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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Direito À Convivência Familiar e Comunitário – Adoção


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DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIO – ADOÇÃO

ADOÇÃO

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dispõe expressamente que não se admite


adoção por procuração (art. 39, § 2º).
Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil. O adotante tem
que ser ao menos 16 anos mais velho que o adotando (art. 42, §§ 1º e 3º).
Segundo a lei, não podem adotar os irmãos ou ascendentes do adotando (art. 42, § 1º),
mas a jurisprudência tem flexibilizado essa regra para o caso de avós (RESP 1.635.649/SP).
Para a adoção conjunta é indispensável que os adotantes sejam ou tenham sido casados
ou mantido união estável (art. 42, § 2º). A jurisprudência também já flexibilizou essa regra
(RESP 1.217.415). Nesse caso concreto, dois irmãos pediram para adotar uma criança e,
mesmo não se tratando de um casal, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aceitou a adoção.

:
O PULO DO GATO
Em prova, se a banca perguntar se, com base no ECA, é possível a adoção conjunta por
pessoas que não sejam casados ou mantenham união estável, a resposta será “falso”.
Entretanto, se a banca fizer o mesmo questionamento, mas pedir que o candidato leve em
consideração a posição da jurisprudência do STJ, a resposta será “verdadeiro”.

Os divorciados ou ex-companheiros podem adotar desde que o período de convivência


tenha se iniciado antes da separação e sejam comprovados vínculos de afetividade e afini-
dade ao não detentor da guarda, justificando a excepcional concessão (art. 42, § 4º).
5m

 Obs.: vale lembrar que o período de convivência é de 90 dias, no caso de adoção nacional,
e de 30 a 45 dias, no caso de adoção internacional.

A jurisprudência do STJ tem admitido adoção por casal homoafetivo (RESP 889.852/RS,
1.281.093/SP).
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Pode ser deferida a quem, após inequívoca manifestação de vontade, venha a falecer
no curso do procedimento (adoção póstuma ou post mortem) (art. 42, § 6º). O STJ já admi-
tiu adoção por pessoa falecida antes do ajuizamento da ação (RESP 457.635/PB, RESP
1.663.137/MG).

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/DPE-RS/2018) Sobre a adoção, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente,
é correto afirmar:
a. É possível a adoção por casal homoafetivo, independentemente do estado civil, desde
que maiores de 21 anos.
b. O adotante há de ser, pelo menos, 12 anos mais velho do que o adotando.
c. Não podem adotar os ascendentes e os colaterais até terceiro grau do adotando.
d. O adotando deve contar com, no máximo, 18 anos à data do pedido, salvo se já estiver
sob a guarda ou tutela dos adotantes.
e. A adoção será precedida de estágio de convivência obrigatório com a criança ou ado-
lescente, pelo prazo mínimo de 90 dias, observadas a idade da criança ou adolescente
e as peculiaridades do caso.

COMENTÁRIO
a) O ECA não dispõe sobre a adoção por casal homoafetivo. Essa permissão é uma
construção da jurisprudência. Além disso, não há essa necessidade de ter mais de 21 anos.
b) O adotante tem que ser no mínimo 16 anos mais velho que o adotando.
c) O ECA dispõe apenas que ascendentes e irmãos não podem adotar.
10m
d) A alternativa está conforme a literalidade do art. 40 do ECA.
e) O estágio de convivência não será sempre obrigatório e, além disso, a lei não dispõe um
prazo mínimo.

A adoção é presidida de estágio de convivência pelo prazo máximo de 90 dias, prorrogável


por até 90 dias (art. 46).
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O estágio poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob guarda ou tutela do ado-
tante durante tempo bastante para avaliar a convivência da constituição do vínculo. A simples
guarda de fato não autoriza a dispensa do estágio de convivência (art. 46, §§ 1º e 2º).
Para adoção por pessoa que viva fora do país (adoção internacional), o estágio de convi-
vência em território nacional será de no mínimo 30 (trinta) dias e no máximo 45 (quarenta e
cinco) dias, prorrogável por igual período uma única vez (art. 46, § 3º).
O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 dias prorrogável uma
única vez por igual período (art. 47, § 10).
O mandado judicial determinando a adoção cancelará o registro original do adotado. A
pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no cartório de sua residência. Nenhuma
15m
observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões de registro. A sentença poderá
modificar o prenome a pedido do adotante ou do adotado, sendo obrigatória a oitiva do ado-
tando caso seja requerida a modificação do prenome (art. 47 e parágrafos).
A adoção tem efeitos a partir do trânsito em julgado, com exceção da adoção feita por fale-
cido (adoção póstuma), que terá efeitos retroativos à data do óbito (art. 47, § 7º c/c 42 § 6º).
A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional
ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando (art. 199-A).

 Obs.: na adoção internacional, o recurso terá efeito suspensivo.

Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em face da


relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia-
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distri-
buição; e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo
20m
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. O Ministério Público poderá apre-
sentar parecer oral (arts. 199-C, 199-D e parágrafo único).
O adotando tem direito a conhecer a origem biológica, bem como acesso aos autos do
processo após completar 18 anos. O acesso aos autos poderá ser concedido ao adotando
menor de 18 anos, a seu pedido, assegurada orientação jurídica e psicológica (art. 48 e pará-
grafo único).
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A autoridade judiciária deve manter em cada Comarca ou foro registro de crianças e ado-
lescentes em condições de serem adotados, e outro de pessoas interessadas na adoção
(casais habilitados) (art. 50).
A preparação do adotante é declarada quando uma sentença judicial afirma estar a pessoa
habilitada para a adoção (art. 197-E). Haverá cadastro distinto para postulantes à adoção que
morem fora do país e esse cadastro somente será consultado na inexistência de postulantes
nacionais (art. 50, § 6º).

 Obs.: nesse sentido, a chamada adoção internacional é considerada uma exceção. Para
que ela ocorra, é necessário comprovar que não existem casais que morem no Brasil
habilitados para adotar.
25m

Aceita a indicação do adotando, inicia-se um processo de aproximação chamado estágio


de convivência. Poderá haver concessão de guarda provisória (art. 167).
Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado na adoção, a criança ou adoles-
cente, sempre que possível, será colocado sob a guarda de família cadastrada em programa
de acolhimento familiar (art. 50, § 11).
Haverá prioridade para cadastro de interessados em adotar crianças ou adolescentes
com deficiência, doença crônica ou necessidades específicas de saúde, bem como grupo de
irmãos (art. 50, § 15).
Há exceções à regra de adoção pelo cadastro. São elas: adoção unilateral quando um
dos cônjuges adota o filho do outro (art. 41, § 1º), postulada por parente com o qual a criança
mantenha vínculo de afinidade e se postulada por quem detenha a guarda ou tutela de criança
maior de 3 anos que não tenha sido subtraída ou comprada dos pais e com ela mantenha
laços de afinidade e afetividade decorrentes do convívio (art. 50, § 13 e incisos). Os adotantes
já indicam a criança que pretendem adotar. É a chamada adoção pronta ou intuito personae.
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DIRETO DO CONCURSO
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2. (CESPE/DPE-PE/QUESTÃO 33/2017) Acerca dos institutos guarda, tutela e adoção, pre-
vistos no ECA, assinale a opção correta:
a. A morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais naturais se estes ainda
estiverem vivos e não lhes tiver sido destituído o poder familiar.
b. O tutor nomeado por testamento deverá, no prazo de trinta dias após a abertura da su-
cessão, registrar no cartório competente a sua anuência, sendo dispensada a análise
judicial.
c. Em caso de adoção por pessoa ou casal residente fora do Brasil, o estágio de convi-
vência cumprido no território nacional poderá ser dispensado, desde que comprovado o
exercício de guarda de fato.
d. O deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros impossibilita o exercício
do direito de visita dos pais e extingue o dever de prestar alimentos.
e. Divorciados podem adotar conjuntamente, desde que haja acordo sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constân-
cia do casamento e seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade
com aquele não detentor da guarda.

COMENTÁRIO
a) A adoção é irrevogável, logo, não há que se falar em restabelecimento do poder familiar.
b) É obrigatória a análise judicial da guarda ao tutor nomeado por testamento.
c) O ECA dispõe que a guarda de fato não pode ser requisito para dispensa do estágio de
convivência.
d) O deferimento da guarda mantém o direito de visita e o de prestar alimentos, salvo se o
juiz disser que os pais não têm esse direito de visita.
e) Vide Art. 42, § 4º, c/c art. 46, § 2º, do ECA.
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GABARITO

1. d
2. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Márcio Pinho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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