso o suposto pai morra, deve entrar com ação contra os herdeiros e não o espólio! Se não tiver
herdeiro pode fazer uma exumação.
Os herdeiros do suposto filho, que morreu, podem entrar com acao de reconhecimento de parentalidade em
face do suposto pai.

Ações
• Ação de Impugnação de Paternidade: Qualquer interessado pode propor com o objetivo de provar
que a pessoa que figura no registro civil de outra não é seu pai. O fundamento é a existência de uma
filiação biológica, ou afetiva, com outra pessoa, que não consta do registro civil ex:
 próprio filho
 Pai e/ou mãe biológico.
• Ação de identificação de parentalidade: pode ser proposta pelo pai biológico para ser reconhecido por
alguém que foi registrado por outrem. Deve o pai registral ser citado, mas não há necessidade de
citação da mãe do investigado
Obs.: acao declaratória de paternidade – se o pai é quem quer reconhecer (autor da açao)

STJ Súmulas – Investigação de paternidade


• Súmula 1: O foro do domicilio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de
Investigação de Paternidade, quando cumulada com a de alimentos. (02/05/1990).

• Súmula 277: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da
citação. (16/06/2003).
• Súmula 301: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade. (22/11/2004). —> virou lei
LEI Nº 12.004, DE 29 DE JULHO DE 2009 DOU 30/7/2009
Altera a Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos
fora do casamento e dá outras providências.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei estabelece a presunção de paternidade no caso de recusa do suposto pai em submeter-se ao
exame de código genético - DNA.
Art. 2º A Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 2º-A:
"Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório."

Ações da mãe
• Falsidade de Registro
• Contestação de Maternidade
• Declaratória de Maternidade

Reconhecimento de Filhos
1607 a 1617 do Código Civil
Lei 8560/92
• Reconhecimento voluntário 1609
• Reconhecimento forçado

Filiação
Enquanto a filiação matrimonial decorre de uma presunção jurídica, a filiação extramatrimonial é materializada
por meio do reconhecimento dos filhos, por ato voluntário ou por decisão judicial.
• Relativamente incapaz: Pode reconhecer sua prole independente de assistência.
• Absolutamente incapaz: O reconhecimento de filho dependerá de ato judicial.

Investigação de Paternidade
Lei 8560/92 – Averiguação Oficiosa —> Mae sozinha vai registrar
Oficial deve perguntar quem é o pai; juiz do cartório ouve a mãe e manda intimar o pai. O pai é notificado que
responde a um procedimento administrativo de investigação e paternidade. O homem pode confirmar a
paternidade, ai sai o registro. Ou ele pode dizer que nao é o pai ou que não vai registrar. Os autos vão para o
MP para que ele proponha uma acao de investigação, ou a própria mãe pode entrar

Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz
certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser
averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso,
notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é
atribuída.
§ 2° O juiz, quando entender necessário, determinará que a diligência seja realizada em segredo de justiça.
§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e
remetida certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
§ 4° Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada
paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo
elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade.
§ 5o Nas hipóteses previstas no § 4o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.
§ 6o A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar
investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade. (Incluídos pela Lei nº 12,010, de
2009)

CNJ
Provimento n° 16, dispõe sobre a recepção, pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, de indicações
de supostos pais de pessoas que já se acharem registradas sem paternidade estabelecida, bem como sobre o
reconhecimento espontâneo de filhos perante os referidos registradores.
- Ter o nome do pai na certidão de nascimento é um direito de toda pessoa, mas os dados mostram outro
cenário: cerca de 5,5 milhões de brasileiros em idade escolar não têm o nome do pai na certidão. (dados
IBGE)

Tutela
Ainda é um meio de proteção ao menor.
A tutela é uma forma de cuidar de um menor que por algum motivo perdeu ou os pais foram destituídos do
poder familiar.
Tutela é o encargo conferido a alguém para dar assistência, representar e administrar a pessoa e o patrimônio
de uma criança e adolescente, cujos pais são mortos, declarados ausentes por decisão judicial ou destituídos
do poder familiar, com o escopo de garantir a sua proteção integral

Considerações Iniciais
• Direito de Família
o Código Civil 1916: sistema patrimonial  durante todo o código de 1916, a visao era uma
proteção patrimonial dos bens do menor. Entao o tutor cuidava do patrimonio e coloca o menor
saudando em alguma instituição, por exemplo.
 Preocupado principalmente com a preservação e proteção do patrimô nio do órfão rico, o
Código Civil de 1916, em 40 artigos disciplinou a matéria, dedicando apenas um deles aos
menores abandonados (pela linguagem da época, “em situação irregular”).
Com o ECA, a tutela saiu do CC e entrou no ECA. Com isso, a maioria das pessoas que estavam atendidas pelo
ECA na tutela noa tinha bem nenhum. Não há mais ma “hipoteca” a se pagar pelo tutor, que existia para
garantir que se ele gastasse os bens do menor, tivesse uma garantia
Compreende-se hoje, que as funções do tutor transcendem a defesa dos interesses patrimoniais.

Sistema de Proteção de Incapazes


• Poder Familiar
 ECA
Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Art. 24 - A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento


contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.
 CF
CF Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
A tutela não tem o mesmo poder e alcance que o poder familiar. Trata-se, conforme o ECA, de família
substituta, sem o exercício do poder familiar

• Tutela
A tutela é instituto de proteção mediante a qual é outorgada a representação, a alguém, para o cuidado e
assistência dos menores de idade que carecem dos pais, seja porque um dos progenitores é incapaz e o outro
é ausente; ou ambos são ausentes; ou mesmo ambos sejam incapazes; seja porque tenham sido privados do
poder familiar, ou porque o exercício do poder familiar tenha sido judicialmente suspenso; ou porque
tenham falecido.
Destina-se a suprir a capacidade civil

O que acontece muitas vezes, é que, hoje, a pessoa pede a guarda e não tutela, por não conhecerem esse
instituto. A tutela da direito de representação, a guarda não.
Obs.: existe guarda de fato – a pessoa pega a criança pra cuidar

A tutela equivale ao poder familiar (não é igual, mas equivale).

Finalidade
A finalidade da tutela é a proteção e representação legal oficial, dos menores de idade cujos pais não podem
exercer o poder familiar, tratando-se, portanto, de uma instituição jurídica substitutiva do poder familiar e que
finaliza com a maioridade do tutelado que em razão da sua idade não podia exercer por si seus direitos e
contrair obrigações.
O tutor ocupa o lugar jurídico deixado pelo vazio da autoridade parental.
Obs.: Se a pessoa é maior de idade não é mais tutela, mas curatela

Colocação em Família Substituta


A tutela é uma das formas de colocação em família substituta, devendo ser atendidas as disposições gerais dos
artigos 28 a 32 do ECA. Regra geral da colocação em família substituta:  regra geral de colocação em familia
substituta
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da
criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional (se ela concorda ou não
com aquela guarda ou adoção), respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e
terá sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar
ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento
posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos
técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e
adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da
medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades
governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.

 A tutela é estabelecida no arts 36 a 38 ECA, como modalidade específica de colocação em família


substituta.  aqui o próprio ECA fala que quem estabelece as regras da tutela é o CC, mas as leis
precisam ser observadas conjuntamente por essa preocupação em colocação em família substituta
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica
necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 37. A especialização de hipoteca legal será dispensada, sempre que o tutelado não possuir bens ou rendimentos ou por qualquer
outro motivo relevante.
Parágrafo único. A especialização de hipoteca legal será também dispensada se os bens, porventura existentes em nome do tutelado,
constarem de instrumento público, devidamente registrado no registro de imóveis, ou se os rendimentos forem suficientes apenas para a
mantença do tutelado, não havendo sobra significativa ou provável.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com
pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que
não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. (Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão
decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência)
 Estabelecida nos artigos 1728 a 1766 do CC/02

Importante.: Ao confrontar as duas leis (ECA e CC), se houver incompatibilidade, prevalecem os dispositivos
do CC. Art 36
ECA, Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder
familiar e implica necessariamente o dever de guarda (antes não implicava).
CC, Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Normas do CC/02
As normas atinentes ao exercício da tutela inseridas no CC02, ainda mantêm seus fundamentos no ideal
patrimonialista, característico do sistema anterior, disciplinando questões eminentemente patrimoniais. Mas
devem ser vistas com base no melhor interesse da criança, sujeitos de direitos.
Algumas coisas que antes eram absolutashoje são relativas pois devem ser interpretadas segundo o melhor
interesse da criança

Conceito
Instituto jurídico de direito assistencial, voltado a proteção prioritária dos direitos existenciais da criança e do
adolescente, através de encargo, conferido a alguém, para dar assistência, representar e administrar a pessoa e
o patrimônio de uma criança ou adolescente, cujos pais são mortos, declarados ausentes por decisão judicial,
ou destituídos do poder familiar, na hipótese de suspensão ou destituição previstas pelos artigos 1635 e sgs. CC
ou 157 do ECA, com o escopo de garantir sua proteção integral. Destina-se a suprir a falta do poder familiar, e
sua concessão é incompatível com ele.  a mãe continua com o poder familiar, caso o marido morra. A criança
só deve ser colocada sob tutela se ela perder o poder familiar

Modalidades de Tutela
1. Manifestação da vontade (a)Documental ou (b)testamentária
Documental: quando os pais através de instrumento público ou particular indicam pessoa habilitada a servir
com o tutor de seus filhos menores. Não é exigido instrumento publico.

Testamento: quando os pais instituem o tutor através de testamento. Cada um deve estabelecer o seu próprio
testamento.
um faz um e o outro faz outro, mas nomeando o mesmo tutor, não ode ser incompatível
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
1863CC : É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder
familiar. (Hipótese de ineficácia e não de invalidade)
Mesmo se uma, ou algumas, das cláusulas do testamento venha a ser reconhecida como inválida (nula ou
anulável), se a nomeação do tutor é livre de vi ́cios e desembaraçada, valerá e produzirá regulares efeitos. É a
redução parcial da invalidade (CC, art. 184).

Pode recair sobre pessoa da família ou estranha, desde que idônea e conduta ilibada. Dispensa-se a
homologação judicial, tratando-se de ato personalíssimo.

2. Tutela legítima ou Legal


Havendo omissão dos pais (ou invalidade), o legislador estabelece o rol de pessoas que podem ser nomeadas
para o encargo. Escolhidos entre os parentes da criança.
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por
esta ordem: (tem uma ordem de quem vai receber)
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais
velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em
benefício do menor.
Melhor interessa da criança e proteção integral assistentes sociais e psicológicos vão analisar
Obs.: não existe colateral de 1 grau, o de 2 é o seu irmão.

Parentes socioafetivos estao nessa contagem? Como por exemplo, marido da minha mãe. Tem se discutindo
Padrasto? Madrasta?
Podem ser escolhidos fora da ordem legal?
Concilia-se o CC e o ECA em atenção ao melhor interesse da criança
3. Tutela Dativa - aplicada pelo Juiz quando esgotadas as possibilidades anteriores
Uma das hipóteses é do menor em situação de abandono
Art. 1.732, CC. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário.
O juiz poderá nomear tutor dativo, ainda, na hipótese de falta de afetividade ou de afinidade entre a criança ou
adolescente e o tutor nomeado documentalmente, ou por testamento, ou nomeado por força de lei.
Art. 28, ECA. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em
audiência.
Obs.: Tutela Interina: Artigo 762 CPC: Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender o tutor ou o
curador do exercício de suas funções, nomeando substituto interino. A titulo de tutela de urgência o juiz pode
nomear o tutor interino para a proteção do incapaz, enquanto são encaminhados providencias para a proteção
integral do menor, considerada a ausência de exercício do poder familiar
 Sempre olhar o ECA quando vemos isso do CC pensando no melhor interesse

Unicidade
Art. 1.733, CC. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência,
entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se
ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento.
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens
deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela.
 Unicidade vantajosa para manter a união familiar, mas nada impede que considerando o melhor interesse
da criança sejam nomeados diferentes tutores para irmãos órfãos;
MBD: Podem ser nomeados dois tutores, numa tutela compartilhada, cuidando da criança duas pessoas
casadas. que vivam em União Estável hetero ou homoafetiva.
Não existe tutela de fato. Não passa de uma mera gesto de negócios.

Impedimento para a Tutela


Tutela confere poderes de gestão pessoal e patrimonial. Não pode ser considerada de forma rígida para
atender ao melhor interesse da criança. Cabe análise do caso concreto pelo Juizo.
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o
menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
contra o menor;
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham
ou não cumprido pena;
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
ECA: Art. 29 - Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.

Escusa dos Tutores


Trata-se de munus público logo a nomeação do tutor demanda a necessária aceitação do encargo, eis que é ato
unilateral do juizo
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: (IMPEDIR O AGRAVAMENTO DO EXERCÍCIO DO ENCARGO)
I - mulheres casadas; (proposta de revogação - enunciado 136 I JCD/CJF) —> mulheres casadas e não pessoas!
II - maiores de sessenta anos;
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; (NETOS? ENTEADOS?tambem pode se escusar?)
IV - os impossibilitados por enfermidade;
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; (1732 - apenas do tutor dativo)
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII - militares em serviço. (transferencias de domicílio e exercício no local onde se encontram os bens)
Para Rolf Madaleno esse é um elenco meramente exemplificativo. Já Alvaro Villaça e Zeno Veloso acreditam
tratar-se de numeros clausus, então os outros seriam obrigados. Enquanto MBD levanta a questão: Atribuir o
encargo a alguém contra sua vontade?
Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar
parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições de exercê-la.

Exercício da Tutela
O Tutor será detentor da Guarda e responsável por prover o sustento e educação do pupilo, na medida de suas
possibilidades. O tutor exerce seu papel sob a autoridade do Poder Jurídico e fiscalização do MP, visando a
efetivação da proteção integral —> depois de determinado como tutor.
 Quanto a pessoa do tutelado
Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:
I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição;
• ingressar contra os parentes ou pais
II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção; (ver artigos
18A e 18B ECA)
• Assessoria de psicologo, pedagogo e AS
III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar
doze anos de idade. (artigo 28 ECA)
 Caso o tutelado possua bens capazes de gerar frutos, correrão as suas expensas as despesas com
sustento e educação. Inexistindo bens a obrigação alimentar poderá recair sobre os parentes.
 Sem autorização judicial, mas sujeita a controle e prestação de contas
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
I - representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em
que for parte;
II - receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas;
III - fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e
melhoramentos de seus bens;
IV - alienar os bens do menor destinados a venda;
V - promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz.

Garantia da Tutela  a lei oreve a possibilidade de exigir do tutor a apresentação de uma garantia
(real ou fidejussória) para o exercício da tutela, de modo a preservar os interesses infanto-juvenis,
evitando prejuízo irreparável. Não é obrigatprio, a exigência de caução é exceção.
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda
que os pais o tenham dispensado.
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da
tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.
Art. 2.040. A hipoteca legal dos bens do tutor ou curador, inscrita em conformidade com o inciso IV do art. 827
do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, poderá ser cancelada, obedecido o disposto no
parágrafo único do art. 1.745 deste Código
Código Civil 16: garantia da tutela - hipoteca legal —> são semelhantes
ECA: a preocupação central eram as relações existenciais da criança, permitindo a dispensa da garantia quando
o tutelado não possuísse patrimônio, ou por outro motivo relevante.

 Necessitam de prévia autorização judicial


Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:
I - pagar as dívidas do menor;
II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
III - transigir;
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido;
V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim
como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.
Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do
juiz.
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes
ao menor;
II - dispor dos bens do menor a título gratuito;
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.

Responsabilidade do Juiz
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será:
I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito oportunamente;
II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito.
Paulo Lobo: Não é Responsabilidade do Estado, pois o juiz responde com seus próprios bens
Cristiano e Rosenvald: a responsabilidade do magistrado não elide a do Estado por ato judicial (CF 37§6o.)
Alvaro Villaça: Se o magistrado não agir com dolo ou culpa no exercício de suas funções caberá ao Estado o
ressarcimento dos danos.
Responsabilidade civil objetiva
CPC Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da
parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao
juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

Protutor —> vai receber um valor pago pelo pupilo.


Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor.
Função: auxiliar o juiz na fiscalização do tutor, não lhe cabe cooperar com o tutor. (Pessoa de confiança do
magistrado). Só é necessária quando o tuteado tenha patrimônio ou renda bastante. Essa atividade será
remunerada, caso o patrimônio do pupilo produza frutos suficientes para custeá-la.
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser
pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber
remuneração proporcional à importância dos bens administrados.
§ 1o Ao protutor será arbitrada uma gratificação módica pela fiscalização efetuada.
§ 2o São solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do
tutor, e as que concorreram para o dano.
Responsabilidade do tutor: objetiva
Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Obs.: CPC/16
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro administrador
serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer no prazo legal,
o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito
e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo.

Extinção da Tutela
Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:
I - com a maioridade ou a emancipação do menor;
II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.
Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:
I - ao expirar o termo, em que era obrigado a servir;  2 anos
II - ao sobrevir escusa legítima;
III - ao ser removido.
Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por espaço de dois anos.
Parágrafo único. Pode o tutor continuar no exercício da tutela, além do prazo previsto neste artigo, se o
quiser e o juiz julgar conveniente ao menor.  mas se ele não quiser, mesmo que o juiz ache conveniente, não
é obrigado
Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.

Remoção do Tutor
ECA Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 38, ECA. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Artigos 155 a 163 do ECA - Destituição do tutor = do Poder familiar


Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem
tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará:
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido
formulado por representante do Ministério Público;
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder
familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá
requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da
intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal,
se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de documento
que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.

CC: Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.
Ação pode ser proposta pelo MP ou por quem tem legitimo interesse moral ou financeiro

CPC: Art. 761. Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legítimo interesse requerer, nos casos previstos
em lei, a remoção do tutor ou do curador.
Parágrafo único. O tutor ou o curador será citado para contestar a arguição no prazo de 5 (cinco) dias, findo o
qual observar-se-á o procedimento comum.

Considerações Finais
 Tutor não possui o usufruto dos bens dos pupilos e tem direito de ser remunerado (caso haja bens)
pelos gastos que despender no exercício da tutela  diferente do pais;
 Tutor recebe remuneração proporcional à importância dos bens administrados  pai não;
 Tutor pode delegar a administração dos bens, para pessoa física ou jurídica que detenha
conhecimentos técnicos para administrá-los  pai tambem. Mas o tutor não herda os bens do pupilo
nunca, e nem vice e versa:
Art. 1.743. Se os bens e interesses administrativos exigirem conhecimentos técnicos, forem complexos, ou
realizados em lugares distantes do domicílio do tutor, poderá este, mediante aprovação judicial, delegar a
outras pessoas físicas ou jurídicas o exercício parcial da tutela

 Tutela é medida protetiva destinada a crianças e adolescentes que se encontram nas hipóteses do
artigo 98 do ECA;
Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido
suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em programa de
colocação familiar, na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.

Art. 201, ECA. Compete ao Ministério Público: Ação de nomeação de tutor


… III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do poder
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais
procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude;
 Possibilidade restrita que o MP tem para criança que estão em situações especiais

Competência
Súmula 383 do STJ - “A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.”
Lei 6956/15
Art. 43 Compete aos juízes de direito em matéria de família:
I - processar e julgar:
c) ações de interdição, tutela ou emancipação de crianças e adolescentes;

Art 51, lei 6956 - Compete aos juízes de direito em matéria da infância e da juventude:
I - processar, julgar e praticar todos os atos concernentes aos direitos de crianças e adolescentes, nas situações
previstas nas respectivas legislações

Guarda e Tutela
Art. 33, ECA. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação
para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
direito, inclusive previdenciários.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou
quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente
a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que
serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Lei 9032/95 dispôs que são dependentes previdenciários os menores sob tutela, e não mais os sob guarda
conforme art. 33 do ECA - questão vem sendo discutida

 INSS
Uma vez auferida a tutela, dela decorrem efeitos diversos, inclusive no âmbito previdenciário.

O artigo 16 da lei 8.213/91 estabelece quais são os dependentes do segurado falecido para fins de concessão
de benefícios previdenciários, inclusive o benefício de pensão por morte.
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das
classes seguintes.
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que
comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 1997)
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o
segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser
comprovada.

 Casos Julgados STJ : ..........


Guarda – benefícios previdenciários. Mas vem a Lei da previdência falando que só quem te direito a esses
benefícios com a tutela. Questão: o que vale mais para o interesse da criançada? A guarda deixar o beneficio
previdenciário para o menor ou só a tutela?

OBS: SÓ QUEM TEM PODER FAMILIAR SÃO OS PAIS, TUTOR E GUARDA NÃO TEM
Guarda e tutela -> formas de coloca em família substituta

Tutela substitui o poder familiar

Curatela (ou Interdição) e tomada de decisão


apoiada
Conceito
É o instituto que visa proteger a pessoa maior de idade, que padece de alguma incapacidade ou circunstância
que impeça a sua livre e consciente manifestação de vontade, com o objetivo de proteger seu patrimônio
(muito voltada ao patrimônio)
De alguma forma supre a vontade e a necessidade
Hoje está muito ligada ao patrimônio

Curatela – CC/16
A pessoa era declarada civilmente incapaz, total ou parcialmente, para a prática dos atos da vida civil, tais
como: vender, comprar, testar, casar, votar, assinar contratos, etc. , através de um processo de INTERDIÇãO
Para realizar esses atos, a pessoa deveria ser representada ou assistida por uma outra civilmente capaz,
denominada curador.
A curatela somente poderá ser instituída mediante a tramitação e conclusão de processo judicial.
Pessoas com deficiência mental ou intelectual eram consideradas absolutamente incapazes.
O Código Civil de 1916 qualificava-as como “loucos de todo o gênero” e as impedia, pela interdição, de praticar
qualquer ato da vida civil.
O Código Civil atenuou essa discriminatória qualificação, mas manteve a incapacidade absoluta para pessoas
com “enfermidade ou deficiência mental”, sem o necessário discernimento para a prática desses atos.

Evolução
• Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: CDPD de 13/12/06 foi
promulgada pelo Decreto 6949/09 com o objetivo de proteger e assegurar o exercício pleno de todos
os direitos humanos por todas as pessoas com deficiência.
• Pessoas com Deficiência: Aquelas que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial.
• Objetivo: Permitir que as pessoas elejam e promovam as suas escolhas de vida, sem que a deficiência
restrinja essa opção.
• Deficiente desfruta dos direitos civis, patrimoniais e existenciais.
• Incapaz é sujeito cuja deficiência se qualifica por uma impossibilidade de exercício de autogoverno

Decreto de 6949/09 (CDPD)


Artigo 12. Reconhecimento igual perante a lei
1.Os Estados Partes reafirmam que as pessoas com deficiência têm o direito de ser reconhecidas em qualquer lugar como pessoas
perante a lei.
2.Os Estados Partes reconhecerão que as pessoas com deficiência gozam de capacidade legal em igualdade de condições com as
demais pessoas em todos os aspectos da vida.
3.Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para prover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio que necessitarem no
exercício de sua capacidade legal.
4.Os Estados Partes assegurarão que todas as medidas relativas ao exercício da capacidade legal incluam salvaguardas apropriadas e
efetivas para prevenir abusos, em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos. Essas salvaguardas assegurarão que
as medidas relativas ao exercício da capacidade legal respeitem os direitos, a vontade e as preferências da pessoa, sejam isentas de
conflito de interesses e de influência indevida, sejam proporcionais e apropriadas às circunstâncias da pessoa, se apliquem pelo
período mais curto possível e sejam submetidas à revisão regular por uma autoridade ou órgão judiciário competente, independente
e imparcial. As salvaguardas serão proporcionais ao grau em que tais medidas afetarem os direitos e interesses da pessoa.

Lei 12146/15 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (EPD). Ela altera artigos do
CC que tratava sobre os maiores incapazes.
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
considerará: (Vigência)
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de tratamento,
procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
§ 1o Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a
obtenção de consentimento.
§ 2o A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter
excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.

Curatela, hoje em dia


Só em situações excepcionais, a pessoa com deficiência mental ou intelectual poderá ser submetida a curatela,
no seu interesse exclusivo e não de parentes ou terceiros. O que acontecia é que a pessoa entrava com essa
açao para interesse próprio.
Essa curatela, ao contrário da interdição total anterior, deve ser, de acordo com o artigo 84 do Estatuto da
Pessoa com Deficiência, proporcional às necessidades e circunstâncias de cada caso “e durará o menor tempo
possível”.
Tem natureza, portanto, de medida protetiva e não de interdição de exercício de direitos.
NCPC. As regras do novo CPC deverão ser interpretadas em conformidade com as da Convenção sobre os
Direitos da Pessoa com Deficiência, pois esta tem força normativa superior àquele, relativamente á curatela
especial, como medida protetiva e temporária, não sendo cabível a interpretação que retome o modelo
superado de interdição, apesar da terminologia inadequada utilizada pela lei processual.

Deficiência qualificada pela curatela: maior proteção


Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
A incapacidade surgirá excepcionalmente e será amplamente justificada.
As pessoas deficientes submetidas à curatela saem do rol dos absolutamente incapazes e vão para os
relativamente incapazes
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

EPD
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade
de condições com as demais pessoas.
§ 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.
§ 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada.
§ 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária,
proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o
balanço do respectivo ano.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
§ 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua
definição, preservados os interesses do curatelado.
§ 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a
pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.

Art. 1.767, CC. Estão sujeitos a curatela: (mudança na legislação)


I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) —>
muito comum interditar por causa de drogas.
V - os pródigos.

Alteração trazida também pelo artigo 1.768 do CC é a retirada da palavra interdição; no lugar, empregou-se a
expressão “o processo que define os termos da curatela” para aludir instrumento processual cabível diante
da nova dicção do sistema de incapacidades.

Obs.: interdição dina está presente no CPC – ainda tem esse nome mesmo que no CC não esteja mais

Art. 751, Lei nº 13.105. O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o
entrevistará minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências e laços familiares e
afetivos e sobre o que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto à sua capacidade para praticar
atos da vida civil, devendo ser reduzidas a termo as perguntas e respostas.
§1o Não podendo o interditando deslocar-se, o juiz o ouvirá no local onde estiver.
§2o A entrevista poderá ser acompanhada por especialista.
§3o Durante a entrevista, é assegurado o emprego de recursos tecnológicos capazes de permitir ou de auxiliar o
interditando a expressar suas vontades e preferências e a responder às perguntas formuladas.
§4o A critério do juiz, poderá ser requisitada a oitiva de parentes e de pessoas próximas.

Quem pode promover a curatela


CC. Redação do artigo do CC alterada pelo Estatuto:
Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:
I – pelos pais ou tutores;
II – pelo cônjuge, ou por qualquer parente;
III – pelo Ministério Público.
IV – pela própria pessoa.
Novo Código de Processo Civil:
Art. 747. A interdição pode ser promovida:
I – pelo cônjuge ou companheiro;
II – pelos parentes ou tutores;
III – pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
IV – pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a petição inicial.
O CC institui em seu artigo 1.771 que uma entrevista realizada pessoalmente entre a pessoa que tem a
intenção de sujeitar-se à curatela e uma equipe multidisciplinar deverá anteceder o pronunciamento judicial
acerca dos termos da curatela.
Já o CPC… Art. 753. Decorrido o prazo previsto no art. 752, (Dentro do prazo de 15 (quinze) dias contado da
entrevista, o interditando poderá impugnar o pedido) o juiz determinará a produção de prova pericial para
avaliação da capacidade do interditando para praticar atos da vida civil.
§ 1o A perícia pode ser realizada por equipe composta por expertos com formação multidisciplinar.
§ 2o O laudo pericial indicará especificadamente, se for o caso, os atos para os quais haverá necessidade de
curatela.

Nova legislação
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da curatela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar,
entrevistará pessoalmente o interditando.
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes do
art. 1.782, e indicará curador.
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de conflito
de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR)
“Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de
uma pessoa.”
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência
familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste desse convívio.
examinará pessoalmente o argüido de incapacidade. (Vide Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) (Vide Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pessoas a que se referem os incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o
desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão circunscrever-se às restrições constantes do art.
1.782. (Vide Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.773. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso. (Vide Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

Obs.: nem todo autista deve ser interditado, deve avaliar o grau de autismo, a sua situação socioambiental, tc

Tomada de decisão apoiada – apoio que necessitarem ao exercício de suas capacidade legal –
remédio para necessidades existenciais.
 artigo revogado = 1780
 tomada de decisão apoiada = 1783ª
Art. 1.780. A requerimento do enfermo ou portador de deficiência física, ou, na impossibilidade de fazê-lo, de
qualquer das pessoas a que se refere o art. 1.768, dar-se-lhe-á curador para cuidar de todos ou alguns de seus
negócios ou bens.
Nessa curatela administrativa especial, o curatelado preserva sua capacidade, podendo ele próprio nomear
pessoa que deseje seja seu curador, funcionando semelhantemente a um mandato, a representação
voluntária, em que o curatelado transfere poderes para que o curador administre total ou parcialmente o
patrimônio.
Ex: Pessoas deficientes com capacidade psíquica plena (tetraplégicos, obesos mórbidos, cegos, pacientes de
AVC, por exemplo)

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos
2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe
apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
para que possa exercer sua capacidade.
§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem
apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores,
inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
devem apoiar.
§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação
expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe
prestarão apoio.
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que
esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-
assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de
opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir
sobre a questão.
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas,
poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu
interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de
tomada de decisão apoiada.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão
apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas
na curatela.”

A tomada de decisão apoiada é uma medida promocional de autonomia, que resguarda a liberdade e dignidade
da pessoa com deficiência, sem amputar ou restringir seus desejos e anseios vitais.
Na Tomada de Decisão Apoiada o beneficiário conservará a capacidade de fato. Mesmo nos específicos atos em
que seja coadjuvado pelos apoiadores, a pessoa com deficiência não sofrerá restrição em seu estado de plena
capacidade, apenas será privada de legitimidade para praticar episódicos atos da vida civil.
A tomada de decisão é mais direcionada.

Interdição NCPC
Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou.
§ 1o O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo curador ou pelo Ministério
Público e será apensado aos autos da interdição.
§ 2o O juiz nomeará perito ou equipe multidisciplinar para proceder ao exame do interdito e designará
audiência de instrução e julgamento após a apresentação do laudo.
§ 3o Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição e determinará a publicação da sentença,
após o trânsito em julgado, na forma do art. 755, § 3o, ou, não sendo possível, na imprensa local e no órgão
oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, seguindo-se a averbação no registro de pessoas
naturais.
§ 4o A interdição poderá ser levantada parcialmente quando demonstrada a capacidade do interdito para
praticar alguns atos da vida civil.
Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a
responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais
conveniente aos interesses do incapaz.
Art. 758. O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito.

Interdição ou Processo que define os termos da curatela?


• Naquilo que compete à intitulação do processo relativo à curatela, entende-se que não se pode
considerar uma ou outra expressão equivocada (“interdição” e “processo que define os termos da
curatela”). ambas encontram-se previstas na lei.
• Contudo, parece que aquela que melhor se amolda aos preceitos dignificadores da pessoa com
deficiência e ao intuito do legislador de afastar o caráter privativo e de exclusão do instituto da
curatela é “processo que define os termos da curatela”.

Interdição
• A sentença de Interdição não está sujeita ao trânsito em Julgado. Ela produz efeitos imediatos
independente de haver recursos pendentes. Ela é imediatamente registrada no registro civil do
interditando e publicada na imprensa para conhecimento publico.
• Para a extinção da curatela, é necessária decisão judicial que declare a sanidade do curatelado.

Conclusões da Curatela NCPC


O CPC/73 dispunha que o juízo examinaria e interrogaria o interditando.
O NCPC estabelece que o juiz entrevistará o interditando e mais, prevê a possibilidade de o juízo se deslocar
até o interditando em casos de impossibilidade de este se apresentar em juízo e que esta entrevista poderá ser
acompanhada por especialista, além de ser empregados recursos tecnológicos capazes de auxiliar o
interditando a manifestar sua vontade e responder as perguntas formuladas.
Também prevê a possibilidade de ouvir os parentes e pessoas próximas ao interditando, não havendo
qualquer dispositivo equivalente no CPC/73.
No que se refere a pessoas próximas, a lei não define quem seriam essas pessoas, o que certamente caberá à
doutrina.
O prazo de impugnação do pedido, que antes era de 05 (cinco) dias a contar da data da entrevista passou a
ser de 15 (quinze) dias. O interditando poderá constituir advogado, assim como era possível no CPC/73.
Todavia, caso não o faça, seu cônjuge, companheiro ou algum parente do interditando poderá intervir como
assistente.

Alimentos
Conceito
Para Silvio Rodrigues : É a prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para que possa
atender às necessidades da vida. A palavra alimentos tem conotação muito mais ampla do que na linguagem
vulgar, em que significa o necessário para o sustento. Aqui trata-se não só do sustento, como também de
vestuário, habitação, assistência médica, em caso de doença, enfim de todo o necessário para atender às
necessidades da vida; e, em se tratando de criança, abrange o que for preciso para sua instrução.
Áurea Pimentel Pereira , traz entendimento de Pontes de Miranda, segundo o qual:
(...) Os alimentos, na linguagem comum, são considerados, em princípio, como representativos do estritamente
necessário à sobrevivência dos alimentandos, observando que, no direito antigo, segundo o previsto nas
Ordenações Filipinas, abrangia, além dos mantimentos, vestuário e habitação (...).
Ainda segundo o douto jurista, os alimentos podem ser divididos em naturais e civis (...).

Valores destinados a satisfazer as exigências materiais de subsistência, vestuário, habitação e assistência na


enfermidade, saúde, ensino, lazer, atendendo a condição social do alimentado e a capacidade econômica do
alimentante.  Todos esses itens fazem parte da ação de alimentos! Não é só comida

Legislação
 LEI no. 5478/68 - Lei de Alimentos  lei que diz como vai er proposta a ação. Parte processual e noa
material. PROCESSUAL
 LEI no. 8560/92 - Investigação de Paternidade  quando ficar comprovado que é o pai, o juiz pode desde
esse momento a pedir alimentos ( alimentos provisionais)
 LEI no. 10.741/03 - Estatuto do Idoso  transforma esses alimentos concedidos de forma solidaria
 Lei no. 11.804/08 - Alimentos Gravídicos  a lei diz que pode entrar com ação dizendo quem acha que é
o pai (testemunhas etc)
 Código Civil de 2002 – artigos 1694 a 1710.  aqui está o direito material
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de
sua educação.  quem pode pedir
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de
culpa de quem os pleiteia.  raramente se discute a questão da culpa

Os alimentos decorrem:
o Poder Familiar  os filhos menores de 18 anos podem pedir alimentos dos pais
o Parentesco  posso pedir a qualquer momento desde que provem a necessidade. Ate 18 anos, poder
familiar, depois em razão de parentesco
o Mutua Assistência  pode pedir alimentos se é casada (mesmo casada); depende da circunstancia
o Separação  quando se separa vc pode entrar. Ta relacionado com a mutua assistência.
o Dissolução da União Estável  pode pedir, se necessitar
o Todos devem ter uma comprovação do vinculo e que vivia as custas da outra pessoa.
 Pressupõem a existência de um Vínculo Jurídico

Dever de sustento dos pais


1. Até a maioridade – Poder Familiar  não precisa nem provar a necessidade
2. Até os 24 anos  em tese a maioria esta terminando o curso superior. Mas se acabar depois, deve
acabar o cursos superior
3. Em decorrência da Paternidade  se vc ta desempregado, noa tem onde morar, tem que pagar

Inicial Lei 5478/78


Art. 2º. O credor, pessoalmente (não existe mais), ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á:  isso é
necessário dentro da ação de alimentos ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades,
provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor,
indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha
aproximadamente ou os recursos de que dispõe.

Documentos Necessários
Ação de Alimentos
• Certidão de Nascimento, Casamento ou prova da Existência da União Estável
• Sempre que possível: prova dos Gastos
• Identidade e CPF e comprovante de endereço
• Documentos que possam comprovar qualquer fato alegado;

Caso Julgado
EMBORA A EXONERAÇÃO DA PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA SE DÊ, EM REGRA, COM A MAIORIDADE DO FILHO, A
OBRIGAÇÃO PODE SER MANTIDA ATÉ QUE ELE COMPLETE 24 ANOS, ESTANDO MATRICULADO EM CURSO
SUPERIOR
Filho de 21 anos que ainda não concluiu sequer o ensino médio, registrando que há declaração da instituição
de ensino onde se encontra matriculado no sentido de que o aluno teve inúmeras faltas no ano de 2013 bem
como tirou notas abaixo da média. Instituição de ensino que pertence à rede pública estadual. Exoneração
que se mantém.
Os pais não têm obrigação de fornecer alimentos à filha maior de 25 anos e com curso superior completo, se
inexistirem elementos que indiquem quaisquer problemas quanto à sua saúde física ou mental
Sumula 358 STJ
“O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial,
mediante contraditório, ainda que nos próprios autos."  não da pra cancelar pq quer, tem que intimar
A CONSTITUIÇÃO DE NOVA UNIÃO, COM A SUPERVENIÊNCIA DE PROLE, NÃO CONSTITUI, POR SI SÓ,
DEMONSTRAÇÃO SOBRE A ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE ECONÔMICA DO ALIMENTANTE

Cônjuges
Mútua assistência
Caso julgado
No caso de pensionamento entre cônjuges, seu fundamento está amparado no dever de mútua assistência
previsto no inciso III do art. 1.566 do Código Civil, abrangendo os auxílios moral e material
A RECORRENTE É JOVEM, CONTA COM APENAS 39 (TRINTA E NOVE) ANOS DE IDADE, SAUDÁVEL E GOZANDO
DE BOA SAÚDE. OU SEJA, NÃO EXISTEM NOS AUTOS ELEMENTOS QUE EVIDENCIEM A SUA NECESSIDADE DE
RECEBER O AMPARO ALIMENTAR DO VARÃO PARA MANTER-SE, AO ARGUMENTO DE ENCONTRAR-SE
AFASTADA DO MERCADO DE TRABALHO HÁ MUITOS ANOS  quase 40 anos
As partes permaneceram casadas pouco mais que sete anos, sendo certo que, provavelmente, já viviam
separados por quatro anos após o casamento, quando foi fixada a obrigação alimentícia. 3. Em razão desta
união, o autor paga em favor da ré alimentos há vinte e sete anos, tendo a alimentada ao tempo do divórcio
27 anos.

Avós
Alimentos Avoengos - Avo não é direto o obrigado. Tem caráter subsidiário. Não pode exigir diretamente.
Se o pai tem condição de pagar.

Caso Julgado
O dever dos avós é de caráter subsidiário e complementar, cabível nos casos em que o pensionamento prestado
pelos genitores se mostre insuficiente, na forma do artigo 1698 do Código Civil.
Ação proposta em face da avó paterna objetivando a Autora a complementação dos alimentos pagos pelo
seu pai. Sentença que julgou procedente, em parte, o pedido para tornar definitivos os alimentos
provisórios, no patamar de 7,5% do benefício previdenciário líquido da Ré, mediante desconto em folha de
pagamento. Apelação da Ré. Obrigação alimentar dos avós que é complementar em relação à dos pais.
Inteligência do art. 1698 do Código Civil. Prova documental existente nos autos que demonstra que o pai da
menor não vem cumprindo a sua obrigação alimentar e que, sequer, quitou o débito nos autos da ação de
execução de alimentos. Pensão alimentícia fixada com adequação ao binômio necessidade-possibilidade,
tendo sido, com acerto, imposta à Apelante a obrigação em caráter subsidiário. Desprovimento da apelação.
Obs.: Alimentos provisórios: fixa-se aliemtnos de acordo com o pedido. Entao antes de sair a sentença, já é
descontado do salario. Provisórios são fixados antes da audiência. E são devidos até a sentença.

Súmula 596
“A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso
da impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.”
Decisão (não sumula): Avós não podem ser presos por deixar de pagar pensão aos netos, decide STJ

Outros Casos
• Separação
• Divórcio
• Dissolução de União Estável  as vezes pode ser quando ocorre a dependência

Alimentos Transitórios
É o período que vc vai pagar durante um certo tempo
Alimentos – Idoso
Estatuto do Idoso  idoso (maior de 60 anos)
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.  se o idoso tem 4
filhos, pode escolher so um
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse
provimento, no âmbito da assistência social.

Caso Julgado:
DES. MALDONADO DE CARVALHO - Julgamento: 24/02/2015 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL
CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. MINISTÉRIO PÚBLICO. DEMANDA EM PROL DE PESSOA IDOSA EM FACE
DE SEUS FILHOS. GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE, ALIMENTOS, RESPEITO E PROTEÇÃO À INTEGRIDADE FÍSICA E
MORAL. ESTATUTO DO IDOSO. LEI Nº 10741/03. 1. O art. 1.696 do Código Civil prevê que "o direito à prestação
de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais
próximos em grau, uns em falta de outros". 2. Pensar em condenar um ser humano a manter contato, cuidar,
visitar, ter manifestações de carinho, amor, respeito ao próximo, é tarefa reservada a consciência de cada um,
não podendo o Judiciário se imiscuir nesta seara. 3. A alegação de que o postulante dos alimentos "nunca foi
um pai correto" é irrelevante e insuficiente para elidir ou afastar a obrigação decorrente do vínculo de
parentesco, mostrando-se correta a sentença que condenou os réus ao pagamento de pensão alimentícia a
pai comum. 4. Apesar da presumida necessidade do autor, pessoa idosa, em perceber os alimentos, o fato de
receber mensalmente um salário mínimo, a título de proventos de aposentadoria, autoriza a fixação do
percentual em patamar um pouco mais reduzido, em observância ao trinômio
necessidade/possibilidade/razoabilidade. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.
Ainda que os pais tenham sido omissivos, o filho deverá pagar alimentos

Lei 5478/78 – Alimentos Provisórios


Alimentos Provisórios: Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e
anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções.
§ 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver
modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado.
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação.
§ 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso
extraordinário.

São concedidos na Ação de Alimentos nos seguintes casos


• Ajuizada por cônjuges em razão da cessação da convivência.
• Por filhos menores ou incapazes em razão do dever de sustento (1696 e 1697 CC)

Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual
Lei 8560/92
Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixarão os alimentos
provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite.
Os alimentos provisionais são arbitrados em medida cautelar, preparatória ou incidental, de ação de
reconhecimento e dissolução de união estável, divórcio, nulidade ou anulabilidade de casamento, dependendo
da comprovação dos requisitos inerentes à toda medida cautelar: fumus boni juris e o periculum in mora, pela
probabilidade do direito substancial invocado e o receio de perigo de dano próximo ou iminente.
Revisional
• Modificação de cláusula ou revisional: Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em
julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos
interessados.  se ficou fixado que vc não pode mais arcar com aquele valor. Se vc fez um acordo de
separação e nesse acordo tinha uma causula que estvelcia isso vc va modficra e não revisional

Alimentos Gravídicos  tem a ver com os gatos que a mulher vai ter, além dos que gasta
normalmente, específicos da gestação. Deve pagar com metade esses gastos adicionais. Deve haver provado os
indícios.
LEI Nº 11.804, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008.
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
O PRESIDENTE DAREPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas
adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as
referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações,
parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico,
além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser
custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida,
na proporção dos recursos de ambos.
Art. 3º (VETADO) Art. 4º (VETADO) Art. 5º (VETADO)
Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão
até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia
em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
Art. 7o O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias.
Art. 8º (VETADO) Art. 9º (VETADO) Art. 10º (VETADO)
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei as disposições das Leis nos 5.478, de 25
de julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 5 de novembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA , Tarso Genro José Antonio Dias Toffoli Dilma Rousseff

Caso julgado:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS - FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS -
PLEITO DE REDUÇÃO - VERBA ALIMENTAR QUE ATENDE AO TRINÔMIO NECESSIDADE, POSSIBILIDADE E
RAZOABILIDADE - DECISÃO QUE SE MANTÉM - Decisão que arbitrou alimentos gravídicos, os quais se destinam
a custear as despesas da agravada durante o período da gravidez, desde a concepção até o parto. No caso, a
paternidade é reconhecida pelo agravante, que se limita a pleitear a redução do valor dos alimentos. A fixação
de quantum alimentar há de levar em conta não só a necessidade do alimentando, mas também a idoneidade
financeira do provedor da pensão. Restou comprovado nos autos que a gravidez da recorrida é qualificada
como de alto risco, havendo a necessidade de tratamento médico especial, o que implica em um maior custo
com medicamentos. Por outro lado, o valor fixado não aparenta ser desproporcional aos ganhos do recorrente
ante a atividade profissional desenvolvida pelo mesmo. Assim, afigura-se razoável o valor fixado para a
prestação alimentícia provisional, não merecendo reforma. Negado provimento ao recurso.
 Se antes de pagar, o filho nasce, descobre que ele é pai, aquele valor se converte em aliemtnos provisórios.
Se descobrir que não é pai, não precisa pagar nada.

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