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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
COORDENADORIA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Atualizado em maio de 2023


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
COORDENADORIA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

1. GESTOR DO PROJETO1
Dr. Luís Antônio de Abreu Johnson - Juiz-Corregedor e Coordenador da Infância e
Juventude

2. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO2


Marleci V. Hoffmeister – Analista do Poder Judiciário - Especialidade Serviço Social -
Chefe de Serviço – Chefe de Serviço
a. APOIO
Amanda Inês de Souza Casagrande – Estagiária de Serviço Social

3. APRESENTAÇÃO
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 13, §1 assegura que as
gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e
Juventude. Deste modo, a mulher que manifestar interesse em entregar seu filho em
adoção, mesmo estando no período gestacional, deverá receber o atendimento
humanizado, sigiloso e necessário para o prosseguimento ou não da entrega.
Outrossim, no ECA é preconizado, no artigo 4, a garantia de precedência de
atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, além da preferência na
formulação e na execução das políticas sociais públicas. Desta forma, cabe ao
profissional da rede intersetorial que procedeu ao referido atendimento, informar, de
imediato, ao Juizado da Infância e Juventude, bem como proceder com as
orientações para que a genitora procure espontaneamente o Judiciário, asseverando
que receberá o apoio necessário e não sofrerá nenhuma sanção pela decisão
tomada. Neste sentido, o presente projeto propõe um fluxo de atendimento,
considerando as principais portas de entrada desta demanda e suas implicações.

1 Na versão de criação do projeto a Gestora do Projeto à época: Andréa Rezende Russo - Juíza-
Corregedora e Coordenadora da Infância e Juventude.
2 Na versão de criação do projeto o responsável e apoio do Projeto eram: Marleci V. Hoffmeister –

Assistente Social – Dirigente do Núcleo de Projetos e Luiza Dias Corrêa – Estagiária de Serviço Social

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4. JUSTIFICATIVA
Diversos são os motivos que levam uma mulher a considerar a possibilidade
de entregar um filho à adoção: a situação de desemprego, de pobreza, a ausência do
apoio familiar, o medo do abandono, a insegurança, a falta do desejo de ser mãe,
entre outros, os quais não devem ser objeto de julgamento, mas sim de acolhimento
e orientação, incluindo encaminhamentos que possibilitem a garantia de direitos tanto
da mulher quanto da criança. A fim de assegurar a livre manifestação de vontade, o
acolhimento e a orientação quanto à possibilidade de sigilo são fundamentais.
Neste sentido, ações e projetos como o Entrega Responsável, além de ir ao
encontro do que está previsto no aparato legal, da mesma forma auxiliam como
medida preventiva. Quando a entrega espontânea de filhos à adoção não está bem
esclarecida ou é permeada de preconceitos e juízo de valor, pode haver ocorrência
de abandono de recém-nascidos em vias públicas ou entrega ilegal a pessoas sem
condições de lhes proporcionarem que suas necessidades básicas sejam
asseguradas.
Destarte, visando prevenir que situações de risco envolvendo as crianças
ocorram, tais como infanticídio, abandono de bebês ou adoções irregulares, o
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) vem propor este projeto,
estabelecendo um fluxo de atendimento multidisciplinar e intersetorial entre todos os
órgãos da rede de atendimento. Portanto, as mulheres que manifestarem interesse
na entrega de seus filhos para a adoção devem receber o devido acolhimento,
atendimento e acompanhamento, com vistas a propiciar alternativas seguras e legais
para que estas crianças possam ter o direito à convivência familiar e comunitária
garantido, conforme previsto no ECA.

5. OBJETIVOS

5.1. Objetivo geral


Garantir a proteção às crianças, por meio da assistência psicológica, social
e/ou jurídica às gestantes ou mães que manifestem interesse em proceder à entrega

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responsável de seus filhos para a adoção, atendendo ao art. 13, § 13 do Estatuto da


Criança e do Adolescente.

5.2. Objetivos específicos


1. Estabelecer fluxos e procedimentos entre Juizado da Infância e
Juventude, serviços de saúde, rede socioassistencial e Conselho Tutelar, no
atendimento de mulheres que manifestem interesse em entregar o filho em adoção.
2. Prevenir a exposição da criança a situações de risco, tais como
abandono, infanticídio ou adoções ilegais;
3. Oportunizar um espaço de acolhimento e orientação às mulheres ou
adolescentes, esta última sob a garantia do sigilo inclusive em relação aos seus
genitores, devendo, nesse caso, ser representada pelo Defensor Público ou
advogado a ela nomeado, que manifestarem interesse em entregar seus filhos para a
adoção, permitindo uma tomada de decisão com responsabilidade e respeito à
individualidade, rechaçando qualquer pré-julgamento ou exposição ao
constrangimento e assegurando que o direito ao sigilo se sobreporá a busca à família
extensa quando houver desejo expresso manifestado por parte da mulher;
4. Ofertar um atendimento que identifique e busque minimizar as pressões
de ordem financeira, emocional, familiar, social, dentre outros, que podem estar
influenciando a sua decisão;
5. Publicizar o tema da adoção e da entrega responsável, a fim de
promover reflexão e conhecimento sobre o assunto com a comunidade e com a rede
local das Comarcas.

6. PÚBLICO ATENDIDO
Gestantes ou parturientes que manifestarem interesse em entregar o filho para
a adoção.

7. DETALHAMENTO DO FLUXO

3§ 1 As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.

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A fim de contemplar as fases e atores do sistema de garantia de direitos


envolvidos no processo de entrega de uma criança para adoção, como previsto no
Enunciado nº 4 da Coordenaria da Infância e Juventude do Rio Grande do Sul,
sugere-se os fluxos abaixo, conforme a porta de entrada da demanda, que pode ser:
o Juizado da Infância e Juventude, a rede de saúde, a rede socioassistencial e o
Conselho Tutelar.
Recomenda-se, ao Juizado da Infância e Juventude de cada Comarca, a
realização de uma apresentação do Projeto Entrega Responsável, visando a
capacitação da rede de atendimento, bem como a divulgação para a comunidade
local. Independentemente da porta de entrada do fluxo, orienta-se que a gestante ou
parturiente seja consultada sobre seu desejo em exercer ou não o direito
acerca do sigilo da entrega. Em havendo desistência de exercer esse direito e
existindo decisão judicial neste sentido, os profissionais poderão iniciar a busca da
família extensa, caso a gestante ou parturiente deseje manter a guarda da criança
com algum familiar.

7.1. Juizado da Infância e Juventude4:

A gestante ou parturiente que chegar ao Foro, manifestando o interesse em


entregar seu filho à adoção, deverá ser orientada a se dirigir ao Juizado da Infância e
Juventude.
Nas Comarcas com profissional da área técnica (Serviço Social, Psicologia
ou Psiquiatria): a mulher ou adolescente, esta última, enfatizando a garantia do sigilo
inclusive em relação aos seus genitores, devendo, nesse caso, ser representada pelo
Defensor Público ou advogado a ela nomeado, será encaminhada a um profissional
da área técnica que esteja disponível para efetuar o acolhimento e escuta de seu
desejo, bem como propiciar a reflexão acerca de sua decisão, orientando-a sobre
seus direitos e os da criança.
Nas Comarcas sem profissional da área técnica (Serviço Social, Psicologia
ou Psiquiatria): a mulher ou adolescente, esta última, de igual forma com a garantia
do sigilo inclusive em relação aos seus genitores, devendo, nesse caso, ser

4Redação atualizada em abril/2023, em consonância com a Resolução nº 485/2023 do Conselho


Nacional de Justiça
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representada pelo Defensor Público ou advogado a ela nomeado, deverá ser


atendida inicialmente pelo servidor qualificado designado pela autoridade judiciária
com competência da Infância e Juventude, em espaço que resguarde sua
privacidade, no qual deverá ser obtido os dados necessários – identificação,
endereço, contatos e data provável do parto – e assinatura, para autuação do
processo, orientação sobre a entrega voluntária, sem constrangimentos e sem pré-
julgamentos e devido encaminhamento à rede de atendimento do seu local de
residência para que o acompanhamento técnico seja feito.
Em ambas as situações, com ou sem profissional da área técnica, o
servidor/profissional que fizer o atendimento deverá entregar à pessoa gestante ou
parturiente, o Formulário para preenchimento em caso de gestante ou parturiente
(Anexo I e Anexo II), atendendo ao art. 4° da Resolução nº 485/2023 do Conselho
Nacional de Justiça. Em sendo caso de a pessoa não ter condições para responder
ao formulário, é requerido que o servidor/técnico auxilie a pessoa gestante ou
parturiente a preencher o formulário.
A partir deste primeiro atendimento, será autuado Processo de Entrega
Voluntária - classe 15140, no EPROC.
A pessoa gestante ou parturiente deve ser informada, pela equipe técnica ou
por servidor, sobre o direito ao sigilo do nascimento, considerando-se eventuais
justificativas apresentadas, respeitada sempre sua manifestação de vontade e
esclarecendo-se sobre o direito da criança ao conhecimento da origem biológica
(ECA, art. 48).
Caso não seja solicitado sigilo sobre o nascimento e a entrega do filho, a
pessoa será consultada sobre a existência de integrantes da família extensa com
quem tenha relação de afinidade para, se possível, igualmente serem escutados. A
busca de integrantes da família extensa respeitará o prazo máximo de 90 (noventa)
dias, prorrogável por igual período por decisão judicial fundamentada, atendendo ao
art.5, § 4º da Resolução nº 485/2023-CNJ.
Os encaminhamentos necessários deverão ser realizados por meio do Termo
de Encaminhamento: Judiciário – Rede (Anexo III), destinado à Unidade de
Saúde, ao CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), ao CREAS (Centro
de Referência Especializado da Assistência Social), ao CAPS (Centro de Atenção

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Psicossocial) ou outro serviço de saúde mental de sua região. O Termo deverá ser
confeccionado em duas (2) vias, para cada local de encaminhamento, sendo que,
uma (1) via deverá ser inserida no processo e a outra destinada ao local de
atendimento.
Estando no período gestacional, a gestante receberá também o Termo de
Comunicação: Judiciário – Maternidade (Anexo IV), destinado à maternidade mais
próxima a sua residência, onde realizará o parto. O referido Termo deverá ser
confeccionado em duas (2) vias, sendo que, uma (1) via deverá ser inserida no
processo e a outra via ficará em posse da gestante para comunicar à maternidade,
na ocasião do parto, sobre sua intenção de entrega do bebê, evitando assim, a
exposição dos seus motivos para inúmeras pessoas.
Com o nascimento da criança, a equipe da maternidade deverá assegurar os
direitos previstos no art. 10 do ECA e noticiar o fato, enviando uma cópia do Termo
de Comunicação (Anexo IV), bem como fazer o encaminhamento da parturiente para
atendimento e/ou audiência no Juizado da Infância e Juventude, a fim de ser ouvida
pelo juiz e pelo Ministério Público e assistida pela Defensoria Pública, quando então,
deverá manifestar formalmente seu desejo de entrega. Após a genitora formalizar o
consentimento para adoção, tendo esta o prazo de 10 dias para exercer o
arrependimento5, o juiz poderá encaminhar a criança para adoção, respeitando a lista
de pretendentes à adoção do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
Nos casos em que for manifestada a intenção de entrega do bebê na ocasião
do parto, sem a realização de atendimento prévio da rede, a equipe da maternidade
deverá comunicar imediatamente o fato ao Juizado da infância e juventude da
Comarca de residência da genitora, onde será autuado o processo, cabendo ao juiz
determinar os atendimentos necessários antes do colhimento da manifestação de
consentimento da parturiente. Na ausência de atendimento prévio pelo judiciário, os
termos de encaminhamento da Rede de Atendimento, recebidos no juizado da
infância e juventude, servirão para autuar o processo de manifestação de
consentimento, em ambos os casos, deve o estabelecimento de saúde respeitar,

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Art.10 Resolução nº 485/CNJ-2023 - O consentimento é retratável até a data da realização da
audiência especificada no artigo anterior, e os genitores podem exercer o arrependimento no prazo de
10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar (art. 19-A, § 8º, e
art. 166, § 5º, ambos do ECA).

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caso seja solicitado pela pessoa parturiente, a vontade quanto a não ter contato com
o recém-nascido.

7.2. Rede de Atendimento:


A) Posto/Unidade de Saúde:
Ao receber uma gestante, mulher ou adolescente, esta última sob a garantia
do sigilo inclusive em relação aos seus genitores, devendo, nesse caso, ser
representada pelo Defensor Público ou advogado a ela nomeado, que manifestar o
desejo de entrega do filho em adoção, deverá ser efetuado o acolhimento por
profissionais da área psicossocial da instituição, assistente social ou psicólogo, ou na
falta destes, pelo enfermeiro ou médico, devendo ser oportunizado um espaço para
que ela possa refletir sobre a decisão que tomará, evitando que a mesma tenha que
relatar sua história para diversas pessoas.
No caso de a gestante ainda não ter sido atendida no Juizado da Infância e
Juventude, o profissional da área da saúde deverá obter todos os seus dados de
identificação, localização, contato e data provável do parto, de maneira que a
instituição possa fazer o atendimento da gestante, ou até mesmo informar aos
demais serviços de atendimento da Rede do Município, para que acompanhem a
evolução da gestação. Após o atendimento, permanecendo o desejo de entrega do
filho em adoção, a mulher deverá ser encaminhada, mediante documento com os
dados coletados, ao Juizado da Infância e Juventude de origem.

B) Hospital/Maternidade:
No momento em que a parturiente fizer a entrada no Hospital para a realização
do parto e manifestar intenção em entregar o filho em adoção, caberá ao profissional
efetuar a verificação do acompanhamento pelo Juizado da Infância e Juventude,
solicitando o Termo de Encaminhamento Judiciário – Maternidade (Anexo VI).
No caso de a parturiente ainda não ter sido atendida no Juizado da Infância e
Juventude de sua Comarca de residência ou por outros órgãos da rede de seu
Município, o profissional da área de saúde deverá informar ao Juizado da Infância e
Juventude de origem desta mulher, enviando documento constando os dados
coletados (identificação, endereço, contatos e data do provável parto), para a

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formação do processo e determinação judicial dos atendimentos necessários, antes


de colher a manifestação de consentimento da genitora.
Recomenda-se que a parturiente receba o atendimento técnico pelo assistente
social, psicólogo ou psiquiatra do hospital/maternidade. Sugere-se, ainda, que o
profissional possa acompanhar a parturiente para a realização da audiência. Na
audiência, colhendo o consentimento da genitora, após o nascimento do bebê, o
magistrado poderá encaminhar a criança para os pretendentes previamente
habilitados e inscritos no SNA.

C) Serviços da Assistência Social:


Quando a manifestação do desejo de entrega da criança acontecer nos
serviços da assistência social, o profissional responsável pelo atendimento deverá
realizar a acolhida e escuta dessa mulher, de modo a orientá-la sobre esta decisão,
informando seus direitos, assim como os da criança.
Os profissionais que prestarão assistência às mulheres que manifestem o
desejo de entregar seus filhos em adoção devem tomar conhecimento das situações
vivenciadas por elas, fazendo o acompanhamento e encaminhamentos necessários,
visando à superação de situações de vulnerabilidade social, se for o caso. Em
permanecendo o desejo de entrega do filho em adoção, a pessoa gestante ou
parturiente deverá ser encaminhada ao Juizado da Infância e Juventude, mediante
termo próprio da instituição contendo todos os seus dados de identificação,
localização, contato e data provável do parto.

D) Conselho Tutelar:
Nos Conselhos Tutelares, a mulher que manifestar interesse em entregar seu
filho em adoção deverá ter um atendimento inicial pelo (a) conselheiro (a), em espaço
que resguarde sigilo, no qual deverão ser obtidos os dados necessários para os
devidos encaminhamentos à rede de atendimento de saúde e assistência social, bem
como ao Juizado da Infância e Juventude.
O encaminhamento para o Juizado da Infância e Juventude e serviços da
Rede de Atendimento, deverá ser realizado mediante termo próprio da instituição
contendo todos os dados de identificação, localização, contato e data provável do

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parto da pessoa gestante ou parturiente. Estes encaminhamentos são essenciais


para que sejam providenciados atendimentos como pré-natal, acompanhamento
psicossocial e oportunizar o acesso aos serviços de assistência social, da Defensoria
Pública, entre outros, assegurando-se que a mulher tenha todos seus direitos
garantidos.
Por fim, orienta-se que, independentemente da porta de entrada, o
atendimento à gestante deve ser acolhedor, resguardando a sua privacidade e
respeitando as suas decisões, sem preconceitos e juízos de valor, garantindo todos
os encaminhamentos necessários. Reitera-se que este fluxo deve contribuir para a
garantia dos direitos da mulher, da criança e respectiva proteção integral desses
sujeitos, por meio do acesso aos serviços de saúde, à rede socioassistencial e ao
sistema de justiça, salientando que o ato de entregar um filho em adoção não
configura crime e quando este é feito de maneira legal e segura, pode significar um
ato de amor, proteção e garantia dos direitos da criança previstos no art. 19 do ECA.

8. PARCEIROS
Hospitais, maternidades, Unidade de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselho Tutelar, Ministério Público e
Defensoria Pública.

9. CONTROLE E MONITORAMENTO
O projeto sofrerá avaliação e controle direto pela equipe técnica da
Coordenadoria da Infância e Juventude do RS, sujeito a alterações e a adaptações
na medida em que as necessidades se apresentarem. De igual forma, atendendo a
Resolução nº 485/2023-CNJ, visando avaliar a qualidade e possibilidades de
aprimoramento interinstitucional com enfoque pautado nos direitos tanto da criança
quanto dos genitores, o Formulário entregue para preenchimento em caso de
gestante ou parturiente (Anexo I e Anexo II) deverá ser anexado junto ao Google
Forms, disponível no link: https://forms.gle/BLskXYmna3XVnYgM7, devendo ainda,
ser o respectivo formulário preenchido antes do envio.

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10. FLUXOGRAMA

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11. ANEXOS

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ANEXO I
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ANEXO II
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ANEXO III

TERMO DE ENCAMINHAMENTO
JUDICIÁRIO – REDE6

Aos _____ dias do mês de _________________ do ano de _________, compareceu


ao Juizado da Infância e Juventude de ____________________________________,
a Sra. __________________________________________, RG nº ______________,
CPF nº: ______________________, estado civil _____________________, residente
no endereço _________________________________________________________,
Telefone: (__) ________________, perante os servidores desta unidade jurisdicional,
manifestando sua intenção em entregar seu filho para adoção. Diante disso,
solicitamos que a Sra. __________________________________________________
seja atendida nessa unidade de atendimento:

(Nome da Instituição) ___________________________________________________


Endereço: ___________________________________________________________
____________________________________________________________________

O Juizado da Infância e Juventude deverá ser comunicado do atendimento em até 30


dias ou a qualquer momento em que a equipe da instituição considerar a informação
relevante, pelo endereço eletrônico: ______________________________________,
informando o número do processo, qual seja: _____________________________ e
nome completo da pessoa gestante ou parturiente.

_______________________, ___ de ________________ de 20___.

___________________________________________
Servidor Responsável pelo Atendimento (Assinatura e Carimbo)

6 O presente Termo deverá ser confeccionado em duas vias, devendo uma seguir com a gestante/parturiente
para atendimento na rede socioassistencial e de saúde e a outra via deverá permanecer no processo.

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ANEXO IV

TERMO DE COMUNICAÇÃO
JUDICIÁRIO – MATERNIDADE 7

Aos _____ dias do mês de ________________ do ano de _________, compareceu


ao Juizado da Infância e Juventude de ____________________________________,
a Sra. __________________________________________, RG nº ______________,
CPF nº: ______________________, estado civil _____________________, residente
no endereço _________________________________________________________,
Telefone: (__) ________________, perante os servidores desta unidade jurisdicional,
manifestando sua intenção em entregar seu filho para adoção, recebendo o
atendimento e encaminhamentos necessários.

O Juizado da Infância e Juventude da Comarca de ____________________deverá


ser comunicado do nascimento da criança, pelo endereço eletrônico:
_______________________________, informando o número do processo, qual seja:
______________________________, nome completo da pessoa gestante ou
parturiente e data de nascimento do bebê.

_______________________, ___ de ________________ de 20___.

___________________________________________
Servidor Responsável pelo Atendimento (Assinatura e Carimbo)

7 O referido Termo deverá ser confeccionado em duas (2) vias, sendo que uma (1) ficará com a gestante para
entregá-la na maternidade, na ocasião do parto e a outra via deverá ser juntada no processo.

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OBS:
1. Atendimento humanizado e acolhedor, correspondente à situação peculiar em
que se encontra, evitando constrangimentos e resguardando-se o sigilo,
requisitando seja o juízo comunicado imediatamente quando de sua
internação.
2. Deve o estabelecimento de saúde, respeitar a vontade da paciente quanto a
não ter contato com o recém-nascido
3. É garantida a lavratura do registro de nascimento e emissão da respectiva
certidão, inclusive com a atribuição de nome e incluindo todos os dados
constantes na declaração de nascido vivo. Não tendo a genitora atribuído
nome à criança, o registro será feito com o prenome de algum de seus avós ou
de outro familiar da genitora biológica, conforme dados constantes do relatório
da equipe técnica.
4. O atendimento no Judiciário não implica na obrigação de entregar o filho em
adoção;
5. A entrega do filho em adoção, no Judiciário, não é crime;
6. Comparecer ao Judiciário com os documentos pessoais (RG e CPF) e
comprovante de residência;
7. Se a pessoa gestante ou parturiente já tiver sido atendida no Judiciário,
informar o número do processo judicial;
8. Entregar uma via para a pessoa gestante ou parturiente e a outra via deverá
ser encaminhada para o serviço da rede (saúde, socioassistencial). A via que
será encaminhada deverá ser envelopada e lacrada, aos cuidados de
profissional da área técnica que dará continuidade ao atendimento.

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