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QUESTÕES SOBRE FUNCIONALISMO (TELEOLÓGICO E SISTÊMICO)

2- Promotor de Justiça MP-MG/2013. No tocante ao poder punitivo estatal, o


que se entende por Terceira Via do Direito Penal?
Máximo de 10(dez) linhas. O que exceder não será considerado.
RESPOSTA DA QUESTÃO 2: ROXIN (1997) aponta a necessidade de uma terceira
via, que significa a reparação de danos à vítima por meio da decisão penal,
podendo ser utilizada, nos casos de pequena e média criminalidade, para
substituir a pena e, nos casos de crimes mais graves, para suspender ou atenuar a
pena. A reparação de danos da terceira via está legitimada pelo princípio da
subsidiariedade, enquanto a pena, segunda via, se legitima pelo princípio da
culpabilidade. (GOMES FILHO, Dermeval Farias. Dogmática Penal: fundamento e limite à
construção da jurisprudência penal no Supremo Tribunal Federal. Salvador: Juspodivm, 2019).
QUESTÕES SOBRE FUNCIONALISMO (TELEOLÓGICO E SISTÊMICO)
3- (TJSC- Juiz, 2019. CESPE/CEBRASPE) Constitui uma das características do
direito penal do inimigo
A a legislação diferenciada.
B a punição a partir de atos executórios.
C a não utilização de medidas de segurança.
D a observância das garantias processuais penais.
E o abrandamento das penas na antecipação da tutela penal.
RESPOSTA DA QUESTÃO 3: Letra A corresponde à resposta correta. Conforme
visto no tópico sobre funcionalismo sistêmico, o Jakobs, além de desenvolver
uma teoria do crime, chamada de funcionalismo sistêmico, também construiu a
ideia do direito penal do inimigo, o qual é oposto ao direito penal do cidadão. O
inimigo é o não pessoa, o indivíduo, que habitualmente se envolve em atividades
criminosas (organizações criminosas, terrorismo etc), para o qual é possível
antecipar a resposta penal, sem a obediência ao devido processo legal, aos
princípios penais e garantias processuais. Alguns países têm construído legislação
específica, diferenciada, para combater o terrorismo (exemplo: EUA). O cidadão,
por sua vez, se vier a praticar um crime, tem direito a ser julgado com o respeito
a todos os princípios e a todas as garantias e, após a condenação e cumprimento
da pena, voltará a viver em sociedade normalmente. (GOMES FILHO, Dermeval Farias.
Dogmática Penal: fundamento e limite à construção da jurisprudência penal no Supremo Tribunal
Federal. Salvador: Juspodivm, 2019).
QUESTÕES SOBRE FUNCIONALISMOS

4- MPPR- 2019- 1ª QUESTÃO – DIREITO PENAL – DISSERTAÇÃO - (pontuação 2,0


– máximo 70 linhas)
Disserte sobre os “Conceitos funcionalistas do delito”, abordando as seguintes
correntes: a) o funcionalismo orientado aos fins da política criminal; b) o
funcionalismo sistémico; c) o funcionalismo do controle social; d) funcionalismo
reducionista ou contencionista”.
TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO

PROFESSOR DERMEVAL FARIAS

Instagram @professordermevalfarias
Teoria Significativa da Ação
Dicas sobre a teoria significativa da ação- a estrutura jurídica da teoria do delito no modelo da
teoria significativa da ação passa a ser classificada segundo pretensões normativas,
considerando que a norma deve realizar uma pretensão de justiça do ponto de vista concreto.
Enquanto as pretensões de relevância e de ilicitude destinam-se à ação. A ação é compreendida
como categoria do direito penal, não constitui um evento, mas corresponde a interpretações que
podem ser atribuídas ao comportamento, tendo como parâmetro os diferentes tipos de regras
sociais. No modelo da teoria significativa da ação, analisa-se os elementos subjetivos do injusto
(dolo e culpa) dentro da pretensão de ilicitude.
A terceira fase da pretensão normativa, chamada de pretensão de
reprovação, dirige-se ao autor, que realizou a ação ilícita, quando poderia
comportar-se de outro modo, mas afirma-se que não se parte da premissa
do livre arbítrio, uma vez que a ação corresponde a um atuar
incondicionado pelo meio. A pretensão de reprovação, conhecida na
doutrina tradicional como juízo de culpabilidade, possui duas condições
no modelo da teoria significativa da ação: a imputabilidade, que consiste
na capacidade de o agente ser reprovado; e a consciência da ilicitude de
sua ação. As três primeiras pretensões (relevância, ilicitude e
reprovabilidade) formam o conteúdo material da infração penal.
Como última etapa do processo de pretensão de validade normativa,
surge a pretensão de necessidade de pena, com a proposta de uma
visão da punibilidade em sentido amplo.
Teoria Significativa da Ação
Envolve uma crítica aos modelos finalista e funcional-teleológico.

Suporte na filosofia da linguagem e na teoria da ação comunicativa.

Teoria significativa da ação passa a ser classificada segundo pretensões normativas.

Ação= interpretações que podem ser atribuídas ao comportamento, tendo como parâmetro os diferentes tipos de regras
sociais.

Os elementos subjetivos do injusto (dolo e culpa) são analisados dentro da pretensão de ilicitude.

A terceira fase da pretensão normativa, chamada de pretensão de reprovação, dirige-se ao autor e possui duas
condições no modelo da teoria significativa da ação: a imputabilidade, que consiste na capacidade de o agente ser
reprovado; e a consciência da ilicitude de sua ação.

As três primeiras pretensões (relevância, ilicitude e reprovabilidade) formam o conteúdo material da infração penal.

Última etapa do processo de pretensão de validade normativa, surge a pretensão de necessidade de pena, com a
proposta de uma visão da punibilidade em sentido amplo.
QUESTÃO SOBRE A TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO
1- (QUESTÃO DO PROFESSOR DERMEVAL FARIAS) Com relação à culpabilidade nas
teorias do crime, marque a assertiva correta:
A) na teoria causal clássica, guiada pela teoria psicológica-pura, a culpabilidade é
formada pelos elementos dolo, culpa e imputabilidade;
B) na teoria causal neoclássica, com base na teoria psicológica-normativa, a
culpabilidade apresenta os seguintes elementos: dolo, culpa; potencial consciência da
ilicitude; exigibilidade de conduta diversa;
C) no funcionalismo sistêmico, a culpabilidade e a necessidade de penal integram o
conceito de responsabilidade;
D) na teoria finalista, com base na teoria normativa pura, a culpabilidade apresenta os
seguintes elementos: imputabilidade; dolo, culpa; potencial consciência da ilicitude;
exigibilidade de conduta diversa;
E) na teoria significativa da ação, a pretensão de reprovação, conhecida na doutrina
tradicional como juízo de culpabilidade, possui duas condições no modelo da teoria
significativa da ação: a imputabilidade, que consiste na capacidade de o agente ser
reprovado; e a consciência da ilicitude de sua ação.
RESPOSTA DA QUESTÃO 1: Letra E corresponde à resposta correta. Conforme visto no
tópico sobre teoria significativa da ação, a culpabilidade faz parte, nessa teoria, da
pretensão de reprovação, sendo formada por imputabilidade e potencial consciência da
ilicitude. Não existe, portanto, na culpabilidade da teoria significativa da ação a
categoria jurídica exigibilidade de conduta diversa. A letra A está incorreta, uma vez
que, na teoria causal clássica, a culpabilidade está ancorada na teoria psicológica pura e
é formada pelos elementos dolo e culpa, sendo a imputabilidade mero pressuposto. A
letra B está errada porque a culpabilidade da teoria causal neoclássica, alicerçada na
teoria psicológica-normativa, não possui potencial consciência da ilicitude, mas possui
imputabilidade, dolo (normativo), culpa e exigibilidade de conduta diversa. A letra C
está errada porque a definição dada é de funcionalismo teleológico e não de
funcionalismo sistêmico. A letra D está errada porque dolo e culpa não fazem parte da
culpabilidade do finalismo, mas integram a conduta, estão dentro da tipicidade. (GOMES
FILHO, Dermeval Farias. Dogmática Penal: fundamento e limite à construção da jurisprudência
penal no Supremo Tribunal Federal. Salvador: Juspodivm, 2019).
QUESTÃO SOBRE A TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO
2- MPGO- Promotor de Justiça - Questão aberta 2014- Fale sobre a TEORIA DA
AÇÃO SIGNIFICATIVA.
Sugestão de resposta (vide resumo da teoria da ação significativa tratado no
tópico anterior)
QUESTÃO SOBRE A TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO
3- MPPR- Promotor de Justiça - Questão aberta 2014- Discorra sobre a Teoria
Significativa da Ação e aborde os pontos principais nos quais esta se diferencia
da Teoria Finalista da Ação
Sugestão de resposta (vide resumo da teoria da ação significativa tratado no
tópico anterior e também as com siderações sobre finalismo que apresentamos
na aula)
DIREITO PENAL: PARTE GERAL

TEMAS DE POLÍTICA CRIMINAL

PROFESSOR DERMEVAL FARIAS

Instagram @professordermevalfarias
EMENTA DE AULA

Temas de política criminal – direito penal brasileiro no início do


século XXI, expansão do direito penal, velocidades do direito penal,
administrativização do direito penal, direito penal do inimigo,
atuarialismo penal, direito penal negocial e outros
- Relação entre política criminal e dogmática penal
“o direito penal é muito mais a forma, através da qual as finalidades
político-criminais podem ser transferidas para o modo de vigência
jurídica”. ( ROXIN, Política Criminal e Sistema Jurídico Penal. Trad.
Luís Greco. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p.82.)
- Relação entre política criminal, dogmática penal e criminologia
“Criminologia, Política Criminal e Direito Penal representam,
destarte, três momentos incindíveis da resposta social ao problema
do crime: o momento explicativo-empírico (Criminologia), o
decisional ou programacional (Política Criminal) e o instrumental
(Direito Penal). Saber empírico e saber normativo não podem “seguir
caminhos” distanciados. De qualquer modo, apesar dessacommunis
oppinio, a verdade é que continua existindo na realidade uma
lamentável separação entre ambos”.
(GOMES, Luís Flávio; MOLINA, Antônio García-Pablos de; BIANCHINI, Aline. Direito Penal. Introdução e
Princípios Fundamentais. v1. São Paulo: RT, 2007, p.250).
1- Contextualização do direito penal brasileiro no início do século XXI
2- A jurisprudencialização do direito penal
3- O confronto legislador x judiciário

Dica: verificar inteiro teor RE 641320


4- Temas atuais de política criminal e dogmática

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