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FONTES DO DIREITO DA FAMÍLIA

Siglas:
CPCCódigo de Processo Civil
CPPCódigo de Processo Penal
CDCConvenção sobre os Direitos da Criança
CEDHConvenção Europeia dos Direitos do Homem
TEDHTribunal Europeu dos Direitos Humanos
TRLTribunal da Relação de Lisboa
CRPConstituição da República Portuguesa
TRPTribunal da Relação do Porto
Código Civil
• Título I – Regulamentação sumária do parentesco e afinidade
• Título II – Casamento
• Título III – Da filiação
• Título IV – Da adoção
• Título V – Dos alimentos

Constituição da República Portuguesa


Convenções Internacionais
• Concordata entre o Estado Português e a Santa Sé, de 18 de maio de 2004 •
Declaração Universal dos Direitos Humanos • Convenção Europeia dos Direitos
Humanos

DIREITO DA FAMÍLIA E DIREITO DAS CRIANÇAS E DOS JOVENS

 Sistema de Proteção Internacional dos Direitos Humanos

 Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)

 Instrumento jurídico fundamental na história dos direitos humanos. Elaborada por


representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do
mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em
Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia
Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela
estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.

 A DUDH, em conjunto com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus
dois Protocolos Opcionais (sobre procedimento de queixa e sobre pena de morte) e
com o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais e seu Protocolo
Opcional, formam a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos.

 Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros instrumentos


adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito internacional dos direitos
humanos.
Incluem a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outras.

 Sistema de Proteção Internacional de Direitos Humanos

 Declaração dos Direitos da Criança


Em 1959, a Assembleia Geral da ONU adotou a Declaração dos Direitos da Criança, que
define os direitos das crianças à proteção, educação, saúde, abrigo e boa nutrição.

 Convenção sobre os Direitos da Criança (adotada a 20 de novembro de1989 pelas


Nações Unidas)

 Tratado internacional de direitos humanos mais rapidamente e amplamente


ratificado na história. A Convenção mudou a forma como as crianças são vistas e
tratadas, isto é, como seres humanos com um conjunto distinto de direitos, e não
como objetos passivos de cuidado. A aceitação sem precedentes da Convenção mostra
claramente um amplo compromisso global com o avanço dos direitos da criança

 Portugal ratificou a CDC em 21 de setembro de 1990

 Enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais – os direitos civis e políticos, e


também os direitos económicos, sociais e culturais – de todas as crianças, bem como
as respetivas disposições para que sejam aplicados.

 A CDC não é apenas uma declaração de princípios gerais; quando ratificada,


representa um vínculo jurídico para os Estados que a ela aderem, os quais devem
adequar as normas de Direito interno às da Convenção, para a promoção e proteção
eficaz dos direitos e Liberdades nela consagrados. Apenas um país, os Estados Unidos
da América, ainda não ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança.
SISTEMA DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
 A Convenção assenta em quatro pilares fundamentais que estão relacionados com
todos os outros direitos das crianças:
A não discriminação, que significa que todas as crianças têm o direito de desenvolver
todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer
momento, em qualquer parte do mundo  Os direitos relativos ao desenvolvimento
(ex. o direito à educação)
O interesse superior da criança deve ser uma consideração prioritária em todas as
ações e decisões que lhe digam respeito  Os direitos à sobrevivência (ex. o direito a
cuidados adequados)
A sobrevivência e o desenvolvimento sublinham a importância vital da garantia de
acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que as crianças possam
desenvolver-se plenamente  Os direitos relativos à proteção (ex. o direito de ser
protegida contra a exploração)
A opinião da criança que significa que a voz das crianças deve ser ouvida e tida em
conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus direitos  Os direitos de
participação (ex. o direito de exprimir a sua própria opinião)

MAIS RELAÇÕES FAMILIARES


União de facto
Lei n.º 7/2001, de 11 de maio. 1 - A presente lei regula a situação jurídica de duas
pessoas, independentemente do sexo, que vivam em união de facto há mais de dois
anos
Apadrinhamento civil
O apadrinhamento civil é um procedimento legal que permite a uma pessoa adulta
assumir a responsabilidade legal de uma criança ou adolescente, sem adotá-la
o padrinho ou madrinha (também chamado de "padrinho civil" ou "madrinha civil")
assume obrigações legais relacionadas à guarda, educação e bem-estar da criança, mas
a criança continua mantendo seu nome de família e sua filiação com os pais biológicos.
O apadrinhamento civil pode ser temporário ou permanente, dependendo das
circunstâncias e das leis do país em que ocorre
Filiação baseada no contexto de reprodução assistida
Refere-se à relação de parentesco entre os pais e a criança nascida através de técnicas
de reprodução assistida, como fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial, doação
de óvulos ou esperma, entre outras
A filiação é estabelecida de acordo com a Lei n.º 17/2016, que estabelece regras para o
registo civil das crianças nascidas através de técnicas de procriação medicamente
assistida. A mãe é a mulher que deu à luz a criança, e o pai é o cônjuge ou o
companheiro da mulher que deu à luz
Gestação de Substituição: A gestação de substituição (barriga de aluguel) é permitida
em Portugal, desde que esteja de acordo com os requisitos legais estabelecidos na Lei
n.º 17/2016. A gestante de substituição não tem qualquer vínculo de filiação com a
criança, sendo a filiação estabelecida com base na contribuição genética dos pais
biológicos
RELAÇÕES PARAFAMILIARES

 Relação entre esposados

 contrato-promessa de casamento é objeto de particular regulamentação no


Código Civil (art. 1591.º-1595.º);
 as doações entre esposados, feitas em vista do casamento em perspetiva, têm
disciplina própria, destinada a garantir a sua estabilidade (art. 1753.º-1760.º);
 a paternidade presume-se quando o pretenso pai tenha seduzido a mãe, no
período legal da conceção, e o consentimento dela tenha sido obtido por meio
de promessa de casamento (art. 1871.º, n.º 1, al. d))
 Relação entre ex-cônjuges
 Vida em economia comum
 Relação entre tutor e tutelado
 Pessoa a cargo de outra
 Pessoa criada e sustentada por outra

A FAMÍLIA COMO ENTIDADE SOCIAL

 Funções da família  Função educativa , Função de assistência, Função de


segurança, Funções religiosas
Função reprodutiva  Ideais de democratização da família libertaram a mulher do
estatuto desigual que resultava de um só projeto de individualização, a biografia do
marido;
Dois parceiros conjugais sujeitos ao mesmo processo de subjetividade, com vista à
realização pessoal no âmbito da comunhão de vida
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DA FAMÍLIA: DIREITOS DE SER HUMANO
Constituição da República Portuguesa
Direitos de ser humano ou proteção dos direitos da pessoa humana no sentido
tradicional Direitos do ser humano perante outrem

 Artigo 36.º - Família, casamento e filiação


1. Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de
plena igualdade.
2. A lei regula os requisitos e os efeitos do casamento e da sua dissolução, por morte
ou divórcio, independentemente da forma de celebração.
3. Os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e à
manutenção e educação dos filhos.
4. Os filhos nascidos fora do casamento não podem, por esse motivo, ser objeto de
qualquer discriminação e a lei ou as repartições oficiais não podem usar designações
discriminatórias relativas à filiação.
5. Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos.
6. Os filhos não podem ser separados dos pais, salvo quando estes não cumpram os
seus deveres fundamentais para com eles e sempre mediante decisão judicial.
7. A adoção é regulada e protegida nos termos da lei, a qual deve estabelecer formas
céleres para a respetiva tramitação

TUTELA CONSTITUCIONAL DA FAMÍLIA DIREITOS DO SER HUMANO


 Direito à celebração do casamento

 Artigo 16.º DUDH


 Artigo 12.º CEDH
 Proteção das categorias protegidas
 Admissibilidade quanto ao estabelecimento de restrições fundados em
interesses públicos
 Direito a constituir família
Independência entre os princípios
Não redução da constituição de família ao interior do casamento

 Competência da lei civil para regular os requisitos e os efeitos do casamento e a sua


dissolução, independentemente da sua forma de celebração
Dúvidas quanto à constitucionalidade do artigo 1625.º CC – Protocolo adicional 1975

 Admissibilidade do divórcio para quaisquer casamentos


Exclusão da inadmissibilidade do divórcio para qualquer modalidade de casamento
(civil só possível a partir de 1910), inclusive o católico, como sucedia até ao Protocolo
Adicional de 1975
Direito ao divórcio

 Igualdade dos cônjuges quanto à sua capacidade civil e à manutenção e educação


dos filhos  Atribuição do dever aos pais de educação dos filhos e inseparabilidade
dos filhos dos seus progenitores
Inibição do exercício das responsabilidades parentais – 1915.º (1878.º - conteúdo)

 Não discriminação entre filhos nascidos no casamento e fora do casamento

 Direitos do ser humano


Proteção da adoção – n.º 7 do artigo 36.º
Proteção da família – artigo 67.º Família conjugal, natural e adotiva
Proteção da maternidade e da paternidade – artigo 68.º  Relevante interesse social
no acompanhamento e educação dos filhos
Proteção da infância – artigo 69.º  Especial proteção da sociedade e do Estado
quanto a formas de exercício abusivo da autoridade da família e demais instituições

Outros direitos constitucionais—


Direito a ter pais – direito a conhecer a maternidade e paternidade biológicas
Conhecimento das origens genéticas  artigo 1990.º A – adoção  Acórdão do
Tribunal Constitucional N.º 225/2018  «(…) mal se compreende hoje (…) [que a regra
continue a ser a do anonimato] por constituir (…) uma afectação indubitavelmente
gravosa dos direitos à identidade pessoal e ao desenvolvimento da personalidade»

INCAPACIDADE EM FUNÇÃO DA MENORIDADE


Artigo 122.º (Menores)  É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de
idade.
Desenvolvimento progressivo capacidades físicas e intelectuais:
3 estágios de maturidade no Código Civil

 7 anos n.º 2 art.º 488.º - cessa presunção inimputabilidade do menor


 12 anos a) n.º 1 art.º 1981.º e a) art.º 1984º - consentimento para adoção
 16 anos art.º 1601.º - capacidade de gozo para casar e capacidade de exercício
Inexistência limite de idade n.º 3 art.º 1901,º - desacordo em matérias importantes
quanto ao exercício das responsabilidades parentais
Artigo 127.º (Exceções à incapacidade dos menores)
1. São excecionalmente válidos, além de outros previstos na lei:
a)Os atos de administração ou disposição de bens que o maior de dezasseis anos haja
adquirido por seu trabalho (art.º 68.º, 69.º e 70.º CT);
Isso significa que um menor de dezesseis anos pode realizar atos relacionados à
administração ou disposição de bens que ele tenha adquirido através do seu próprio
trabalho. Esses atos podem incluir a gestão de propriedade ou a venda de bens que o
menor tenha adquirido com seu próprio esforço
b) Os negócios jurídicos próprios da vida corrente do menor que, estando ao alcance
da sua capacidade natural, só impliquem despesas, ou disposições de bens, de
pequena importância;
Os menores podem realizar negócios jurídicos que fazem parte de sua vida cotidiana,
desde que envolvam despesas ou disposições de pequena importância. Isso permite
que eles participem de transações comuns, como comprar lanches, roupas ou outros
itens de pequeno valor
c) Os negócios jurídicos relativos à profissão, arte ou ofício que o menor tenha sido
autorizado a exercer, ou os praticados no exercício dessa profissão, arte ou ofício.
Um menor pode realizar negócios jurídicos relacionados à profissão, arte ou ofício que
tenha sido autorizado a exercer. Por exemplo, se um menor recebeu permissão para
trabalhar em uma determinada profissão, ele pode realizar negócios relacionados a
essa profissão
Conclusão: Essas exceções visam equilibrar a proteção dos interesses dos menores com
a necessidade de permitir que eles participem de certas atividades econômicas e legais

2. Pelos atos relativos à profissão, arte ou ofício do menor e pelos atos praticados no
exercício dessa profissão, arte ou ofício só respondem os bens de que o menor tiver a
livre disposição.
se um menor realiza atividades profissionais ou artísticas, e essas atividades envolvem
bens ou propriedades que o menor possui e pode dispor livremente, ele é responsável
por esses atos e por quaisquer obrigações resultantes deles
 Incapacidade genérica de exercício
Isso significa que, salvo disposição em contrário na lei, os menores de idade
geralmente não têm a capacidade legal para exercer plenamente seus direitos. Eles são
considerados incapazes de realizar certos atos jurídicos, como celebrar contratos
significativos, sem a devida supervisão ou consentimento
Artigo 123.º (Incapacidade dos menores)
Salvo disposição em contrário, os menores carecem de capacidade para o exercício de
direitos.
 Meios de suprimento
Responsabilidades parentais – art.º 1874.º e ss
Os pais ou tutores legais geralmente têm a responsabilidade de agir em nome dos
menores e tomar decisões que sejam do melhor interesse da criança. Isso inclui a
tomada de decisões legais em nome do menor, como assinar contratos em seu nome
ARTIGO 1878.º (Conteúdo das responsabilidades parentais)
1. Compete aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança e saúde destes,
prover ao seu sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que nascituros
(crianças ainda não nascidas) , e administrar os seus bens.
2. Os filhos devem obediência aos pais; estes, porém, de acordo com a maturidade dos
filhos, devem ter em conta a sua opinião nos assuntos familiares importantes e
reconhecer-lhes autonomia na organização da própria vida
Poderes funcionais – titulares não os podem exercer “como querem”
Exercício vinculado ao modo que for exigido pela função do direito, pelo interesse que
este serve
Exercício é controlável pelo Estado, podendo os tribunais decretar limitações ou
inibições ao exercício das responsabilidades parentais
ARTIGO 1881.º (Poder de representação)
1. O poder de representação compreende o exercício de todos os direitos e o
cumprimento de todas as obrigações do filho, excetuados os atos puramente pessoais,
aqueles que o menor tem o direito de praticar pessoal e livremente e os atos
respeitantes a bens cuja administração não pertença aos pais.
2. Se houver conflito de interesses cuja resolução dependa de autoridade pública,
entre qualquer dos pais e o filho sujeito às responsabilidades parentais, ou entre os
filhos, ainda que, neste caso, algum deles seja maior, são os menores representados
por um ou mais curadores especiais nomeados pelo tribunal. (Ex: avós)
Artigo .º 5 CDC - Orientação da criança e evolução das suas capacidades
O Estado deve respeitar os direitos e responsabilidades dos pais e da família alargada
na orientação da criança de uma forma que corresponda ao desenvolvimento das suas
capacidades.
Art.º 36.º n.º 5 CRP
5. Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos
Artigo 1874.º - Deveres de pais e filhos
1. Pais e filhos devem-se mutuamente respeito, auxílio e assistência
2. O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos e a de
contribuir, durante a vida em comum, de acordo com os recursos próprios, para os
encargos da vida familiar. Princípio de reciprocidade
Modelo de família democrático, igualitário, participativa, baseado na
afetividade, igualdade e solidariedade
(sem artigos específicos)
Deveres materno/paterno – filiais perduram ao longo de toda a relação de filiação e
não cessam com a maioridade ou emancipação
Relação de filiação transforma-se com a maioridade ou emancipação, cessando as
responsabilidades parentais, mas permanecem vinculados intersubjetivamente a
deveres recíprocos
Durante menoridade são absorvidos pelas responsabilidades parentais: deveres de
contribuir para os encargos da vida familiar ou de alimentos (separação ou divórcio)
mais eficácia assumem em função da desigualdade dos membros da comunidade ética
familiar
Artigo 1880.º - Despesas com os filhos maiores ou emancipados
Se no momento em que atingir a maioridade ou for emancipado o filho não houver
completado a sua formação profissional, manter-se-á a obrigação a que se refere o
artigo anterior na medida em que seja razoável exigir aos pais o seu cumprimento e
pelo tempo normalmente requerido para que aquela formação se complete
Artigo 1905.º - Alimentos devidos ao filho em caso de divórcio, separação judicial de
pessoas e bens, declaração de nulidade ou anulação do casamento
1 - Nos casos de divórcio, separação judicial de pessoas e bens, declaração de nulidade
ou anulação de casamento, os alimentos devidos ao filho e a forma de os prestar são
regulados por acordo dos pais, sujeito a homologação; a homologação é recusada se o
acordo não corresponder ao interesse do menor
2 - Para efeitos do disposto no artigo 1880.º, entende-se que se mantém para depois
da maioridade, e até que o filho complete 25 anos de idade, a pensão fixada em seu
benefício durante a menoridade, salvo se o respetivo processo de educação ou
formação profissional estiver concluído antes daquela data, se tiver sido livremente
interrompido ou ainda se, em qualquer caso, o obrigado à prestação de alimentos fizer
prova da irrazoabilidade da sua exigência
Art.º 18.º CDC - Responsabilidade dos pais
Cabe aos pais a principal responsabilidade comum de educar a criança, e o Estado deve
ajudá-los a exercer esta responsabilidade
Dever de assistência – Princípio de solidariedade entre gerações
Artigo 1874.º - Deveres de pais e filhos
1. Pais e filhos devem-se mutuamente respeito, auxílio e assistência
2. O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos e a de
contribuir, durante a vida em comum, de acordo com os recursos próprios, para os
encargos da vida familiar.  Dever de conteúdo patrimonial
Deveres de conteúdo pessoal  Dever de respeito que obriga pais e filhos a
não violar direitos individuais uns dos outros e deveres de auxílio
Artigo 1877.º - Duração das responsabilidades parentais
Os filhos estão sujeitos às responsabilidades parentais até à maioridade ou
emancipação.
(Titularidade das responsabilidades parentais pertence aos pais e constitui o principal
efeito jurídico do estabelecimento da filiação)
Consideração dos direitos fundamentais das crianças e jovens à integridade pessoal
(n.º 1 art.º 25.º CRP), desenvolvimento da personalidade (n.º 1 art.º 26.º CRP) e à
proteção contra qualquer abuso de autoridade (n.º 2 art.º 69.º CRP)
Artigo 69.º CRP - Infância
1. As crianças têm direito à proteção da sociedade e do Estado, com vista ao seu
desenvolvimento integral, especialmente contra todas as formas de abandono, de
discriminação e de opressão e contra o exercício abusivo da autoridade na família e nas
demais instituições
2. O Estado assegura especial proteção às crianças órfãs, abandonadas ou por qualquer
forma privadas de um ambiente familiar normal
3. É proibido, nos termos da lei, o trabalho de menores em idade escolar

Menoridade enquanto fase da vida humana


Especial vulnerabilidade das crianças e necessidades específicas de proteção e
cuidado enquanto seres em desenvolvimento
Menoridade não é um bloco monolítico: processo de evolução gradual que se divide
em várias fases de desenvolvimento
Acórdão TRP 18 de maio de 2017
«Ao menor que passou a ser equiparado a maior pela emancipação, sendo livre de
gerir sua pessoa, não pode ser aplicada medida de promoção e proteção».
Menor encontra-se obrigada à escolaridade obrigatória quando emancipada nos
termos do art..º 132.º e 133.º CC
Artigo 36.º - Família, casamento e filiação
3. Os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e à
manutenção e educação dos filhos.
Principio de exercício conjunto das responsabilidades parentais
Artigo 1901.º - Responsabilidades parentais na constância do matrimónio (art.º 1906.º
- Divórcio, separação e declaração de invalidade)
1 - Na constância do matrimónio, o exercício das responsabilidades parentais pertence
a ambos os pais.
2 - Os pais exercem as responsabilidades parentais de comum acordo e, se este faltar
em questões de particular importância, qualquer deles pode recorrer ao tribunal, que
tentará a conciliação.
3 - Se a conciliação referida no número anterior não for possível, o tribunal ouvirá o
filho, antes de decidir, salvo quando circunstâncias ponderosas o desaconselhem.
1902- Presume-se …

Artigo 1915.º - Inibição do exercício das responsabilidades parentais


1. A requerimento do Ministério Público, de qualquer parente do menor ou de pessoa
a cuja guarda ele esteja confiado, de facto ou de direito, pode o tribunal decretar a
inibição do exercício das responsabilidades parentais quando qualquer dos pais infrinja
culposamente os deveres para com os filhos, com grave prejuízo destes, ou quando,
por inexperiência, enfermidade, ausência ou outras razões, se não mostre em
condições de cumprir aqueles deveres
2. A inibição pode ser total ou limitar-se à representação e administração dos bens dos
filhos; pode abranger ambos os progenitores ou apenas um deles e referir-se a todos
os filhos ou apenas a algum ou alguns
3. Salvo decisão em contrário, os efeitos da inibição que abranja todos os filhos
estendem-se aos que nascerem depois de decretada.
Artigo 1885.º - Educação
1. Cabe aos pais, de acordo com as suas possibilidades, promover o desenvolvimento
físico, intelectual e moral dos filhos
2. Os pais devem proporcionar aos filhos, em especial aos diminuídos física e
mentalmente, adequada instrução geral e profissional, correspondente, na medida do
possível, às aptidões e inclinações de cada um.

Artigo 1886.º - Educação religiosa


Pertence aos pais decidir sobre a educação religiosa dos filhos menores de dezasseis
anos.
Artigo 1887.º - Abandono do lar
1. Os menores não podem abandonar a casa paterna ou aquela que os pais lhes
destinaram, nem dela ser retirados.
2. Se a abandonarem ou dela forem retirados, qualquer dos pais e, em caso de
urgência, as pessoas a quem eles tenham confiado o filho podem reclamá-lo,
recorrendo, se for necessário, ao tribunal ou à autoridade competente
Artigo 1887.º-A - Convívio com irmãos e ascendentes
Os pais não podem injustificadamente privar os filhos do convívio com os irmãos e
ascendentes
Sobre o poder de correção…
Incluído nas responsabilidades parentais?
Promoção dos direitos das crianças e dos jovens à autonomia, ao desenvolvimento e à
integridade pessoal, não compatível com o poder de correção oriundo da sociedade
familiar patriarcal?
Hoje em dia, o "poder de correção" é geralmente desencorajado e, em muitos países, é
ilegal infligir qualquer forma de castigo corporal às crianças. Isso reflete uma
compreensão mais atualizada e em conformidade com os direitos humanos de que as
crianças têm direito à integridade pessoal e ao desenvolvimento saudável, e que a
violência ou o tratamento cruel não são métodos eficazes de educação ou disciplina
No entanto, o poder de correção também pode não ser dirigido só ao castigo corporal
mas sim evitar comportamentos desviantes da criança, sendo assim essencial para o
seu desenvolvimento pessoal e interpessoal

Artigo 69.º - Infância


1. As crianças têm direito à proteção da sociedade e do Estado, com vista ao seu
desenvolvimento integral, especialmente contra todas as formas de abandono, de
discriminação e de opressão e contra o exercício abusivo da autoridade na família e nas
demais instituições
2. O Estado assegura especial proteção às crianças órfãs, abandonadas ou por qualquer
forma privadas de um ambiente familiar normal
3. É proibido, nos termos da lei, o trabalho de menores em idade escolar

Tutela – art.º 1921


quando os pais não estão disponíveis ou não são adequados para tomar decisões em
nome do menor, um tutor pode ser nomeado pelo tribunal para atuar em benefício do
menor
1. O menor está obrigatoriamente sujeito a tutela:
a) Se os pais houverem falecido;
b) Se estiverem inibidos do poder paternal quanto à regência da pessoa do filho;
c) Se estiverem há mais de seis meses impedidos de facto de exercer o poder paternal;
d) Se forem incógnitos
2. O ponto nr 1 não se aplica quando a criança está sob apadrinhamento civil
Administração de bens – aart.º 1967.º
Quando um menor possui bens ou propriedades, esses bens geralmente são
administrados por um adulto responsável, como um dos pais, até que o menor atinja a
maioridade  caso saul ricardo

Lições do direito da família


1-2-3-4-9-10- 32 2.3 33-38-39

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