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INDICE

Introdução..............................................................................................................................2

Fundamentação teórica...........................................................................................................3

Históricos...............................................................................................................................3

Quem Pode Adoptar...............................................................................................................4

Diferença de Idade entre Adoptante e Adoptada...................................................................4

Forma de Adopção.................................................................................................................5

O Poder Familiar na Adopção e Obrigação de Alimentos.....................................................5

Irrevogabilidade da Adopção.................................................................................................5

Contexto Angolano................................................................................................................5

Noção e Espírito do Instituto..................................................................................................6

Evolução Legislativa em Angola...........................................................................................6

CONCLUSÃO.......................................................................................................................7

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................8

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INTRODUÇÃO

Este trabalho que agora iniciamos, acerca da Adopção irá sempre girar em torno
dos interesses e do bem-estar das crianças desprovidas de afectos e de amor por aqueles
que são os seus pais biológicos, por culpa destes, de terceiros, ou por infortúnio do próprio
destino

A adopção visa dar as crianças e adolescentes desprovidos de família um ambiente


de convivência mais humana, onde outras pessoas irão satisfazer ou atender aos pedidos
afectivos, materiais e sociais que um ser humano necessita para se desenvolver dentro da
normalidade comum, sendo de grande interesse do Estado que se insira essa pessoa em
estado de abandono ou carente num ambiente familiar homogéneo e afectivo. A adopção,
vista como um fenómeno de amor e afecto, deve ser incentivada pela lei.

Esta pesquisa visa abordar de maneira menos complexa em torno daquilo é `` A


adopção ´´ de maneira a aumentar nossa competência académicas e servir de guia aos
futuros leitores.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A adopção caracteriza-se por ser um processo com o qual se visa garantir uma
protecção social, moral e afectiva de crianças que se encontrem numa situação de
desamparo e estejam desprovidas de uma protecção digna de seus progenitores. Tal
processo garante ao interessado em adoptar um menor, permitindo que legalmente conceda
um vínculo de parentesco igual ao que liga os filhos aos pais biológicos.

Deste modo, e quando consumada a adopção, os pais adoptivos passam


automaticamente a ter os direitos e deveres recíprocos que se estabelecem entre filhos e
pais biológicos. A adopção é a modalidade artificial de filiação que busca imitar a filiação
natural, este ato civil nada mais é do que aceitar um estranho na qualidade de filho, pois
não resulta de uma relação biológica, mas de manifestação de vontade ou de sentença
judicial. A filiação natural repousa sobre o vínculo de sangue enquanto a adopção é uma
filiação exclusivamente jurídica que se sustenta sobre uma relação afectiva.  

Aos olhos da lei, a adopção tem, por objectivo, dotar de um meio familiar normal
uma criança que, por qualquer razão, não encontrou à nascença uma família em condições
morais ou materiais de se ocupar dela devidamente. Existe, por isso, para protecção das
crianças, cujo desenvolvimento só pode concorrer nas melhores condições quando
rodeadas pelo carinho e os cuidados de uma família.

Particularmente em Angola, um país nitidamente marcado pela guerra civil durante muitos
anos, onde existe um grande número de crianças cujos pais biológicos morreram durante o
conflito e muitas famílias ficaram desarticuladas, a adopção de menores é uma mais valia
para estas crianças desamparadas, de modo a diminuir o novo fenómeno social,
vulgarmente conhecido como "crianças de rua".

Históricos
A adopção, sua origem mais remota em épocas anteriores ao direito romano, com a
finalidade de perpetuar o culto dos antepassados, onde o filho adoptado prolongava o culto
do pai adoptivo e posteriormente a adopção vai ter a função de transmitir ao adoptado o
património do adoptante.

O Código de Hamurabi traz em seu parágrafo 185: “Se um awilum adoptou uma
criança desde seu nascimento e a criou, essa criança adoptada não poderá ser reclamada.”
E no parágrafo 186: “Se um awilum adoptou uma criança e, depois que a adoptou, ela

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continuou a reclamar por seu pai ou sua mãe, essa criança adoptada deverá voltar à casa de
seu pai”. O termo awilum significa capaz.

Foi em Roma onde se mais desenvolveu o instituto da adopção, com a finalidade


primeira de proporcionar prole civil aqueles que não tinham filhos consanguíneos. Mais
tarde, com Justiniano, foi simplificada a adopção, o pai natural e o adoptante compareçam
com o filho na presença do magistrado e expressavam a disposição de o primeiro entregar
o filho e o segundo de adoptá-lo. Lavrava-se um termo de adopção, que passava a ser o
documente comprobatório da nova filiação.  

Quem Pode Adoptar


As regras para a adopção devem respeitar o Código Civil e o Estatuto da Criança e
do Adolescente: Podem adoptar os maiores de vinte e um anos, independentemente de
estado civil: Só a pessoa maior de 18 (dezoito) anos pode adoptar”. Pensam alguns que a
idade de dezoito anos não é o suficiente para o adoptante ter consciência plena de seu ato,
embora atingida a maioridade, alegam que maioridade não significa maturidade.

Sobre a adopção por pessoas casadas, a adopção por ambos os cônjuges ou


concubinos poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado vinte e um anos
de idade, comprovada a estabilidade da família. A adopção por ambos os cônjuges ou
companheiros poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado 18 (dezoito)
anos de idade, comprovada a estabilidade familiar.

A adopção por cônjuges ou companheiros: Ninguém pode ser adoptado por duas
pessoas, salvo se forem marido e mulher, ou se viverem em união estável. È prevista,
também que a adopção por adoptantes divorciados ou judicialmente separados: Os
divorciados e os judicialmente separados poderão adoptar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas, e desde que o estágio de convivência tenha
sido iniciado na constância da sociedade conjugal.

Diferença de Idade entre Adoptante e Adoptada


O Código Civil determina que haja uma diferença de idade entre o adoptante e o
adoptado. O adoptante há e ser pelo menos 16 (dezasseis).

O adoptante há-de ser, pelo menos, dezasseis anos mais velho do que o adoptando.”
Na verdade, deve existir entre o adoptante e o adoptado uma idade não muito distanciada,
do contrário, nem sempre o adoptante tem uma disposição e um preparo para a criação e

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educação de uma criança e nem se adaptaria a uma situação totalmente diferente, com
abertura para novas ideias e atitudes.

Forma de Adopção
A regra estabelecida: a adopção obedecerá a processo judicial, observados os
requisitos estabelecidos, sempre é necessário o caminho judicial. A adopção será assistida
pelo Poder Público, na forma da lei

O Poder Familiar na Adopção e Obrigação de Alimentos


Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, tê-los em sua companhia e
guarda.

Mesmo sendo filho adoptivo, não perde este direito a alimentos e ao socorro
necessário para sua criação. Alimentos são prestações que objectivam atender às
necessidades vitais e sociais básicas, como por exemplo, géneros alimentícios, vestuário,
habitação, saúde e educação, presentes ou futuras, independente de sexo ou idade, de quem
não pode provê-las integralmente por si, seja em decorrência de doença ou de dedicação a
actividades estudantis, ou de deficiência física ou mental, ou idade avançada, ou trabalho
não auto-sustentável ou mesmo de miserabilidade em sentido estrito.

Irrevogabilidade da Adopção
O consentimento previsto no caput é revogável até a publicação da sentença
constitutiva da adopção. Os efeitos da adopção começam a partir do trânsito em julgado da
sentença. Mesmo que ocorra a morte dos adoptantes, os pais naturais não retomarão o
poder familiar, uma vez que a família do adoptado deixa de ser a sua família de sangue e
passa a ser a família do adoptante.

Contexto Angolano
Em Angola, o Código da Família, aprovado pela Lei n.º 1/88 de 20 de Fevereiro, é
um marco significativo no âmbito do reconhecimento de direitos à mulher, à família e à
criança. É neste diploma onde se encontra prevista a adopção e está regulado o seu
procedimento.

O Código consagrou os princípios e os valores que o informam, como: a absoluta


igualdade entre homens e mulheres, a eminente dignidade e valia da família enquanto
instituição, a concepção do casamento como união voluntária, a primazia dos valores
pessoais do matrimónio em detrimento dos elementos meramente patrimoniais, o princípio

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da igualdade dos filhos e o imperativo da sua protecção. Trata-se de realidades e valores
irreversivelmente adquiridos pela sociedade angolana e que se enraizaram no seio da
mesma.

Noção e Espírito do Instituto


O Estado tem o dever de intervir e de regular situações de hipotéticas e possíveis
adopções, uma vez que faz parte das suas atribuições a protecção da criança e da família
enquanto tal (cfr. artigo 67.º da CRP). Efectivamente o direito à família, é um direito
fundamental de toda a criança e que decorre da própria Constituição da República.

Em Angola, a lei fundamental – Constituição da República de Angola, no seu artigo


35.º sob a epígrafe “Família, casamento e filiação” prevê também que todos os cidadãos
têm o direito de livremente constituir família. Da mesma forma, aqui, são atribuições do
Estado, da família e da própria sociedade zelar e velar pela educação e protecção das
crianças.

Evolução Legislativa em Angola


O primeiro diploma a consagrar a adopção em Angola, à semelhança do que
sucedeu em Portugal, foi o Código Civil. Foi instituído um novo sistema jurídico, o que fez
com que as normas de carácter discriminatório contidas no Código Civil passassem a ser
consideradas derrogadas por inconstitucionais.

Entre outras leis sucessivamente aprovadas, destaquemos as seguintes: a Lei n.º


10/77, de 9 de Abril, que equiparou os direitos e deveres de todos os filhos em relação aos
seus pais, qualquer que seja o estado civil destes, proibiu qualquer referência à qualidade
de filho legítimo ou ilegítimo e decretou a abolição ao termo «incógnito» relativamente à
situação de paternidade ou de maternidade; a Lei n.º 7/80, de 27 de Agosto, denominada
Lei da Adopção e Colocação de Menores, que regulou em diploma próprio, o regime da
adopção, que hoje está incorporado no Código da Família, a Lei n.º 11/85, de 28 de
Outubro, que aprovou a Lei do Ato do Casamento e que concedeu unicamente validade aos
casamentos celebrados perante os órgãos do registo civil

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CONCLUSÃO

Em suma, a adopção visa, essencialmente, o bem-estar e o interesse do menor, entre


o pedido impetrado pelos adoptantes e a homologação da sentença deve ocorrer o
convencimento do juiz. Deve ser verificada a capacidade intelectual, afectiva e emocional
dos adoptantes para se avaliar as possibilidades reais do menor encontrar no novo lar o
equilíbrio e a normalidade familiar que ele tanto carece.

Todo esse estudo visa minimizar a margem de erro na colocação de um menor


numa família substituta equivocada. Procura-se inteirar o adoptante das suas obrigações e
responsabilidades, assim como informá-lo sobre os efeitos que esse acto gerará.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

 AA.VV. – Direito de Menores, Organização BDJUR Base de Dados Jurídica,


Coimbra: Almedina, 2012.
 ALBUQUERQUE, Catarina, – O Princípio do Interesse Superior da Criança em
Portugal e no Mundo Globalizado. In: Direitos da Criança. Coimbra: Coimbra
Editora, 2004.
 CAMPOS, Diogo Leite de, – Lições de Direito da Família e das Sucessões, 2ª ed.
Revista e actualizada (5ª Reimpressão da edição de 1997) Almedina, 2010.
 COELHO, Francisco Pereira; OLIVEIRA, Guilherme de, – Curso de Direito da
Família. Vol. II, Tomo I, Direito da filiação, Estabelecimento da Filiação, Adopção.
Coimbra: Coimbra Editora, 2006
 DINIZ, João Seabra, – Este Meu Filho Que Eu Não Tive. A Adopção e Os Seus
Problemas. Lisboa: Edições Afrontamento, 3ª ed., 2004.
 EPIFÂNIO, Rui M. L.; FARINHA, António H. L., – Organização Tutelar de
Menores. Contributo para uma visão interdisciplinar do Direito de Menores e da
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 FOLI, Karen J; THOMPSON, John R., – A Aventura da Adopção. Estrela Polar,
2004. ISBN: 9789728929459.
 GONÇALVES, Helena, – A Adopção e o Direito da Criança a uma Família, Centro
de Estudos Judiciários, Aveiro 2012.

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