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Nas comarcas em que o novo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento tenha sido
implementado, é possível realizar um pré-cadastro com a qualificação completa, dados
familiares e perfil da criança ou do adolescente desejado.
Para atender todas as exigências legais para constituir uma família adotiva,
confira os passos necessários:
1º) Você decidiu adotar
Procure o Fórum ou a Vara da Infância e da Juventude da sua cidade ou região, levando
os seguintes documentos*:
1) Cópias autenticadas: da Certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa
ao período de união estável;
2) Cópias da Cédula de identidade e da Inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
3) Comprovante de renda e de residência;
4) Atestados de sanidade física e mental;
5) Certidão negativa de distribuição cível;
6) Certidão de antecedentes criminais.
*Esses documentos estão previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas é possível que seu
estado solicite outros documentos. Por isso, é importante entrar em contato com a unidade judiciária e
conferir a documentação.
*Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação incluirá o contato com crianças
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e
avaliação da equipe técnica.
A habilitação do postulante à adoção é válida por três anos, podendo ser renovada pelo
mesmo período. É muito importante que o pretendente mantenha sua habilitação válida,
para evitar inativação do cadastro no sistema. Assim, quando faltarem 120 dias para a
expiração o prazo de validade, é recomendável que o habilitado procure a Vara de
Infância e Juventude responsável pelo seu processo e solicite a renovação.
O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 dias, prorrogável
por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
É importante manter os contatos atualizados, pois é por eles que o Judiciário entrará em
contato para informar que há crianças ou adolescentes aptos para adoção dentro do
perfil do pretendente. O sistema também fará comunicações por e-mail, caso seja
cadastrado.
Os casos mais comuns são quando o genitor não registra, falece, ou até mesmo tenha
perdido o poder familiar.
Homoparental:
Realizada por uma pessoa ou casal homossexual. Na atualidade o STF reconhece a
união homoafetiva como um núcleo familiar semelhante a qualquer outro, e o ECA não
apresenta qualquer restrição de adoção por uma única pessoa, independentemente de sua
orientação sexual.
Internacional:
É aquela em que os adotantes são residentes e domiciliados fora do Brasil. Essa
modalidade é mais burocrática que as demais, pois só poderá ser realizada quando se
esgotarem todas as possibilidades de adoção nacional. A mesma está sujeita a
procedimentos próprios e regulação específica. Vale ressaltar que esse caso se aplica
quando adotantes e adotado moram em países diferentes, não quando são de
nacionalidades diferentes. Exemplo: Se uma pessoa residente do Brasil quer adotar uma
outra também residente do Brasil sendo de outra nacionalidade, é uma adoção
doméstica.
Bilateral:
Nessa modalidade é obrigatório que os adotantes sejam casados ou mantenham união
estável, com a necessidade de comprovar a estabilidade da família. A legislação permite
que divorciados façam essa adoção, desde que comprovem que vivem em harmonia e
que o estágio de convivência tenha começado durante o período de relacionamento do
casal.
De maiores:
É possível que adote em alguém com mais de 18 anos, desde que já esteja sob sua
guarda ou tutela. E respeitando o pré requisito inicial de pelo menos 16 anos de
diferença entre adotantes e adotado.
Adoção legal:
A modalidade tradicional onde a onde a pessoa/casal que deseja adotar deve se dirigir à
Vara de Infância e Juventude da comarca em que reside para se habilitar ao processo de
adoção.
Adoção Brasileira:
Um tipo muito frequente no Brasil e ilegal. Conhecida pela sua referência ao famoso
"jeitinho brasileiro". Nesse tipo de adoção um recém-nascido é entregue para que outras
pessoas o registrem como filho. A prática é tipificada como crime, com
penas previstas nos artigos 242 e 297 do Código Penal.
Por isso, para entender os aspectos que tangem o tema, não deixe de ler o texto até o
final.
Significa que a adoção não segue os rigores legais, e, neste caso, não pode ser
considerada válida.
Imagine o seguinte: uma mãe não possui condições de criar o filho, por isso, entrega a
criança a uma vizinha, a qual torna-se “mãe” do infante.
É o caso, também, de um casal que não pode ter filhos e opta por “adotar” o filho de
uma mãe que não pode ou pretende criá-lo, registrando-o no nome do casal, sem atender
aos requisitos legais.
Artigo 242 do Código Penal: Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho
de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterado direito
inerente ao estado civil.
Isso pois a adoção irregular fere os direitos dos menores, principalmente à dignidade e
ao bem-estar físico e psicológico. O melhor interesse da criança é uma máxima no
direito brasileiro, e deve ser considerado acima de tudo.
Sendo assim, não, a adoção à brasileira não é uma prática legal (em todos os sentidos),
sendo que a adoção deve atender aos requisitos previstos em lei para assegurar,
sobretudo, o melhor interesse da criança e preservar a sua integridade física e psíquica.
Como regularizar
Ainda que a prática seja considerada crime no Brasil, há como regularizá-la. Como
mencionado, o bem-estar e o melhor interesse da criança deve ser considerado acima de
tudo.
No processo uma audiência será realizada com os pais biológicos da criança, e, mesmo
em casos de arrependimento, a guarda poderá ser designada à família adotante.
Mas lembre-se: cada caso é um caso.
Considerações finais
É fato que o direito brasileiro sempre irá priorizar o melhor interesse das crianças; daí a
consideração da família socioafetiva em detrimento da biológica em casos como este.
Ainda que o processo de adoção seja longo e burocrático, seguir as determinações legais
será sempre melhor para você e para as crianças.
Sendo assim, ainda que comum no Brasil, você não deve incorrer na prática.
https://bordinassiadvocacia.com.br/2022/04/04/adocao-a-brasileira-o-que-e-e-como-regularizar/
#:~:text=Ainda%20que%20a%20prática%20seja,regularizar%20a%20adoção%20do%20menor.
-Jurisprudências
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO.
ATO REGISTRAL LEVADO A EFEITO PELO PAI BIOLÓGICO. INEXISTÊNCIA DE
VÍCIO. CONHECIMENTO DO ATO, DESDE A INFÂNCIA DO REGISTRADO. POSSE DO
ESTADO DE FILHO. AQUIESCÊNCIA. MATERNIDADE SOCIOAFETIVA.
CARACTERIZAÇÃO DA ADOÇÃO À BRASILEIRA. REGISTRO CIVIL DE
NASCIMENTO IRREVOGÁVEL (art. 1.604 do CCB ). ANULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Malgrado se admita a possibilidade do não conhecimento prévio do ato de registro civil de
nascimento do Apelado, em seu nome, como se filho legítimo seu fosse, não há se cogitar, neste,
de anulabilidade do ato por vício de consentimento ou de declaração falsa. 2. Constatado que a
mãe registral tomou conhecimento do ato, ainda na infância do registrado, e contra ele não se
insurgiu, manifestando aquiescência, tem-se por caracterizada a adoção à brasileira. 3. O vínculo
socioafetivo e a posse de estado de filho, além de respaldar a adoção à brasileira, não autoriza a
anulação do registro civil de nascimento (arts. 1.604 e 1.593 do CCB , c/c art. 227 , § 6º , da
CF ). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
4- O convívio da menor com os pretensos adotantes por um significativo lapso temporal induz, em
princípio, a provável existência de vínculo socioafetivo que deve ser amparado juridicamente, sem
prejuízo da formação de convencimento em sentido contrário após regular e exauriente cognição. 4-
Ordem concedida.
1. Trata-se de ação em que objetiva o autor a anulação parcial do registro de nascimento da ré,
excluindo o seu nome como pai e de seus genitores como avós, sob a alegação de que não é o pai
biológico da criança, nem possui qualquer vínculo afetivo com a mesma.
2. O autor registrou voluntariamente a ré como se fosse sua filha, mesmo sabendo que não era o pai
biológico da menina, o que não poderá ser anulado por mero arrependimento ou desilusão.
3. O assentamento no registro civil é ato jurídico stricto sensu e sua reversibilidade somente se
afigura possível diante da comprovação da existência de vício de consentimento (erro, dolo, coação)
sobre a manifestação volitiva do agente.
4. No caso dos autos, não se vislumbra a existência de qualquer defeito apto a gerar a anulabilidade
do ato jurídico, como restou incontroverso.
6. O que pretende o autor é reverter situação por ele mesmo criada, que poderá gerar efeitos nefastos
para a criança, sobretudo no plano da dignidade da pessoa humana, haja vista que o direito à
identidade integra tal garantia constitucional.
Nomes: Matrículas:
Giovana L’Eraistre 202203648985
Lucas Calixto Portela 202104206216
Yuri Calheiros da Silva 202001633057