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Redação Prof.

ª Karol Sales
Prof.ª Geisa Souza

Os desafios da
adoção no Brasil
História
▪ Desde a Antiguidade, praticamente todos os povos —
hindus, egípcios, persas, hebreus, gregos, romanos —
praticaram o instituto da adoção;

▪ A Bíblia relata a adoção de Moisés pela filha do faraó, no


Egito;

▪O Código de Hamurabi (1728–1686 a.C.), na Babilônia,


disciplinava minuciosamente a adoção em oito artigos,

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História no Brasil
▪ No Brasil, desde a Colônia e até o Império, a adoção foi incorporado
por meio do Direito português, nas chamadas Ordenações Filipinas
(séc.16), mas nada efetivo nem com regras;

▪ Código Civil de 1916: a adoção ganhou as primeiras regras formais no


país. Porém, a legislação favorecia mais o processo, ao limitar a
autorização para pessoas maiores de 50 anos, sem prole legítima;

“Note-se que a finalidade primordial da adoção era suprir a vontade de


pessoas inférteis e não proteger a criança e garantir seu direito de ser
criada em uma família”, explicou o juiz de Direito da Vara da Infância e
Juventude de Sorocaba (SP), Gustavo Scaf de Molon.

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Repertório

Afresco de Rafael no Vaticano retrata a adoção de Moisés, retirado


das águas do Nilo (Foto: reprodução).
Repertório

Tela francesa retrata orfanato parisiense do século 19: adoção tem


origem associada à caridade e à mão de obra doméstica barata.
Repertório
Filme – Rosa e Momo (2020)
O filme narra a relação entre Madame Rosa
(Loren), uma sobrevivente do Holocausto que
vive no litoral da Itália e trabalha como dona
de uma creche, e Momo (o estreante Ibrahima
Gueye), um adolescente de 12 anos sem teto
que a roubou.
O longa é uma regravação de um filme de
1977, que marca o retorno (após 10 anos sem
atuar) de Sofia Loren, dirigido pelo seu filho
com uma história muito bonita e emocionante
que eu recomendo

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Repertório
Filme – Meu malvado favorito (2010)
Um homem que adora todas as coisas
diabólicas, o supervilão Gru traça um plano
para roubar a lua. Rodeado de um exército de
pequenos ajudantes e seu arsenal de armas e
máquinas de guerra, Gru se prepara para
destruir quem atravessar seu caminho. Mas
ele não esperava pelo seu maior desafio: três
adoráveis órfãs – Margo, Agnes e Edith – que
querem ter Gru como pai.

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Repertório
Série – Anne with an E
Depois de treze anos sofrendo no sistema de
assistência social, a orfã Anne é mandada
para morar com uma solteirona e seu irmão.
Munida de sua imaginação e de seu intelecto,
a pequena Anne vai transformar a vida de sua
família adotiva e da cidade que lhe abrigou,
lutando pela sua aceitação e pelo seu lugar
no mundo.

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Lei Nacional de Adoção – Lei 12.010/2009


▪Aperfeiçoou a Lei 8.069/1990 (ECA – Estatuto da Criança e do
Adolescente);

▪Aponta que o direito à convivência familiar é, antes de tudo, um


direito que integra a condição humana, sendo adoção a modalidade
artificial de filiação, que busca imitar a filiação natural,
exclusivamente jurídica, cuja pressuposição é sustentada por uma
relação afetiva;

▪Visa o melhor interesse para a criança e para o adolescente,


priorizando seus interesses, possibilitando agilidade nos processos de
adoção e diminuindo a espera tanto dos pretensos adotantes quanto
dos adotados.
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Lei n° 13.509/2017
Trouxe alterações a diversas legislações quanto ao tema de adoção:

▪Prazos e procedimentos para o trâmite dos processos de adoção menores do que


aqueles previstos anteriormente no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);

▪Um procedimento mais simplificado para entrega voluntária de crianças e


adolescentes à adoção;

▪Estendendo aos pais adotantes as mesmas garantias que pais biológicos


possuem, por exemplo o direito à licença maternidade, intervalos para
amamentação da criança adotada durante a jornada do trabalho e estabilidade
no emprego durante o período de adoção provisória;

▪Busca incentivar e agilizar o procedimento de adoção, tornando-o menos


burocrático para todos os envolvidos.
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Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA)


▪ Mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o SNA foi criado em
2019, em substituição aos Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e o
Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas;

▪ O SNA tornou possível uma visão integral do processo da criança e do


adolescente, desde sua entrada no sistema de proteção até a sua
saída, seja pela adoção, seja pela reintegração familiar, com foco na
tomada de decisões a partir do melhor interesse da criança e do
adolescente.

▪ O Sistema também possibilita consultas de estatísticas públicas, a


exemplo do número de crianças e adolescentes acolhidos, aptos à
adoção, ou pretendentes habilitados à adoção.
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Dados que não se encaixam

Pais que querem adotar


Em maio de 2021, o SNA (Sistema Nacional de Adoção e
Acolhimento) um total de 35 mil pretendentes habilitados.

Crianças e adolescentes aptos à adoção


Dados do SNA apontam que há 5 mil crianças aptas à adoção
no país
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Argumentos
Pessoas que querem adotar traçam um perfil ideal inexistente

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

▪26,1% dos candidatos a adotantes desejam crianças brancas;


▪58% almejam crianças até 4 anos de idade;
▪61,5% não aceitam adotar irmãos;
▪57,7% só querem crianças sem nenhuma doença;
▪Apenas 4,52% das pessoas aceitam adotar maiores de 8 anos.
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Argumentos
Crianças maiores de 3 anos e adolescentes são os menos
adotados

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

▪51% das adoções contemplam crianças de 0 a 3 anos;


▪Crianças de 4 a 7 anos, são 28% das adoções;
▪15% das adoções são de crianças de 8 a 11 anos;
▪apenas 6% de adolescentes (acima dos 12 anos).
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Argumentos
O perfil (crianças brancas, com até 3 anos, sem doenças, sem irmãos) é
uma minoria dos que estão no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

Do total de crianças e adolescentes cadastrados no sistema


▪49,7% são pardos;
▪16,68% brancos;
▪55,27% possuem irmãos;
▪25,68% têm algum problema de saúde;
▪53,53% têm entre 10 e 17 anos de idade.
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Argumentos
Burocracia no processo de adoção
▪O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dispõe em seu
inciso 10 do artigo 47 que: “O prazo máximo para conclusão da
ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
uma única vez por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária”.

▪Porém, o diagnóstico do CNJ mostra que aproximadamente


43,5% das ações de adoção realizadas foram concluídas em
mais de 240 dias, de acordo com os dados do Sistema Nacional
de Adoção e Acolhimento.
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Medidas interventivas
Apadrinhamento
▪Nos casos das crianças e adolescentes que não são adotados,
existe a possibilidade do apadrinhamento, que é dividido em três
modalidades: afetivo, financeiro e profissional;

▪As pessoas que querem se tornar padrinhos podem se


candidatar para passar um tempo com eles, levar para passear,
custear algum curso ou até mesmo um profissional que atue
como dentista, psicólogo, ou qualquer outra área;

▪Esse apadrinhamento é promovido em diversas Varas da


infância e pode evoluir para uma adoção.
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Medidas interventivas
▪Incentivara adoção tardia (de crianças com mais de três anos e
adolescentes), a de grupo de irmãos, a adoção especial (de crianças e
adolescentes com algum tipo de deficiência) e a inter-racial;
▪Melhorar o processo para que seja mais rápido;
▪Promover dias de encontros entre os adotantes as crianças e
adolescentes aptos à adoção;
▪Criar campanhas com histórias de adoção para sensibilizar a
sociedade;
▪Profissionais capacitados para agilizar o processo.

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