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(https://crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=396)
Esta página busca esclarecer algumas dúvidas comuns a quem pretende adotar uma criança ou um
adolescente. Outras informações podem ser obtidas nas Promotorias de Justiça da Criança e do
Adolescente ou junto às Varas da Infância e Juventude.
Ao lado, você encontra informações sobre adoção, disponibilizadas pelo Centro de Apoio Operacional
das Promotorias de Justiça da Criança e do Adolescente e da Educação (CAOPCAE), bem como uma
cartilha sobre o tema, editada pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
(http://www.tjpr.jus.br/documents/116858/b47400a7-1b6d-4d84-bd74-45edf316232a)
- Quais são os requisitos que tornam apto quem pretende adotar uma criança ou um adolescente?
- Posso visitar entidades de acolhimento para conhecer crianças e adolescentes aptos para adoção?
Toda pessoa com mais de 18 anos de idade, seja ela casada, solteira ou em união estável, pode adotar uma criança ou
um adolescente. O adotante deve ser pelo menos 16 anos mais velho que a criança ou o adolescente que pretende adotar.
Podem ser adotadas crianças e adolescentes com idade até 18 anos, cujos pais são falecidos ou concordaram com a
adoção e que tiverem sido destituídos do poder familiar. Crianças e adolescentes aptos para adoção são atendidos pela
Justiça da Infância e da Juventude e vivem em unidades de acolhimento até que sejam colocadas em família substituta
(que além da adoção, pode ocorrer por meio da tutela ou guarda) ou completem a maioridade. Maiores de 18 anos
também podem ser adotados. No entanto, a adoção de adultos é regida pelo Código Civil e julgada pelo Juízo Cível.
- Quais são os requisitos que tornam apto quem pretende adotar uma criança ou um adolescente?
Além de ter idade acima de 18 anos, o pretendente deve possuir idoneidade moral e motivação idônea para a adoção. A
lei também prevê a frequência a curso preparatório para adoção, onde serão prestados esclarecimentos e efetuadas as
avaliações correspondentes, que definirão se a pessoa está apta ou inapta a adotar.
Todos os interessados devem, primeiro, amadurecer a ideia, tendo a consciência de que a adoção atribui ao adotado a
condição de filho, em absoluta igualdade de condições em relação aos filhos biológicos (se houver). A partir desta decisão,
os pretendentes devem procurar a Vara da Infância e da Juventude ou a Promotoria de Justiça no Fórum.
Não há necessidade de contratar advogado. Na Vara da Infância e da Juventude, os pretendentes serão orientados e
deverão preencher requerimento específico, voltado à sua habilitação à adoção. Será necessário juntar documentos que
comprovem a idoneidade moral dos pretendentes, assim como frequentar um curso preparatório para a adoção, oferecido
gratuitamente pelo Poder Judiciário. Os interessados terão, ainda, de se submeter a uma avaliação técnica, que
demonstrará se eles possuem os requisitos exigidos por lei para a adoção.
Uma vez deferida a habilitação, o pretendente terá seu nome inscrito no cadastro respectivo existente na comarca, assim
como no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e será chamado a
adotar de acordo com ordem de inscrição, considerado ainda o “perfil” eventualmente indicado em relação à
criança/adolescente que pretende adotar. Quanto menos exigências houver no que diz respeito ao referido “perfil” do
adotando, mais fácil e rápida será a adoção.
Não custa nada. Tanto o processo de habilitação à adoção quanto a adoção propriamente dita são isentos de custas
judiciais. Além disso, não é preciso contratar advogado e os requerimentos podem ser formulados diretamente em cartório
pelos interessados.
Sim. Não há qualquer restrição à adoção por pessoas solteiras, desde que preencham os requisitos exigidos pela lei.
Não. Embora a lei tenha fixado uma idade mínima (18 anos), não estabeleceu qualquer idade máxima para que uma
pessoa possa adotar. A capacidade do pretendente à adoção em assumir as consequências presentes e futuras da
medida, no entanto, é analisada caso a caso, por ocasião do processo de habilitação.
A lei prevê uma diferença mínima de 16 anos de idade entre quem adota e o adotado. Embora seja possível a adoção
entre pessoas adultas, por analogia ao disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, essa diferença se mantém,
devendo o adotante ser, no mínimo 16 anos mais velho que o adotando.
Não. A adoção pode ocorrer independentemente da renda das pessoas interessadas em adotar uma criança e/ou um
adolescente. Também não há qualquer “preferência” na adoção por pessoas com maior renda. Se necessário, inclusive,
cabe ao Poder Público oferecer assistência ao pretendente, para que este possa concretizar a adoção.
Sim. Desde que seja demonstrado que a medida efetivamente atende aos interesses da criança/adolescente, não há
qualquer óbice à adoção de sobrinhos pelos seus tios, por exemplo. Vale destacar que, em caso de parentesco próximo,
talvez seja preferível colocar a criança/adolescente sob guarda ou tutela do parente, inclusive para evitar possível conflito
familiar ou confusão decorrente da mudança do grau de parentesco que a adoção acarreta.
Já no caso da adoção de enteado, esta não apenas é possível, como também é a única que, na forma da lei, permite a
manutenção do vínculo de parentesco com o pai ou mãe biológicos, cônjuge ou companheiro(a) do adotante.
As únicas exceções são a adoção por ascendentes (avós, bisavós, etc.) e por irmãos, que não são permitidas por lei,
podendo estes solicitar a guarda e/ou tutela da criança/adolescente (que são outras formas de colocação em família
substituta).
Sim. A lei não faz qualquer restrição quanto à orientação sexual do adotante. Algumas decisões judiciais têm admitido a
adoção por casais homossexuais, desde que demonstrado o preenchimento de todos os requisitos exigidos por lei para a
adoção.
Dependo do “perfil” eventualmente indicado para a criança e/ou o adolescente que se pretende adotar, o processo pode
ser extremamente rápido. Os processos mais ágeis são aqueles em que não há restrições quanto à idade, o sexo e a cor
da pele da criança e/ou do adolescente. Também são encaminhados com maior celeridade os processos cujos
pretendentes à adoção aceitam grupos de irmãos.
Uma vez consumada a adoção, o adotado assume a condição de filho do(s) adotante(s), inclusive com a lavratura de nova
certidão de nascimento, com os sobrenomes dos pais adotivos. O registro original de nascimento, que indicava a
paternidade/maternidade biológica é cancelado.
É possível requerer tal informação diretamente à Vara da Infância e da Juventude da comarca onde o requerimento foi
realizado. Vale ressaltar, no entanto, que a posição na referida “fila” não avança necessariamente conforme a ordem de
inscrição, pois o processo privilegia os interesses das crianças e dos adolescentes que aguardam por uma família,
podendo se tornar mais ou menos demorado de acordo com as indicações de “perfil” feitas pelos pretendentes.
Assim, um recém-inscrito no Cadastro Nacional de Adoção pode ser encaminhado para o estágio de convivência antes
mesmo de alguém que tenha sido habilitado há mais tempo, desde que o nível de exigência com relação ao “perfil” da
criança seja menor.
É o nome que se dá ao período no qual a criança ou o adolescente passa a ter um contato mais próximo com a(s)
pessoa(s) que pretende(m) adotá-la(o). Nesta etapa do processo de adoção, é avaliada a formação de vínculos afetivos e
a afinidade estabelecida entre adotando e adotante(s), que são essenciais para o êxito da adoção.
O tempo de duração e a forma como será executado o “estágio de convivência” podem variar de acordo com as
peculiaridades de cada caso. O período pode ser até mesmo dispensado em se tratando de crianças de tenra idade.
Ao final do estágio de convivência é elaborado um relatório técnico apontando a adequação ou não do deferimento da
adoção.
Para a adoção nacional a lei não prevê um período mínimo de convívio anterior entre adotante e adotando. O período do
chamado “estágio de convivência” varia em cada caso e pode durar o tempo que a Justiça da Infância e da Juventude
entender necessário.
Já na adoção internacional, há previsão legal para um estágio de convivência de, no mínimo, 30 (trinta) dias, a ser
cumprido em território nacional.
A lei não estabelece qualquer restrição quanto à quantidade de cadastros que o pretendente pode preencher ou quanto ao
local onde a pessoa pode se habilitar à adoção. No entanto, a orientação é para que o processo seja iniciado na comarca
de residência do pretendente, inclusive por questões de ordem prática.
Vale atentar que o Cadastro Nacional da Adoção é único. Uma vez realizada a inscrição na Vara da Infância e Juventude
de qualquer comarca do país, inicia-se a busca por crianças ou adolescentes que se enquadram no “perfil” estabelecido
pelo pretendente, residentes em todo o Brasil.
A relação exata dos documentos necessários deve ser obtida na Vara da Infância e da Juventude da comarca onde o
pedido de habilitação para adoção será formalizado, pois pode haver pequenas variações em cada comarca.
Porém, para se ter um ideia da documentação inicial, é possível consultar uma cartilha
(http://www.tjpr.jus.br/documents/116858/b47400a7-1b6d-4d84-bd74-45edf316232a) contendo orientações aos
pretendentes à adoção, publicada no site do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (http://www.tjpr.jus.br/). O material
inclui o rol de documentos e um modelo de formulário para a formalização do pedido de habilitação à adoção.
- Posso visitar entidades de acolhimento para conhecer crianças e adolescentes aptos para adoção?
A visita a crianças e adolescentes nas entidades de acolhimento deve seguir a orientação dos técnicos da Vara da Infância
e Juventude e ser precedida de avaliação e preparação dos envolvidos, de modo a evitar a criação de falsas expectativas,
que podem gerar frustração tanto para quem pretende adotar como para quem espera ser adotado, caso o processo não
se efetive. Além disso, é importante observar o regimento interno de cada entidade, a fim de respeitar os dias e horários
indicados para as visitas, mesmo no caso de programas de “apadrinhamento afetivo” (ou similares).
A adoção é irrevogável e a “devolução” de uma criança adotada não apenas é juridicamente impossível, como também
pode dar causa a uma série de sanções de natureza civil (incluindo indenização por dano moral) e administrativa (como as
previstas nos arts. 129 e 249, da Lei nº 8.069/90). Em casos extremos, como se houver eventual “abandono”, pode
também gerar sanções de natureza penal. A impossibilidade de “devolução” de uma criança/adolescente adotada é,
inclusive, uma das razões pelas quais é tão importante submeter os pretendentes à adoção a um curso preparatório, assim
como a uma avaliação técnica criteriosa, seja por ocasião do processo de habilitação, seja por ocasião da decisão quanto
à adoção propriamente dita.