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LEI 13.

509/17: A LEI QUE MUDOU O QUE SABIAMOS SOBRE ADOÇÃO NO


BRASIL,

HORTENCIO MANOEL OLIVEIRA NETO

JOSÉ SÉRGIO GONÇALVES FILHO

LUCAS EMANUEL FONTES DE OLIVEIRA

RESUMO

O objetivo do presente artigo é desenvolver reflexões a respeito da cultura da prática da


adoção no Brasil, conjunto das importantes alterações trazidas com a instauração da lei
13.509/17 na lei nº 8.069/90 dissertada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
no que diz respeito ao direito das gestantes e mães de recém-nascidos a realizar, de
forma voluntária, a entrega do filho para adoção após o nascimento, além da
inviolabilidade da adoção irregular. Desmitificar o senso comum relacionado a adoção,
possibilitando assim uma visão mais ampla e profunda sobre adoção, tornando a
temática globalizada para toda a sociedade e deste modo deixar desse debate de um
pequeno núcleo de pessoas.

Palavras-chaves: Adoção, Globalizada, Desmitificar, Alterações.

SUMMARY

The purpose of this article is to develop reflections about the culture of adoption
practice in Brazil, a set of important changes brought about by the introduction of law
13.509/17 in law nº 8.069/90 discussed in the Statute of Children and Adolescents
(ECA) in regarding the right of pregnant women and mothers of newborns to
voluntarily hand over their child for adoption after birth, in addition to the inviolability
of irregular adoption. Demystify the common sense related to adoption, thus allowing a
broader and deeper view on adoption, making the theme globalized for the whole
society and thus leaving this debate to a small core of people.

Keywords: Adoption, Globalized, Demystify, Changes.

INTRODUÇÃO

Como é de conhecimento geral o número de crianças abandonadas sempre


tiveram números elevados no nosso país, e como uma forma de diminuir esses dados,
bem como fomentar a adoção pelo Cadastro Nacional de adoção, foi inserida a lei
13.509/17 que modificou a lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil).

A entrega consciente de crianças para adoção, à luz da Lei nº 8.069, de 13 de


julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um tema relevante que envolve
a proteção dos direitos e o bem-estar das crianças em situações de adoção. O diploma
legal estabelece diretrizes específicas para garantir que o processo de adoção seja
realizado de forma legal, ética e visando sempre o melhor interesse da criança. Bem
como é essencial que os pais biológicos recebam orientação adequada, apoio emocional
e acesso a serviços que possam ajudá-los a compreender as consequências de sua
decisão.

O artigo 19 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do


Adolescente) estabelece que seja dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e
comunitária. Nesse sentido, a entrega consciente para adoção é uma alternativa que
busca garantir que a criança tenha a oportunidade de crescer e se desenvolver em um
ambiente familiar estável e acolhedor.

É importante ressaltar que a entrega consciente de uma criança para adoção deve
ser realizada de acordo com os procedimentos legais estabelecidos pelo ECA. Isso
envolve a participação de órgãos competentes, como a Justiça da Infância e da
Juventude e a Vara da Infância e da Juventude, que são responsáveis por acompanhar e
regulamentar o processo de adoção.

DESENVOLVIMENTO

Infelizmente ainda temos no nosso cotidiano a figura que ficou mundialmente


conhecida como “adoção a brasileira”, a margem de toda legalidade, utilizado por
pessoas que muitas das vezes não tem o mínimo necessário para satisfazer os interesses
de uma criança, bem como muitos desses atravessadores que concorrem para o tráfico
de crianças.

O instituto da adoção foi conceituado por Nucci (2014, p.118) “a adoção é um


ato voluntario e espontâneo, calcado no afeto e afinidade, que permite a aceitação de
alguém como filho(a), para conceder-lhe toda a assistência material e moral[...]”
Como mandamento constitucional foi promulgada a Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), visando a proteção integral da criança e
do adolescente, inclusive nos casos de adoção.

A lei de adoção é um conjunto de normas e diretrizes que regulamentam o


processo de adoção de crianças e adolescentes e visa à garantia da proteção dos direitos,
como também o bem-estar desses indivíduos.

Também define alguns princípios importantes que devem nortear o processo de


adoção, como o princípio da igualdade, que estabelece que todas as crianças têm o
mesmo direito de serem adotadas, independentemente de raça, cor, religião, origem
nacional, entre outros, conduto percebemos uma discriminação nas escolhas das
crianças adotadas, principalmente quase se trata de cor e idade.

É importante ressaltar que a lei de adoção busca a garantia da legalidade,


transparência e proteção dos direitos das crianças e adolescentes envolvidos nesse
processo, visando assegurar que a adoção seja realizada de maneira responsável e ética,
preservando a identidade, a história de vida e o bem-estar da criança.
Com todas as peculiaridades que o tema adoção traz, antes de 2017 não havia
amparo para as genitoras que decidissem pela entrega dos seus filhos a adoção, nem
qualquer amparo assistencial pratico, contudo a lei 13.509/17 foi de viés importância
uma vez que de forma incisiva alterou o ECA em muitos dos seus artigos, dentre deles o
19-A e parágrafos que trazem um verdadeiro passo-a-passo a ser seguido quando se tem
na mãe a intenção de entrega dos seus filhos.

CONCLUSÃO

No entanto, no contexto atual a adoção rege-se pela lei Nacional de Adoção


12.010/2009, que fez diversas alterações no ECA, e revogou o dez artigos do código
civil. Lei esta que estabelece prazos para o processo de adoção ter mais eficácia e
rapidez, observando a legalidade, a lei cria cadastros nacional para que as pessoas
interessadas em adotar possam se encontra com as crianças ou adolescentes a serem
adotados, com a finalidade de que ali possa ser criado um certo laço inicial de afeto.

A Lei ainda estabelece um prazo de dois anos para a permanência da criança ou


jovem em abrigo, podendo apenas ser prorrogado em caso de necessidade. Sendo
objetiva ao ponto em que determina a idade permitida da pessoa que deseja adotar uma
criança ou adolescente, idade está correspondente a 18 anos, independentemente de seu
estado civil (art.42 do ECA). Assim sendo, também é assegurado ao adotado, se o
mesmo tiver interesse, ter amplo acesso ao processo de resultante de sua adoção, e
conhecer sua origem biológica, direito estes que se estende aos seus descendentes.

É importante ressaltar, que a adoção é preferencialmente dos brasileiros, mas


havendo caso de desinteresse, se admite a adoção estrangeira, sendo que tem que haver
uma convivência com a criança ou adolescente, pelo período de 30 dias, período este a
ser cumprido em território brasileiro.

Em relação adoção feita por homossexual, individualmente, Carlos Roberto


Gonçalves diz que esse tipo de adoção “tem sido admitida, mediante cuidadoso estudo
psicossocial por equipe interdisciplinar que possa identificar na relação o melhor
interesse do adotando.”

Dessa forma também e assegurada a criança, a adoção por sua família biológica,
que uma vez realizada adoção está não poderá ser desfeita, pois se trata de uma medida
excepcional e irrevogável.

A lei Nacional de Adoção, aborda o conceito de família ampla ou extensiva, ou


seja, são aquelas além de filhos e pais, é aquele determinado tipo de família formada por
parentes próximos aos quais a criança ou o adolescente tem o vínculo de afetividade.
Sendo que que desse modo, evita o afastamento da criança ou adolescente do convívio
da sua família.

Contudo, as alterações feita pela nova, além de visar o rápido andamento do


processo de adoção, sendo observando os requisitos legais, visa também o retorno
daquelas crianças que estão em programas de acolhimento institucional ou familiar.

No entanto, a adoção é uma questão que merece bastante atenção, não só dos
órgãos competentes como também da sociedade em geral, ao ponto de que deve ser
visado a segurança e o bem estar do adotado, evitando dessa forma as ilegalidades, que
podem ocorrer.

É certo que tem um número enorme de crianças e adolescentes que esperam para
ser adotados, mas o processo de adoção deve ser um tanto mais rígido, na medida de
não apenas acompanhar no decorre do processo, mais também em determinado período
após concluso o processo, ou seja, quando os adotantes já estiverem na posse da guarda
do menor. Para que com isso, fosse dado uma garantia ao menor, da seriedade,
responsabilidade e compromisso que foram demonstrados pelos adotantes no inicio do
processo.
REFERÊNCIAS

NUCCI, Guilherme de Sousa. Estatuto da Criança e do Adolescente comentado: em


busca da Constituição Federal das crianças e dos adolescentes. Rio de Janeiro:
Forense, 2014.

GONÇALVES, Carlos Roberto Direito de família / Carlos Roberto Gonçalves. -


Direito civil brasileiro vol. 6 – 17. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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