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Universidade Estácio de Sá – Campus Alcântara - Graduação em Direito

Direito Empresarial Aplicado I (CCJ0133)


Aluno: Myllon Marchi de Souza - Matrícula: 2018.02.332294
Professora: TANIA KALE
Data: 03/05/2020

RESOLUÇÃO DOS CASOS CONCRETOS: 2, 5 E 7.


 Caso Concreto 2
1) Um dos sócios de certa sociedade em comum ajuizou ação de execução
contra Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda., em razão do inadimplemento de
várias obrigações. No curso do processo, o exequente constatou a confusão
patrimonial entre os bens da pessoa jurídica devedora e de seus três sócios, razão
pela qual pretende requerer ao juízo competente a desconsideração da
personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda. Em decorrência
deste fato hipotético, existe a razão apontada é suficiente para provocar a
desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos Musicais
Ltda.?

Resolução: Conforme o Art. 50 e §§ do Código Civil, O juízo, mediante requerimento


da parte ou do MP, pode desconsiderar a personalidade jurídica quando houver desvio de
finalidade ou confusão patrimonial entre os bens da empresa e do empresário, para que as
certas obrigações se estendam aos bens particulares dos sócios.

O supracitado instituto fora objeto de apreciação no TJSP, conforme Agravo De


Instrumento – n° 9038939-81.2009.8.26.0000: “Insurgência da empresa executada -
Ausência de interesse e legitimidade na proteçã o do patrimônio dos sócios, pessoas físicas
atingidas - Existência de indícios de insolvência e inatividade fática da empresa, alvo de
investigação criminal, que justificam a aplicação da previsão do art. 50, CC - Ausência de
comprovação de quitação integral do crédito exequendo, de modo que a execução deve
prosseguir pelo saldo restante atualiza- do - Agravo desprovido.”

Conforme Tarcisio Teixeira (Teixeira, Tarcisio: Direito empresarial sistematizado:


doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2018.), a desconsideração da personalidade jurídica teve seu cerne na
jurisprudência inglesa em 1897, no caso Salomon , e foi uma forma encontrada pelo poder
jurisdicional para inibir as tentativas de fraude do meio administrativo privado, prezando
assim pela manutenção do crédito e respaldar investidores, apoiadores e fornecedores.

A meu ver, o art. 50, é uma forma de promover a segurança jurídica e econômica no
meio empresarial, criando limites para a prática da atividade empresária. Em suma,
visualiza-se como uma forma de penalizar tentativas de fraude contra credores e para sanar
equívocos no que tange a confusão patrimoni al.

 Objetivas

1) (D) A desconsideração da pessoa jurídica implicará responsabilização


pessoal, direta, do sócio por obrigação original da empresa, em caso de
fraude ou abuso, caracterizando desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.
2) Com relação às sociedades e à responsabilidade dos sócios, assinale a
alternativa correta: (C) Somente pessoas físicas podem tomar parte na
sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e
ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Universidade Estácio de Sá – Campus Alcântara - Graduação em Direito
Direito Empresarial Aplicado I (CCJ0133)
Aluno: Myllon Marchi de Souza - Matrícula: 2018.02.332294
Professora: TANIA KALE
Data: 03/05/2020

 Caso Concreto 5
1) Ailton e Bruna querem constituir uma sociedade limitada para explorar o
ramo de importação de carne de canguru. O contrato social foi devidamente
celebrado pelos sócios que tiveram suas assinaturas reconhecidas pelo Cartório.
Sabendo que ainda não levaram o contrato ao Registro Público de Empresas
Mercantis, a Junta Comercial, responda as seguintes questões, JUSTIFICANDO
cada uma:

A) A sociedade entre Ailton e Bruna já existe?


R: Não existe, visto que não há registro da empresa na Junta Comercial.
Porém subsiste apenas a sociedade de fato, conforme art. 997 do CC, a
sociedade passa a existir mediante contrato escrito, sendo esse particular ou
público. Logo, pode-se dizer que existe a sociedade simples contratual
(conforme art. 986 e 987 o CC), porém a existência da personalidade jurídica
da empresa limitada, e seus respaldos legais, apenas se dão após o registro
do contrato junto ao Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e
posteriormente o registro da empresa junto à Junta Comercial do Estado em
que se situa.
Conforme doutrinador Tarcisio Teixeira; “A sociedade, enquanto um
acordo entre sócios, surge com o contrato (verbal ou escrito); no entanto,
para que essa sociedade tenha existência própria e personalidade jurídica é
indispensável atender ao que determina a lei” (Teixeira, Tarcisio; Direito
empresarial sistematizado : doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio
Teixeira. – 7. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018.)

B) Qual é o ato constitutivo da sociedade?


R: O Ato constitutivo de uma empresa se configura ao momento do registro
de seu contrato social em Cartório de registro de Pessoas Jurídicas. Porém,
conforme art 993 do CC, a eventual inscrição do contrato social em cartório
não confere personalidade jurídica à empresa, sendo essa passiva de registro
junto à Junta Comercial do Estado

C) As sociedades são pessoas jurídicas?


R: Sim, ao passo que possuem personalidade jurídica.
Complemento: “...A possibilidade de que este tipo de sociedade
(sociedade sem registro), pela inexistência de constituição formal, impeça
algum reconhecimento de direitos é um grande engano. Existem mecanismos
jurídicos que protegem esse sócio lesado, desde que comprove a existência da
sociedade que chamamos de sociedade de fato...
Porém os tribunais vêm consolidando e reconhecendo a sociedade de
fato, desde que comprovada com algum documento, nem que seja um
simples e-mail, retiradas financeiras, testemunhas, conforme Art. 212, I a V
do CC., que elenca: confissão, documento, testemunha, presunção e perícia
para comprovar e validar um negócio jurídico.
(http://www.normaslegais.com.br/jur/sociedade -empresarial-sem-
Universidade Estácio de Sá – Campus Alcântara - Graduação em Direito
Direito Empresarial Aplicado I (CCJ0133)
Aluno: Myllon Marchi de Souza - Matrícula: 2018.02.332294
Professora: TANIA KALE
Data: 03/05/2020

9registro.htm)” (Cabe ressaltar que a questão da sociedade de fato foi trazida


por mim apenas com cunho de curiosidade, nada se relacionando com o caso
concreto em questão).

D) O tipo de sociedade entre Ailton e Bruna é uma sociedade limitada?


R: Não, pois, conforme o art. 45, 985 e 1.150 do CC, a existência da
personalidade jurídica se manifesta apenas após os devidos registros n o
Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e na Junta Comercial.

E) Em caso de dívidas da sociedade, existirá o bene fício de ordem do artigo


1.024 do CC para esta sociedade?
R: Conforme Art. 986 e 990, por não terem sido registrados os atos
constitutivos da empresa, responderão de forma ilimitada por suas
obrigações, ou seja, não caberá o respaldo do art. 1024 do CC no caso em
questão.

 Objetiva

Quanto55 à Teoria da Superação ou Desconsideração da Personalidade


Jurídica, podemos afirmar que:

R: (A) 5

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