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CULPABILIDADE
Capítulo VI
Cada categoria do delito – tipicidade, ilicitude e culpabilidade – deve ser observada e
desenvolvida a partir dos fins político-criminais.
1. Categorias do delito
a. Tipicidade → o tipo está ligado a ideia de determinação legal. Os tipos servem,
portanto, ao cumprimento do princípio nullum-crimen, devendo ser estruturados
dogmaticamente a partir dele;
b. Ilicitude → é categoria responsável pela solução social de conflitos. É feita a
ponderação da colisão entre interesses sociais globais e interesses individuais
(regulação social mediante ponderação de interesses em situações de conflito);
c. Culpabilidade → questão normativa de como e até que ponto é preciso aplicar
a pena a um comportamento em princípio punível, se for ele praticado em
circunstâncias excepcionais (exigências das teorias dos fins da pena).
Capítulo VIII
As causas de justificação são responsáveis por introduzir a dinâmica das modificações sociais
na teoria do delito.
1. Tipo x Ilicitude
a. O tipo está limitado pela própria linguagem;
b. As causas de justificação, por outro lado, são constantemente modificadas,
de tal forma que novas causas de justificação surgem e as antigas são
eliminadas → Essas modificações decorrem não só das alterações
legislativas, mas também por criação do direito costumeiro e
jurisprudencial.
A ordem jurídica como um todo contribui para a formação dos direitos de intervenção
2. Causas de justificação
a. Legítima defesa: está fundamenta nos princípios da autodefesa e da
proteção à ordem jurídica, encontrando limite na proporcionalidade →
todos têm direito de se defender contra agressões proibidas de forma que
não sofram dano;
b. Estado de necessidade: também se liga aos princípios da autodefesa e da
ponderação de bens.
As causas de justificação não descrevem ações, pois valem para diversos tipos simultaneamente
→ A dinâmica das causas de justificação provoca um relaxamento do princípio nullum crimen.
Capítulo IX
No modelo proposto por Roxin, a culpabilidade é cunhada político-criminalmente pela teoria
dos fins da pena.
1. Culpabilidade → após a constatação de que a ação/omissão do sujeito não está
amparada por uma causa de justificação, cumpre a esta categoria dogmática
responder a seguinte indagação: O comportamento do sujeito merece pena?
a) Inexigibilidade de conduta diversa → quando não é possível evitar a
realização do injusto estará excluída a aplicação da pena, pois “nada se pode
retribuir a uma culpabilidade inexistente”.
b) Reprovabilidade da conduta → Não é possível utilizar da prevenção
especial a uma pessoa que não possuí conduta reprovável.
As medidas preventivas não devem resultar em punição quando não houver culpabilidade, da
mesma forma que a culpabilidade de um indivíduo não é motivo válido para justificar a
punição, a menos que seja essencial do ponto de vista preventivo.
Capítulo X
Para Roxin, o direito penal e a política criminal não são opostos.
A principal crítica que Roxin faz aos sistemas abstratos diz respeito ao desprezo pelas
peculiaridades do caso concreto.