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João Luiz da Silva Almeida
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II
ana maria d´Ávila lopEs
dEnisE almEida dE andradE
andréia da silva costa castElo Branco salEs
III
Copyright © 2015 by Ana Maria D´Ávila Lopes, Denise Almeida de An-
drade, Andréia da Silva Costa Castelo Branco Sales
produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
________________________________________
E96 Exploração sexual de mulheres e crianças no turismo sexual /
Ana Maria D’Ávila Lopes, Denise Almeida de Andrade,
Andréia da Silva Castelo Branco Sales, organizadoras. - Rio
de Janeiro : Lumen Juris, 2015.
424 p. ; 21 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-8440-242-7
IV CDD – 306.74
Sumário
Apresentação...............................................................................I
V
Mudança Conceitual das Políticas Públicas Preventivas
em Face da Vulnerabilidade Sexual de Crianças e
Adolescentes........................................................................... 259
Antonio Jorge Pereira Júnior
VI
Apresentação
I
turismo sexual”, financiado pelo Edital MCTI/CNPq/SPM-PR/
MDA nº 32/2012, e cujos principais resultados apresentam-se na
presente obra e no site Observatório do Turismo Sexual (http://
observatoriodoturi.wix.com/turismosexual).
O livro reúne os textos elaborados pelos membros do gru-
po, abrangendo diferentes temáticas conexas ao turismo sexual,
a exemplo dos direitos das mulheres, discriminação de gênero,
direitos sexuais e reprodutivos, exploração sexual, pornografia,
prostituição, coisificação da mulher na mídia, tráfico para fins de
exploração sexual, educação sexual, dentre outros.
Além da perspectiva de gênero, a problemática do turismo
sexual é também enfrentada a partir da proteção dos direitos de
crianças e adolescentes, em razão do alarmante aumento do nú-
mero de casos de exploração sexual envolvendo esses sujeitos, cuja
situação é ainda mais crítica, haja vista se encontrarem em uma
situação de especial vulnerabilidade.
Espera-se, dessa forma, contribuir não apenas com o enfrenta-
mento ao turismo sexual, mas também na reversão dos valores pre-
conceituosos das sociedades que, em pleno século XXI, aceitam silen-
ciosamente a exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes.
II
O Direito Internacional dos
Direitos Humanos das Mulheres
Amanda Palácio
Bolsista PIBIC/CNPq (2013-2015)
Universidade de Fortaleza
Introdução
A civilização humana, desde os primórdios da humanidade,
vem passando por inúmeras e reiteradas modificações e evolu-
ções, tanto sociais quanto econômicas, políticas e culturais. Desse
modo, o estudo da história faz-se indispensável para qualquer aná-
lise que seja feita sobre o meio social e seus processos evolutivos.
Os Direitos Humanos, condicionados à existência da civili-
zação humana, assim como ela, modificaram-se ao longo do tem-
po, em avanços e retrocessos, sempre refletindo a sociedade da
época, seus anseios e seus ideais. Esses direitos nasceram das lutas
contra o poder, contra a opressão, contra governos subversivos e
autoritários, que impunham à população condições insatisfatórias
de vida, e evoluíram com as sociedades, alcançando reconheci-
mento e normatização crescentes, em âmbitos nacionais e, con-
sequentemente, em âmbito internacional. Apesar de ainda não
termos alcançado a plenitude do desenvolvimento desses direitos,
todos os avanços até aqui conquistados, refletidos na adoção de
inúmeros tratados internacionais - que versam sobre a obrigato-
riedade de proteção desses direitos-, e na criação do Sistema Glo-
bal e dos Sistemas Regionais de proteção aos Direitos Humanos,
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2. Sistema Global
O Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos, ou Siste-
ma Universal, segundo Piovesan (2010), é o nível global dos sistemas
internacionais de proteção aos direitos humanos. Sua fonte normativa
imediata foi a Carta das Nações Unidas, de 26 de junho de 1945, as-
sinada por 51 países, ao final da Conferência de São Francisco. Essa
carta marca o início da universalização e da internacionalização dos
direitos humanos e estabelece que os estados-partes devem promover
a proteção desses direitos e das liberdades individuais. Dessa forma,
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3. Sistemas Regionais
Como forma de complementar o sistema global, criaram-se
os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos, objetivan-
do estabelecer e solidificar, em cada continente, um aparato efi-
ciente para a proteção e promoção dos direitos humanos, levando
em consideração as particularidades históricas e culturais de cada
região (PIOVESAN, 2013).
Atualmente, são três os principais sistemas regionais: o euro-
peu, o interamericano e o africano. Há também um Sistema Regional
Árabe e a proposta de criação de um Sistema Regional Asiático. Cada
um desses sistemas é integrado por sistemas normativos, mecanismos
de monitoramento próprios e formas de auxílio aos estados-partes.
Ambos os conteúdos normativos, do Sistema da ONU e
dos sistemas regionais, devem respeitar a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, e serem similares em valores e princípios.
Apesar do parâmetro normativo já existente no sistema global, os
regionais devem se aprofundar mais nos temas abordados, levar
em consideração as peculiaridades da região, adicionar novos di-
reitos, compondo assim, juntos, um universo instrumental e eficaz
de proteção dos direitos humanos, mais forte e abrangente.
Para fins dos objetivos do presente trabalho, serão seguinda-
mente desenvolvidos apenas os sistemas europeu e interamericado.
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3.1.1. Surgimento
Segundo Branco (2012), o Sistema Interamericano de Direi-
tos Humanos (SIDH) foi criado a partir de dois documentos: a
Carta da Organização dos Estados Americanos (Carta OEA) e a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH).
A Carta da OEA foi aprovada na IX Conferência Interamerica-
na, realizada em Bogotá, em 1948, contando com a participação de
21 países americanos. Essa conferência foi considerada o passo inicial
para formação do SIDH, uma vez que nela, além da aprovação dessa
Carta, também foi aprovada a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem (DADDH), - documento de grande importância
normativa, já que constituiu a base do mesmo Sistema, e que, grada-
tivamente, foi convertendo-se em um instrumento normativo de ple-
no valor jurídico em relação aos direitos fundamentais que consagra.
Vale ressaltar ainda que, pela Carta da OEA, foi criada a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), - criada com o fito de
promover os direitos humanos reconhecidos na DADDH -, de modo
que todos que assinam citada Carta estão submetidos à CIDH.
Segundo Branco (2012), a Carta da OEA, em vigor desde
13 de dezembro de 1948, tinha por objetivo a busca pela paz e
pela justiça, e a obtenção da solidariedade entre os países. Esse
documento foi o primeiro no mundo a estabelecer os emblemas
democráticos, com o fito de colaborar com a promoção e com a
defesa dos direitos humanos, almejando garantir a paz, a segu-
rança, a mínima intervenção, a solução pacífica dos conflitos e a
cooperação nos campos político, jurídico e econômico.
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seu trâmite já tenha sido concluído pela CIDH, que a provoca; ou que
um Estado tenha feito uma denúncia contra outro Estado-membro,
sendo expressamente proibido qualquer tipo de manifestação autôno-
ma dos indivíduos, com base no artigo 61 da CADH.
Vale ressaltar que essa Corte não prevê a substituição dos tri-
bunais internos. Segundo Branco (2012), sua atuação reforça o de-
ver que cada Estado tem de proteger os direitos humanos, promover
o respeito e prevenir qualquer lesão a eles, uma vez que, quando não
o fizerem, poderão sofrer sanção. A Corte ICD, quando entender ser
urgente e necessário, nos assuntos que estiver conhecendo, poderá
adotar medidas provisórias. Além disso, também poderá atuar ao
lado da CIDH, em medidas provisórias solicitadas por ela.
Sobre esse assunto, entende Hanashiru (2001):
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3.2.1. Surgimento
O Sistema Europeu foi criado a partir da aprovação da Conven-
ção Europeia de Direitos Humanos (CEDH), em 1950, e é, dentre os
sistemas regionais, o que tem alcançado o maior grau de evolução até
o momento, além de ter sido o primeiro a ser devidamente instaurado.
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históricas sofridas por esse grupo, bem como acelerar o processo de ob-
tenção de igualdade, estimulando, desse modo, a criação de estratégias
para a promoção da mesma. Entre as previsões da CEDAW, também
está a de garantir às mulheres, como consequência da igualdade, o pleno
exercício de seus direitos políticos, civis, sociais, culturais e econômicos.
Os Estados-partes que ratificam a CEDAW assumem o compro-
misso internacional de eliminar todas as formas de discriminação base-
ada no gênero, assegurando a efetiva igualdade entre as pessoas de am-
bos os sexos, bem como se comprometem a realizar ações afirmativas
para assegurar que a igualdade material já conquistada se materialize.
Vale ressaltar ainda que, além da CEDAW, também foi cria-
do um Protocolo Facultativo a ela, bem como outros dispositivos,
declarações e conferências que trataram dos direitos das mulhe-
res, como a Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993, a
Plataforma de Pequim de 1995 e a Conferência de Viena de 1993,
que enfatizaram os direitos das mulheres como parte inalienável,
integral e indivisível dos Direitos Humanos.
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ele, a falecida havia induzido sua esposa a levar uma vida imoral,
como a dela própria, e tinha tomado a esposa e os filhos dele.
Segundo consta na petição, a requerente, Nahide Opuz, nas-
ceu em 1972 e residia em Diyarbakir. Sua mãe era casada e, em
1990, Nahide começou uma relação com o filho do esposo de sua
mãe, passando a viver com ele. Eles se casaram oficialmente 12 de
novembro de 1995, e tiveram três filhos, em 1993, 1994 e 1996.
Segundo relatado no processo, a requerente e seu marido viviam
um relacionamento com constantes discussões desde o início.
Os diversos atentados de violência contra as vítimas incluíam
espancamentos seguidos de ameaça de morte, que muitas vezes, causa-
vam hematomas, equimoses e inchaços no corpo de ambas, impossibili-
tando-as para o trabalho por vários dias, e, outras vezes, causavam san-
gramentos, - como nos olhos e orelhas-, equimoses e dores nas costas,
concluindo os relatórios médico que as agressões representavam perigo
de vida. Além disso, as vítimas também já haviam sido agredidas com
faca, bem como sofrido uma tentativa de atropelamento.
Apesar do grau de seriedade da violência sofrida reiteradamente
por Nahide Opuz e por sua mãe, algumas vezes a Justiça local alegou
não haver evidências suficientes para acusar os agressores, e, outras
vezes, as próprias vítimas retiraram as queixas, como consequência
da violência também emocional que sofriam. Com a retirada das
queixas, diversos processos já instaurados de violência contra elas não
puderam prosseguir, - uma vez que os tribunais locais diziam ser ne-
cessária a reclamação do recorrente a fim de continuar o processo-, e
outros, mesmo prosseguindo devido à gravidade dos danos causados,
culminaram em pequenas penas, convertidas em multa.
Em 20 de março de 1998, a recorrente interpôs um pedido de
divórcio contra o marido, com o fundamento de que eles tinham
desavenças intensas, que ele estava fugindo de suas responsabili-
dades como marido e pai, que a maltratava, como já comprovado
por relatórios médicos, e que ele estava trazendo outras mulheres
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Conclusão
O presente trabalho teve como objetivo fazer uma análise his-
tórica do surgimento e da evolução dos Direitos Humanos; analisar
os instrumentos normativos atualmente existentes para a proteção
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Referências
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cidh.oas.org/basicos/portugues/m.Belem.do.Para.htm>. Acesso
em: 17 jun. 2014.
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O Discurso de Gênero
no Poder Judiciário
Introdução
Há séculos as mulheres vêm sendo alvo de uma estrutura
social discriminatória que as coloca em uma hierarquia inferior
a do homem. Por certo, em termos ocidentais, a igualdade formal
de direitos vem sendo concretizada a partir da modificação de le-
gislações evidentemente discriminatórias. Todavia, o alcance da
igualdade material impende à observação de outros aspectos que
ultrapassam a questão da revogação ou da modificação das leis.
A discriminação de gênero pode ser evidenciada na própria
cultura e nos valores dominantes da sociedade, influenciando não
só o Poder Legislativo na sua tarefa de criar leis, mas, na mesma
medida, na própria interpretação e aplicação do Direito.
Nesse marco conceitual, o objetivo do presente artigo é anali-
sar o discurso de gênero produzido pelo Poder Judiciário. Parte-se do
pressuposto de que o gênero é um fator presente na cultura e que pode
ser visualizado na prolação das decisões judiciais. Assim, demonstrar-
-se-á que as razões enunciadas para fundamentar alguns dos votos e
acórdãos do Poder Judiciário sofrem a influência de fatores extralegais
que reforçam a desigualdade substancial entre homens e mulheres.
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Por sua vez, a ADI n° 4424 foi ajuizada pelo então Procurador
Geral da República, com a finalidade de que fosse dada interpreta-
ção conforme a Constituição aos dispositivos 12, I; 16 e 41 da Lei n°
11.340/2006, para que os crimes de violência doméstica fossem consi-
derados crimes de ação penal pública incondicionada, não necessitando
da representação da vítima para que fosse promovida a ação penal.
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Conclusão
A defesa da instituição familiar, não obstante seja demanda
legítima, não deve servir como fundamento primordial na defesa
dos direitos das mulheres. Com efeito, essa espécie de posiciona-
mento reforça, ainda que indiretamente, a discriminação de gê-
nero. A redução da figura da mulher ao papel de mãe e de esposa
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Direitos Sexuais e Reprodutivos
das Mulheres
Introdução
No campo dos direitos sexuais e reprodutivos, apesar dos
inúmeros avanços das últimas cinco décadas, muito há que se fa-
zer para garantir o seu exercício de maneira igualitária.
As mulheres ainda encontram maiores dificuldades para de
forma livre e autônoma exercerem referidos direitos, seja pela his-
tórica discriminação que impunha uma vida dedicada ao espaço
doméstico, seja pela manutenção de nuances machistas que per-
meiam as ações e políticas públicas.
A proposta desse artigo é apresentar um apanhado sobre os direi-
tos sexuais e reprodutivos das mulheres, a fim de demonstrar a necessi-
dade de se permanecer lutando por sua consolidação no âmbito norma-
tivo e de políticas públicas, uma vez que ainda carecem de efetivação.
Para tanto, far-se-á uma breve digressão histórica, a partir da
qual se demonstrará que os direitos sexuais e reprodutivos são au-
tônomos, ainda que diretamente ligados a outros direitos, como a
saúde. Em seguida, os documentos internacionais mais relevantes
para a fixação de um parâmetro teórico e normativo, bem como
para a elaboração de políticas públicas sobre o tema serão desta-
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[...] uma vez que a reprodução ocorre nos corpos das mulheres,
a reivindicação pelos direitos reprodutivos foi, e continua sen-
do, uma demanda das mulheres pelo controle de seus próprios
corpos, que estiveram, historicamente, sujeitos aos ditames de
homens legisladores, médicos e representantes das Igrejas.
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2 Ainda sobre o termo “direitos reprodutivos”, Laura Davis Mattar indica que
“surgiu no I Encontro Internacional de Saúde da Mulher, realizada em Amsterdã,
na Holanda, em 1984, substituindo de maneira mais completa e adequada, a
denominação ‘saúde da mulher’ para expressar a ampla pauta de autodeterminação
reprodutiva das mulheres”. ( 2013, p. 55-56).
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Article 1:
For the purposes of the present Convention, the term “discrimi-
nation against women” shall mean any distinction, exclusion or
restriction made on the basis of sex which has the effect or purpose
of impairing or nullifying the recognition, enjoyment or exercise by
women, irrespective of their marital status, on a basis of equality
of men and women, of human rights and fundamental freedoms
in the political, economic, social, cultural, civil or any other field.
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[…]
Article 10:
States Parties shall take all appropriate measures to elimina-
te discrimination against women in order to ensure to them
equal rights with men in the field of education and in particu-
lar to ensure, on a basis of equality of men and women.
[…]
Article12:
1. States Parties shall take all appropriate measures to eliminate
discrimination against women in the field of health care in order
to ensure, on a basis of equality of men and women, access to
health care services, including those related to family planning.
2. Notwithstanding the provisions of paragraph I of this arti-
cle, States Parties shall ensure to women appropriate services
in connection with pregnancy, confinement and the post-na-
tal period, granting free services where necessary, as well as
adequate nutrition during pregnancy and lactation.
[…]
Article 16:
1. States Parties shall take all appropriate measures to elimi-
nate discrimination against women in all matters relating to
marriage and family relations and in particular shall ensure,
on a basis of equality of men and women:
[…]
(d) The same rights and responsibilities as parents, irrespecti-
ve of their marital status, in matters relating to their children;
in all cases the interests of the children shall be paramount;
(e) The same rights to decide freely and responsibly on the number
and spacing of their children and to have access to the information,
education and means to enable them to exercise these rights;
[…]
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Chapter II, Principle I: All human beings are born free and
equal in dignity and rights. Everyone is entitled to all the
rights and freedoms set forth in the Universal Declaration of
Human Rights, without distinction of any kind, such as race,
colour, sex, language, religion, political or other opinion, natio-
nal or social origin, property, birth or other status. Everyone
has the right to life, liberty and security of person.(grifou-se).
[…]
Chapter II, Principle IV: Advancing gender equality and
equity and the empowerment of women, and the elimi-
nation of all kinds of violence against women, and en-
suring women’s ability to control their own fertility, are
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Conclusão
O conceito de direitos sexuais e reprodutivos foi forjado em um
contexto de luta pela igualdade entre homens e mulheres, e permanece
sendo pauta de todos os que acreditam que para se evoluir em socieda-
de, deve-se por fim a qualquer espécie de discriminação ou subjugação.
A Conferência do Cairo, 1994, e a Conferência Mundial da Mu-
lher de Beijin, 1995, consubstanciaram em seus documentos oficiais as
principais conquistas sobre o tema e influenciaram, a partir de sua pu-
blicização, ordenamentos jurídicos e outros documentos internacionais.
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A Discriminação de Gênero como
Fator Impulsionador da Violência
Contra a Mulher no Turismo Sexual
Introdução
Este artigo trata da discriminação de gênero como fator que
promove a violência contra a mulher e suas repercussões no tu-
rismo sexual. A discriminação de gênero ocorre quando tratamos
um gênero como superior a outro. Escolhemos tratar sobre a dis-
criminação do gênero masculino em detrimento do gênero femi-
nino devido esta ser mais comum na sociedade brasileira (IBGE,
DIREITOS HUMANOS, 2012, on-line).
As mulheres no Brasil sempre foram tratadas desigualmente em
relação aos homens, desde a época da colonização as índias e negras
escravas eram exploradas sexualmente pelos senhores de engenho.
Nesse período as mulheres portuguesas, esposas dos colonos, só ti-
nham como função a reprodução, não participavam da vida social.
Vigorava o sistema patriarcal, em que os homens eram os
chefes da família e todos eram submissos à vontade dele. Só os
homens ricos e brancos participavam da vida política do país. As
mulheres eram discriminadas pelo fato de serem mulheres.
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A exploração sexual das negras veio após a das índias, que atra-
íram, inicialmente, os colonizadores, conforme é narrado na carta de
Pero Vaz de Caminha ao rei, na qual ele relata a sexualidade livre e
ingênua das nativas “E suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência
descobertas que não havia nisso nenhuma vergonha.” (SIMÕES, 2000,
p. 48). As índias no início trocavam carícias, ou mesmo atos sexuais, por
presentes, espelhos, pedras coloridas, tecidos trazidos pelos portugueses.
Percebe-se que a chegada dos colonizadores marcou a discrimina-
ção contra a mulher1. Elas foram colocadas em situação de inferioridade
em relação aos homens, além de tratadas como objetos, como meio de
satisfação dos anseios masculinos. Isso decorreu da cultura portuguesa
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3. Turismo Sexual
Segundo a OMT (2009) turismo sexual é: “Ato de orga-
nizar viagens dentro ou fora do seio do setor do turismo, mas
utilizando de suas estruturas e redes, com o propósito primordial
de realizar relações sexuais comerciais entre turista e o residente
do destino”.
Ainda sobre o conceito acima, Andréia Costa (2008, p. 66)
expõe:
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Conclusão
Conclui-se que a discriminação de gênero é um fator impulsiona-
dor da violência contra a mulher no turismo sexual, a partir do momen-
to que ela marginaliza o gênero feminino, o afastando de melhores con-
dições de trabalho e de estudo, causando uma dependência financeira
das mulheres em relação aos homens. Essa prática discriminatória não é
algo recente, pelo contrário, desde os colonizadores brasileiros é possível
enxergar com clareza o regime patriarcal e machista no qual se vive.
Pois, apesar de hoje, a Constituição Federal proteger e garantir
a igualdade entre homens e mulheres, ainda se presencia cenas de
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O Turismo Sexual como Fator
Impulsionador do Tráfico de Pessoas
para Fins de Exploração Sexual
Introdução
A globalização e a modernização da vida humana trouxeram
consigo aspectos positivos, mas também negativos. Ao mesmo tem-
po em que, atualmente, é possível, e mais fácil, o trânsito de mer-
cadorias, de tecnologias e de pessoas entre as fronteiras dos países
e no interior destes, incrementando a economia mundial e promo-
vendo a realização pessoal de turistas e migrantes, tem-se também
situações de total desrespeito aos direitos humanos daqueles que,
em razão de sua vulnerabilidade social, econômica e cultural, são
coisificados, como se mercadorias fossem, sendo explorados em sua
força de trabalho e, em muitos casos, em sua sexualidade.
Nesse contexto, o presente artigo pretende analisar duas graves
violações de direitos humanos: o turismo sexual e o tráfico para fins
de exploração sexual. Trata-se de fenômenos distintos, com carac-
terísticas peculiares, mas que, no cotidiano da sociedade, convivem
nos mesmos espaços físicos, vitimam, via de regra, um grupo parecido
de seres humanos, envolvem agentes públicos e atores da vida social,
como taxistas, aliciadores, agências de turismo e de casamento etc.
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2 Nos pacotes all included, o turista, antes de viajar, contrata previamente todos
os serviços que vai utilizar no local escolhido para destino. Ao lado dos serviços
de alimentação, entretenimento, hotelaria, passeios turísticos, estão os de
acompanhantes, que são pessoas contratadas para prestarem seus serviços sexuais
e lhes fazerem companhia. Geralmente, as agências de viagem possuem um livro
contendo fotos de corpo e rosto (book) dos(as) acompanhantes, ficando a cargo
do(a) cliente a escolha de seu(ua) parceiro(a) temporário(a).
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4 Já existem pesquisas que demonstram que São Paulo, estado marcado pelo turismo
de negócio, encontra-se em meio ao circuito do sexo-turismo, que se manifesta
como sexscape. Ana Paula da Silva afirma que “Embora a cidade de São Paulo se
apresente como símbolo de tudo que é moderno no Brasil, ela não escapa de ser
uma espécie de “cosmopolitismo tropical” – simbologia bastante explorada pela a
indústria do turismo. Nesse contexto, não é de se surpreender que a sexscape de São
Paulo compartilhe semelhanças significativas com as de outras regiões do Brasil. Ao
mesmo tempo, a configuração física da cidade (massa urbana amorfa e enorme, que
carece de pontos turísticos legíveis para estrangeiros) e sua vocação como destino
para o turismo de negócios criam reflexos sui generis na configuração das interações
entre sexo comercial e deslocamentos (inter)nacionais.” (SILVA, 2011, p. 104)
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Esses são algumas das razões que demonstram que, nos países
em que o turismo sexual é uma prática banalizada da prostituição
como forma de exploração humana, as redes criminosas encontram
maior facilidade de atuação. A própria dinâmica do turismo sexual
favorece o aliciamento de mulheres, meninas e travestis exploradas
no mercado do sexo pelos agentes do tráfico humano. A leniência
e a corrupção dentro dos órgãos públicos também colaboram para
tornar possível a operacionalização das ações criminosas. E, assim
como acontece no Brasil e na Tailândia, por exemplo, milhares de
pessoas findam por cair no esquecimento de seus países de origem.
Conclusão
No Brasil, o sexo, a raça e a posição econômica são aspectos
que dividem a sociedade entre incluídos e excluídos, o que faz
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Referências
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A Prostituição e o Turismo
Sexual no Nordeste Brasileiro
Introdução
Não é de hoje que a prática do Turismo Sexual mostra-se um
problema social grave e recorrente no Brasil, especialmente na região
Nordeste. Consolidado como destino do Turismo Sexual nos anos 80,
o Brasil atrai a busca por prazer sexual e, nesse contexto, mulheres
que comercializam o sexo são as maiores vítimas dessa prática.
A questão é que, nesse cenário, em que viajantes e nativos
estabelecem um contato casual com vistas à satisfação sexual do
turista, são constantes os casos de exploração sexual e violência de
gênero. Tais fatos preocupam e impõem ao Poder Público a adoção
de medidas de proteção às vítimas, notadamente no Nordeste, em
que o turismo sexual é atrelado a outras atividades ilícitas como o
tráfico de mulheres e o tráfico de drogas.
Dessa constatação, resultam importantes indagações: o que é
prostituição e qual a natureza dessa atividade? Quais as nuances da
prostituição no Brasil? Que tipo de turismo sexual é praticado no Nor-
deste? Em que medida turismo sexual e prostituição se relacionam?
Essas são as perguntas de partida que guiarão o percurso do pre-
sente trabalho, de modo que, delineado um panorama do turismo
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1 Por se tratar de um assunto complexo, a prostituição não pode ser analisada apenas
sob uma perspectiva (subversão ou dominação, coisificação da mulher ou liberdade
para dispor do próprio corpo etc). Toda e qualquer análise do tema deve considerar
sua complexidade e o contexto histórico analisado. Nesse sentido, Magali Engel (2004)
assevera que a prostituição “[...] apresenta-se, portanto, como uma realidade complexa,
múltipla e contraditória, cuja compreensão é particularmente dificultada pelo peso dos
preconceitos morais. De qualquer forma, é preciso não perder de vista que os significados
dos comportamentos que nos habituamos a identificar como prostituição possuem uma
especificidade que só pode ser resgatada e compreendida se levarmos em conta a sua
inserção num dado imaginário social. Aparecendo em sociedades diversas no espaço e
no tempo, tais práticas estão evidentemente ligadas a atitudes e necessidades sexuais e
psicológicas da sociedade no conjunto, que são variáveis históricas.”
2 Neste trabalho, será abordada a prostituição feminina praticada por mulheres
maiores de 18 anos.
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E continua:
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quisa realizada com turistas na Jamaica por Pruitt e Lafont), turistas se-
xuais que buscam relações homossexuais (Luongo; Clift e Forrest) etc.
Um conceito amplo de turismo sexual poderia ser elaborado
a partir da ideia de atividade turística com vistas à prática do sexo,
em que o turista, homem ou mulher, escolhe seu destino e viaja
com o escopo de ter relações de conotação sexual e/ou vivenciar
uma relação sentimental, ocasional ou com uma certa duração.
A relação pode ocorrer com pessoas do sexo oposto ou do mesmo
sexo, de modo eventual ou duradouro.
A Organização Mundial do Turismo (2012) define turismo
sexual como: “Ato de organizar viagens dentro ou fora do seio do
setor do turismo, mas utilizando de suas estruturas e redes, com o
propósito primordial de realizar relações sexuais comerciais entre
o turista e o residente do destino”.
Todavia, a presente pesquisa analisa o turismo sexual pratica-
do no Nordeste brasileiro e não pode ser estudado desconsiderando
as inúmeras violações a direitos humanos e explorações de mulhe-
res, crianças e adolescentes que estão no entorno dessa realidade.
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pacote de férias [...] seria mais uma consequência desse novo mer-
cado mundial”. (DIAS FILHO, 1996, p. 58). E ainda:
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Conclusão
Muitas são as abordagens feministas acerca da prostituição
que divergem sobre seu papel libertário ou de submissão da mulher.
Para além desses posicionamentos teóricos, todavia, é certo que,
no Brasil, a prostituição é realizada em sua maioria por mulheres
cujo perfil pode ser delimitado pela pobreza, falta de oportunida-
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br/resources/anais/3/1308365778_ARQUIVO_artigoconlab.pdf>.
Acesso em: 07. Nov. 2014.
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A Pornografia como Manifestação
da Discriminação de Gênero
Contra a Mulher
Introdução
A pornografia existe desde tempos remotos, comprovadamente
em pinturas eróticas e símbolos fálicos na Grécia antiga e no Império
Romano com as práticas de busca de prazer no sadismo e na flagelação.
Para Moraes e Lapeiz (1993, p. 109), pornografia “é um ter-
mo originado do grego pornographos, ‘significando’ escritos sobre
prostitutas, sendo este um gênero fundado no século II, pelo escri-
tor grego Luciano em Diálogo das Cortesãs”.
De acordo com Schettini (2011, p. 327) “as histórias pornográfi-
cas circularam, foram plagiadas e se reiteraram desde o século XVIII
até a atualidade” de forma que assistimos no final do século XX, ao
surgimento de uma variedade de produtos pornográficos, impulsio-
nados pelas imensas transformações nas tecnologias dos média o que
favoreceu e popularizou a indústria pornô, já que a mesma passou
a ser acessada por pessoas de contextos socioculturais diversificados.
Graças às novas tecnologias de imagens e textos, a pornografia
encontrou enorme facilidade para ser disseminada, passando a ser
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consumida por um grande público, que até então não tinha acesso
a esses materiais devido a questões financeiras e por sua escassez.
O surgimento da Internet e sua popularização, além de facilitar
a distribuição e a recepção dos produtos pornográficos, gerou uma
nova era para o mercado consumidor da pornografia, pois oportu-
niza o anonimato dos usuários (Pinto, Nogueira e Oliveira, 2010).
Não obstante a ampliação do mercado pornô, é fato que a
grande maioria dos produtos do gênero “esteve sempre voltado
quase que exclusivamente para o público masculino, que o conso-
me vorazmente” (MARTINEZ, 2009, p. 60).
Ainda que careça de mais pesquisas, principalmente no Brasil,
a questão da pornografia suscita debates e divergências entre diver-
sos autores, dentre os quais os de posição mais feminista que defen-
dem que a pornografia comumente mostra a mulher submissa e ob-
jeto do poder do homem, bem como reforça o machismo com todas
as suas consequências como a agudização da violência de gênero.
A palavra gênero, por muitos séculos, foi empregada em sen-
tido figurado, sendo utilizada pela gramática para identificar os
traços de caráter e sexuais das pessoas (SCOTT, 1990).
O conceito de gênero se desenvolveu no Brasil na década de
1990, quando foi traduzida cópia do artigo da historiadora ameri-
cana Joan Scott intitulado “Gênero: uma categoria útil”.
Para Barbieri (1992) “gênero é o sexo socialmente construído”.
Um erro bastante comum na sociedade é acreditar que gêne-
ro está relacionado apenas ao feminino, tendo Puleo (2000, p. 19)
esclarecido que “gênero é uma relação dialética entre os sexos”.
Relevante, contudo, é explicar que quando há valorização de
um dos gêneros em detrimento do outro, temos um claro exemplo de
discriminação de gênero e quando esta ocorre contra a mulher, “vetor
mais usual e amplamente difundido no contexto da violência de gêne-
ro” (OSTERNE, 2005, p. 167), temos a discriminação contra a mulher.
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1. Pornografia
1.1. A origem e a história da pornografia.
A pornografia existe desde tempos remotos. Uma comprovação
dessa afirmação seria a presença de cenas eróticas na Grécia antiga,
com o sexo e símbolos fálicos sendo retratados em pinturas e escultu-
ras. No oriente, a mais antiga forma de sexualidade retratada é o livro
do Kama Sutra, do autor Vatsayna, que desenvolve um estudo entre
a relação do amor e do prazer sexual. No Império Romano inicia-se
a prática das formas mórbidas da busca do prazer no sadismo e na
flagelação. Na Idade Média, período em que a moral católica atingiu
seu ápice, as formas de expressão pornográfica não eram aceitas, pois
eram consideradas pecaminosas (Marzochi, 2003).
Moraes e Lapeiz (1985) afirmam que a popularização da por-
nografia se dá com Marquês de Sade, com a perversão, a devas-
sidão e libertinagem. Podemos ainda citar o Barão Sacher – Ma-
soch, conhecido por ser o criador do masoquismo e por escrever
livros cuja atração se dava pela crueldade.
Para Schettini (2011, p. 327):
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2. Discriminação de Gênero
2.1. Aspectos conceituais de gênero
Antes de ser empregada com seu atual significado pela aca-
demia, a categoria gênero, segundo Heilbom (1990, p. 40) era uti-
lizada pela gramática. Scott (1990) concorda com essa afirmação,
explicando que gênero foi empregado por muitos séculos em sen-
tido figurado em termos gramaticais para identificar os traços de
caráter e sexuais das pessoas.
Há pelo menos quatro décadas, o conceito de gênero passou
a ser utilizado como categoria de análise. Para Osterne (2005) há
registros que foram as feministas americanas as primeiras a utilizar
o termo, com o objetivo de destacar o caráter fundamentalmente
social das distinções baseadas no sexo.
Saffioti (2004) assevera que, ao contrário do que é comum
pensar, não foi uma mulher que formulou o então conceito de gê-
nero, mas o primeiro a usar esse conceito foi Robert Stoller, em
1968, embora essa noção não tenha prosperado. Saffioti (2004)
ainda entende que a primeira a sugerir a noção de gênero foi Si-
mone de Beauvoir, ainda que esta não tenha utilizado esse termo
na frase: Ninguém nasce mulher, mas se torna mulher.
Uma definição simples e exata do significado de gênero é citada
por Barbieri (1992) que diz: “O gênero é o sexo socialmente construído”.
No Brasil, Scott (1990), teve seu artigo Gênero: Uma categoria
útil traduzido em 1990 e esse texto foi bastante difundido, de forma
que o termo gênero popularizou-se rapidamente no meio acadêmico.
Scott (1990) assevera que gênero é um elemento constitutivo de
relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos. É uma
maneira de indicar construções sociais, ou seja, a criação inteiramente
social de ideias sobre os papéis “adequados” aos homens e às mulheres.
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Conclusão
O estudo, desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica, acer-
ca da pornografia como manifestação da discriminação de gênero
contra a mulher, possibilitou uma maior compreensão do fenômeno,
bem como uma aproximação de outras questões relacionadas ao tema.
Optou-se por um estudo de natureza bibliográfica privilegian-
do, principalmente, artigos científicos no espaço da Internet o que
nos oportunizou compreender conceitos, mas também observar
que, ainda, há carência de pesquisas que aprofundem sua temática.
O próprio conceito de pornografia tem sido motivo de diver-
gência entre autores e há aqueles, os mais feministas, que defen-
dem ser a pornografia a representação mais extremada da discri-
minação de gênero contra as mulheres.
O fato é que a pornografia, mesmo sendo uma prática que existe
desde tempos antigos, no decorrer da história se reinventou diversas
vezes sendo, atualmente, com o incremento da tecnologia, um fenôme-
no de público consumidor, com mercado próprio e altamente lucrativo.
Não obstante o aspecto financeiro e o lucro que envolve o fenô-
meno da pornografia, esta não pode ser analisada apenas sob o olhar
econômico, pois existem explicações sociais e culturais para o cres-
cente mercado. Entre esses aspectos, podemos destacar o surgimento
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Referências
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______. Código Penal. Vade Mecum. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
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A coisificação da Mulher na mídia
Introdução
Desde tempos remotos, verifica-se o desenvolvimento de
uma sociedade machista na qual a mulher é considerada um ser
inferior ao homem e, portanto, submetida à vontade e aos desejos
dele, por ser quem provê o alimento e a proteção do ambiente fa-
miliar. Essa distinção de gênero provoca a coisificação da mulher
nos mais diversos segmentos sociais, a exemplo do turismo sexual.
Face ao exposto, o presente artigo teve por objetivo demons-
trar que a mídia possui a capacidade de manipular o comporta-
mento humano, construindo o estereótipo de um indivíduo ou de
um conjunto de indivíduos, podendo, inclusive, incentivar práti-
cas como o turismo sexual.
Para tanto, foi necessário um estudo aprofundado da doutrina,
demonstrando que a mídia possui a capacidade de impulsionar a
construção de uma sociedade igualitária entre homens e mulheres
ou acentuar as desigualdades já presentes. Dividindo-se a pesqui-
sa em três partes, primeiramente buscou-se estudar a evolução do
pensamento sobre a sexualidade, visando apresentar a forma como
o homem lida com a sexualidade em diversos momentos históricos.
Seguidamente, alguns conceitos foram explicados para uma melhor
compreensão do tema, buscou-se mostrar o conflito entre explora-
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res. Uma autoridade que poderia chegar até a decidir a sua morte.
Nesse sentido explica Tannahill (1983, p.61):
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Conclusão
Foi demonstrado, no presente trabalho, que apesar das grandes
conquistas realizadas no campo da distinção de gêneros, a figura fe-
minina ainda sofre com os resquícios da repressão sofrida durante os
séculos da história da humanidade. Isso fica evidente, principalmente,
na mídia, que indo contra essas conquistas, continua denegrindo a
imagem da mulher tratando-a como objeto meramente econômica.
Constata-se, dessa maneira, que a “coisificação” da mulher
realizada pelos meios de comunicação tem contribuído para tornar
o Brasil uma das principais rotas mundiais de turismo sexual, em
razão da excessiva exaltação da sensualidade da mulher brasileira
e do país ser um “paraíso perdido” em que tudo é permitido.
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Referências
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www.cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm>. Acesso
em: 19 set. 2014.
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Mudança Conceitual das Políticas
Públicas Preventivas em Face
da Vulnerabilidade Sexual de
Crianças e Adolescentes
Introdução
O artigo pretende propor uma nova perspectiva para o conjunto
das políticas públicas em matéria de criança e adolescente, com vis-
tas à viabilização da proteção integral e da atenção absoluta prioritária
previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente há 25 anos. Os direitos da criança e do adolescente ainda não
são garantidos ou respeitados no nível previsto e prescrito no sistema ju-
rídico do Brasil. Falham especialmente as políticas de prevenção, tanto
em sentido amplo, que deveriam atingir de modo difuso seus destinatá-
rios, quanto em sentido restrito, nas situações de promoção dos direi-
tos individuais. Escasseiam políticas públicas proativas em meio adulto
favoráveis ao desenvolvimento infanto-juvenil, estando todos, crianças
e adultos, no mesmo espaço. De certa forma, deixar a criança à deriva
em uma cultura permissiva, utilitarista e consumista, é constrangê-la
a “adaptar-se” a tal ambiente, mimetizando-o, absorvendo-se tempo e
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ta” entre adultos. Os mais jovens percebem isso. Desde cedo compre-
endem que os limites que se lhes impõem não passariam de um tabu
etário, uma vez que seus pais ou demais familiares são coniventes com
o clima de exaltação sexual, sendo consumidores de filmes, revistas,
novelas, e demais produtos que facilitam o deleite do sexo.
Assim, a exploração sexual torna-se como que a consuma-
ção de uma cultura. A prevenção autêntica deve ir de encontro à
cultura de sensualização que, em uma aspiral ascendente, tende a
culminar no aliciamento sexual de crianças e adolescentes. Não
haverá plena prevenção sem redução do apelo sexual exacerbado
que reina no ambiente. É preciso sanear essa atmosfera, tornando-
-a antes favorável a comportamentos seguros e formativos para a
criança. Solicitações do mundo adulto tendem a extravasar ao uni-
verso infanto-juvenil e gerar risco aos vulneráveis por falta de idade.
São situações associadas a prazeres, como pagamento a um compor-
tamento. Isso acontece em matéria de drogas lícitas (derivados de
álcool), drogas ilícitas (entorpecentes), alimentos não-saudáveis que
provocam obesidade (comidas) e sexo. Todos eles são âmbitos onde
a criança se torna vítima por via reflexa, de modo difuso.
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3 São dispositivos alterados e inovados em 2008: Art. 130. Verificada a hipótese de maus-
tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária
poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. Art. 240. Produzir,
reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito
ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa. § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage,
ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas
referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. § 2o Aumenta-
se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: I – no exercício de cargo ou
função pública ou a pretexto de exercê-la; II – prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade; ou III – prevalecendo-se de relações de parentesco
consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor,
empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,
ou com seu consentimento. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 241-A.
Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas
incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; II – assegura, por qualquer meio, o
acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput
deste artigo. § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis
quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. Art. 241-
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Exploração sexual de mulheres e crianças no turismo sexual
B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma
de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o A pena é
diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se
refere o caput deste artigo. § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: I – agente
público no exercício de suas funções; II – membro de entidade, legalmente constituída,
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o
encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; III – representante legal
e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial,
ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo
deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. Art. 241-C. Simular a participação de
criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração,
montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre nas
mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga
por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput
deste artigo. Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: Pena – reclusão, de 1
(um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I – facilita
ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
com o fim de com ela praticar ato libidinoso; II – pratica as condutas descritas no caput
deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente
explícita. Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de
sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. Art. 244-A.
Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual: Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa. § 1o
Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento.
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America); Joseph C. Masdeu, MD, PhD (Senior Staff Physician and Scientist National
Institutes of Health Adjunct Professor of Neurology New York Medical College); Wilfred
M. McClay (SunTrust Bank Chair of Excellence in the Humanities Professor of History
University of Tennessee, Chattanooga); Paul McHugh, MD (University Distinguished
Service Professor of Psychiatry Johns Hopkins University School of Medicine); Margarita
Mooney (Assistant Professor of Sociology University of North Carolina, Chapel Hill);
Michael J. New (Assistant Professor of Political Science University of Alabama); David
Novak (J. Richard and Dorothy Shiff Chair of Jewish Studies University of Toronto); Rob
Palkovitz (Professor of Human Development and Family Studies University of Delaware);
Eduardo M. Peñalver (Professor of Law Cornell Law School); Thomas Pink (Professor
of Philosophy King’s College, London); Joseph Price (Assistant Professor of Economics
Brigham Young University); Alexander R. Pruss (Associate Professor of Philosophy
Baylor University); Mark Regnerus (Associate Professor of Sociology University of Texas,
Austin); Michael Reynolds (Assistant Professor in Near Eastern Studies Princeton
University); Daniel N. Robinson (Philosophy Faculty Oxford University); Francisco
Javier Romero, MD, PhD (Professor of Physiology Dean of the Health Sciences Faculty
Universidad CEU Cardenal Herrera Valencia, Spain); Roger Scruton (Senior Research
Fellow Blackfriars Hall Oxford University); Thomas K. Seung (Jesse H. Jones Regents
Professor in Liberal Arts University of Texas, Austin); Betsy Page Sigman (Professor of
the Practice McDonough School of Business Georgetown University); James R. Stoner,
(Jr. Professor of Political Science Louisiana State University); Eleonore Stump (Robert J.
Henle Professor of Philosophy St. Louis University); Gladys M. Sweeney (Academic Dean
- Institute for the Psychological Sciences); Christopher Tollefsen (Professor of Philosophy
University of South Carolina) DavidL.Tubbs (Assistant Professor of Politics King’s
College, New York); Paul C. Vitz (Emeritus Professor of Psychology New York University
- Senior Scholar - Institute for the Psychological Sciences); Candace Vogler (Professor of
Philosophy University of Chicago); Lynn D. Wardle (Bruce C. Hafen Professor of La J.
Reuben Clark Law School Brigham Young University); W. Bradford Wilcox (Associate
Professor of Sociology University of Virginia).
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a lei de crescente dilatação e integração dos círculos sociais, quando se acham eles em
evolução”. (Cf. PONTES DE MIRANDA, 1955, p. 165).
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8 Movimentos sociais haviam ganhado força no cenário nacional nos anos 80, destacando-
se a Pastoral do Menor, da Igreja Católica, difusora da situação crítica de muitos menores,
desatendidos pelo Estado. A Pastoral do Menor atendia muitas crianças e adolescentes
e, em paralelo, conscientizava diversos setores da sociedade civil para o reconhecimento
dos direitos dos menores em modos diferentes dos praticados até então. As Comunidades
Eclesiais de Base serviram para a expansão dessa ideia. Criaram-se Centros de Defesa
do Menor em diversos lugares, com a missão de fiscalizar e encaminhar denúncia e
maus-tratos e abusos com os menores aos órgãos competentes. As denúncias atingiam
também instituições públicas. Nos anos 80 surgiu o Movimento Meninos e Meninas de
Rua, ao qual aderiram milhares de voluntários que, por sua vez, também denunciavam
a inépcia dos órgãos de atendimento oficiais. Em 1984 se realizou o primeiro seminário
Latino-americano de Alternativas Comunitárias de Atendimento a Meninos e Meninas
de Rua, e a UNICEF, FUNABEM e SAS (Secretaria da Ação Social) iniciaram o Projeto
Alternativas de Atendimento a Meninos de Rua. Em 1986 ocorreu o primeiro Encontro
Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Entre 1986 e 1988, os diversos movimentos
pressionaram a Assembleia Nacional Constituinte, pretendendo a inserção expressa dos
direitos da criança e do adolescente na Constituição. Entre outros documentos, apresentam
abaixo-assinado com mais de 4 milhões de nomes. Em 1988 se promulgou a CF, contento
os direitos da criança e do adolescente consagrados em seu art. 227. Articulou-se o Fórum
Direito da Criança e do Adolescente (Fórum DCA), com os grupos já mobilizados quando
da promulgação da Constituição, pretendendo do Estado: (1) mudança no panorama
legal infraconstitucional; (2) re-ordenamento institucional dos órgãos envolvidos com os
direitos dos menores; (3) melhoria na atenção direta dos menores. No dia 13 de julho de
1990 era promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente, incorporando a doutrina
da proteção integral e a participação permanente da sociedade civil nas políticas de
infância e juventude, por meio dos Conselhos de Direitos, bem como a participação direta
da sociedade civil na administração da situação concreta dos menores, por meio dos
Conselhos Tutelares. (Cf. LIBERATI; CYRINO, 1993, p. 43-45).
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Para isso, os adultos devem sofrer mesmo alguma restrição, caso seja
isso necessário para a melhor formação do público infanto-juvenil.
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10 São medidas aplicáveis, nesse caso, segundo o art. 101: Verificada qualquer das
hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas: I - encaminhamento aos pais ou responsável,
mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento
temporários; III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial
de ensino fundamental; IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de
auxílio à família, à criança e ao adolescente; V - requisição de tratamento médico,
psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI - inclusão em
programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos; VII - abrigo em entidade; VIII - colocação em família substituta.
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13 “Os valores se apreendem dos fins da ação e, com freqüência, esses fins são os
valores que cada um tem, pois essas são as diversas maneiras de se concretizar a
verdade e o bem que constituem fins naturais do homem. (Cf. YEPES STORK;
ARANGUREN ECHEVARRÍA, 2005, p. 148).
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16 Lewis (2005, p. 18) cita um soneto de Shakespeare onde se descreve bem a satisfação
da luxúria tirânica, onde diz “com furor procurada é, depois, prontamente, / odiada
com furor”. “Past reason hunted and, no sooner had, / past reason hated.”
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Âmbitos de
Inteligência Vontade Afetividade
formação
Ciência filosófica
Gnoseologia Ética Estética
correspondente
Bondade (Va-
Objetos de atração Verdade Beleza
lores)
Atos próprios Conhecer, pensar, Querer, decidir, Sentir, apreciar,
(exemplos) ponderar deliberar, amar deleitar-se
Posturas reducio-
Racionalismo Voluntarismo Sentimentalismo
nistas
Tipos de educação
Educação formal
diretamente impli- Educação ética Educação artística
(escolar)
cados
Virtude correspon- Fortaleza e Tempe-
Prudência Justiça
dente rança
Prejuízo no
Hipertrofia da
Prejuízo da capaci- exercício da
busca de prazer.
Efeitos da carência dade de compreen- liberdade e do
Sobrevalorização
de formação der o mundo e a si amor: querer
do ter sobre o ser.
mesmo. fraco, não dirigi-
Consumismo.
do a valores.
Associação próxima
com finalidades da Informar Educar Entreter
TV
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Aquisição de
Desenvolvimen-
informações Educação dos afe-
to de virtudes
Resultado da relevantes para tos e subordinação
e do exercício
Formação Integral compreender-se deles à dimensão
pleno da liber-
e compreender o ética
dade
mundo
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Conclusão
Falava-se que há direito da criança a ser atendida nas três
dimensões de formação – intelectual, afetiva, moral - e há dever de toda
a sociedade de colaborar nessa tarefa. Dizia-se ainda serem “órgãos”
desses âmbitos formativos, separados para efeitos didáticos, os órgãos
imateriais da inteligência, da vontade e do coração. As três sedes de
formação se relacionam dinamicamente e se auto-influenciam em cada
atitude pessoal. Os sentimentos pressionam a dimensão da decisão e do
agir e também interferem no pensar. Assim, um determinado dano mo-
ral afetivo atinge as esferas do pensar e do agir, pois as três dimensões se
auto-referenciam “A recuperação do nexo essencial que vincula a ética
e a estética é, além disso, o pressuposto ineludível para um desenvolvi-
mento humano da técnica” (INNERARITY, 1992, p. 65) 19.
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Schiller: o que recebemos aqui como beleza, ser-nos-á apresentado algum dia como
verdade”. (INNERARITY, 1992, p. 63).
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Referências
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Análise dos Direitos Humanos
Sexuais e Reprodutivos das
Crianças e Adolescentes no
Sistema Interamericano de Direitos
Humanos e seus Reflexos no Brasil
Introdução
Segundo Correia (2008, p. 69), a Liga das Nações, a Organi-
zação Internacional do Trabalho e o Direito Humanitário figuram
como os primeiros marcos do processo de proteção internacional
dos direitos humanos. No entanto, é com a entrada em vigor da
Carta das Nações Unidas, em 1945, e da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, em 1948, que diversos valores e princípios que
visavam a um processo de internacionalização e universalização
dos direitos humanos, mormente no tocante à proteção de tais
direitos, foram internacionalmente conhecidos.
Esses dois documentos, somados à criação da Organização
dos Estados Americanos – OEA (1948) e do Conselho da Euro-
pa – CE (1949), instauraram um verdadeiro sistema internacio-
nal, cujo escopo primordial é a proteção dos direitos humanos.
Esse sistema é sustentado por diversos tratados internacionais que
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Conclusão
O Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH) busca
tutelar os direitos humanos, vislumbrando o ser humano como um
fim em si mesmo, dotado de dignidade, não importando quaisquer
distinções fundadas em critérios diferenciadores, tais como a raça,
religião, sexo ou nacionalidade. Destaca-se, nesse sentido, a caracte-
rística nuclear dos direitos humanos, qual seja a dignidade humana.
O Estado brasileiro faz parte do Sistema Global e do Sistema
Interamericano de Direitos Humanos, ambos criados para prote-
ção dos seres humanos, tendo instrumentos de garantia institucio-
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Referências
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Exploração Sexual Infanto-Juvenil como
Ofensa aos Direitos de Personalidade
Introdução
O Brasil é conhecido internacionalmente por ser um país
com índices elevados de exploração sexual. Trata-se de uma pro-
blemática extremamente grave porque, na exploração sexual, o ser
humano é tratado como um objeto, seus direitos são violados e sua
dignidade é vulnerabilizada.
Nesse contexto, o presente trabalho visa a desenvolver a ex-
ploração sexual infanto-juvenil como ofensa violenta aos direitos
da personalidade de crianças e adolescentes. Para tanto, utilizou-
-se de bibliografia e documental da área jurídica e da psicologia.
O texto inicia explicando o fenômeno da exploração sexual,
conceituando-o e classificando-o, bem como relata os instrumen-
tos de proteção das crianças e adolescentes. Seguidamente, mostra
como a exploração, em suas diversas formas, viola os direitos de
personalidade previstos na esfera internacional e nacional.
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Conclusão
A exploração sexual de crianças e adolescentes ainda é um
fenômeno presente no Brasil. Esta consiste na utilização da crian-
ça por parte de adultos visando o lucro. Esse lucro pode ser em
forma monetária ou de benefício de qualquer natureza, obtido por
meio da mercantilização da sexualidade da criança ou do adoles-
cente. O crime viola diretamente os direitos da criança, uma vez
que sua prática implica coação e desrespeito ao princípio da digni-
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Análise Teórico-Prática das Políticas
Públicas de Enfrentamento à Violência
Sexual Contra Crianças e Adolescentes
Introdução
Nas últimas décadas, a humanidade tem dado passos impor-
tantes no reconhecimento dos direitos de crianças e adolescentes.
Marco fundamental desse processo foi a Convenção dos Direitos
das Crianças, aprovada pela ONU em 1989 (ONU 1989, on-line),
que introduziu a Doutrina da Proteção Integral.
A Doutrina da Proteção Integral se destaca por ter aban-
donado a concepção de crianças e adolescentes como objetos de
proteção, para passar a considerá-los sujeitos de direitos.
Nesse sentido, são hoje reconhecidos às crianças e aos ado-
lescentes não apenas a titularidade de todos os direitos fundamen-
tais previstos para todas as pessoas, mas também direitos especiais
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Princípio II
Art. 25
(...)
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assis-
tência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do
matrimônio gozarão da mesma proteção social (grifo nosso).
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1 Cita-se, como exemplo, o art. 1517 do Código Civil — Lei n° 10.406/02 (BRASIL
2002, on-line), que estabelece uma idade mínima para contrair casamento.
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Art. 3.
Definições
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locais onde esses Centros foram criados tomou como base o núme-
ro de ocorrências notificadas de violência sexual. Atualmente, os
Centros são chamados “Centro de Referência Especializado de As-
sistência Social” (CREAS), e se encontram em muitos municípios.
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Conclusão
Desde a adoção da Declaração Universal dos Direitos das
Crianças, muitas conquistas na defesa dos direitos humanos das
crianças e dos adolescentes têm sido alcançadas.
No entanto, em pleno século XXI, ainda há muito por fazer na
busca pelo reconhecimento das crianças e dos adolescentes como
sujeitos de direitos. A sociedade, em geral, continua tratando-os
apenas como objetos de proteção, desconhecendo, assim, a sua ca-
pacidade para a construção de soluções de alguns dos problemas
que diretamente os afetam, como é o caso da violência sexual.
A violência sexual contra crianças e adolescentes é produto
do exercício de um poder violento, ilegítimo, que destrói a iden-
tidade da vítima, e que é auxiliada e reforçada pela cumplicidade
do silêncio da sociedade, impregnada de valores preconceituosos.
Nesse contexto, neste trabalho evidenciou-se a importância
do respeito ao direito das crianças e dos adolescentes de opinar e
participar nas decisões que diretamente lhes afetam, conforme o
proposto pela Doutrina da Proteção Integral, acolhida na legisla-
ção internacional e nacional.
Empoderar crianças e adolescentes contra a violência sexual
irá, sem dúvida, contribuir para o aprimoramento dos mecanismos
de prevenção, combate e recuperação das vítimas.
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centes.pdf> Acesso em: 24 mar. 2014.
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Educação Sexual para Crianças e
Adolescentes no Ambiente Escolar
Introdução
A sexualidade das crianças e dos adolescentes1 aparece como
uma preocupação da sociedade brasileira a partir da década de 80,
quando esta questão torna-se um problema de interesse público,
devido ao grande crescimento da incidência de gravidezes inde-
sejadas e à propagação das doenças sexualmente transmissíveis,
notadamente a AIDS2.
O surgimento dessas demandas provocou a atuação estatal
para combatê-las, a exemplo da adoção de práticas pedagógicas
desenvolvidas no espaço escolar para cuidar da saúde sexual das
crianças e dos adolescentes.
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3 Em seu art. 1º, determina que “esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
ao adolescente” (BRASIL, 1990, on line).
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5 Esse princípio está contido no artigo 210, caput, da Constituição Federal de 1988,
que dispõe que “serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
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fo único, dispõe que ‘‘é direito dos pais ou responsáveis ter ciência
do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais’’ (BRASIL, 1990, on line).
No mesmo sentido, o Plano Nacional de Educação7 - Lei n.º
13.005/2014 (PNE) – determina que seja estimulada, no ensino
fundamental, “a participação dos pais ou responsáveis no acompa-
nhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreita-
mento das relações entre as escolas e as famílias” (estratégia 2.9). A
interação entre escola e família é fundamental para a construção
de medidas adequadas a formação dos alunos, devendo haver entre
eles a cooperação para o bem-estar das crianças e dos adolescentes.
7 Essa lei possui duração decenal, conforme determinação do art. 214 da Constituição
Federal de 1988, e, além dos seus quatorze artigos, está divida em vinte metas, as
quais possuem as respectivas estratégias de implementação.
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Conclusão
A Doutrina da Proteção Integral representa um avanço para a de-
fesa dos direitos humanos das crianças e dos adolescentes, pois, a partir
dela, esses indivíduos passaram a ser considerados sujeitos de direitos.
Esse novo modelo foi acolhido pelo Estado brasileiro, que
atualmente possui um ordenamento jurídico formado por regras e
princípios que protegem a integralidade das crianças e dos adoles-
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